Ele vive para o amor, ele ama suas drogas e sua garota também.

Nós andamos por longos oito meses depois que a fazenda foi atacada, muitas coisas haviam mudado, Andrea provavelmente está morta assim como Shane, e nós estamos “perdidos”. Nós estavamos tentando sobreviver, apenas tentando. Agora minha pistola é minha melhor amiga e eu a chamo de Meredith. Carl estava sendo protegido, seu pai não o deixa carregar uma arma o tempo todo, apenas uma faca; eu adorava zombar dele.

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Nós achamos alguns lugares seguros e nos abrigamos, tentando achar um lugar realmente seguro. Foi algo extremamente exaustivo. Nós achamos uma prisão e estamos nela há mais ou menos uma semana, nós estávamos precisando de mais suprimentos, nós iriamos buscar.

Maggie, Glenn e eu estávamos nos preparando para a busca no enorme super-mercado. Nós estávamos procurando por coisas úteis.

Glenn bateu em uma janela de um mercado, esperando por algum sinal de vida. Alguns minutos depois ele foi respondido, haviam dois zumbis na janela. Glenn cortou as correntes que prendiam as portas e depois as abriram.

Peguei minha faca e adentrei no local, e olhei para as prateleiras; o super-mercado não havia sido totalmente saqueado, haviam várias coisas lá e seria ótimo. Eu corri para a sessão de bebês, ansiosa para pegar coisas para o futuro novo integrante do grupo, o bebê de Lori. Eu peguei algumas coisas e as coloquei em minha mochila. Eu andei pelos corredores, olhando algumas coisas inúteis, algumas podres e coisas que poderiam ser úteis. Eu peguei algumas pilhas, comidas enlatadas que eu torcia para que estivessem boas, água e etc.

Eu dava um leve sorriso a cada corredor que passava; eu estava me sentindo mais adulta e mais chefona. Uma verdadeira Lara Croft do apocalipse. Eu terminei o meu tour pelo super-mercado e fui para o carro.

— Acabamos de achar a mina de ouro da fórmula! — Glenn falou animado. — Também temos feijão, baterias, salsichas, muita mostarda... Vamos poder ir direto para a prisão daqui. Acho que chegaremos pro jantar.

— Gosto do silêncio. Na prisão lá em casa sempre dá para ouvi-los nas cercas, não importa de onde. — Lembrou Maggie.

— E o que vocês, boa gente, chamam de casa? — Uma voz masculina caçoou.

Puxei minha arma, a destravei e mirei para ele, eu poderia gritar direto na cabeça se conseguisse o matar.

— Merle? — Perguntou Glenn.

O homem começou a rir.

— Oh, oh oh... Poderia me dizer se meu irmão está vivo? — Merle perguntou, se aproximando de nós.

— Hã... Sim.

Quem será o irmão dele? — Pensei.

— Que tal me levar até ele? E eu deixo quieto o que aconteceu lá em Atlanta.

O homem começou a falar várias coisas sobre sua mão amputada e o quanto aquilo que estava no lugar dela era afiado.

— Vamos falar para ele que você está aqui, ele irá te encontrar. Confie em mim... Confie em nós. Fique aqui.

— Hmm... — Ele sorriu. — Não.

Logo ele puxou sua arma e atirou, quebrando um vidro do nosso carro. Eu corri e tentei me esconder dele. Eu fui para frente do carro, junto com Glenn, eu permaneci abaixada enquanto escutava Merle falar. Ele estava fazendo Maggie de refém.

— Ponha a arma no carro agora! Ponha a arma no carro! — Merle urrou. Glenn o obedeceu. — Você também, garota. Não se faça de desentendida, eu te vi.

Eu coloquei a arma no capô do carro.

— Agora nós vamos dar uma voltinha. Entre no carro, Glenn, você irá dirigir. Levanta! — Ele gritou com a Maggie, entrou com ela no carro e eu fiz o mesmo.

Merle começou a falar para que lado virar e para onde ir, Glenn o obedecia e Maggie estava um tanto em choque, já que o homem estava com uma faca em seu pescoço e uma arma apontada para sua cabeça. Eu pensei milhares de coisas para tentar tirar Maggie dali, mas provavelmente ele a mataria antes que eu conseguisse o finalizar.

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Meu rosto foi tampado e eu fui levada até algum lugar. Eu fui jogada em uma cadeira, meus braços foram presos e minhas pernas também. Merle tirou a coisa de minha cabeça e jogou-a no chão, depois saiu.

