Speechless

Capítulo 21


POV Harry

Nos sentamos em uma mesa de canto, um ao lado do outro. Estávamos com fome, então pedimos um sanduiche para cada um, porção de batata frita e milk shake. Uma das inúmeras vantagens de sair com ela é não ter que ficar comendo salada. Era engraçado ver como ela comia o que tinha vontade sem se preocupar com o corpo, e mesmo assim tinha uma forma física invejável.

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—Não leva a mal minha pergunta. - Pousou o copo na mesa e me olhou. - Eu adorei que tenha ido me buscar. Mas por que foi até lá hoje?

—Porque a reunião de hoje foi pra avisar que amanhã vou ter que viajar pela empresa e eu nunca iria me despedir de você pelo telefone, não é ético fazer isso. - Terminei divertido e rimos.

—Que horas você sai amanhã?

—Meu vôo sai as dez.

—E para onde você vai?

—Para Paris, vou precisar ficar duas semanas visitando um cliente. - Segurei uma de suas mãos por cima da mesa e a acariciei.

Ela fitou nossas mãos unidas e de imediato não falou nada. Eu estava triste em ter que ficar esse tempo longe, aparentemente não era o único.

—Ah, duas semanas passam rápido, eu acho. - Me olhou sorrindo enquanto dizia isso.

—Eu espero! -Sorri de volta.

Tomou mais um pouco da sua bebida e voltou a se dirigir a mim, dessa vez com o dedo apontado para o meu peito.

—E seria muito delicado da sua parte não me substituir por nenhuma francesa loira, de olhos claros e cheia de frescura. A esposa do meu irmão é francesa e eu te garanto que elas não são mais legais que eu. - Terminou sua narração em tom divertido.

—Desde que você não troque por um universitário novinho, bombado, capitão do time de futebol da universidade e que tenha um carro esporte rebaixado, tudo bem. - Também apontei o dedo para ela enquanto falava.

Ela gargalhou jogando um pouco a cabeça para trás, como sempre fazia.

—Não se preocupe, não é tão fácil assim te substituir. - Me disse ainda rindo.

—Sei como é, você também não é muito substituível. - Peguei uma mecha do seu cabelo e fiquei passando entre meus dedos.

A observei comer uma batatinha e me lembrei de outro assunto importante.

—Ah, hoje almocei com o Sr. Dumbledore e conversamos sobre um assunto que acho que vai te interessar mais. - Ela me olhou curiosa. - Mas já te aviso que é antiético da minha parte te dizer isso, então que fique só entre nós.

—Como quiser, chefinho. - Falou divertida.

Um dia eu diria a ela que tenho certo fetiche quando me chama assim.

—Você vai ser promovida. - Falei normalmente, como se não fosse nada demais.

Ela riu quando ouviu a notícia e se virou para mim em seguida.

—E eu devo isso à minha competência ou a nossos encontros fora da empresa?

—Ás duas coisas. - Brinquei e ela riu mais. - Á sua competência, claro. Você é realmente boa no que faz.

Ela riu mais um pouco.

—E quando será? - Perguntou me olhando outra vez.

—No começo do próximo mês, eu acho. Quando eu voltar de viagem já posso te dar a notícia. - Ainda estava brincando com seu cabelo.

—E quanto eu vou ganhar? - Perguntou se virando para mim.

—Você não quer que nada seja surpresa? - Provoquei-a já sabendo que não existia pessoa mais curiosa.

—Não, já começou me conte tudo! - Me respondeu com cara de óbvio.

—Quase o triplo do seu salário atual. - Informei observando seu rosto sorridente diante de mim.

Ela colocou as mãos sobre os olhos, num típico gesto de drama.

—Mas que injusto! - Olhei-a confuso. - Eu te ensinei a trabalhar e não vou ganhar nem metade do seu salário?

Dessa vez eu que gargalhei.

—Mas você nem sabe quanto eu ganho! - Questionei ainda rindo.

—Não seja por isso, da próxima vez que eu chegar e seu holerite estiver em cima da sua mesa eu abro. - Piscou pra mim e eu sorri.

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—Curiosa! - Lhe roubei um selinho.

—Gostoso! - Fez a mesma coisa.

—Nossa, me senti até aliviado agora! - Eu sorri diante de sua expressão confusa e continuei. - Desde que você perguntou se o irmão gostoso da Hermione já tinha saído nunca mais me elogiou, estava pensando seriamente em perguntar se eu havia emagrecido ou engordado demais.

Ela cobriu o rosto novamente antes de começar a rir.

—Ai meu Deus, você lembra disso? Harry tem coisa que se deve esquecer. - Me olhou sorridente.

—Tem coisa que é inesquecível, Gi. Como aquele pijama que você estava usando no dia que cheguei à sua casa. - Disse rindo, mas preparado para me desculpar caso ela não gostasse da brincadeira.

Suas bochechas ficaram vermelhas, mas mesmo assim, e contrariando minhas expectativas, ela me olhou e riu.

—Aquilo sim foi constrangedor. E depois Ron me manda te levar em casa, ele não tem um pingo de conveniência mesmo! - Eu sorri com seu falatório. - Eu nunca mais andei só de pijama pela casa, e a culpa é sua. - Apontou o dedo novamente para mim ao finalizar a frase.

