Show Me Love

Missing You


POV Fionna

Como o esperado, não dormi a noite toda, logo já eram 5:50 da manhã e eu tinha que me arrumar pra ir naquela droga de escola, ainda bem que as férias de julho já estavam chegando, junto com o verão, minha estação favorita pra amenizar essa tempestade dentro de mim (Nota do autor: lembrem-se que Marshall entrou no meio do ano e que nessa época são as férias de verão na Inglaterra)

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Tomei coragem e me levantei da cama, fiz minha higiene pessoal e desci as escadas, todo mundo estava na mesa, tomando café e a Harvey servindo eles

– Bom dia – Minha mãe disse bebendo seu chá como sempre

– Só se for pra senhora – Eu disse

– Responda direito sua mãe – Meu pai disse tirando os olhos do jornal

– O que eu fiz de errado dessa vez? – Eu perguntei me virando pra ele

Nada nunca está bom pra ele, só se dirige a palavra a mim pra me criticar, só se preocupa com negócios e não está nem ai pro que eu penso ou pro que eu acho, pra ele eu tenho que ser perfeita.

– Ela lhe disse bom dia, seja mais educada. – Ele disse voltando pra o jornal

– Eu não faltei com educação para com ela, Sr. Perfeição. – Eu disse enfiando a colher no cereal

– O que você disse? – Ele me encarou

– Eu só estou dizendo que não faltei com educação, só respondi o que eu penso. Não, não é um bom dia – Eu respondi

– Sua língua está muito afiada, mocinha, o que está acontecendo com você?

– Quer saber o que está acontecendo? Minha vida tá uma bela duma bosta porque meu pai quer que eu seja perfeita, minha mãe é uma perua que não está nem aí pra mim, eu sou sozinha nessa casa, fui sequestrada ontem e meu namorado está quase morrendo no hospital por causa de um erro meu, posso talvez estar grávida por causa de uma irresponsabilidade e meu mundo está desabando na minha frente sem eu poder fazer porra nenhuma. Só isso, tá bom pra você? – Isso foi o que eu queria responder, mas da minha boca só saiu – Nada, pai. Desculpe pelo meu comportamento inapropriado – Dei um sorriso claramente forçado.

– Você ainda não me respondeu aonde estava ontem – Minha mãe disse bebendo mais um gole de seu chá

Aquele café estava sendo uma tortura. Fiquei em silêncio

– Hã, Darling? Você ainda não me respondeu. Porque você sumiu o dia todo? Aonde estava?

Cake e Harvey olharam pra mim. Eu não fazia idéia do que dizer pra eles, seu eu contasse a verdade era certeza do meu pai querer conhecer o Marshall, aquele que seria o genro imperfeito no qual ele nunca aceitaria. Era arriscado também da Harvey perder o emprego, já que é minha sogra. Já pensou a empregada minha sogra? Meu pai nunca aceitaria isso, muito menos minha mãe porque isso ia manchar sua reputação de madame-família-perfeita (o que aquela casa estava longe de ser). Contar a verdade não era um opção.

– Fionna, não vai responder sua mãe? – Meu pai disse num tom rude

– E-eu... eu estava por aí mãe – Eu disse comendo uma colherada cheia de cereal

– Gaguejou porque? – Ele perguntou olhando fixamente pra mim

Falei algo com a boca cheia propositalmente pra que ele não entendesse, com a esperança de que ele não insistisse.

– Não fale com a boca cheia, responda direito – Ele insistiu

– Eu já respondi, pai. Estava por ai... – Eu disse revirando os olhos

– Por ai ONDE? – Ele disse levemente irritado

Harvey saiu da sala e foi para o jardim.

– Ela estava comigo, pai – Cake disse se levantando da mesa – Ela vive reclamando que eu não passo tempo com ela, então nós fomos ao shopping ontem. “Vambora” Fionna, Lembra que eu ia te dar carona pra escola hoje? – Ela piscou, mas acho que ninguém viu

Obrigada, Cake, você me salvou.

– Pronto Fionna, custava ter falado? – Meu pai disse

– É né, besteira – Eu disse dando uma risadinha nervosa e levantando rapidamente

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– Pensei que você estava em casa ontem, Cake. – Minha mãe disse segurando meu braço – Não vi você sair

– A senhora nunca vê nada, mãe – Cake disse tirando meu braço das mãos dela bruscamente – Agora nos dê licença, nós temos mais o que fazer, sim?

