Simplesmente aconteceu

Já não tenho mais certeza de nada!


Após realizar uma tonelada de exames sou dispensada do hospital e Peeta segue para sua casa alegando que irá tomar um banho e que amanhã dava uma passada em minha casa, ele ainda está meio desnorteado com a notícia, mas eu realmente espero que ele se acostume, vai ser impossível passar por tudo isso sem ele.

Dou uma última olhada em minha mãe e volto para casa. Meu pai me deixa lá sozinha, dizendo que vai trabalhar, e se PUDER passa lá mais tarde. Minha família é tão separada, tão nada com nada, acho que meu pai as vezes nem se lembra que eu sou sua filha.

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Após comer umas besteiras que encontro pela cozinha, decido me deitar e ligar para as meninas, que ainda estão em Cancun. Depois da terceira chamada Annie atende.

– Oi Kat, e aí? O que aconteceu? – Pergunta Annie preocupada

– Oi Annie, será que você poderia colocar no viva à voz? – Pergunto quase chorando

Parece que a ficha ainda nem caiu, e ter que falar isso em voz alta me deixa ainda mais atormentada.

– Kat!!! – falam todas em uníssono

– Oii, tenho algumas coisas para falar – Digo e uma tontura toma conta de mim

– É muito grave? Fala logo mulher! – Fala Johanna extremamente curiosa

– É o seguinte, minha mãe está na UTI e eu est... estou g... grá... vida – Digo já chorando

– Você o que? – Perguntam todas espantadas

– Grávida, eu estou grávida – Digo soluçando

– Calma Kat, amanhã estaremos aí para te ajudar – Fala Clove tentando tentando transmitir segurança, mas não adianta nada.

– Não dá, minha vida é uma droga, nada está do jeito que eu planejei, eu não estou pronta para ser mãe, não estou! – Digo desesperada

– Kat, você precisa manter a calma, não pensa assim não, estaremos todas do seu lado – Fala Glimmer

– Obrigada meninas voc... – Sou interrompida pelo som da campainha

– Tenho que desligar tem alguém na porta, tchau, amo vocês

– Também te amamos, beijos!

Desço as escadas enxugando minhas lágrimas, e quando abro a porta me surpreendo. Peeta está na minha frente e ainda com uma mala nas costas. Ele nem me dá tempo de dizer nada e já vai entrando na minha casa e logo deposita um beijo em meus lábios.

– Hey, você estava chorando? – Ele questiona já me abraçando

– Tava, mas podemos falar disso depois? – Pergunto e ele assente

Subimos as escadas em um completo silêncio, a simples presença dele aqui já me acalmava. Ao entrarmos em meu quarto ele deixa sua mochila em qualquer canto e me segue até a cama, onde eu fico deitada em seu peito enquanto ele massageia minha cabeça.

– Sentiu mais alguma coisa hoje? – ele pergunta quebrando o silêncio

– Só uma leve tontura.

– Nada mais?

– Quer realmente saber? É o seguinte: eu não estou pronta, eu estava tentando ser forte mas eu não consigo, me diz como eu vou ser mãe aos dezessete? Eu não vou fazer mais nada, vou viver em função dessa criança! – Digo chorando

– Eu só acho que você se esqueceu de uma coisa, eu vou estar aqui, do seu lado para tudo – Peeta fala tentando me passar confiança, mas ao invés de ficar mis calma eu fico é mais nervosa

– Viu, e ainda por cima eu vou estragar a sua vida também

– Kat, você ainda não entendeu que esse filho é NOSSO, nós fizemos ele juntos, ele não vai estragar a minha vida!

– Você jura que não vai sair da minha vida?

– Eu te amo, e também já amo essa criança, eu NUNCA vou sair da sua vida. – Ele diz passando a mão na minha barriga, que por enquanto não tem nenhum volume

– Sabia que eu te amo? – Pergunto retoricamente

– Não. – Fala Peeta irônico se aproximando de mim

– Bobo. Eu te amo – Falo as palavras pausadamente e ele me beija

– Eu também – Ele fala dando pequenos intervalos no beijo

Nós ainda conversamos por muito tempo, e não sei exatamente qual foi o momento que dormi, mas sei que dormi sossegada, e protegida com Peeta ali do meu lado.

Acordo e dou de cara com Peeta ao meu lado dormindo feito um bebê, queria tanto acreditar que nossa vida vai ser fácil daqui por diante, mas eu tenho certeza de que não será, por mais que Peeta fale que tudo dará certo eu não consigo acreditar, ser mãe ao dezessete, sem mãe nem pai para me darem apoio, sem experiência nenhuma com bebês, ainda mais com um recém-nascido. O que eu irei fazer quando ele começar a chorar? Ou quando ele tiver todas aquelas coisas de bebês tem! Eu não sei cuidar nem de mim direito! Como criarei uma criança? Esses pensamentos invadem minha cabeça, tudo seria mais fácil se eu o entregasse para a adoção, sei que poderia ser difícil para mim, mas eu estaria dando a oportunidade dele viver melhor, com pessoas mais amadurecidas, mas Peeta não concorda, não há nada que eu possa fazer para ele mudar de opinião, ele estava tão decidido no hospital, é capaz de ainda entrarmos em uma briga e isso é a última coisa que eu estou querendo que aconteça.

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Peeta logo acorda, me fazendo sair rapidamente de meus pensamentos que na opinião dele são absurdos.

– Bom dia! – ele diz ainda manhoso

– Bom dia.

– Dormiu bem? – Ele pergunta e eu apenas concordo

– Eu vou ser sincera, eu não sou amiga da cozinha, e ela também não é minha. E deve fazer umas dez horas que eu não como nada, será que a gente poderia sair? – Pergunto e ele ri

– É claro, então vamos logo não quero deixar meu filho com fome – Ele fala eu dou um sorriso amarelo, eu queria evitar falar nesse bebê mas parece que vai ser impossível

Logo saímos, e ao chegarmos a padaria eu simplesmente peço metade do cardápio, não sei se são as horas sem comer ou a gravidez já fazendo efeito. E quando o pedido chega eu não olho para outro lugar, meu foco é a comida.

Após toda essa comilança, decidimos dar uma volta pela praia, onde encontro a última pessoa que queria encontrar na vida. Gale.