Já havia se passado alguns dias desde que eu a vi. Naruto havia me dito que a rosada ficava mais tempo no hospital do que em casa, ele estava preocupado com a rosada, já que mesma parecia não se preocupar com a própria saúde. Devo confessar, também havia ficado preocupado. Pergunto-me se eu havia provocado essa situação.

Parecia que nesses dias em que fiquei mais parado que normal o mundo havia se movimentado. O fofoqueiro loiro havia entrado nessa casa um dia após o parque me enchendo de pergunta. Ficou muito irritado quando eu havia lhe dito como terminará a minha noite com a rosada.

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Ficou falando milhares de jeitos de me aproximar de Sakura, mas na verdade nem liguei. Estava claro que eu apenas a machucava e eu não queria isso. Feri-la não era uma opção para mim. Passei os minutos intermináveis apenas olhando para a cara de tacho que ele tinha com a maior cara de tédio.

Quando ele viu que eu não ligava mudou de assunto, e para um pior ainda. Começou falar sobre a vida dos outros e no fim eu sabia da vida de todos os habitantes de Konoha. Não que eu quisesse saber e também não é que o dobe seja um fofoqueiro nato, mas é que com aquela boca grande ele acabava falando coisas demais.

Ele foi embora depois de muito insistir em me chamar pra comer lámen e eu dizer não. No fim já era noite e eu fui tomar banho. Antes de dormir fiquei pensando em tudo que Naruto disse.

Tenten e Neji parece terem se acertado no dia do parque, bem que eu tinha visto uns olhares estranhos. Shikamaru havia se mexido e segundo a má língua de Naruto estava “pegando” Temari. E por Konoha ser longe de sua cidade natal, ela acabava dando idas e voltas e numa dessas idas havia levado Ino consigo. Pelo que parece Ino havia se apaixonado pelo irmão de Temari, Gaara. Mas parece que ele não dava muita bola. Até o Naruto esta se ajeitando com Hinata, mesmo que ele não tenha dito dava pra perceber que eles estavam tendo algo além de amizade.

Enfim, o mundo estava bem agitado lá fora. Todos pareciam estar se ajeitando de uma maneia ou de outra. Eu via aos poucos todos criarem família, as crianças estão se tornando adultos que um dia nós superarão. Enquanto parece que eu havia estagnado no tempo.

Sem família, sem alguém que me esperasse enquanto estava em missão. Mesmo com Naruto ao meu lado, como amigo, devo frisar, eu precisava de algo mais profundo do quê amizade. Eu preciso dela.

Sakura é a garota mais irritante que conheço. Teimosa, me faz agir irracionalmente.

Fiquei deitado na cama pensando o que faria a partir de agora. Inicialmente pensei em desistir da Haruno. Talvez essa seja a melhor opção ainda, só me afastando dela eu poderia parar de fazê-la sofrer.

Mas com o passar de alguns dias desisti disso. Minha vida se tornaria um tédio caso isso acontecesse. De uma maneira que ainda não sei explicar ela trazia algum tipo de conforto.



O hospital de Konoha havia expandindo bastante no último ano. O número de funcionários havia crescido e havia ninjas médicos do país do fogo espalhados por todos os lugares. E um dos principais motivos desse crescimento era Sakura. Ela agora era a diretora do hospital, já que Shizune estava muito ocupada com outras tarefas que a Hokage havia lhe dado.

A última vez que estive aqui foi quando vim trazer a rosada. As pessoas assim como em todos os lugares olhavam pra mim ainda com um pouco de receio. Ignorei. Peguei o elevador que levava até o último andar onde estava a sala da diretoria. O que eu ia fazer lá? Bem, era óbvio. Eu estava ansiosa para vê-la, então se ela não vinha até mim, eu iria até ela.

