September Song

In this stupid war


Desde o primeiro ano, Scorpius e eu não estávamos destinados a sermos amigos. Criamos uma rivalidade que saia dos limites saudáveis. E mesmo assim, naquela noite de insônia conseguimos passar um tempo agradável tomando um chá. Sim, no final das contas ele havia gostado tanto que tive que dividir com ele na mesma xícara para não acordarmos mais ninguém com o barulho.

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“Então, você só não conseguiu dormir hoje ou é insônia?” Ele me perguntou, deitando após me dar a xícara, satisfeito depois de tomar três vezes.

“Insônia.” Respondi com sinceridade. “É um problema familiar.”

“Não parece ser.” Comentou, se referindo ao sono pesado de 80% dos Weasley.

“Do outro lado da família, espertão.”

Scorpius riu e poucos minutos depois adormeceu de maneira pesada, o que se tornou um problema para ele, pois na manhã seguinte ele acordou em um colchão inflável no meio do lago que era formado por uma cachoeira em um local que ficava a uns trinta minutos de caminhada.

Enquanto ele esbravejava com o mau humor matinal por ter caído com seu pijama novo na água, Dominique e Molly II se aproveitavam da cena para provoca-lo ainda mais com palavras que me lembraram que o melhor era continuar quieta lento meu livro na sombra.

“Rosinha, sai daí!” Roxanne gritou, tentando chamar a minha atenção. “Vem se divertir um pouco.”

“Eu estou bem.” Recusei educadamente.

A leitura que fazia de meu novo livro trouxa estava muito mais interessante do que a água gélida ou o grupinho zombeteiro. Tudo que eu precisava era devorar mais cinco páginas, mas quando estava prestes a virar a primeira, algo me agarrou pelos braços.

“James, eu vou te matar!” Gritei enquanto ele e Fred, em cima de suas vassouras, me arrastava por cima do lago.

“Rosinha, você está pesada demais!” James reclamou.

“Acho que vou deixar...” Fred parecia demonstrar uma certa dificuldade em me segurar. “Caiu!”

Em menos de um segundo, meu corpo atingiu a água e a surpresa de ter sido jogada ali me fez ter uma certa dificuldade de retornar a superfície. Rapidamente a água invadiu meus pulmões e me desesperei, piorando a situação. Minha movimentação intensa fez com que batesse minha cabeça em uma das pedras do fundo do lado e tudo escureceu.

Quando retomei aos meus sentidos, Scorpius fazia pressão sobre meu corpo afim de que eu respirasse e aquele movimento todo fez com que eu reagisse e colocasse tudo o que foi engolido acidentalmente para fora.

“Graças a Merlin!” Roxanne exclamou, certamente ela havia preocupada. “Scorp, pode parar de beijar minha ruiva agora!”

Quase engasgando com a água que cuspia, meu rosto enrubesceu ao compreender o que havia sido dito. Enquanto eu estava desmaiada, Scorpius Malfoy havia me salvo com respiração boca-a-boca. Será que eu havia ouvido certo? Prestes a ficar irada por ele ter me salvo, minha raiva se direcionou a outro personagem daquela história, pois no momento que meu rosto se virou, encontrei meu livro boiando pelas águas claras do lago.

“Seu cretino asqueroso!” Eu gritei, me levantando com brutalidade e indo para frente de James que estava encostado em uma pedra. “Eu vou te matar, James Sirius Potter! Como ousa fazer isso? Roxanne, onde está minha varinha!?”

“Calma, Rosinha!” James sorria, duvidando que eu seria capaz de fazer qualquer coisa. “Você está bem e isso é o que importa.”

“Roxy, minha varinha!”

“Rosinha, ninguém trouxe varinha...” Roxy justificou antes que eu me irasse com ela.

“Bate logo, Rosinha!” Dominique queria ver o circo pegar fogo.

No entanto, o comentário da minha prima apenas me fez lembrar que violência não iria consertar as coisas. Afastei-me ainda com raiva e corri para dentro d'água para pegar meu livro. Estava tudo encharcado. Provavelmente teria que comprar um outro.

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Irada com a situação, como qualquer amante de livros, resolvi que o melhor era voltar para casa, então sai da água e comecei a juntar minhas coisas.

“Onde você vai?” Roxanne perguntou, vendo que algo estava errado ali.

“Vou embora.” Resmunguei. “Graças a vocês que estragaram meu dia.”

“Qual é, Rose?” James provavelmente pensava que eu era uma criança mimada. “Foi apenas um pouco de água.”

“Um pouco de água!?” Ele só podia estar brincando ao afirmar isso, mas quem podia julga-lo? James era o tipo de pessoa que não crescia nunca. “Eu quase morri afogada. Um maldito Malfoy estava fazendo respiração boca-a-boca em mim e, para completar o bolo com uma cereja, meu livro está arruinado.”

“Rose está naqueles dias?” Fred perguntou em um sussurro.

“Fred, acho que já deu por hoje.” Roxanne sussurrou em minha defesa.

Então, como uma boa Weasley extremamente irritada, sai com passados pesados e roupas molhadas da presença de meus primos, mas não sem antes ouvir James gritar um alerta de que eu me daria muito mal.

“Você sabe que não pode voltar sozinha.” Eram suas palavras, mas eu pouco me importava.

“Eu vou com ela, não se preocupem.” Scorpius se manifestou. “Para mim também já deu... Pijama molhado não é o meu forte.”

“Podia pelo menos ter tirado a camisa, né colega?” Dominique gritou, obviamente desapontada por não ter conseguido assediar o Malfoy nem mesmo por dois segundos.

E lá estávamos nós outra vez, caminhando lado a lado, mas em silencio. Um silencio constrangedor para duas pessoas que haviam passado a noite conversando, mas era como diziam: duas pessoas em silencio sempre tinham tanto o que falar.

Era verdade que eu e Scorpius ainda tínhamos muito o que conversarmos, mas quebrar as barreiras que havíamos colocado entre nós não parecia tão fácil. Não era uma coisa que em uma noite já se tornava um romance. Este tipo de coisas só aconteciam em livros e nossa vida estava bem longe de ser um livro.

“Sinto muito pelo seu livro.” Foram suas únicas palavras – palavras estas que soavam adequadas até mesmo para um funeral de um ente querido – enquanto caminhávamos de volta para a Toca, por um caminho que parecia ser muito mais longe do que eu me lembrava.

“Eu vou conserta-lo.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.