Ajeitou a rosa branca no cabelo e a máscara no rosto.

Era o tão chegado baile.

Lucy estava usando um de seus melhores vestidos, este, era vermelho, ela não gostava muito desta cor, mas combinava com sua máscara e sua rosa.

Meguri conversou com alguns convidados, segurando uma taça de Champanhe em uma das mãos, enquanto sorria. Como conseguia sorrir assim?

Não conseguia sorrir sem sair uma careta.

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Caminhou até Meguri e o chamou.

— Miyuki e Aris estão nos chamando. – Sussurrou. – Vão fazer alguma espécie de entrada especial agora. Temos que nos apressar.

Seus olhos verdes não demonstravam animação nenhuma, ao dizer isso.

— Claro. – Meguri lhe estendeu o braço, onde Lucy enganchou seu braço ao dele.

— Se me dão licença, tenho coisas a resolver agora.

Acenou com a cabeça e sorriu falsamente para quem conversava.

Lucy podia ouvir sussurros das pessoas quando caminhava próxima de Meguri. Coisas como: "São um lindo casal", " Imagine as crianças que eles poderão ter um dia!", "São perfeitos juntos".

A Princesa odiava o segundo comentário em especial.

Sabiam que depois da entrada, teriam que dançar juntos, a de olhos verdes queria que Meguri não pisasse em seus pés em momento nenhum, seus sapatos eram demasiado altos para aguentar.

Esperava sinceramente que quando Meguri disse que sabia dançar bem, falasse a verdade.

Os sapatos altos daquele dia a incomodavam um pouco, e ficar com eles por muito tempo faziam seus dedos doerem.

— Está mais alta hoje, Lucy. Cresceu mais nesses poucos dias? Ah não, são só saltos ainda mais altos. Espero que não fique maior que eu! – Meguri debochou.

— Provavelmente o seu ego te diminuiu. – Olhou-o com ar de desprezo.

Isso foi suficiente para fazê-lo ficar em silêncio.

Não queria odiá-lo mas não conseguia ficar quieta diante de deboches. Principalmente sobre sua altura, Lucy praticava todos os tipos de atividades que poderiam ajuda-la a crescer, mas, nada feito.

— Queridos! – Miyuki abraçou-os. – Estão tão lindos hoje! Imaginem no dia do casamento!

Lucy cumprimentou a mulher com um leve aceno de cabeça ao se soltar do abraço.

— Ótimo, ótimo. Vamos deixar vocês dois entrar. Quando chegarem lá, a música irá tocar, então comecem a dançar. – Sorriu com delicadeza, os guiando até as portas.

Lucy mordia a bochecha por dentro, entediada, enquanto Miyuki dava mais alguns detalhes e ajeitava a roupa do filho.

Observou Meguri ficar emburrado e afastar a mãe, quando ela quis tentar arrumar seu cabelo. Meguri parecia uma criança birrenta com aquelas atitudes ao ponto de vista de Lucy.

Gostava do cabelo jogado e desarrumado, com algumas mechas caindo em seu rosto. Lucy só gostava que as mechas caíssem em seu rosto.

— ... – Suspirou e olhou para o lado, estendendo a mão para ela. – Me permite a honra desta dança?

— Hum... – Olhou-o de relance. – Não tenho outra escolha.

— É. Idem. – Deu o braço para ela. – Só finja.

Entraram novamente no salão, Lucy deu seu melhor sorriso, assim como Meguri, pelo menos naquele momento, tinham que fingir estarem felizes.

Segurou no braço de Meguri, e em uma das mãos dele. Enquanto os braços de Meguri a rodeavam, pairando na sua cintura.

A música começou a tocar suavemente, enquanto Meguri e Lucy rodopiavam o salão, numa dança cheia de graça ao olhos dos espectadores.

Os pés se mexendo com leveza, assim como os corpos, ninguém pisando no pé de ninguém, só nos próprios pensamentos.

Meguri puxou Lucy para mais perto durante a dança e a beijou, sem tirar as mãos de sua cintura.

A Princesa nunca tinha beijado ninguém antes.

A sensação fora... Diferente. Não fora um todo ruim, mas não podia dizer que havia gostado.

A dança se seguiu por mais alguns minutos e acabou.

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Pôde ouvir os vários comentários das pessoas a sua volta, dizendo o quanto os dois estavam apaixonados e aquele beijo provava tudo.

Lucy revirou os olhos discretamente.

"Se soubessem da verdade... Que os dois noivos que se amam tanto, na verdade, se suportam."

Ficaram de mãos dadas por algum tempo até cada um ir para um lado, Lucy se sentou em um sofá porque seus pés estavam doendo e Meguri foi se servir de Vinho ou Champanhe.

"Tudo para agradar". – Referiu-se ao beijo em seus pensamentos. Não gostava de Lucy mas não a odiava, apenas a beijou para parecerem felizes, como era o desejo de ambas as mães.

— Retornei. – Voltou para perto das mesmas pessoas com quem estava conversando, antes da dança.

