Ziva lutava contra seus próprios sentimentos. Tinha vontade de implorar de joelhos para ver a filha, o que seria só um divertimento para ele. E a humilhação a deixaria ainda mais vulnerável.
"Controle-se", a morena repetia para si mesma.
− Não posso confiar num homem que eu nem sei o nome.
− Elad David. - ele se apresentou - Se preferir, tio.
Ela ficou confusa, já que o pai nunca mencionou um irmão, era impossível se parecerem tanto e não serem gêmeos.
− Qual é a missão? - Ziva perguntou sem aparentar reação.
− É mais um acordo. O trabalho pela garota. - ele sorriu friamente - Elimine Leroy Jethro Gibbs.

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...

No NCIS as coisas estavam bem calmas, e não havia crime algum. O que era um milagre.
Tony foi limpar sua mesa - parecia que havia passado um furacão por ali -, e encontrou algumas coisas que realmente ele não queria naquele momento.
Em uma caixa, havia fotos de anos atrás. E a primeira era dela, com aquela blusa amarela estranha, e aquela barriga falsa mais estranha ainda.
Ele ficou um bom tempo olhando, e pensando em algo meio surreal naquele momento. E se os dois tivessem tido um filho? Como seria? Ziva dizia aos que perguntava que era uma menina. Será que ia gostar de filmes?
− Está fazendo o que aí? - Bishop chegou, atrasada.
Tony não respondeu, pois ainda estava perdido em seus pensamentos.
− Ziva David, não é? - ela perguntou.
− É - ele respondeu, e não disse mais nada.

...

Ela tinha prometido para si mesma largar os distintivos e não acabar com a vida de mais ninguém. Eliminar o Gibbs era loucura.
− Você sabe o que vai acontecer se não aceitar?
Ziva não tinha como negar e colocar a vida da filha em risco, se é que já não estava. Sem saída era uma boa expressão para aquela hora.
"Perdão, Gibbs", ela pensou. "Você faria o mesmo".
− Eu aceito a missão.
− Boa escolha - Elad falou - Agora você tem que passar por uma prova para eu lhe contar os detalhes.
− Que tipo de prova? - Ziva recuou alguns passos.
− Retire o afeto que a garota tem por você.

...

− Sua mãe não é mais uma ninja. - comentou o menino - Ela foi pega.
Os olhos de Hannah se estreitaram e ela arregaçou as mangas da blusa (Até seria fofo se ela não fizesse a mesma cara de Ziva quando estava com raiva).
− Não brigo com meninas - ele disse enquanto puxava o cabelo de uma das bonecas.
− Mas eu brigo com meninas e com MENINOS - ela falou dando ênfase na última palavra.
− Socorro! - o menino gritava ao correr pela sala.
No começo, parecia que Hannah realmente queria machucá-lo, mas depois, virou tudo uma brincadeira, e eles eram crianças, não poderiam ficar bravos por muito tempo.
− Omri David - Ari apareceu.
As duas crianças pararam na mesma hora. Um mais assustado que o outro. O menino ficou pálido.
"Só falta ele desmaiar", pensou Hannah.
− Vá treinar agora - o homem ordenou - E menina, você vem comigo.
− E se eu não for? - ela o desafiou.
− Obedeça - Omri sussurrou.

...

A tarefa mais difícil de uma mãe é com certeza permanecer longe de um filho. E Ziva, além disso, teria que ignorar Hannah como parte do acordo.
"Malditos laços de sangue", ela pensava.
A porta se abriu e a menina foi correndo até ela, enquanto a figura de Ari permanecia imóvel. Ela via tudo em câmera lenta, e pensava que estava ficando louca.
− Ima! - Hannah exclamou - Vai me tirar daqui não vai?
− Escuta ... - Ziva começou a falar, mas foi interrompida pela menina.
− Eu sabia! Ele mentiu quando disse que você me deixaria aqui.
Elad não apresentava sentimentos, o que mais queria era que o plano desse certo. "Por que matar Gibbs com as minhas próprias mãos, se uma das pessoas que ele mais ama acabasse com ele?"
Ziva se agachou e ficou ao mesmo nível da filha. Hannah parou de falar e abriu um sorriso gigantesco.
− Menina, você vai ficar aqui, e... nunca mais vai me ver, entendeu?
Não pronunciar o nome dela ajudava a conter as lágrimas, e não dar esperanças.
− Pensei que me amava, ima. - ela disse, mas não chorou.
Ziva dirigiu um olhar severo, mas que ao mesmo tempo dizia: "Você é forte, vai conseguir ficar aqui. Vou voltar".
− Não te amo mais - ela disse a filha.
Hannah deu alguns passinhos pra trás e saiu correndo porta afora. Ari permaneceu nas sombras, mas falou:
− Parabéns, você sabe como machucar as pessoas. De um jeito ou de outro.
Ela entendeu a indireta, e estava com tanta raiva que seria capaz de acabar com ele ali mesmo, sem arma alguma.
− Não faça me arrepender de ter ajudado você a fugir, e ter poupado a sua vida - ela ameaçou.

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Horas depois Ziva já estava com o passaporte em mãos para a América. Ela não pretendia ficar por muito tempo por lá, mas Elad havia dado ordens expressas para ser obedecido. Se Ziva desse um passo sem sua ordem... Melhor nem comentar o que aconteceria com Hannah.
O avião sairia em pouco tempo, e ela ainda tentava descobrir o porquê do tio querer eliminar o Gibbs.
− Ele protege um terrorista - a voz do senhor ecoou por sua mente.
Ziva quase sacou a arma, mas quando o viu, tentou permanecer calma. O que ele faz aqui?.
− Vou te acompanhar. Ou acha que vou te deixar sozinha para planejar contra mim?
Parecia que ele estava lendo seus pensamentos.

...

O filho da Sra. Haddad, Aaron, abriu os olhos, e sentia a perna latejar - como se estivessem martelando cada vez mais forte -, ele olhou, percebendo dois ferimentos de bala, e uma poça de sangue. Ele rastejou com dificuldade até a sala, mas o treinamento no exército o ajudou bastante.
Encontrou a mãe caída, imóvel, sem vida. Por seus cálculos, ela já deveria estar assim por um bom tempo. Mas ao lado dela havia algo escrito, com o próprio sangue da senhora.
Aaron fez força para permanecer lúcido, para socorrer a si mesmo.
− ZIVA - ele leu.
Ele não pensava em nada mais do que vingança contra os assassinos. Agora ele estava vivo, tinha uma pista de quem era.
"Vou acabar com ela por você, mãe".