Sobre sua pele

Capitulo Quatro


Capitulo 4

Era realmente legal ter um lobisomem gigante que podia fazer qualquer coisa que você quisesse. O fato de esse lobisomem ser de mais de mil anos era muito desconfortável, mas ainda muito legal. Eu queria muito perguntar a ele sobre a minha mãe, mas eu não sei como chegar a isso; papai havia me contado que eles eram muito próximos naquela época e que ele ainda não deve ter digerido muito bem a morte dela. Bem, isso é uma coisa que eu entendo.

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Agora não é muito difícil eu perceber quem é sobrenatural ou não. Sobre os meus amigos eu sabia, eles viviam no meio da floresta, caramba. Mas agora andar na rua e sentir cada pessoa que tinha um mísero poder, era sufocante! Era como se eu me sentia em perigo o tempo todo até que de repente tina um puxão e, rá, um meio lobisomem na esquina! Derek disse que eu iria aprender a controlar isso com o tempo, era uma questão de costume. Era difícil de acreditar...

Quando começamos a escola, foi ainda mais estranho. Eu sabia sobre a família Hale e tudo mais, no entanto, descobrir tantas pessoas poderosas ao seu redor era estranho. Eu não digo qualquer pessoa com poder, por que hoje em dia todo mundo tem um pedacinho que seja. Mas agora ver olhar para a representante de classe, a menina mais linda e perfeita da escola, Lydia Martin, e sentir medo? Isso era muito estranho!

Aparentemente, eu também fiquei amigo dela. Quando eu cheguei à aula de inglês ela me olhou, sorriu e eu não seu como, no intervalo, eu estava na mesma mesa que ela e seus amigos. Scott e Cora vieram se sentar conosco e mesmo que Lydia tenha feito uma careta no inicio, ela não disse nada. No final da aula ela me abordou no corredor e mandou que Scott fosse andando. Eu não sei se era Scott muito lerdo ou eu que estava muito paranoico, mas eu sabia que aquilo não era coisa boa. Quando Scott me mandou um sorriso e polegares eu sabia que era realmente Scott que era lerdo. De forma alguma a cara dela era qualquer coisa boa.

Nós fomos para a o campo de lacrosse e ela estava falando alguma coisa sobre uma festa na sua casa e tudo mais. Eu não entendia muito bem, estava muito desconfortável ao lado dela. Não sei o que ela era, mas era como se minha cabeça falasse: Cuidado, cuidado! Desejei que Derek estivesse ali para me ajudar a entender ou mesmo me proteger do que diabos ela ia fazer. Hoje em dia, ser uma fada era ser marcada para a morte no sobrenatural.

– Então, Stiles... – ela disse, soltando o meu braço – Você está diferente...

– Uh... Você também... – eu disse meio receoso.

Ela deu uma risada meio macabra e depois começou a ir para o centro da quadra, acenando para que eu pudesse segui-la. Eu fui, olhando para os lados, e quanto mais longe ela ia, mais perto da morte eu me sentia. Em um momento ela parou e eu fiz o mesmo. Diferente do que a maioria pensa, eu tenho sim um senso de proteção próprio, ele só não está lá quando eu quero ajudar meus amigos, ok. Ela se virou para mim e eu não sei por que, mas os cabelos dela começaram a flutuar no ar, assim como ela mesma. Seus sapatos estavam fora do chão e quando eu olhei de novo, seu corpo era pálido. Ela voltou ao normal depois de dois segundos, mas eu ainda a olhava surpreso.

– Agora, me mostre o que você pode fazer...

Assim que ela terminou de falar um lobo enorme pairou logo na minha frente como se tivesse caído do céu. Esse lobo era Derek, eu me lembrava desde a ultima vez que ele havia se transformado na casa de Tália. Ele rosnou para ela e eu senti a voz dele na minha cabeça dizendo que iria me proteger. Na mesma hora ela também se transformou dessa vez o cabelo muito mais armado e flutuando muito mais do chão.

– Interessante, bem como eu suspeitava... – ela sorriu.

– Banshee... – Derek rosnou de novo.

– Espera um minuto! – eu disse meio confuso – Você está me dizendo que ela é uma Banshee?!

