Ströme der Seele

Fim das férias?


04/04 – Vilarejo da tribo Ubuh ao pé da montanha Huggia.

– Aleluia! – exclamou o homem cansado.

– Então esse é o vilarejo da tribo Ubuh? – perguntou Killua

– Deve ser! Nós seguimos exatamente como explicaram pra gente! – respondeu Gon

Os três haviam chegado à entrada do vilarejo ao pé da montanha. Ainda não tinham visto nenhum dos seus habitantes de onde estavam.

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– Será que está deserta? Não consigo ver ninguém! – disse Leório

– Ainda não entramos no vilarejo, talvez os habitantes estejam mais para dentro. – concluiu Killua.

– Isso mesmo! Vamos entrar então – disse Gon animadamente.

À medida que foram se aproximando da entrada do vilarejo, Killua sentiu uma movimentação.

– Esperem! – disse o garoto agora observando o arredor atentamente.

– O que foi Killua? – perguntou Gon

– Eu senti alguém se mexendo – respondeu ao amigo.

Os três amigos assumiram rapidamente um estado de alerta. Gon apurou seus ouvidos e Killua aumentou sua concentração para detectar qualquer ameaça. Leório ficou atento a reação dos dois garotos, pois era assumidamente o mais despreparado para agir naquele tipo de situação.

– Ali – disse Gon apontando para frente.

– Ali o que Gon? – perguntou Leório.

– Sim, posso ver. Está bem camuflado. – repondeu Killua

–Mas que droga! Vocês podem me contar o que está acontecendo! – exigiu Leório irritado.

– É um lobo branco. – respondeu Gon

– Lobo branco? – perguntou Leório procurando a criatura na direção em que Gon havia apontado.

– Sim, bem ali, - dessa vez foi Killua que apontou.

Leório demorou até conseguir localizar o canino. Ele estava perfeitamente camuflado na neve e só conseguiu identificá-lo pela cor de seus olhos.

– É enorme! – disse assustado

– Pode ser maior que os lobos comuns, mas não é perigoso – disse Gon se aproximando da criatura.

– Gon, não chega muito perto! – alertou Leório.

– Deixa. Ele sabe o que está fazendo. – disse Killua seguindo o amigo

Leório permaneceu com o rosto perplexo.

Esses moleques realmente não têm noção do perigo, droga! – pensou Leório irritado

Gon foi o primeiro a se aproximar da criatura. Ajoelhou-se para demonstrar que não queria feri-lo.

– Oi meu nome é Gon! Você mora nesse vilarejo? Nós queremos entrar, podemos? – perguntou inocentemente

O lobo branco levantou-se e passou a encará-lo profundamente. Gon sustentou seu olhar por um tempo antes de abrir um largo sorriso. A criatura então se virou de costas e se dirigiu para entrada do local.

– Você precisa me ensinar isso algum dia Gon – disse Leório ao se aproximar dele.

– Não tem segredo Leório, basta conversar com ele! – respondeu o garoto já de pé.

– Claro, é simples! Como não pensei nisso antes? – disse o homem sarcasticamente.

– Verdade Leório, você podia ter pensado nisso antes! – respondeu Gon sem entender o sarcasmo do homem mais velho.

–Deixa pra lá Gon. Vamos entrar logo que eu estou com fome! – interrompeu Killua.

Assim os três seguiram os passos do lobo branco em direção a entrada do vilarejo.

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04/04 - Floresta de Kobi

– Mas em que merda de lugar você se meteu!?

– Maia?

– Você está brincando comigo, não é? Aonde esteve? - perguntou ela.

Kurapika nunca havia visto a garota tão irritada daquela maneira. Ela avançou em sua direção até ficar bem próximo a ele. O jovem Kuruta sabia que Maia era naturalmente intimidadora, mas estar tão próximo a ela, ainda mais nesse estado, era realmente assustador.

– Estou esperando - disse ela novamente.

– Não entendo sua irritação, desde quando se importa? - respondeu ele corajosamente.

– Já te respondi isso uma vez. - disse com olhar de reprovação.

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– Sim eu me lembro, mas ainda sim não vejo sentido. - respondeu ele.

Ela continuou encarando-o. Kurapika sustentou seu olhar firmemente, demonstrando não estar se sentindo intimidado por ela.

– De qualquer forma eu sai para te procurar - respondeu ele finalmente.

– Não deveria se preocupar, já disse que conheço bem essa região - devolveu a resposta duramente.

– E quem disse que eu estava preocupado? Eu queria me certificar se você havia partido ou não.

Maia fechou ainda mais o rosto antes de virar as costas para o garoto. As palavras de Kurapika não eram totalmente verdades. Apesar de querer realmente se certificar sobre a partida da garota, esse não era o único motivo que o fez sair a sua procura. Entretanto sentiu-se ofendido pela maneira como ela o havia tratado, sem contar o fato de que a garota não havia dado a mínima por ele ter superado seu medo e saído a procura dela na floresta.

