Sob um olhar mais Severo

Uma conversa civilizada


Pov Belle

– ...O que eu estou tentando dizer é... Belle, eu não posso mais com isso. - Eric suspirou, triste.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Eric estava desolado, e isso era desde que aquela pequena discussão hoje mais cedo. Mas, depois, Sophie apareceu, e daí corremos para cuidar do Neville porque ele tinha acabado de levar uma surra do Crabbe e dos outros alunos da Sonserina, e depois... bom depois voltamos para o salão comunal, e então ele resolveu falar comigo sobre o assunto pendente.

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– Não pode mais com o quê? - eu o olhei, confusa.

– Está vendo? Está vendo? É disso que eu estou falando! - Eric gritou - Você não me escuta! Não presta atenção em mim! Nem sequer ouve o que eu falo! Como podemos continuar com isso?

– Onde você quer chegar com isso? - eu sussurrei.

– Não podemos mais ficar juntos. - ele disse, cortando meu coração.

***

Eu abri meus olhos, sentando na cama. Sophie parou na porta do dormitório, olhando para mim, com seus olhos azuis arregalados. Ela quase derrubou sua escova de dentes no chão ao me ver.

– Pardón, eu... - ela sussurrou - não quis te acordar.

– Eu já estava acordada. - eu levantei, sentando na janela do dormitório.

– Aham, acredito... - ela sussurrou, debochada - Je crois en toi(Acredito em você). Afinal, estava sonhando com o que, pra acordar desse jeito?

– Não estava sonhando, estava lembrando. - eu suspirei.

Olhei para fora, vendo o céu escuro. Já deve ser quase meia-noite. Normalmente, a Primm e a Emilia, as garotas que dividem o dormitório com a gente, estariam mandando a gente calar a boca. Mas só que todas elas já foram para suas casas passar os feriados de fim de ano. Isso significa que temos o dormitório todo só para nós duas.

– Pelo amor de Merlin, Belle! - Sophie sentou na cama dele - Pare de resmungar por causa do Eric!

– Por que diz isso? Heim? - eu rosnei - Agora tá do lado dele, é? Mesmo depois dele ter quase te batido?

– Belle, não seja ridícula. Sabe que eu não estou do lado dele. - ela se sentou em sua cama - E para ser honesta, acho que nem do seu.

– Então, de que lado você está? - eu perguntei.

– Do meu, - ela deitou em sua cama - obviamente.

– Isso não é uma opção. - eu ri.

Ouvimos batidas na porta. Olhei para Sophie, mas ela enfiou a cara no travesseiro, o que quer dizer, além do fato de ela estar claramente me avacalhando, que ela não ia se mexer. Então eu, bufando, levantei e abri a porta. Eu não queria ter feito isso.

– Ah, falando no diabo... - eu cruzei os braços.

– Podemos conversar? - Eric sussurrou.

– Eu não tenho nada para conversar com você. - eu segurei a porta, mas então decidi não fechar - Aliás, eu tenho sim. Você é um canalha! E um imbecil! E um bruto! E um neandertal!

– Posso ao menos falar com a Sophie? - Eric sussurrou novamente.

– Mas é claro que não! - eu trovejei.

– Entra, Eric. - ela gritou da cama dela - E não precisa se preocupar, só tem nós duas aqui, e eu não deixo a Belle te morder, a menos que seja necessário.

Eric entrou lentamente no quarto, mantendo contato visual comigo. Posso dizer que, aliás, é até meio divertido ver ele, um jogador de quadribol, ex-aluno da Durmstrang, com medo de mim, e com razão. Sophie sentou em sua cama, dando espaço para que ele sentasse ali também. Era possível ver as nuvens negras trovejando ali. O clima estava bem pesado.

– Antes que um de vocês diga alguma coisa, eu quero contar algo. - Sophie falou - Quando eu estava procurando a Belle, passei pelo pátio da Transfiguração, e em uma das paredes, estava escrito de vermelho "Armada de Dumbledore: o recrutamento começou".

– Neville está mesmo se mobilizando. - Eric comentou.

– É, ele é um garoto muito determinado, - eu concordei - acho que herdou isso dos pais.

– Gente, olhem onde eu quero chegar: Neville acabou de declarar guerra contra os Carrow. - Sophie explicou - Agora, as torturas, represálias, tudo vai piorar!

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– É, os Carrow não vão deixar barato, com certeza. - Eric concordou.

– É por isso que precisamos nos preparar. - Sophie continuou - Com uma guerra chegando, não vai dar mais para contar com as poções do Slughorn, que aliás, até se arriscou demais nos ajudando. Vamos precisar de muita coisa, só de poções, gazes e esparadrapos, vamos precisar do dobro, sem falar de feitiços de defesa e de cura avançados, que vamos ter que aprender.

– Eu ainda não tinha pensado nisso... - eu sussurrei.