Cumprimentaram-lhe sorrindo.

— Príncipe Meguri! A dança ficou maravilhosa, vocês dois são perfeitos um ao outro.

"Com certeeeza". – Ironizou em pensamento.

— Agradeço. – Sorriu. – Esperamos sermos plenamente felizes juntos.

— Sua noiva é realmente bonita. – Outro dos homens com quem conversava, comentou, sua máscara cobria quase todo seu rosto, menos a boca, que estava quase sempre sorrindo.

Meguri levantou uma das sobrancelhas, encarando o homem.

— Provavelmente agradecido. – Sua mão tremeu um pouco, quase derrubou a taça que segurava.

Quem era aquele sujeitinho pra falar de Lucy?

— O rostinho e corpo fino dela são realmente atraentes. – Concordou o primeiro.

Meguri sentiu um pouco de raiva, como ousavam falar da noiva dele, bem em sua frente?

— A atitude de uma criança... mas o corpo de uma bela mulher. – Riu, baixinho. – Você tem sorte, Príncipe.

— Muita... – Sua voz tremulou na raiva contida. Apertou o punho ao lado do corpo.

Sua paciência tinha limites, e agora, já havia passado muito.

— ... – Revirou os olhos e bufou. – É extremamente rude, e desnecessário da sua parte, cobiçar minha noiva, bem em minha frente.

— Não estou cobiçando nada. – Pegou uma taça de vinho tinto, que estava em cima de uma das mesas. – Ou talvez... sim.

Meguri passou pelo homem, chocando o ombro com ele.

— Nojento. – Murmurou baixinho, ao passar.

Resolveu ir até Lucy, que se ele se recordava estava sentada num dos sofás, porque seus pés doíam.

Iria para perto dela antes que mais algum idiota falasse de sua noiva daquele jeito.

Ela estava conversando com algumas mulheres, que elogiavam sua aparência e falavam de seus bonitos olhos verdes, como eram iguais os de sua mãe, por exemplo.

— Obrigada. – Agradecia, sem sorrir.

Ao se aproximar dela, Meguri a beijou e acariciou seus cabelos, fingiu um sorriso, também.

— Preciso conversar com você. – Segurou suas mãos e virou-se para as mulheres com quem sua noiva conversava. – Me desculpem, preciso roubá-la de vocês por alguns minutos.

Lucy não gostava da ideia de ficar beijando Meguri. Mas, tinham que fingir.

As mulheres sorriram diante de tal ato de carinho dos noivos.

— Fiquem à vontade, queridos. – A moça deu uma risadinha.

Meguri acenou com a cabeça, e segurou a mão de Lucy, a levando para longe.

Lucy ainda conseguiu ouvir as moças comentarem algo como "Esse jovens... Sempre tão apaixonados!"

Meguri e Lucy se sentaram num canto mais afastado.

— O que foi, Meguri? Aconteceu algo? Parece diferente. – Comentou observando o rosto do jovem. Com o sorriso desfeito, ele parecia nervoso.

— Olhe, Lucy. – Segurou suas mãos com firmeza. – Posso não gostar de você e nem você de mim, mas, você sabe que é muito bonita, certo? Realmente muito bonita em comparação com outras jovens. Eu já conheci outras.

— ... – Ela levantou uma das sobrancelhas. – E onde quer chegar com isso?

— Você é minha noiva, e eu não quero ouvir nada que seja rude ou assediador, sobre você. – Seu olhar se manteve firme. – Mas, foram coisas como estas, que eu acabei de ouvir.

A Princesa assentiu com a cabeça, para confirmar que tinha entendido.

— Podemos... hum, ficar próximos, até o fim do Baile? – Abaixou a cabeça. – Esse tipo de comentário não me agrada. Me preocupa. Você é uma mulher, depois de tudo.

— Hum. – Olhou para um quadro na parede, suspirando, logo em seguida. – Tudo bem, tudo bem.

Meguri suspirou aliviado.

— Que bom que se aceitou. Se não, acho que alguns nobres iriam sair de nariz quebrado daqui.

Lucy olhou para Meguri, curiosa.

— Obrigada, então. – Voltou a observar as pessoas, que estavam falando alto e gritando, com a monotonia de seu olhar de sempre.

— Você sempre usa essa rosa, Lucy? Só vi você em algumas fotos, e duas vezes pessoalmente, mas você está sempre com ela...

— Ela é importante. – Não desviou os olhos das crianças que se enchiam de bolo.

— ... Imagino. – Sentou-se ao seu lado, não queria mais conversar com nenhum dos convidados, depois daqueles comentários.

— Ela é realmente... muito importante. – Suspirou, não sentia vontade de chorar, naquele momento, mas sentiu-se um pouco triste. – Foi... um presente. De alguém muito importante pra mim.

Lucy também tinha visto fotos de Meguri, ele sempre parecia estar sorrindo, ela nunca sabia dizer se eram sorrisos verdadeiros. Nem mesmo, quando o viu sorrindo pessoalmente.