Six

Capítulo 15


As luzes de emergência se acenderam.

- Que ótimo! Agora estou presa com você! – disse me afastando de Andy.

Não é que achasse isso realmente ruim, quer dizer, é que ficar ali presa com ele era meio...

Perigoso?

- Minha presença te incomoda tanto assim? – perguntou Andy assustado com minha reação.

- Não é isso...

- Sabe, eu já to cansando disso. Se você me odeia tanto, então some da minha vida!

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“Some da minha vida”, aquilo me atingiu como se alguém tivesse me acertado com uma faca. Não consegui responder, apenas me sentei no canto do elevador. Andy resolveu usar o telefone do elevador para avisar que estávamos presos:

- Oi... Sim, ficamos presos. Como? Oo Tudo isso? Por quê?- Andy parecia esperar enquanto quem atendeu respondia- Entendi! Tudo bem... Se não tem outro jeito.

Fitei-o á espera de uma explicação, ele começou a falar:

- Acabou a energia do prédio por causa da chuva e, pra ajudar, o elevador teve um problema técnico. Agora vão esperar a energia voltar pra poder concertar e o concerto leva mais ou menos 40 minutos.

- Parece que não vou poder sumir da sua vida tão cedo então!

- Isso quer dizer que você me odeia?

Os olhos dele estavam quase “implorando” para que eu dissesse não. Não tive forças para responder. Sabia que ia começar a chorar então coloquei minha cabeça entre os joelhos para que ele não percebesse. Tentativa em vão. Andy se ajoelhou na minha frente e ergueu meu rosto, afastando as mechas de cabelo que o escondia:

- Odeia?

- É claro que não! Para de tentar reverter a situação! Foi você quem falou que quer que eu suma da sua vida!

Ele enxugou com o dedo uma lagrima que escorria em meu rosto.

- Emi, eu não quero que você saia da minha vida. Eu só estou tentando entender o que tá passando na sua cabeça. Uma hora você fala como se eu fosse um príncipe encantado e no minuto seguinte como se eu fosse um serial killer te perseguindo. Me explica o que tá acontecendo! E não vem com desculpinhas do tipo “você não gosta de mim” por que ambos sabemos que isso não é verdade!

- Tá! Vou ser o mais sincera possível e dane-se se você vai me achar uma idiota. Andy, você é perfeito! É lindo, simpático, fofo, engraçado, canta muito bem... E eu? Eu não sou nada perto de você! Você vai estar sempre cercado por menininhas perfeitas, e eu não vou te culpar por querer alguma delas! Por que eu sei que eu não te mereço!

- VOCÊ é perfeita pra mim, só VOCÊ! Aquelas meninas não passam de um bando de idiotas! E daí se elas vão estar sempre á minha volta? Eu não quero elas, nunca quis e nunca vou querer! Eu te amo! Será que é tão difícil assim de entender?

Não consegui responder, abaixei a cabeça de novo. Andy saiu de onde estava e se sentou do outro lado do elevador.

Não era difícil de entender, era difícil de acreditar! O que ele tinha visto em mim? Eu não tinha graça nenhuma! E ele... ele era perfeito.

- Andy eu... Você tá chorando? Oo

Quando vi lagrimas escorrendo pelo rosto dele fui pra perto instintivamente.

- Andy, não chora...

- O que você espera que eu faça? É a segunda vez que falo que te amo e, pela segunda vez a resposta foi longe do que eu esperava. Quer dizer, pelo menos na primeira vez tive alguma resposta!

- Desculpa é que...

- Eu não quero que você peça desculpas! Só não quero que me peça pra não chorar porque isso não é voluntario!

Quando em dei por conta, já estávamos abraçados. Ficamos assim até que ele conseguisse controlar as lagrimas e então voltou a falar:

- Olha, não se sinta culpada. O fato de eu te amar não te obriga a me amar também. Sinto muito chorar na sua frente é que...

Cortei o discurso dele com um beijo demorado, que deixou ambos sem fôlego. Fiquei um temo com a testa encostada na dele, até que minha respiração se acalmasse:

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- Eu também te amo!

- Como? – ele disse assustado, se afastando para poder enxergar meu rosto.

- Andy, você me deixou confusa, desde o começo. Eu estava enlouquecendo e por isso não conseguia responder. Mas, se tem uma coisa de que nunca duvidei, é de que eu te amo! Sempre amei e, mesmo que você não em queira mais, duvido que vou deixar de te amar tão cedo.

Andy deu um sorriso e voltou a me beijar.

Poucos minutos depois, as luzes voltaram e o elevador foi concertado. Andy passou essa noite no meu apartamento. Dormimos abraçados, só isso. No momento, só estarmos juntos já era o bastante.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.