Simply Different

6° Capítulo - Suspensão


John novamente estava provocando um nerd. Harry, o garoto mais atrapalhado da escola e mais novo que ele.

Eu estava sentada no gramado do pátio da escola escutando música quando algo chamou minha atenção. John havia pego o livro que Harry lia, jogando-o no chão e pisando em cima do mesmo.

Eu já estava me levantando para ir na direção deles quando vejo alguém indo até lá. Arthur.

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Ele que até então sempre tivera com uma expressão calma, tinha o rosto avermelhado de raiva e andava a passos pesados até chegar ao local.

Ele chegou à frente de John e o segurou com força pela gola da camisa do colégio. E em um tom alto disse o quanto o achava babaca por mexer com outros por achar que é melhor que eles, sendo que não é. E pela primeira vez, tanto eu quanto todos os alunos do colégio vimos John sair com o “rabo entre as pernas” após ser humilhado, sem falar nada. Todos estavam com a boca aberta em perfeitos “O” inclusive eu.

Arthur ajuntava o livro do chão que agora estava um tanto “destruído” enquanto Harry lhe agradecia timidamente por tê-lo ajudado. Eu que agora estava um pouco próxima dos dois, pude ouvir o que falavam.

– Esse livro ta meio destruído agora, digo, algumas páginas se encontram rasgadas. Você ainda não terminou de ler? - Arthur perguntou ao mais novo. Que balançou a cabeça repetidas vezes indicando que não. - Bom esse é meu livro preferido... - ele disse pensativo olhando para o titulo que se encontrava na capa. O que eu até então não conseguia ler. - se quiser posso te emprestar o meu.

– Ah não precisa. - Harry respondeu envergonhado.

– Claro que precisa. Aquele babaca estragou o seu. E não será incômodo algum para mim.

– Ok. – o nerd respondeu, se despediu e foi em direção ao refeitório.

Arthur ficou ali parado olhando fixamente para o livro destruído que estava em suas mãos. Por pura curiosidade para saber o título do mesmo, fui até onde o garoto estava.

– Oi. - cumprimentei com a voz baixa.

– Oi. – ele disse e só depois tirou o olhar do livro para ver quem era. - Você? Pensei que me odiasse. – falou sério.

Logo o arrependimento por ter ido falar com ele, me invadiu. Mas ele logo abriu um belo sorriso, fazendo-me perceber que era apenas uma brincadeira.

– Ah eu realmente te odeio. - sorri. - Mas achei legal da sua parte proteger Harry daquele idiota.

– É, ele um é bom garoto. – ele disse me olhando nos olhos.

Arthur tinha os olhos incrivelmente negros. E ele tinha um olhar diferente. Como se fosse capaz de me hipnotizar se quisesse.

– Mas então esse livro aí é o seu preferido? - falei apontando para o livro. Ele me olhou confuso. - Desculpa, ouvi um pouco da sua conversa com Harry.

– Ah sim. É este livro é realmente perfeito. Acho que você também deveria ler.

– Eu? – perguntei confusa.

– Sim. Sangue de lobo é o livro com o melhor enredo de todos. Pelo menos do meu ponto de vista.

Então este era o título do livro. Sangue de lobo. E porque ele me chamou tanto atenção? Porque eu sentia a necessidade de lê-lo? Só porque o mesmo era o livro preferido de Arthur? Não nada a ver. Ele só tem uma capa diferente o que deixa qualquer leitor curioso.

– Sophia! – Arthur falou um tanto alto tirando-me de meus pensamentos e me trazendo para o mundo real.

– Oi! Desculpa! Mas... É... Depois que Harry ler o livro você pode me emprestar?

– Eu posso emprestar amanhã mesmo. - o olhei confusa e então ele explicou. - eu tenho 3 Sangue’s de lobo.

– Nossa. Este livro deve ser realmente bom. - falei.

Ele sorriu.

– E é mesmo. - ele confirmou e então ficamos os dois em silêncio até que o sinal tocou.

Nunca fiquei tão feliz por o intervalo ter acabado. Aquele silêncio que se instalou entre eu e Arthur estava me deixando realmente incomodada.

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– Bom eu vou indo então. A professora Cláudia de História não é lá muito simpática com os alunos que chegam atrasados. - falei. Ele riu.

Nós tínhamos quase todas as aulas juntos, mas literatura não era uma delas.

Aquela professora é insuportável e às vezes ela chega na sala antes mesmo do sinal tocar. Mas graças a minha pressa para chegar à aula e a minha falta de equilíbrio, eu tropecei em sei lá o que e caí de cara no chão. Droga!

Porque eu sempre tenho que bater meu nariz quando caio? Me fizeram alguma macumba. Por sorte o corredor estava vazio, ou quase isso. Pois quando levantei aos berros condenando o santo objeto ou sei lá o que, que me fizera cair, vi Harry me olhando de olhos arregalados. Ele estava pálido como uma vela e eu acabei me assustando ao vê-lo assim e comecei a gritar como uma retardada.

