Cuidado, Porta Fechada, não abra!

Estava no meio de uma aula de matemática, quando Nicolas veio me chamar na sala:
–Por gentileza, professora Fernanda, pode me deixar falar com a Angela por um momento? – Perguntou da porta.

Ela hesitou “Como um cão encurralado” por um momento antes de permitir. Quando passei pela carteira da Evelyn, ela me deu um soquinho disfarçado na coxa, com um sorriso brincalhão.

Passei por Nicolas em silêncio, e fomos andando um pouco distanciados nos corredores, até sua sala em silencio, como se de esperar nossa relação, era um segredo. Tirando que Evelyn e talvez Castiel soubessem.

Eramos quase um casal, ele era sempre gentil e fazia de tudo para me ver sorrir, eu realmente estava feliz.

Entramos na sala dela, e eu me sentei em sua cadeira, olhando pela gigantesca janela, mas logo vi Castiel na sala, Nicolas não pareceu se importar “ou for asfixiado com seu sangue.”

–Oi Maluca! – Falou Castiel piscando brincalhão para mim.

–Olá normal! – Respondi rindo.

–Agora eu vou ter que trabalhar, se você sabe o que significa! – Falou bagunçando meu cabelo e saiu “para o portal do inferno” pela porta.

–Por que me chamou aqui? – Perguntei curiosa para Nicolas assim que Castiel saiu.

Ele se aproximou de mim, e tirou uma mexa do meu cabelo do rosto quando respondeu:

–Seus medicamentos chegaram!

Pisquei confusa com a proximidade dele, mas logo em seguida consegui raciocinar:
–Chegaram? – Perguntei com um fio de voz.

–Sim! – Ele respondeu rindo, antes de me beijar, era sempre assim, delicado, mas feroz e raivoso e sempre a voz falava a mesma coisa “Tentativa de assassinato” e eu sempre ignorava.

Quando ele se separou de mim, eu sorri:

–Acho que foi legal isso... Ter me tirado da sala!

Ele riu e me abraçou, ficamos assim por cerca de uma hora e meia, depois ele teve que ir trabalhar de verdade.

Depois da aula Evelyn veio para o meu quarto depois da aula e se jogou “direto ao fogo” na minha cama falando:

–Ahhh, não é justo, você esta namorando um dos caras que podem te tirar da sala, e eu tenho que aturar todas as aulas!

–Eu não estou namorando! – Protestei rindo.

–Estão o que? – Perguntou rindo curiosamente.

–Eu não sei! – Admiti.

Ela me abraçou e “me enforcou da forma mais sutil” murmurou rindo:

–Oh, Rosa, você realmente não tem jeito! – Fazendo-nos rir.

Estiquei-me afastando dos braços dela para pegar Anjos e Demônios, e empurrei para o seu peito, ordenando:

–Leia!

Ela fez um bico e colocou os óculos:

–Não!

–Por favor, Evelyn, Por favor! – Implorei.

Ela revirou os olhos resmungando, antes de abrir na pagina que paramos:

–Você vai me pagar por isso, ah vai, e muito caro, ouviu senhorita Rosa? – “A não ser que você seja transformada em uma boneca de cera!”

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Respirei fundo e olhei para o meu celular.

Eu estava sentada na cama, e eu quero falar com Liss, mas eu realmente não sei como mandar as novidades para ele, então acho que é mais fácil despejar tudo de uma vez:

Liss tenho tantas coisas para te contar, mas quero simplesmente dizer: Eu acho que estou namorando, e você ficaria orgulhoso, eu raptei um livro da biblioteca uns meses. Bem, é isso, espero que você não pire, beijos Rosa.

Em menos de cinco minutos, ele respondeu:

Ahá! Sabia que você não era santa, moça maluca, então eu acho que estou feliz por você e vou estourar os miolos desse maluco, e sim, fiquei orgulhoso, mini princesa da doideira!

“Pesada é a cabeça que carrega uma coroa”

Sorri, e me virei na cama desejando boa noite para ele.

Acordei com um canto de um pássaro “Caindo aos pedaços e sangrando, sangrando, sangran...” cantando, ainda era cedo, o sol nem havia nascido.

Desci de pijama para o jardim e fiquei lá, por mais ou menos uma hora observando o jardim, ele parecia tão vivo com as cores claras, em vez das escuras da noite.

Ouvi passos e a voz de Castiel:

–O que esta fazendo aqui há essa hora? – Perguntou.

Virei-me para ele e ele se aproximou “Antes de ser queimado pela própria família” quando eu respondi:

–Perdi o sono!

–Leite e musica, isso resolve! – Respondeu.

–Onde eu vou arranjar musica? – Brinquei.

Ele deu de ombros sorrindo e olhou no relógio do celular:

–Bem, eu tenho que ir, mas queria te dizer algo!

–Fale... – Respondi o observando.

–Esquece! – Respondeu suspirando. – Tome cuidado, as pessoas sabem fingir ser o que não são! – E foi embora.

Observei a sombra de ele desaparecer, antes de me levantar, e tive uma idéia “ensurdecedora”.

Eu sabia onde era eu só precisa ir.

Então andei para o prédio mais afastado da entrada, e fui para vigésimo terceiro andar, quarto sete.

Esse prédio precisava de uma pintura “de sangue” urgente.

Respirei fundo e fui para o quarto dele, essa era a minha única chance, em anos talvez, talvez eu nunca mais pudesse sequer chegar perto de onde ele dormia.

Peguei toda a minha coragem e fui para frente do seu quarto, e bati na porta, um, duas, três vezes, na quarta eu me afastei para voltar para as escadas, mas ouvi a tranca sendo destrancada e me aproximei, até minha visão estar revelando Nicolas e seu quarto.

...

Tudo que eu conseguir fazer foi gritar, mas nenhum som saiu...

“Pesada é a cabeça...”

...

E tudo que eu consegui ver...

Tudo que eu consegui dizer...

Foi anulado pela escuridão!