Minha mãe consentiu com a cabeça, mas estava claramente insatisfeita com aquilo. Não entendo porque meu pai não briga com a Cake, só comigo, mas enfim, nós saímos de casa e encontramos a Harvey no jardim.

– Como que “cê” tá, Harvey? – Cake disse com expressão compassiva colocando a mão em seu ombro

– Eu to levando do jeito que dá né – Disse ela já querendo chorar

– Olha, pode contar comigo pra tudo viu? A Fionna já me contou tudo, então, eu sei pelo o que a senhora está passando e sei que não é fácil

– Obrigada, Cake – Ela disse com um sorriso quebrado – Você é uma menina de ouro mesmo.

– Eu passo no hospital mais tarde, você vai querer alguma coisa? – Eu perguntei, já que ela só poderia sair do trabalho á noite

– Não, só diga pra Marceline ir pra casa, ela virou a noite lá no hospital, precisa comer, dormir

– Tudo bem, eu digo – Eu disse indo embora junto com a Cake – Fica com Deus

– Vocês vão com ele – Ela disse se virando

POV Cake

Acho que minha mãe viu que nós duas estávamos conversando com a Harvey, e a chamou pra dentro. Aquilo era de partir o coração, ela não merecia estar passando por tudo aquilo. Entrei no carro junto com Fionna, dei partida e fui em direção a escola (Fionna estava atrasada por sinal)

– Valeu por me livrar deles – Ela disse me referindo á nossos pais

– Que nada, eu já estava vendo a hora de você meter os pés pelas mãos ali – Eu disse rindo

– Sério cara, tu me salvou

– Hey, porque a Harvey não pode deixar trabalho pra ver o Marshall? Tipo, é filho dela que está no hospital

– Acho que o pai não autorizou ela, ele é um monstro mesmo, põe as próprias necessidades na frente da dos outros – Ela respondeu indignada

– Eu saio da faculdade meio dia, se você quiser que eu te busque na escola e te leve ao Marshall...

– Não precisa, o pronto-socorro é pertinho da escola, dá pra ir andando, não sei nem porque você está me levando de carro.

– Foi pra te tirar da mesa, anta – Ela disse – Ou você preferia continuar lá escutando sermão do pai e interrogatório da mãe?

– Não, é verdade – Ela disse baixando o olhar – Você acha que a mãe engoliu aquela história de ontem?

– Acredito que não, ela vai investigar a fundo nisso, não vai descansar até descobrir. Ela fútil mas de burra não tem nada.

– Esse é meu medo – Ela suspirou

– E quando ao Gumball? – Eu disse parando o carro e me virando pra ela

– Isso eu vejo depois, a prioridade agora é o Marshall – Ela disse abrindo a porta.

– Se cuida então – Eu disse de dentro do carro enquanto ela dava a volta, ela se inclinou na minha janela

– Você vai mais tarde ver o Marshall no hospital?

– Você sabe que eu não gosto de hospitais, e além do mais eu tenho que trabalhar depois da faculdade – Eu disse a ela esperando que ela entendesse.

– Sempre assim – Ela revirou os olhos

– Ta bom, eu vou mas é rápido – Eu respondi bufando impaciente

– Ain, te amo – Ela disse sorrindo – É que eu não queria ficar sozinha lá, depois que a Marcy for pra casa

– Tá mas eu já disse que é rápido – Eu disse ligando o carro de novo

– Tá né – Ela disse um tanto desapontada

– Tchau – Eu disse enquanto ela virava as costas e entrava portão á dentro.

POV Fionna

Me despedi da Cake e entrei no colégio, logo vieram aquele bando de gurias falsas, eu não estava aguentando mais aquilo

– Gente, vocês viram o Gumball? – A fulaninha disse com cara de preocupação – Ele não vem faz dois dias, ele não é de faltar

– Está em detenção – Eu respondi com cara de merda

– Porque você não veio ontem, fi? – A ciclana disse enrolando uma mecha do meu cabelo em seus dedos

– Tu não sabe da maior! Sabe o Marshall? O gatinho que senta lá no fundo? Foi encontrado num beco todo fu-di-do – Disse a outra que não sabia da mísera metade da história

– Dizem que rolou tiro e tudo – Falou a guria

– É, eu fiquei sabendo – Disse a Caroço – Uma pena né, que desperdício! Era um gatinho mesmo, se não tivesse todo estragado agora, eu pegava – Ela disse se apoiando em mim – Mas agora tá todo acabado, eca.

