Silene de Claire: O Apoteose

Capítulo 10 - Primeira Filha de Hera


Seguir meu concelho valeu a pena, pensei como deveria agir com a Emilly, eu não sou como os outros deuses e preciso dar jus ao meu titulo. Me explicaria e pediria desculpas pela forma que agi. Em quanto à missão, ela decidiria se iria ir.

Esperei anoitecer, a lua brilhava no céu junto das estrelas, o sereno da noite me deixava com frio, esfreguei meus braços em uma tentativa falha de me aquecer. Respirei fundo, estava nervosa, mesmo antes eu não gostava de situações como essa, sempre me achei superior por ser filha de uma titã, eu tenho poderes que me permite enlouquecer qualquer pessoa, monstro ou semideus, tanto poder assim faria você se sentir como um deus, mesmo não sendo um, mas agora eu era.

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Não precisei bater na porta, na verdade eu nem sequer bati, a porta estava encostada. Rangeu levemente, mas não fez a semideusa acordar com o pequeno barulho. Com passos cuidadosos me dirigi até a cama que ficava em frente onde a Emilly dormia e me sentei e novamente respirei fundo. Eu realmente estava nervosa.

Chamei por seu nome.

— Emilly.

Minha voz não a acordou só a fez se virar para o outro lado da cama. A chamei novamente, um pouco mais alto. Mesmo estando de costas para mim pude perceber que tinha acordado, seu corpo ficou em alerta, um dos seus braços foi para debaixo do travesseiro em um movimento rápido se levantou e jogou uma adaga em minha direção, que desviei sem problemas.

— Silene.

— Olá Emilly – cumprimentei

— O que faz aqui? – perguntou.

— Sei que não quer me ver, mas preciso lhe dizer sobre que aconteceu aquele dia – comecei.

— Além do obvio?

— Eu não sabia que tinha me tornado uma deusa – revelei – Só soube quando cortei a minha mão ao seu pedido. Quando eu sumi e fui para o Olimpo, algo me levou até lá e completei a transição. – seu olhar já não estava tão irritado como antes, continuei. – Mas não foi só para dizer isso que eu vim, queria te pedir desculpas pela forma que eu agi. Acho que virar uma deusa amplificou o que eu já era.

— Então você já era mandona? – perguntou arqueando a sobrancelha.

— Sim – confirmei – Ser filha de Mnemosine me deu certo ego.

Ficou me encarando por alguns segundos até suspirar.

— Agradeço as desculpas, não deve ter sido fácil dizer com todas as palavras – sorri – A coisas que ainda não entendo, mas estou com sono demais para continuar com as perguntas.

— Obrigada – agradeci – Não irei, mas lhe perturbar – levantei.

— Antes quero que me prometa uma coisa – disse me fazendo a encarar com curiosidade com suas próximas palavras – Não deixe seu ego divino fazer você ser mandona, sua superioridade afasta as pessoas e você tem a eternidade, não vai querer encara-la sem seus amigos.

— Eu prometo – lhe disse – É melhor fechar os olhos.

Com um piscar de olhos voltei para o Olimpo.

— Aí esta você! – disse Afrodite atrás de mim. Pegou minha mão e começou a me arrastar – Estava te procurando, onde você estava? – perguntou – Não importa, soube do seu caso com Thanatos, quero saber tudinho! – a olhei surpresa, as noticias corriam rápido por aqui.

***

Na manhã seguinte deixei o Olimpo novamente, tinha um ultimo assunto para tratar no acampamento, depois não voltaria por um bom tempo. Na noite anterior logo depois de Afrodite me afrontar fomos para o seu templo, onde fui forçada a contar todos os detalhes do meu relacionamento com o deus da morte, em quanto eu contava a deusa do amor usava sua habilidades estéticas em mim.

Não me teletransportei direto para o chalé de Momo, seria bem desagradável se eu acaba-se transformando alguém em pó por acidente, apareci no alto da colina meio-sangue onde me esbarrei com três semideuses que acabavam de chegar.

Eles estavam ofegantes e cheios de cortes, as duas meninas ajudavam o companheiro, que estava mais machucado.

— Do que estavam correndo? – perguntou assustada

— Ainda estamos – respondeu o menino

O rugido que veio a seguir confirmava.

— Quem vai mata-lo? – perguntei

— Perdi minha arma – confessou o garoto

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— Você não pode matar? – perguntou a menina de cabelo castanho.

— Lei de não interferência – respondi, os deixando temerosos – Como uma deusa eu não posso interferir – disse os encarando com um olhar sugestivo – Mas posso defender o acampamento sem problemas, desde que fiquem fora do caminho – os três sorriram e correram para dentro da barreira.

— Afinal quem é você? – perguntou o menino

— Silene, a mediadora do Olimpo – respondi.

A criatura rugiu novamente, dessa vez próxima, correndo para a colina, reconheci no mesmo instante, um leão de nemeia. Fiz aparecer meu arco e flecha, usava muito em minhas primeiras missões, mirei e esperei pelo rugido, quando veio soltei a corda e a flecha o transformou em poeira dourada.

Um trovão soou no céu.

— EU CRESCI NESSE ACAMPAMENTO, EU POSSO PROTEGÊ-LO! – gritei para o céu, sabendo que Zeus me escutaria – Qual é o nome de vocês? – perguntei mudando meu tom para um mais simpático.

— Aline – respondeu a morena.

— Thiago – disse o menino.

— Alice.

— Meninas levem seu amigo até a enfermaria, aproveitem e fiquem por lá! – sugeri.

Depois de deixar o grupo fui a procura da filha de Momo, demorei a encontra-la, já que o ultimo lugar que procurei foi no campo de morangos.

— Oi, Emilly!

— Silene – acenou – Que roupa é essa? – franziu a testa confusa.

Olhei para o vestido de seda e voltei a olha-la.

— Noite com Afrodite – respondi.

— Certo.

— Preciso da sua ajuda – comecei.

— Nem vem! Não quero escutar, ainda to chateada! – interrompeu-me.

— Tem a vida de uma inocente em jogo, você é a única que eu posso contar – implorei.

— Inocente é?

Uma pontada de esperança surgiu em meu peito.

— É uma criança, preciso que fique perto dela.

— Isso é o trabalho de um sátiro! – cruzou os braços – Mas se veio até a mim, é porque só um sátiro não será o suficiente, o que é essa criança?

— Não poderá dizer a ninguém.

Emilly arqueou a sobrancelha e me lançou o olhar “ta esperando o que?”

Disse ao pé de seu ouvido, bem baixo.

— É a primeira filha de Hera.

Olhei para seus olhos arregalados.

— No que foi que você me meteu! – exclamou em choque.

— Eu sinto muito – desculpei-me – Mas eu não confiaria em mais ninguém.

— Você ficará em divida comigo.

Sorri.

— O que precisar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.