Small obsession

Capítulo 27 - Meu pequeno pedaço do paraíso


— Ichigo —

Eu estava entediado, mas mesmo assim não conseguia sair dali. Sentia-me como uma estátua de cera a observar o vazio horizonte azul sentado a frente do pequeno lago da propriedade de minha família. Ali onde havia passado muitas tardes ao lado de Rukia.

Já faziam dois dias que minhas férias haviam começado e eu não me sentia feliz. A única coisa que existia em meu peito era o vazio que nascerá pela distância, eu era uma casca seca e vazia longe de minha pequena. Eu estava fraquejando e sabia disso.

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Havia prometido a mim mesmo que tentaria o melhor de mim para estar ao lado de minha família, mas tudo o que conseguia fazer era ficar ali remoendo minhas tristezas e frustrações, deixando-os preocupados. É logico que andava mais presente acompanhando-os nas visitas a minha mãe, mas mesmo assim minha cabeça ainda estava pensando em Rukia, desejando internamente que ela também estivesse pensando em mim.

Suspirei observando o céu azul sobre minha cabeça. O dia estava ensolarado tornando o clima agradável para um passeio ao ar livre com a família, mas eu realmente não estava a fim, não queria ver olhar de pena e preocupação no rosto de minhas irmãs mais novas.

— Ichi-nii! — Ouvia a voz de Karin chamar-me ao longe.

— O que foi? — Perguntei ainda sentado, olhando-a se aproximar por cima do ombro. Ela corria animada em minha direção.

— O Kaien quer falar com você. — Declarou ela fazendo meu estômago revirar por suas palavras. Sabia que ele queria falar comigo, mas havia me esquecido completamente ao saber de sua partida para a cidade onde ele agora residia.

— Diga a ele que já vou. — Falei respirando profundamente para enfim, confronta-lo.

— Não precisa Karin-chan, eu já estou aqui. — Declarou ele caminhando lentamente até nós sorrindo.

— Certo. — Falou ela correspondendo ao sorriso dele ao sorrir de volta. — Vou ajudar Yuzu com os preparativos para o jantar. — Completou ela deixando-nos a sós.

Um silêncio denso e pesado caiu entre nós, eu não sabia o que viria e ainda não estava preparado para enfrenta-lo. Já havia decidido por desculpar-me, mas as palavras simplesmente não saiam, para libertar-me de minha culpa.

— É bonito, não é? — Começou ele cortando o silêncio.

— O que?! — Indaguei confuso.

— O lago. — Falou sentando ao meu lado para observar melhor a paisagem. — Descobri que esse era o lugar preferido de Rukia, ela me contou quando namorávamos. Mas sabe? Sempre odiei vir aqui. — Confessou sorrindo. — Sabe o porquê de eu ter odiado esse lugar? — Questionou sem encarrar-me.

— Não. — Respondi sem entender aonde ele queria chegar.

— Por sua culpa. — Disse sincero de maneira simples. — Ela sempre me falava o quanto esse lugar a fazia lembrar-se de você e eu odiava isso. Odiava ver o amor e a ternura nos olhos dela ao falar de você. Sabia que mais cedo ou mais tarde vocês ficariam juntos e foi esse meu maior erro. Eu construí um amor fragilizado pelos ciúmes e pela insegurança e logo depois eu desisti fácil. — Falou. — Meu pequeno paraíso desmoronou, assim como o seu desmoronou a dias atrás. — Completou deixando o silencio reinar entre nos mais uma vez.

Não sabia o que falar, estava indignado com todas aquelas palavras e não conseguia pensar em nada a não ser o quão corajoso Kaien era por estar compartilhando tudo aquilo comigo.

— Ahh eu fui um grande idiota! — Exclamou ele sorrindo. — Mas sabe de uma coisa?! — Indagou olhando serio. — Eu devo lhe agradecer. — Disparou sem desviar os olhos dos meus.

— O que?! — Falei indignado.

— Foi graças a tudo o que você fez que eu pude encontrar a pessoa realmente certa para mim. — Declarou sorrindo verdadeiro.

— Como assim? Me explica isso direito, idiota. — Falei impaciente.

— Calma aí, foguinho. — Rebateu ele socando-me no braço. — Eu estou noivo e irei me casar dentro de algumas semanas, é por isso que estou aqui. O tio permitiu que a festa seja aqui na chácara. — Falou alegremente.

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— E-Eu não sei o que dizer. — Confessei desviando os olhos.

— Comece me dando os parabéns, nê?! — Exclamou.

— Não. Você não me entendeu. — Falei. —O que eu quero dizer é: Você não me odeia? Não guarda rancor? — Questionei angustiado.

— Sabe, eu realmente te odiava e te odiei ainda mais quando descobri a verdade, mas depois de conversar com o tio e saber de tudo pelo seu ponto de vista não sinto mais nada, apenas peço que faça a Rukia feliz. Ela merece isso. — Falou olhando-me seriamente.

— Isso se ela me quiser de volta. — Murmurei desanimado.

— Não seja idiota, idiota. — Gritou ele apertando minha cabeça de maneira bruta.

— Me solta, seu maldito! — Exclamei empurrando-o.

— A Rukia não resiste a você, idiota. Você já devia saber disso. — Resmungou ele voltando a sentar ao meu lado pensativo. — Eu não sei como vão ser as coisas daqui para frente, mas apenas lhe digo para espera e principalmente, ouvir seu coração, assim logo tudo se encaixará da maneira certa. — Completou sorrindo.

— Você parece uma mulher falando assim todo romântico. — Falei desdenhoso rindo da cara indignado com a qual ele me olhava.

— Cala a boca, maldito. — Gritou. — Eu aqui te dando apoio moral e você me trata assim? Vai se foder! — Exclamou pondo-se de pé.

— Desculpe. — Resmunguei contrariado.

— O que? Eu não ouvi. — Debochou ele.

— Desculpe, idiota! — Exclamei. — Desculpe e obrigado por tudo. — Completei baixo.

— Certo, certo. — Falou ele caminhando. — Vamos, tem algo que eu posso fazer para lhe ajudar. — Declarou ele esperando-me segui-lo.

— O que é? — Perguntei interessado.

— Você só precisa aceitar um pequeno convite meu e pode deixar o resto comigo. — Falou deixando-me curioso.

— Que convite? — Perguntei desconfiado.

— Está curioso? — Perguntou sorrindo ao ver-me negar. — Pois então só te conto depois do jantar. — Rebateu deixando-me indignado e curioso para trás.

Parece que tudo estava se encaixando aos pouco e me sentia feliz por isso. Entendia perfeitamente tudo o que Kaien tinha me falado e o admirava pelo homem que ele havia se tornado. Esperar agora era o mais certo a se fazer. Não sabia como seria dali para frente, nem sabia como as coisas aconteceriam, mas eu definitivamente nunca desistiria de minha pequena mulher, minha amiga e amante particular.

— Ei me espera, maldito! — Exclamei correndo atrás dele para alcança-lo.

— Anda logo, ainda quero lhe falar da minha noiva. Ela é tão linda. — Respondeu ele.

— Não mais que a minha Rukia. — Rebati sorrindo vendo-o revirar os olhos.

As coisas mudariam muito dali para frente e eu não perderia nenhuma dessas mudanças, esperando a hora certa de voltar para os braços de minha Rukia, onde meu pequeno pedaço paraíso se tornava real.