– A tempestade não vai voltar tão cedo. Prepare suas coisas para partir. - disse a garota.

Maia permaneceu de costas para ele e logo em seguida fez seu caminho em direção ao quarto. O Kuruta ficou estático. Finalmente poderia partir.

Então é isso. Já posso voltar e retomar minhas tarefas.

Apesar da notícia, Kurapika manteve-se parado. Agora poderia ir embora, mas por que hesitava? Talvez pela sensação de fracasso por não ter conseguido cumprir sua missão? Mas isso não era culpa dele, afinal não existia uma pessoa capaz de recuperar os poderes de Neon, pelo menos não naquele lugar.

Devo voltar a minha vida.

Desde que começamos a observá-lo, percebemos em alguns momentos, principalmente naqueles em que estava acompanhado da garota, que o jovem Kuruta sentia-se mais relaxado do que o habitual. Era como se estivesse de férias. De férias das obrigações, das cobranças, das pessoas que era obrigado a conviver e que em sua maioria desprezava. De férias da raiva, do ódio, da tristeza. De férias de sua própria vida. Vida essa que ele mesmo criou para cumprir seus objetivos. Vida essa que precisava ser retomada.

O jovem Kuruta então passou a se movimentar e foi em direção a seus pertences. Começou a arrumá-los cuidadosamente. Depois disso foi até a cozinha para se abastecer de comida pois sabia que a caminhada seria longa. Já estava tudo preparado.

Devo me despedir? Devo agradecer? Talvez eu devesse simplesmente partir.

Enquanto refletia sobre o que deveria fazer, Maia apareceu novamente na sala. Ela também trazia uma sacola de viagem pendurada em seus ombros.

– Vai descer a montanha também? - perguntou esperançoso.

– Não - respondeu ela.

– Aonde vai? - perguntou novamente.

Ela encarou-o antes de responder secamente.

– Não é da sua conta. - disse caminhando em direção a cozinha para abastecer-se, assim como havia feito o garoto.

Kurapika fechou a cara e repreendeu-se mentalmente.

Por que ainda pergunto!?

Foi então que se lembrou do acontecimento de hoje na floresta. Ele havia se esquecido de contar a ela após ser recepcionado daquela maneira pouco amistosa. Certamente havia mais alguém naquela floresta e a julgar pelas suas atitudes, não deveria ser alguém amigável.

– Eu encontrei alguém na floresta - proclamou ele.

Maia parou imediatamente o que estava fazendo, franzindo o senho.

– Seja mais claro - pediu ela olhando em sua direção.

Kurapika narrou em detalhes o ocorrido naquela tarde após ter saído a sua procura. O Kuruta notou o semblante de preocupação da garota aumentar a medida que avançava com seu relato.

– Acha que pode ser alguém perigoso? – perguntou assim que terminou de contar o ocorrido.

– Não. – respondeu apenas

O garoto não esperava por essa resposta tendo em vista as reações da garota enquanto narrava o episódio. Será que ela estava mentindo? Talvez quisesse poupá-lo da preocupação de existir ainda mais perigos do que os da própria floresta, que por si só já eram muitos.

– Deve ter sido uma besta mágica – concluiu ela.

Kurapika sabia que isso não era verdade. Já havia encontrado diversas criaturas mágicas e podia facilmente diferenciar elas de um ser humano. Ele sabia também que Maia havia percebido isso, mas decidiu jogar seu jogo.

– Sim, deve ter sido.

Ele esperou a garota terminar de se abastecer. Quanto mais tempo permanecesse a seu lado, mas seguro estaria, por isso decidiu esperar para sair junto com ela. Tendo terminado, Maia se encaminhou para porta e assim ambos saíram. Ainda demoraria um pouco até anoitecer completamente.

– Siga naquela direção – disse ela apontando para o leste – Se seguir em linha reta evitará a maioria dos perigos. Se notar aglomeração de corvos em algum lugar, desvie. Desvie também se encontrar flores de cor vinho e verde. O resto você pode ser virar. – concluiu.

A garota começou a fazer seu caminho na direção contrária a sua. Kurapika queria dizer algo, mas as palavras pareciam não querer sair enquanto via a garota se afastando cada vez mais. Seus pés então começaram a se mexer, porém o estavam guiando para direção errada daquela que deveria seguir. Ele teve que correr um pouco até alcançar a garota. Ela parou e o olhou surpreso.

– Uma amiga uma vez me disse que a viagem fica mais agradável quando temos companhia. – disse o garoto.

Ao que tudo indica, Kurapika havia decidido prolongar um pouco mais suas férias.