- Fred? – A voz do meu gêmeo soou bem atrás de mim.

- Que foi, Minhoca? – Passei um braço no ombro de George assim que ele se colocou ao meu lado.

- Fiquei sabendo de uma coisa...

- O que?

- Sabe quem vai estar no casamento de Bill? – Perguntou me olhando.

Ergui as sobrancelhas. Estamos caminhando juntos pra casa.

- Quem?

- Angie. – Sorriu.

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- Sério? – Arregalei os olhos com a minha pior careta de sarcasmo. – Juro que estou surpreso.

- Pois é. – Riu. – E ainda tem mais... Mais chocante ainda!

- O que? – Ri junto.

- Sabe a Granger? – Perguntou murmurando. – A garota dos livros... Pois é...

- Sério? – Arregalei os olhos de novo. – Que novidades George! A garota dos livros...

- E tem outra.

Revirei os olhos.

- Lilá? – Perguntei divertido.

- Não... Clear.

Comecei uma tosse terrível só de ouvir aquele nome.

- Clear? – Perguntei assustado, agora olhando pra George.

- Sim, Clear. – Ele disse tranqüilo.

- Quem te disse isso? – Arregalei os olhos.

George só riu, já sabendo o que estava passando pela minha cabeça.

- Ginnevra! – Gritei. – Porque ela tinha que-

- Mamãe pediu pra convidar. – George disse e eu revirei os olhos.

- Isso definitivamente não vai dar certo! – Disse nervoso, passando pela porta.

- O que não vai dar certo? – A ruiva brotou bem na minha frente com um sorriso.

- Clear Lavinne! – Quase gritei. – Isso é coisa sua não é?

- Eu? – Perguntou arregalando os olhos. – Eu não sei de nada!

- Não sabe! – George passou por nós e riu. – Você não engana ninguém Ginny.

- É sério. – Ela disse séria. – Acha que eu ia querer colocar Harry no mesmo ambiente que Clear?

Arrgh” foi o som que eu fiz mentalmente. A ruiva riu quando notou minha cara de desgosto.

- Tudo bem, você me convenceu. – Ri.

- É coisa da mamãe. – Ela deu os ombros. – A Clear vem pro casamento?

- Sim.

- Merlin me ajude a manter a calma. – Disse sumindo da minha vista.

Revirei os olhos e suspirei. Esse casamento vai ser muito estranho com aquela ruiva por perto.

x-x-x-x-x-x

Já tinha uma semana de férias. Por incrível que pareça, estava aturável ficar longe de Hermione. Trocamos cartas todos os dias, por mais que isso me dê certa preguiça.

Meu ruivo grego, como estão as coisas por aí? Ginny já aprontou alguma nessas férias? Mande um abraço pra ela. E George? Bill? Fleur? Molly? Mande um abraço pra todos.

Eu estou me corroendo de saudades, querido. Mesmo que me divirta com os meus pais, é impossível não pensar em você o tempo todo.

Chego a sentir seu cheiro. Ver seu sorriso... Fecho os olhos e a única coisa que vejo é você.

Fred, eu estou psicologicamente abalada. E a culpa é toda sua.

Estou com saudades... Eu já escrevi isso a algumas linhas, certo?

Parece um ano, e não uma semana. Eu não vou perguntar de novo sobre o Koishiteru, já que sei que não vai responder. E prometo que não vou pesquisar sobre, mas vou morrer de curiosidade.

Não tenho muitas novidades sobre aqui. Papai e mamãe querem me levar pra acampar hoje, talvez fique sem respostas pra próxima carta. Não se preocupe, estarei bem.

Mamãe quer conversar comigo... Sobre você! Acho melhor parar por aqui.

Só pra não te deixar esquecer, eu estou com saudades. Até logo, meu ruivo. Eu te amo.

H. Granger.

Queria responder que “sim, Ginny já aprontou nessas férias”, só por desconfiar que ela esteja por trás da vinda da ruiva pro casamento. Queria contar sobre cada brincadeira minha e de George com Bill e Fleur. Sobre o jeito com que Fleur parece gostar de nós mesmo brincando com ela. Queria contar que semana passada jogamos tinta nela e o cabelo da Veela ficou azul... E ela riu! Não... Ela não riu, ela gargalhou. E até brincou que tinha ficado mais bonito. Queria dizer que as coisas por aqui estão divertidas, mas talvez isso a fizesse querer estar aqui... Se é que já não quer. Então eu simplesmente falava que estava tudo bem.

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Sobre o Koishiteru, eu realmente não ia falar. Eu queria falar isso pessoalmente. Queria sussurrar no ouvido dela o significado e logo depois roubá-la um beijo e dizer que quero passar o resto da minha vida ao seu lado. Mas por carta não é uma boa idéia.

Depois de responder a carta de Hermione do melhor jeito que pude, entreguei-a a coruja e disse pra que esperasse a resposta mesmo que demorasse horas. Ela ficou indignada, mas levou a carta. Quando voltasse eu a agradaria, obviamente.

Saí do quarto e encontrei George jogado no sofá, ele tinha um sorriso no rosto.