– Pois é, ele deve ter feito uma merda muito grande pra estar assim – Disse a fulaninha de novo – Disseram que ele apanhou daquele jeito porque estava devendo pra gangue, por causa de drogas.

– Verdade – Concordou a Caroço – Alguma coisa ele fez pra merecer, eu acho é pouco. Mas não tem problema, eu adoro bad boys.

– Ah, cala a boca sua biscate – Eu disse alto fazendo todas ficarem em silêncio me encarando com cara de surpresa – Vocês não sabem de nada, então parem de falar merda.

– Calma fi – A fulaninha disse colocando a mão em meu braço

– Tira a mão de mim, eu nem te conheço – Eu disse dando um tapa na mão dela

– Que isso Fionna, ta pagando de louca? – Caroço disse

– É isso mesmo, seu projeto de piranha! Já te aguentei por muito tempo – Eu disse me virando pra ela – Mas falar do Marshall já é demais, já to cansada de você e suas amiguinhas me enchendo o saco, falou? Eu não chamei nenhuma de vocês aqui, então parem de tentar serem minhas amigas, porque de gente falsa minha vida já tá cheia – Eu disse me virando, mas voltei – E mais uma coisa: Deixa de cuidar da vida dos outros e vai viver a sua, PIRANHA!

Sai andando enquanto elas ficavam pra trás, cochichando e espalhando seu veneno, eu não estava nem aí pra minha reputação, o que certamente elas destruiriam depois disso. Era TPM misturada com frustrações, tragédias e filhadaputagem. Eu não costumo ser assim, agressiva, mas quando aqueles projetos de cobra começaram a falar do Marshall, no estado em que ele está, eu não me aguentei. O pior de tudo é que elas nem sabem o que aconteceu pra ficarem falando, não sabem nem da metade da história.

Eu só queria que me deixassem em paz. Me tranquei no banheiro e fiquei lá por um tempo chorando um pouco, talvez muito. Minha vida estava um verdadeiro caos, eu só queria sumir, desaparecer por um tempo e quando voltasse tudo estaria bem. Infelizmente era impossível, eu tinha que voltar ao mundo real.

Perdi a primeira e a segunda aula. Depois que me recompus, voltei pra sala. Elas estavam lá, me olhando com desdém, mas eu estava pouco me fodendo pra elas. Passei de cabeça erguida, é claro que eu não ia me sentar lá na frente junto com aquelas vadias, então decidi me sentar lá atrás, no lugar em que habitualmente o Marshall consumava ficar.

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Fiquei olhando pra cadeira dele, fria e vazia. Quando vi algo escrito na mesa, com a letra dele. Achei estranho por que naquele colégio era expressamente proibido vandalizar a propriedade da escola, ele era maluco mesmo. Li o que estava escrito:

“bunny and marsh” ( coelhinha e marsh) e mais embaixo um trecho de uma música do Zedd; “if our love is tragedy is why are you my remedy” (se nosso amor é tragédia é porque você é meu remédio)

Se fosse qualquer ocasião, eu riria daquilo, e o chamaria de bobo, mas no momento aquilo doeu mais do que um tiro em meu peito. Era saudade misturada com angústia, como se ele soubesse o que iria acontecer antes de escrever aquilo, era como um recado. Fazia sentido, comecei a raciocinar e vi: Nosso amor era impossível, um caso perdido e uma tragédia, porém, eu era seu remédio.Engoli seco e continuei o resto da aula tentando fingir que eu não estava destruída por dentro.

Foi quando o sinal para o intervalo tocou, eu estava meio desligada, meu pensamento estava todo virado para o Marshall. Quando dei conta que quase todo mundo já tinha saído da classe, arrumei minhas coisas rapidamente e fui em direção a porta, caroço a barrou me impedindo de passar. Era só eu e ela na sala.

– Dá licença, por favor – Eu disse com educação, não queria arrumar briga com ela.

– Aonde você pensa que vai rabbit? – Ela disse puxando minha touca de coelho

– Vou pro pátio, pra onde mais eu iria? – Eu disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, como era mesmo. – Me deixa passar

– Você acha mesmo que vai ficar barato o que você disse pra mim na entrada? Olha, ninguém assim comigo, meu amor.

– Ah, o que você quer, garota? Vê se não me amola, sai logo da frente

– E se eu não quiser? – Ela disse me desafiando