—Não acredito, você parecia muito confortável naquele dia pra abandonar o hábito assim do dia para a noite. - Comentei divertido.

Peguei sua mão apontada para mim e entrelacei nossos dedos, deixando-as apoiadas em meu colo.

—E eu ficava mesmo muito a vontade daquele jeito, adoro andar de pijama pela casa, mas eu me traumatizei! - Rimos um para o outro.

—Por mim pode voltar a andar como quiser, não me importo. - Mantive o clima de brincadeira.

—Vou pensar no seu caso. - Falou antes de me beijar.

Ficamos namorando um tempo ainda sentados na nossa mesa, e minhas mãos mantiveram-se devidamente apoiadas na sua perna ou acariciando sua cintura. Confesso que era cada vez mais difícil me manter assim.

Quando nos levantamos para sair já passava da meia noite, ela tentou – em vão – pagar a conta dessa vez, e depois de delicadamente mandá-la ficar quieta eu paguei e saímos. No caminho para a casa dela não conversamos muito, mas eu dirigi o tempo todo mantendo nossas mãos entrelaçadas.

Estacionei em frente à portaria, desliguei o carro, tirei meu cinto enquanto ela tirava o dela e nos viramos automaticamente um para o outro.

—Está entregue senhorita. - A puxei para mais perto de mim. - Vai se comportar enquanto eu estiver fora, não vai?

Me inclinei para trás e ela se aconchegou em meu peito, os seios pressionados contra meu tórax. Era muito bom senti-los assim.

—Claro, papai! - Respondeu irônica nos fazendo rir.

Enquanto ainda estávamos olhando um para o outro subi minhas mãos por sua nuca, enroscando seus cabelos em meus dedos. Eu já sabia que ela se arrepiava assim, mas a mordida sexy que ela deu no próprio lábio mexeu fortemente com uma parte específica do meu corpo, e eu tinha certeza que ela estava tão excitada quanto eu.

Ainda segurando-a dessa maneira trouxe seu rosto de encontro ao meu, encostando nossos lábios num beijo um pouco mais urgente. Pela respiração mais acelerada, a pressão que ela estava fazendo na minha nuca e a fome que me beijava eu sabia que dessa vez minhas mãos poderiam passear por aquele corpo todo.

Apesar de morrer de vontade de apalpá-la inteira, fazia bem para o meu ego sentir que ela queria cada vez mais, então resolvi esperar que ela mostrasse o que quer, assim me contentei em apertar sua coxa logo abaixo do bumbum e quase perder o juízo quando ela gemeu baixinho na minha boca.

Continuamos nessa posição mais alguns minutos e nos separamos um tanto ofegantes, com os cabelos totalmente bagunçados, ela, no entanto, não saiu de cima do meu peito.

—Preciso subir. Amanhã você vai viajar, mas eu ainda tenho que trabalhar. - Falou me olhando de um jeito diferente.

Droga de viagem!

—Eu sei. - Fiz carinho na sua bochecha. - Vou ficar com saudade de você.

Eu repetiria isso todos os dias se ela sorrisse para mim desse jeito.

—Eu também vou. -Continuou acariciando meu cabelo.

Me deu um selinho rápido e desencostou seu corpo do meu, ajeitou-se no banco ao meu lado e virou o espelho retrovisor para ela.

—Meu Deus! - Exclamou quando viu como seu cabelo estava.

Eu ri da sua expressão exagerada. Terminou de se arrumar, e virou-se novamente para mim.

—Você vai passar na empresa amanhã antes de ir?

—Passo lá antes para te ver, o aeroporto é perto, não tem problema.

—Então nos despedimos amanhã. - Me deu um selinho demorado. - Obrigada pelo jantar.

—De nada, gostosa. - Retribui seu beijo.

—Nossa, estou mais aliviada agora! - Falou me olhando e suspirando alto.

A olhei confuso e ela riu antes de continuar.

—Quando você não retribuiu o elogio no restaurante eu me preocupei sinceramente. Estava planejando me pesar amanhã à caminho do trabalho. - Dramática!

Eu ri da expressão que ela fez.

—Não pense em perder nem cem gramas. - Me debrucei sobre ela e apertei sua coxa novamente, da mesma maneira que havia feito antes.

Dessa vez ela conteve o som, mas mordeu meu lábio inferior.

—Você que manda chefinho. - Mordeu minha boca novamente. - Boa noite, Harry.

—Boa noite, linda.

Me deu outro beijo antes de sair. Esperei que ela entrasse e fui para minha casa pensando em como seriam longas as próximas duas semanas. Eu tinha que viajar justo agora, quando as coisas estavam ótimas entre nós dois?

Ainda assim tinha algo que me incomodava, e que certamente a incomodava também, mas que ela nunca me diria. Eu tinha que resolver logo nossa situação, dizer a ela o que sinto e sei que provavelmente eu ouviria o mesmo. Eu sentia uma necessidade muito grande de chamá-la de minha e não esperaria mais tanto por isso.