- Qual é, Minhoca? – Perguntei me jogando no sofá ao lado.

- Pensando. – Sorriu mais aberto ainda.

- Você está apaixonado, Minhoca! – Ri.

- É. – Me olhou sem interesse. – E olha só quem está falando.

- Minhoca, não muda de assunto. – Sorri. – Está apaixonado!

- Fred, vai dizer que você também não está apaixonado?

- Não. – Balancei a cabeça.

- Como assim, não? – Arregalou os olhos. – Vai dizer que foi pra cama com a-

- Nem termine a frase, Minhoca. – Revirei os olhos.

- Tudo bem. – Se rendeu. – Então me diz... Se não está apaixonado, você está o que?

- Eu amo, George. – Disse e ele me olhou com um sorriso. – É amor, e não paixão.

- Vai me dizer que vocês ainda nem...

- Não precisa terminar a frase, de novo. – Revirei os olhos. – Quando ela estiver pronta.

- Eu não acredito que ouvi isso! – Ele quase gritou. – Vocês ainda não...

- Não. – Sorri. – E não muda nada entre nós.

- Quem é você? – Apontou pra mim. – E o que você fez com o Fred?

Levantei-me entre gargalhadas e fui pra cozinha, ignorando-o.

- Mãe? – Sorri entrando na cozinha.

- Ge-Fred? – Ela veio e depositou um beijo na minha testa.

Tudo bem que eu tive que me abaixar um pouco, mas é só detalhe.

Ela sorriu e me encarou por alguns minutos.

- O que foi? – Perguntei estranhando o comportamento dela.

- É estranho sem todos por aqui. – Sorriu. – Me acostumei com a casa cheia. Harry, Lilá, Angelina... Hermione.

Suspirei. Realmente é estranho ter a casa calma assim por um tempo.

- Eles estarão de volta pro casamento. – Sorri.

- Você tenta parecer calmo, mas é o que mais sente falta. – Riu.

- Você me conhece bem, não é? – Torci os lábios.

- Sim, querido. – Abriu um sorriso. – Eu só quero te perguntar uma coisa...

Fiquei em silêncio, temendo qual seria a “pergunta” de Molly.

- O que você sente por ela? – Ela arqueou as sobrancelhas. – O que você pretende?

- Mãe... – Suspirei. – É tão difícil falar de Hermione.

Passei a mão pelos cabelos e ela sorriu.

- Como eu imaginava. – Se virou, me dando as costas. – Mas tente, estarei ouvindo.

- Eu a amo, mãe. – Disse com um sorriso, mesmo sabendo que ela ninguém estava vendo. – Eu quero que essa guerra toda acabe, e quando isso acontecer, eu vou comprar uma casa perto da loja e vou pedi-la em casamento. Quando ela aceitar, vai morar comigo. Vamos andar de pijama o dia inteiro. Quando eu voltar da loja, vou encontrá-la esperando-me lendo um livro na frente da lareira. Ela vai me receber com chocolate quente e vamos rir da vida enquanto vemos o fogo crepitar... Vamos discutir sobre quem toma banho primeiro e acabar caindo na gargalhada e tomando juntos. Depois vamos “dormir” juntos e vamos passar os fins de semana na toca. Dentro de alguns anos vamos te dar netos... Um, dois, três... Dez! Eu quero constituir uma família com ela, mãe. Eu quero viver o resto da minha vida tendo a mão dela pra entrelaçar na minha. Mesmo que o resto da minha vida seja breve, mesmo que não seja eterno.

Ela se virou pra mim. Tinha um sorriso aberto e os olhos marejando.

- E o que está esperando pra colocar esse plano em prática, querido? – Ela sorriu. – Mesmo que vocês sejam novos e eu não ache certo Bill e Fleur apressarem as coisas... Eu acho que algumas coisas podem ser adiantadas.

Ela se virou e me deu as costas novamente, me deixando confuso.

x-x-x-x-x-x

- Fred? – George entrou no quarto.

Depois do jantar eu resolvi vir pro quarto. As palavras que mamãe disse mais cedo não paravam de martelar minha cabeça.

- Oi? – Perguntei sem interesse.

- Lembra do Tom? – Perguntou se sentando na minha cama.

- Sim.

- Ele é medroso. – Riu. – Está morrendo de medo da guerra. Ele está “abandonando” o apartamento no beco diagonal.

- E? – Perguntei erguendo a sobrancelha.

- Conversei com a mamãe.

Ficamos em silêncio.

- Fred! – Ele gritou. – Inteligência, cara.

O olhei incrédulo. Do que é que essa Minhoca está falando?

- Tom está abandonando o apartamento no beco diagonal. – Disse lentamente. – O Tom!

- Vamos ter que procurar alguém pra ajudar na Gemialidades. – Balancei a cabeça. – E daí?

- Pelas calças de Merlin! – Ele revirou os olhos. – O que você está fazendo deitado? Vá atrás do Tom! Compre o apartamento! Garanta que o que você disse pra mamãe se torne realidade.