– Por isso se tornou importante ir pra casa, Belle. - Sophie me olhou - Eu sei que o plano inicial era ficar e ajudar, mas se a gente não tem o que precisa aqui, vamos ter que ir buscar. A Mamie pode me ajudar com algumas poções, e se eu falar com a Madame Maxime, ela me ensina algumas coisas bem úteis. Aposto como seu pai também ajudaria muito, se você pedisse.

– Ela tem razão, sabe. - Eric sussurrou.

Eu apenas respirei fundo olhando para eles. Eu sei que eles tem razão, mas confesso que agora que o Eric está me pressionando para voltar para casa, eu não vejo razão para voltar. Não quero dar esse gostinho de vitória para ele, e eu sei que os meus filhos estão bem cuidados com a mamãe. E, além do mais, não quero ficar perto do Eric por muito mais tempo.

– Ah, e a propósito, - Eric se virou para Sophie - que feitiço foi aquele que você usou contra os Dementadores?!

– Um patrono. - eu respondi - Mas aquele feitiço é muito avançado, meu pai disse que quase nem era ensinado! Eles ensinam isso em Beauxbatons?

– Não. Eu não conhecia o feitiço. - Sophie contou - Quando Eric me jogou no chão, eu entrei em uma lembrança do Harry. Honestamente, nem sei como fiz isso, geralmente eu não consigo. Ainda mais acessar uma lembrança útil.

Sophie abaixou a cabeça por um instante, um tanto triste por pensar no Potter novamente. Coisa que ela tem feito muito. Certo, isto já se prolongou demais, eu preciso dormir, e não quero mais certas pessoas no meu quarto.

– A gente pergunta sobre esse feitiço pro Neville amanhã, tá? - eu os olhos da Sophie brilharem com meu comentário - E, se não tem mais nada para dizer, Eric, pode sair. Eu quero dormir.

Eric suspirou,derrotado. Ele sabe que fez burrada, sabe que eu to furiosa com ele, e sabe que eu não quero explodir ninguém no meu quarto, não pelo castigo que isso poderia me trazer, mas simplesmente porque faria uma bagunça desgraçada.

– Eu sinto muito, Sophie... - ele sussurrou - Eu sei que o que eu fiz foi injustificável, e compreendo muito bem se você nunca mais quiser olhar na minha cara, e....

– Eric, pare. Eu não quero ouvir. - Sophie o cortou - Eu sei o que está acontecendo. É esse clima, escuro e sombrio... esses dementadores... esses professores... essa cicatriz maldita na minha mão... Está tudo nos afetando. Hogwarts está acabando conosco. Acabando comigo, com você, com a Belle, Neville... E se nós três começarmos a brigar entre nós, vamos acabar nos matando. Façamos o seguinte: se a gente for pra casa da Belle, a primeira coisa que a gente vai fazer é nos trancar em um quarto e fazer uma D.R., só nós 3. Bem longe disso tudo, vamos pensar com mais clareza, daí lá a gente diz tudo o que está sentindo, tudo o que está entalado na garganta. Mas até lá, vamos ficar unidos, nós 3. Eu só tenho vocês, se eu perder isso, não sei o que vai ser de mim. Eu prometo, que vamos poder discutir e nos matar entre si, mas só depois, quando tudo estiver bem. Até lá, temos que ficar unidos, ou os outros é que vão nos matar. Entendeu?

Eric sorriu, e abraçou a Sophie. Ela apenas me olhava, tentando caçar em meu rosto algum sinal de que eu concordava com aquilo. Mas a verdade é que, eu não queria voltar para casa, muito menos com o Eric. Ainda assim, sorri pra ela. Isso fez ela se sentir melhor.

– Ah, antes que eu me esqueça... - Eric a soltou e tirou algo do bolso do pijama verde - Você deixou cair.

– Meu colar de coração! Obrigada! - Sophie sorriu.

– Eu vi quando caiu, achei que você fosse querer de volta... - Eric disse.

Ela pegou o colar com a mão da luva e colocou no pescoço, mas ao fazer isso, deu um berro.

– HARRY!

– O QUE FOI, SOPHIE? - eu corri pra perto dela.

– Eu não sei... - ela suspirou - Coloquei o colar e levei um choque. Estranho, foi igual... sabe... igual quando você me devolveu meu colar no meu aniversário...

– Igual até demais.... - eu pensei, e logo eu já sabia o que estava acontecendo - Vadia...! Miserável...! Desgraçada!

Eric e Sophie me olhavam, confusos. Mas eu sei exatamente o que está acontecendo.

– Espera só até a gente chegar em casa! - eu gritei - Pensa que é o que pra ficar por aí enfeitiçando o colar dos outros?! Aquela velha miserável! Eu vou arrancar aquela peruca idiota dela! Eric, Sophie, façam as malas, a gente parte pra casa amanhã de manhã bem cedo! Vamos ter uma conversinha com a Tia Josepha!