A sala cheirava a rosas murchas e sangue. Uma bela mistura de produtos de limpeza e sangue provavelmente humano.

Examinei a toda parte que conseguia enxergar; paredes levemente cinzas e azuis, com muitas manchas escuras e emboloradas, assim como o chão. A luz era muito fraca para iluminar todo o quarto, apenas uma pequena lâmpada estava no fundo do mesmo.

Eu respirei fundo repetidas vezes, tentando me preparar para qualquer coisa que quisessem fazer para mim ou à minha família.

Ninguém havia aparecido ainda, provavelmente eu já estava neste lugar há mais ou menos dez minutos. Vão me deixar morrer, infelizes? Eu pensava, tentando balançar a perna direita, eufórica.

Eu ouvi gritos. Gritos de dor. Glenn estava sofrendo.

Eu estava tentando me controlar para não ter mais um de meus ataques, eu não queria desmaiar ali.

Depois de algum tempo a porta foi aberta violentamente. Merle estava limpando o sangue que escorria de um machucado em seu nariz, eu estava com medo.

— Ele era um bom rapaz. — Ele sibilou. — Espero que seja mais fácil com você.

Eu tentei me ajeitar na cadeira.

Hmm, vamos lá. — Ele puxou uma cadeira que estava perto de uma mesa, atrás de mim. — Vamos começar pelo mais fácil: onde está o resto do seu grupo?

— Em casa.

Eu prometi a mim mesma que não contaria nada a ele.

— Fiél? Rá-rá. — Ele sorriu malicioso.

Merle se levantou e depois ficou do meu tamanho, se agachando.

— Me fale do meu irmão, garotinha.

— Eu não o conheço.

— Ah, claro. — Ele pegou as mangas de minha blusa e as rasgou na altura do cotovelo.

Merle passou a faca devagar em meu braço direito, tentando o cortar lentamente. Ele fez a mesma coisa mais vezes nos dois braços.

— Me fale onde vocês estão! — Merle levou a faca até meu rosto, colocou-a em minha bochecha direita e me olhou nos olhos.

— Eu não sei.

— SIM! Você sabe! — Merle gritou, ele já estava extremamente estressado. Ele passou sua mão em meu rosto, depois o estapeou. — ABRA A BOCA! FALE!

Eu permaneci calada.

— Certo, você é difícil. Então em fale seu nome, vadiazinha. — Ele me estapeou mais uma vez.

— Hope.

— Isso eu já sei, Hope. — Ele apertou minhas bochechas com muita força, fazendo com que meu rosto fosse esmagado e eu ficasse com cara de peixe.

O homem levou sua mão até minha nuca e prendeu meu cabelo entre seus dedos violentamente, levando meu corpo para trás.

— Meu nome é Destiny Hope Dixon. Está feliz?

Merle afrouxou seus dedos.

— Destiny o que? ME RESPONDA! — Ele realmente estava bravo.

— Dixon. Destiny Hope Dixon.

Merle estava boquiaberto, pensativo e surpreso. Ele soltou meu cabelo e levou suas mão e sua faca até sua cabeça, extremamente surpreso.

— Puta que pariu. Puta que pariu. Puta que Pariu!

— O que foi? — Sussurrei, com ar de deboche.

Ele não me respondeu, apenas me deixou sozinha de novo. Depois de alguns minutos a porta foi aberta devagar, dessa vez outra pessoa entrou primeiro.

Naquele momento meu mundo parou, eu estava completamente congelada e boquiaberta. Eu não conseguia tirar os olhos dos dele, assim como ele. Eu não estava acreditando no que eu via, eu não acreditava que estava vendo ele e nem que ele estava vivo. Eu simplesmente não conseguia entender.

Eu também não entendia o que ele estava fazendo com um homem como o Merle, e por que Merle o buscou. Eu simplesmente não entendia mais nada. Nós ficamos paralisados por alguns segundos.

— Destiny... Eu não acredito que você está viva! — Ele veio para cima de mim, tentando me abraçar. — Caramba! Matthew ficará extremamente feliz em saber que você está aqui.

E ali tudo parou de funcionar. Meu coração parou, eu não respirava e nem piscava.

— Quer dizer que... — Eu transformei as bolhas de ar em sussurros. — Matthew está vivo, tio?

— Tio? — Merle perguntou. — Até você conhece essa garota, Governador? — Ele sibilou. — PUTA QUE PARIU!

— Sim, querida... Ele está vivo.

Eu provavelmente estava morta e tinha ido pro céu.

Matthew estava vivo.

Matthew.