Pulei da cama.

x-x-x-x-x-x-x

Aparatei no corredor e procurei o apartamento quatro-oito-três com os olhos. Quando achei, caminhei até lá e bati na porta. Cedo não era, mas se Tom quer logo se mandar, achei melhor vir hoje.

- Fred? – Perguntou assim que abriu a porta.

Tom estava vestido como se estivesse saindo pra trabalhar, só que com um malão. Suas roupas exageradamente largas e suas tranças estavam negras. Sorriu.

- Tom. – Sorri de volta. – Fiquei sabendo que saiu da loja.

- Entre. – Ele me deu passagem e eu entrei. – É, eu saí. Mandei uma coruja pro Bill e estou me mandando pra Alemanha trouxa.

- Sério? – Arregalei os olhos. – Como ele está?

- Está bem. – Sorriu fraco. – Ainda não se recuperou com a perda da Naty.

- Diga que ele faz falta aqui. – Sorri do mesmo jeito. – E sei lá, mande pêsames, melhoras ou qualquer coisa que preferir.

Tom riu do meu jeito desastrado de tratar o assunto.

- Ele amava mesmo ela. – Ele torceu os lábios. – Agora aqueles cabelos negros não existem mais... Tomou um tom branco, meio loiro. [N/A: Só os fortes entendem essa...] Muito estranho... Eu acho que vou ter que ir pra lá ou ele cairá em depressão profunda.

- E o apartamento? – Perguntei erguendo a sobrancelha e olhando em volta.

O apartamento era enorme. Tom estava deixando-o totalmente mobiliado, em ótimo estado. O apartamento está novo, é algo que não dá pra negar. Só está bagunçado.

- Estou deixando pra trás. – Deu um sorriso. – Você sabe que os Kaulitz tem um grande patrimônio em dinheiro trouxa... Não preciso vender por dinheiro.

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- E vai abandonar? – Perguntei incrédulo. – Está em ótimas condições e...

- Quer vir morar aqui com George? – Perguntou com um sorriso.

- Se você estivesse vendendo. – Dei os ombros.

- Quanto você tem aí? – Ele perguntou com um sorriso, brincando com o objeto metálico que se encontrava no canto do lábio inferior.

- Você está brincando, não é? – Ri. – Eu não devo ter nem cem galeões. Eu posso ir à toca e trazer o dinheiro pra você amanhã...

- Eu tenho alguns minutos em Londres. – Riu. – Ou são cem galeões ou você não compra.

- Mas eu não posso comprar um apartamento desse tamanho por cem galeões! – Disse assustado. – Quantos quartos ele tem? Dois?

- Três. – Riu divertido da minha careta de susto. – É pegar ou largar, Fred. Eu não tenho tempo.

- Tudo bem, Tom. – Sorri derrotado. – Cem galeões.

x-x-x-x-x-x

- Tome cuidado com as garotas que trás pra cá. – Tom sorriu se desencostando do batente.

- No máximo minha mãe, minha garota, a mãe dela e... – Tom me olhava com um sorriso divertido. – Nossas princesinhas daqui a alguns anos.

- Fred foi fisgado. – Fez movimento de pescaria trouxa do qual eu já estava familiarizado.

Tom sempre faz isso” foi o que pensei antes de cair na gargalhada.

- Vou indo, Fred. – Ele disse com um sorriso. – A gente se vê depois da batalha, amigo.

- Espero que assim seja. – Sorri. – Obrigado por tudo, Tom.

- Nem vem com essa. – Revirou os olhos, os cabelos ficaram levemente azuis. – Você e George me acolheram e quem tem que agradecer sou eu. E ainda me deu cem galeões que vão ser inúteis no mundo bruxo.

- Passe no gringot-

- Não fico nem mais um minuto aqui. – Disse parecendo com medo. – Eu estou realmente assustado com essa guerra... Depois que pegaram a Naty eu realmente me tornei um medroso. E meu irmão precisa de mim, isso eu sei que você entende.

- Realmente, isso eu entendo. – Ri. – Então vá tirar seu gêmeo da depressão, Tom.

- Estou indo. – Me deu um meio abraço. – Boa sorte pra vocês.

- E vê se não transforma o teu irmão em um cafajeste. – Ri enquanto ele seguia dava alguns passos pra longe.

- Isso eu não posso garantir, Fred. – Se virou pra trás, o cabelo voltando ao tom negro de sempre. – Adeus.

E aparatou.

No pequeno contato que tive com Tom hoje, e por ter falado de Bill e Naty, um flashback curto passou pela minha cabeça. Os três lufanos que esbarramos no quinto ano em Hogwarts, nossa amizade relâmpago com os gêmeos metamorfomagos, a namorada de Bill; Naty se tornando uma auror, nossa comemoração... E aí ela foi pega. Bellatrix Lestrange. Então Bill entrou em depressão e se mandou pra Alemanha trouxa. Tom resolveu ficar e chamamos-o pra trabalhar conosco na gemialidades, até hoje.

Depois do curto flashback, olhei em volta. Ainda estava meio incrédulo por ter acabado de ganhar um apartamento praticamente de graça. Depois de me certificar que não era um sonho, aparatei nos arredores da toca e voltei à dormir sem acordar ninguém.