– SOCORRO! SOCORRO! O HARRY MORREU E VIROU UM FANTASMA! SOCORRO!

Eu realmente disse isso? Acho que esse tombo afetou seriamente o meu cérebro, e não só o meu nariz.

Harry começou há rir exageradamente, a ponto de se escorar na parede do corredor onde estávamos até recuperar o fôlego. Eu o olhava pasma. Ele estava rindo de mim? Esse garoto deve ter perdido o amor pela vida! Pelo menos graças a Deus ninguém ouviu meus berros. Ou então ouviram e pensaram que era alguém fazendo uma brincadeira idiota já que eu tinha falado de fantasmas.

Depois de uns cinco minutos o nerd parou de rir da minha cara. E então eu pude começar há brigar com ele.

– Você está rindo de mim? Quem você pensa que é para rir de mim? Perdeu o amor pela vida foi? Não é só porque você é um nerd que eu não vá te matar por rir da minha cara! - eu podia sentir meu rosto ficando vermelho por conta da raiva.

Ele novamente ficou pálido como vela e não falou nada. Eu podia ver seu corpo inteiro tremer.

– Calma aí garoto! Não vai morrer na minha frente pelo amor de Deus. – falei e então ele aos poucos voltou a sua cor normal que não é lá muito morena e deu um sorriso torto.

E não é que esse sorriso torto do Harry era sedutor? Oh Deus.

– Desculpe. É que você começou a berrar dizendo que eu era um fantasma. Não pude conter o riso. - ele falou segurando a risada.

– Hei eu estava assustada. E tonta. Graças... - olhei para o chão para ver o que havia feito eu cair. - a esse caderno que eu tropecei.

Harry desviou o olhar de mim paro o chão e parecia culpado.

– Espera aí. Esse caderno é seu?

– É. – Ele respondeu e eu lhe lancei um olhar furioso. - Qual é! Se você não fosse tão distraída e nem ficasse correndo pelos corredores não teria caído. - disse por fim, num tom chateado.

– Eu estava atrasada para a aula Harry! A professora Cláudia... VAI ME MATAR! - Falei olhando para a tela do celular vendo que eu estava muito atrasada. - Eu tenho que ir. Mato você depois. Tchau. - falei já correndo em direção há minha sala.

Nem precisei chamar a professora assim que cheguei na porta da sala. Ela logo me viu e apenas falou, num tom exagerado:

– Vá agora para a diretoria Sophia Tayler!

E o que eu fiz? Eu disse que não iria já que me atrasei por ter caído. E mais, a chamei de velha rabugenta e simplesmente sentei na minha carteira, falei que iria dormir e não queria ser incomodada.

Ok eu não falei nada disso há minha professora. Esqueçam.

Enfim, eu simplesmente peguei meu material já que as últimas aulas seriam com ela e fui até a diretoria.

O diretor como sempre não estava de bom humor e quase me matou por chegar atrasada na sala de novo. É, eu havia chegado atrasada na aula umas 3 vezes essa semana e ainda era quarta-feira. Como eu fiz isso? Cheguei atrasada uma vez na primeira aula do dia e duas vezes com esta na primeira aula depois do intervalo.

O meu querido diretor estava recitando o discurso de sempre, sobre como eu era irresponsável, quando algum anjo enviado do céu bateu na porta da sua sala interrompendo-o. Ele bufou. Ordenou que eu lhe esperasse enquanto ele ia ver o que queriam. Infelizmente o anjo enviado do céu não demorou mais do que dois minutos falando com o diretor e logo ele voltou. E parecia ainda mais bravo do que antes.

– Então quer dizer que você chegou atrasada na aula porque estava berrando como uma louca no corredor Sra. Tayler?

Talvez o anjo que interrompeu o discurso chato do diretor não seja exatamente um anjo. Fofoqueiro idiota.

– Em primeiro lugar Diretor, não me chame de senhora porque o único velho aqui é o senhor! – falei irritada.

Os olhos dele se arregalaram tanto ao ouvir minhas palavras que eu pensei que iriam saltar de seu rosto. Credo.

– COMO É? EU SABIA QUE A SENHORITA ERA MAL EDUCADA MAIS NEM TANTO! VOCÊ ESTÁ SUSPENSA! – Ele falou exageradamente alto e eu o respondi com o mesmo tom de voz.

– BELEZA. VOU AMAR FICAR TRÊS DIAS SEM OLHAR PARA SUA CARA!

– O QUE? AGORA VOCÊ VAI FICAR UMA SEMANA EM CASA E NÃO APENAS TRÊS DIAS!

– ISSO NÃO É JUSTO. A SUSPENSÃO VALE SÓ POR TRÊS DIAS! - eu estava cada vez mais irritada e iria me ferrar e muito.

– EU SOU O DIRETOR. A SUSPENSÃO DURA QUANTOS DIAS EU QUISER!

Saí bufando da sala dele e bati a porta com força.

– E NÃO BATA A PORTA! - ouvi ele berrar lá de dentro.

Dane-se.