– Bem, é melhor do que alma penada, eu suponho... – ela disse, dando de ombros – Mas isso significa que eu deveria gritar loucamente...?

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– E você não sabia? – eu apontei para ela em descrença.

Por que, sério?! Como diabos ela podia flutuar e tudo mais e não sabia o que era?!

– Mande o seu cão se afastar. – ela disse com a voz meio grossa – Ou eu vou atacar...

– Pode vir. Eu já lutei com monstros mais fortes...!

Derek disse isso e avançou contra ela, fazendo-a se remexer e desaparecer. Ok, isso é muito legal! Observei que o chão começou a se tornar negro e então começou a ter uma neblina. E, sério? Neblina no meio da tarde? Mas Derek já estava ao meu lado e a única coisa que nós conseguíamos ver era ela correndo de um lado para o outro. Senti meu corpo formigando e quente, Derek encostou-se a minha perna e rosnou para a sombra dela.

– Acalme-se, Stiles...

– Eu não posso...!

Quando e disse isso eu levei minha mão a meu coração, mas eu não sentia como se ele estivesse batendo. Era como se estivessem botando fogo; minha cabeça começou a doer e meus olhos a arder. Tive que fechá-los e isso me acalmou bastante. Coloquei minha mão na nuca de Derek e de repente eu estava enxergando de volta, mesmo de olhos fechados. Eu podia ver ela se movendo devagar sobre a nuvem de fumaça que produziu e sorri, sentindo tudo ao meu redor. Quando olhei diretamente para ela, percebi que em seu rosto ao invés de olhos, havia uma venda. Muito interessante.

– Você não vai fazer isso... – ela disse e desapareceu da minha vista, eu ri não seu por que.

Percebi que quem estava rindo era Derek e eu disse para que ele ficasse parado. Ele me obedeceu, sentando-se nas patas traseiras e então Lydia, ou a Banshee nesse caso, estava parada na minha frente. Ela abriu a boca para mim e eu senti como se tudo aquilo que estava quente em mim de repente estava indo para ela. Deixei de enxergar pelos olhos de Derek e abri os meus próprios. Percebi que eu a estava segurando pelo pescoço enquanto os olhos dela eram brancos com entradas azuis que aumentavam e diminuíam. Soltei-a com medo do que poderia estar fazendo e ela caiu de joelhos, voltando a sua forma normal. Derek passou o focinho na minha perna e eu agachei para ajuda-la, mas ela me parou com a mão.

– Uau... – ela disse tremendo um pouco.

– Desculpe, eu não sei o que eu estava fazendo... – disse meio culpado.

– Eu posso dizer... Apesar de ser uma alma penada... Eu realmente tive medo de morrer agora... – ela disse e começou a rir, meio tossindo no caminho.

– Eu quase... Te matei?!

– Na verdade, você só estava suprimindo o poder dela... – Derek disse na minha cabeça e eu olhei com medo e estranho – Uma banshee é um tipo de fada rebaixada. Você é muito mais forte que ela...

Não sabia se eu ficava feliz ou horrorizado com isso. Eu quase matei Lydia Martin! De repente, esse poder não era tão legal quanto eu pensei que era. Ela se levantou do chão e olhou sorrindo, como se eu não tivesse acabado de quase matar ela. Matar ela! Oh meu deus, o que diabos eu ia fazer agora?! Ela ainda estava me olhando quando Derek bateu o focinho de novo na minha perna e eu acho que perdi alguma coisa.

– Eu disse: Quem é ele? – Lydia perguntou, apontando para Derek.

– Hun... Derek...

Eu disse e olhei para ele. Derek acenou um sim com a cabeça e de repente estava se transformando na sua forma humana, e nu! Oh meu deus, eu não vou viver para ver o final disso eu vou?! Dei um grito e Lydia levantou as sobrancelhas, corando. Tive que entrar na frente dele para ela não ver... hã... certas coisas. Quando olhei para cima ele estava com uma carranca fofa e os braços cruzados.

– Bem... – ela disse com o rosto vermelho.

– Derek, por favor, volte e vá arranjar umas roupas... – eu disse dando um tapa na minha própria cara.

