Capítulo 11 - Uma mentirinha não mata

O sinal bateu, todos saíram da sala, menos eu e Brittany, e não é que aquele garoto não deu as caras? Por um lado eu fiquei dando gargalhadas internas por ele não ter aparecido, mas por outro queria mata-lo por deixar Brittany triste.

– Ele é um idiota Britt, não sabe o que está perdendo, você é uma garota incrível. – Disse para ela, segurando a sua mão.

– Ele não é o primeiro que faz isso Santana, todos os meninos marcam encontros e não aparecem, eu sou tão... Estranha assim? – Ela respondeu.

– Jamais. Você é perfeita, é que eles não aguentam o brilho da sua perfeição. – Respondi me levantando e sentando no piano.

– Jura?

– Juro, juro juradinho. E jamais mentiria para você. Agora me deixa cantar uma musica para você. Estou começando a gostar de fazer isso. – Eu disse com um sorriso na cara e mandando o cara do piano que sempre está plantado lá tocar Just The Way You Are.

Quando a musica começou eu não sabia direito o porquê de estar fazendo aquilo. Só queria Brittany bem. A musica foi tocando, e eu cantando, a letra realmente falava tudo que eu queria dizer para ela. Que ela era incrível, do jeito que ela era. Só na parte da musica que dizia sobre lábios e beijos que me deixou meio... Atrapalhada. Mas não culpo a musica, eu realmente beijaria Brittany o todo o dia se ela me permitisse. Ela ficou sorrindo enquanto eu cantava. O que me deixou mais atrapalhada ainda. Pelo menos não errei a musica.

“When I see your face

There's not a thing I would change

Cause you're amazing just the way you are

And when you smile,

The whole world stops and stares for awhile

Cause girl, you're amazing , just the way you are...”

A musica acabou. Fiquei parada por uns segundos digerindo que ia ter que voltar para realidade e que talvez Brittany me abraçasse, o que me deixaria mais... Coisada ainda.

E não é que ela me abraçou? E foi forte, e dessa vez eu senti uma coisa diferente, que eu nunca tinha sentido nos abraços dela.

– Foi lindo Santana. Eu te amo. – Ela disse ainda me abraçando.

– Eu só quis dizer que você era incrível. – Respondi ainda... Coisada.

– Foi só isso que quis me dizer mesmo? Não tem mais nada para falar para mim? – Disse ela se afastando do abraço e dizendo desconfiada.

Eu congelei naquela hora.

– Ér... Não, nada, por que teria?

– Não sei você cantou tão... Diferente dessa vez. Não a nada mesmo que queira me dizer?

– Não! Não tem nada. Eu preciso ir, vou fazer comprar com abuela hoje enfim... Beijos, eu te amo e se cuida pequenina. – Respondi dando um beijo na bochecha dela e saindo.

Na verdade eu menti. Eu não tinha que fazer comprar com abuela. Bom, eu não tinha nada para falar, nada mesmo. No corredor quando estava saindo encontrei Sam, jogado numa lixeira.

– SAM? O QUE FAZ AI? MEU DEUS VOCÊ ESTÁ BEM? – Respondi ajudando ele a se levantar.

– Uns caras, do time de futebol me jogaram aqui quando eu estava indo para o Clube Glee. Acho que decepcionei Brittany. Sabe, eu gosto mesmo dela. Trocamos mensagens o dia inteiro, e nada de eu aparecer, eu me senti um lixo. – Ele respondeu se limpando.

– Literalmente. – Respondi. Sabia que ele não era daqueles, mas Brittany era minha. – Bom... Ela não quer saber de você mais, acho melhor você se afastar dela.

– Mas eu preciso contar pra ela que...

– Shiiu, deixa eu faço isso para você, vá para a casa que eu explico tudo para ela. – Interrompi.

– Sabe, você é legal Santana, diferente do que eu achei que fosse. – Respondeu ele saindo.

Vai se enganando playboyzinho de quinta. É lógico que eu não contaria nada para Brittany, ela nunca descobriria o verdadeiro motivo dele ter dado um bolo nela. Afinal em quem ela acreditaria? Na melhor amiga dela ou num cara que ela conheceu numa sala de nado sincronizado? Sei que era errado e que eu falei que nunca mentiria para Brittany, mas uma mentirinha não mata.

Fui para a casa e subi correndo para o meu quarto. Naquela noite senti uma necessidade absurda de ouvir a voz de Brittany, e então liguei.

– Brittany?

– Santana? Aconteceu alguma coisa?

– Não, só queria ouvir a sua voz.

– Awn. Parece estranha.

– Estranha? Como?

– Sei lá, está com uma voz doce, me deixa pensar... Está apaixonada?

– Apaixonada? Eu? Por favor.

– Sei...

– Sabe, Brittany vamos mudar de assunto, bom, hoje eu encontrei Sam no corredor.

– Sério? E o que ele disse?

– Sim, bom eu não queria contar, mas... – Sabia que era errado mentir, mas precisava. – Ele estava com umas garotas do 3° ano.

– Eu sabia, ele é um idiota como todos os outros.

– Sim, meninos não prestam, desisti deles a algum tempo.

– Desistiu? Como assim?

– Sei lá, não quero saber deles por um longo tempo.

– Ah sim. Então, porque está acordada até essas horas? Não está assistindo Meninas Malvadas está?

– Não Britt. – Respondi dando uma gargalhada. – Na verdade não consegui dormir, estava pensando.

– Pensando no que?

– Coisas...

– Posso saber dessas coisas?

– Na verdade não, é segredo e você sabe que segredos são segredos.

– Poxa...

– Exato e você não quer que o mundo das fadas se revoltem contra mim não é?

– Jamais.

Dei outra gargalhada e disse:

– Tenho que desligar, vai dormir Brittany, foi bom ouvir tua voz.

– Aaah, tudo bem, também foi bom ouvir a sua.

– Te amo.

– Te amo também.

Desliguei. Naquela noite fiquei pensando na Brittany, em tudo que passamos juntas. Fiquei pensando em todos os momentos que tivemos e eu não percebi o quanto ela era especial. Estava acontecendo alguma coisa muito, muito, muito estranha comigo. Acho que Brittany estava certa, eu estava apaixonada, mas era por ela.