Abri a porta e a vi no meio de alguns papeis os lendo. Seja lá o tinha escrito pareciam importantes, já que ela estava com um rosto concentrado e suas sobrancelhas estavam enrugadas como se dissessem que não estava gostando daquilo.

Continuei ali apenas a observando. Ela estava linda assim. Passaram-se alguns segundo, minutos, não sei, só sei que ela ainda não havia me visto. E se eu fosse um inimigo? Já teria tido tempo de atacá-la. Essa distraída! Não entendo por que Tsunade-sama ainda dá missão para ela. Ela já não era diretora do hospital, para quer fazer missões?

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Me aproximei dela sem fazer barulho Vi sua expressão ficar mais irritada ainda. Ri de canto. Gostava de vê-la irritada. Fiquei perto da mesa. Sua face levantou lentamente, seguindo o meu corpo até que chegasse a minha cabeça. Assim que ela viu que era eu deu um pulo da cadeira.

– Sa-Sasuke!! – ela parecia realmente surpresa. – O que faz aqui? – se ajeitou na cadeira. E com um olhar sério continuou a falar. – Há quanto tempo esta ai?

– Há alguns minutos. – a rosada arregalou os olhos.

– Minutos?! Por que não falou nada?

– Estava te olhando. – vi ela corar e posso dizer, ela ficou ainda mais linda. – Esta irritada com algo? Você fazia cada expressão.

– Não é nada. Apenas alguns problemas do hospital. Nada que eu não possa resolver. – a vi estreitar os olhos, exigindo uma. – Mas você ainda não disse o que veio fazer aqui?

Vim vê-la. Será que se eu disse isso daria certo? Não, vou dessa vez com calma.

– Estava passando por perto do hospital e resolvi fazer uma visita. Mas já que estou aqui, não quer ir almoçar comigo?

– Almo-moçar? – e mais uma vez suas bochechas adquiriram uma cor vermelha. Realmente, ela era o que eu poderia chamar de Kawaii.

–Sim. – ela engoliu em seco e olhou pro lado com as bochechas ainda coradas. Mordeu o lábio inferior e fechou suas mãos em punho. Não entendi o porquê dela está fazenda isso.

– Sasuke-kun. – uma voz triste soou pelo ambiente. – Acho melhor não. Depois daquela nossa conversar, eu... Eu acho melhor... – ela não conseguia dizer que pensava, e eu não conseguia acreditar no que ela tentava dizer.

– Você acha melhor nos afastarmos, não é isso? – ela confirmou com um balançar de cabeça. Suspirei. Eu estava ali por isso. Eu não queria me afasta dele e não iria. – Você almoça comigo primeiro, depois decide se quer ou não se afastar, que tal? – ela olhou pra mim como se procurasse algo, como se aquele Sasuke que estivesse na sua frente ela não entendesse. Mas como ela me entenderia se nem eu mesmo me entendo?

– Sasuke-– a interrompi.

– É só um almoço Haruno. Nada demais. – ela olhou pra mim novamente e fez que sim com a cabeça. Ajeitou algumas papeladas que estavam jogadas na mesa e se levantou.

–Vamos? – afirmei com a cabeça. Saímos da sala sem ainda dizer nada um pro outro, acho que nesse momento não era necessário. Cada um estava perdido em seus próprios pensamentos, resolvendo seus próprios problemas. Paramos na frente da porta do elevador e esperamos ele chegar.

– Por que veio até aqui Sasuke-kun? Me fale a verdade. – e mas uma vez aquela sensação de que não posso esconder nada dela apareceu. A porta do elevador foi aberta e por ela saiu duas mulheres escandalosas demais. Elas cumprimentaram Sakura e a mim, e uma delas lançou-me um olhar de malícia. Ignorei e entrei no elevador com a rosada que não tinha visto o olhar da sua colega de trabalho.

A porta do elevador fechou e ficou apenas eu e a rosada. Suspirei derrotado e mesmo com meu orgulho falei a verdade.

– Não quero perdê-la.