Ele olhou para mim e se abaixou, tirando minha mão do meu rosto e balançando meu cabelo com a outra, esfregando ainda o nariz no meu pescoço. Depois ele se transformou em lobo de volta, saltando para longe com um rosnado. Senti meu rosto ficar quente e Lydia me deu um pequeno sorriso. Ela agarrou meu braço e começou a me levar para fora do campo de lacrosse. Quando chegamos à entrada da escola, onde já não tinha mais ninguém (ou deveria), nós encontramos Derek escorado em um lindo carro esporte preto.

– Olha só, seu cão é quente...

– Eu sou um lobo... – Derek rosnou, tirando os óculos escuros só para mostrar a sua íris azul brilhante.

– Vamos logo...! – Ela disse, entrando no banco de trás e empurrando Derek de lado um pouco.

– Como...? – eu comecei a perguntar e ele sorriu para mim sacana – Quer saber, eu prefiro não... – respondi, passando para o banco do passageiro.

Ele fechou minha porta e correu para a sua, sentando e virando a chave. Ele mandou vestirmos o cinto e deu partida. Chegamos à casa de Lydia em um recorde de vinte minutos e nós dois estávamos rindo feito bobos quando descemos do carro.

– Eu vejo você amanhã Stiles... – ela disse do portão – Tchau Derek.

Ela se foi e nós dois voltamos para o carro assim que ela fechou a porta de casa. Novamente, Derek correu em direção a minha casa, e eu não pude deixar de rir, eu não sei o que era tão divertido sobre correr, mas eu não podia deixar de me sentir feliz. Quando ele estacionou na porta da minha casa eu suspirei, já com saudade. Ele se virou para mim enquanto tirávamos o cinto de segurança e ele pegou na minha mão, deixando um beijo nela e depois esfregando o nariz.

– Eu sempre vou te proteger, por isso, me chame...

– Uh! – senti meu rosto ficando quente quando ele fez isso e olhou para mim com um rosto de dor – Eu vou... P - Prometo...

Ele sorriu para mim e nós ficamos em silêncio assim. Não sei por que, mas senti como se todo o meu corpo formigasse e ficasse quente de novo, então ele fechou os olhos e encostou sua testa na minha. Senti meu rosto ficar ainda mais quente e nós estávamos perto demais para o meu bem, contudo, parou quase imediatamente o formigamento.

– Fique calmo... – ele disse baixinho e eu olhei para o nariz e boca dele, que estava meio aberta.

Imaginei como seria se eu pudesse tocar, se eu pudesse beija-lo... Como seria? Será que ele iria gostar? Será que eu ia gostar?

– Obrigado... Por hoje... – eu ainda estava meio envergonhado e me afastei dele um pouco, mas ele segurou a minha mão.

Na mesma hora alguém bateu no vidro do carro. Eu não me lembrava de eles estarem fechados, e quando Derek desceu o seu eu vi a cara do meu pai aparecendo ali. Soltei minha mão dele na mesma hora e tentei parecer normal. Mas o meu pai tinha um sorriso no rosto e uma cara muito irônica.

– Qualquer travessuras que os dois querem me contar?

– N-Nada aconteceu aqui! Tudo normal, super normal! Né Derek? – eu disse nervoso e gesticulando – Estamos muito bem, sem fazer nada. Aqui. No carro. Conversando...

Meu pai me deu uma olhada estranha e eu senti meu rosto corar, mas Derek logo interviu.

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– Eu levei Stiles e uma amiga para passear de carro.

– Bem, então você pode ir à delegacia essa tarde pagar essas multas... – ele disse, entregando a Derek que balançou a cabeça concordando.

– É claro, xerife.

– É bom vê-lo, Derek... – meu pai disse, apertando a mão dele – Stiles, casa! – ele disse já se afastando.

– Pai! – eu disse me sentindo ainda mais envergonhado.

– Agora! – ele gritou da porta.

– Eu tenho que ir... – suspirei e comecei a abrir a porta – Te vejo depois...?

– Tchau Stiles...

Sai do carro e fui para casa. Se alguém me perguntar eu negaria, mas eu realmente corri para a janela a tempo de o ver colocando os óculos escuros e sair correndo com o carro. Sorri pensando quando seria a próxima vez que iriamos nos ver.