September Song

All you ever do is make me cry


Evitei deixar com que meu olhar se encontrasse com o dele novamente. Permaneci em silencio enquanto Albus começava a discutir sobre intercambio com Scorpius. Alguns alunos, como Alice Longbottom, iriam para outros países e, por fontes seguras, alguns alunos de grandes escolas estavam vindo.

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“Ouvi dizer que o filho do Viktor Krum irá vir para Hogwarts.” Comentou meu primo como se aquilo fosse fantástico. “Belle, sobrinha da tia Fleur, também.”

“Ela deve ser linda.” Scorpius pareceu tentar me provocar, mas eu não cederia ao ciúmes.

“Scorp...” Scarlett o repreendeu.

“Eu vou ao banheiro.” Anunciei. Eu não era obrigada a ficar ouvindo aquela conversa e muito menos a voz irritante da loira que estava sentada no colo dele.

Scorpius Malfoy era um idiota e eu precisava colocar isso em minha mente. Nós nunca ficaríamos juntos. Éramos Poseidon e Atena, não Romeu e Julieta. Um Malfoy e uma Weasley nunca seriam um casal. Ele havia deixado claro isso.

Então, por algum motivo que eu não compreendia, lágrimas escaparam enquanto fechava a porta da cabine sem olhar para trás. O segundo passo foi baixar a cabeça. Ninguém precisava saber que estava chorando.

Dentro do banheiro, que era encantado para ser maior, tendo espaço para os alunos se trocarem, eu me escondi em um box por alguns minutos. Mantive as lágrimas caindo, os soluços silenciosos e meus sentimentos dentro de uma caixa. Eu iria me curar daquilo. Sairia dali com um sorriso brilhante.

“Eu precisar usar o banheiro. Me dê um momento.” Uma voz masculina, carregada de sotaque, chamou minha atenção.

Não. Eu não podia ter entrado no banheiro errado. Ou podia?

Escondi meu rosto entre minhas mãos. Aquilo só podia ser um sonho ruim do qual eu precisava acordar.

“Ai.” Reclamei ao me beliscar. Então era real.

Estar tudo bem, amigo?” O garoto que havia acabado de entrar perguntou.

Eu tive certeza que meu rosto enrubesceu, mesmo que ele não pudesse me ver. Como escaparia? Deveria ter prestado atenção no feitiço bobo de imitação de voz que James usava para se safar de problemas.

Limpei a garganta e engrossei a voz o máximo que pude. “Sim.”

Houve um breve silêncio, seguido do que deveria ser o som dele esvaziando. Por curiosidade, abaixei me de modo que pude olhar por baixo. Precisava saber quem era, embora o sotaque já o entregasse. Então, senhoras e senhores, eu vi o famoso – basicamente um Kardashian do mundo bruxo – e incrivelmente musculoso: Rorik Krum.

Levantei rapidamente. Não queria ver nada ali. Precisava encontrar um modo de sair daqui.

“Essas gar-r-rotas de Hogwarts son um pesadelo.” Ele comentou, não que eu quisesse sabe. “Elas eston me perseguindo como se eu fosse muito famoso.”

“Você é muito famoso.” Murmurei baixinho.

“O que?”

Merda. Ele havia ouvido alguma coisa.

“Nada.” Fiz o meu melhor para engrossar a voz de novo.

Respirei fundo. O que eu faria agora? Minha imitação de voz masculina era horrível e eu precisava sair dali logo, sem ser notada. Será que se eu pedisse a ele, receberia ajuda? Mamãe me contara sobre seu breve relacionamento com Viktor Krum durante o torneio tribruxo e ele parecia ser um bom rapaz... Mas seria seu filho a mesma coisa? Optei por arriscar.

“Ei, amigo, acho que preciso da sua ajuda.” Tentei continuar com a voz grossa.

Clar-r-ro.” Ele pareceu dar alguns passos para se afastar do mictório. “Como posso ajudar?”

“Venha aqui perto, por favor.” Pedi.

Esperei mais alguns passos, dessa vez hesitantes. Ele deveria estar pensando que eu era uma louca.

“Pode falar.”

Tomei folego.

“Não fique assustado, mas” fiz uma pausa para me recuperar e limpei a garganta, voltando a voz normal. “eu sou uma garota.”

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“Amigo, eu não poder ajudar nisso.”

“Não!” Segurei para não rir. Ele era muito lerdo. “Eu realmente sou uma garota. Entrei no banheiro errado por acidente.”

“Ah, entendi.” Rorik abafou uma risadinha.

“Meu nome é Rose Weasley.”

Rosa Weasel?” Perguntou, transformando meu nome completamente. “Rosa, filha de Hermione Granger e Ronan Weasel?

Certo, ele conseguia falar o nome da minha mãe perfeitamente, mas de meu pai não. Eu consideraria isso uma ofensa, se não estivesse louca para sair dali.

“Ron Weasley.” Corrigi.

“Meu pai...” Ele começou, mas eu já sabia o que iria falar e isso era vergonhoso demais mim.

“Eu sei.” Suspirei. “Pode me ajudar?”

Clar-r-ro. Como eu poder ajudar?”

“Bom...” Eu comecei. Era claro que eu tinha um plano. Minha mente funcionava como a mente de Jimmy Neutron, aquele desenho trouxa sobre um menino gênio.

O plano era simples. Ele sairia do banheiro, distrairia todas aquelas garotas escandalosas e quem mais estivesse ali por perto enquanto eu me transferia para o banheiro correto e fingiria que tudo estava normal.

Tudo ocorreu perfeitamente. Logo eu estava de volta ao corredor e não pude deixar de me virar para lançar um sorriso amigável para ele. E ele retribuiu.

Para dizer a verdade, Rorik era um deus búlgaro. A semelhança com o pai era inegável. Era mais alto que a maioria dos garotos de Hogwarts, seus cabelos castanhos formavam ondas perfeitas no topo da cabeça e os olhos eram verdes como esmeraldas. Tirava suspiros de qualquer uma, menos eu.

Meu coração ainda estava preso nos olhos cinzentos como tempestade de Scorpius Malfoy. Apesar de sermos imãs de polos iguais, não conseguíamos deixar as leis da física nos repelir.

Talvez fosse um pensamento adolescente sobre o primeiro amor, mas eu sentia que jamais ia deixar de amar aquele imbecil, egoísta e orgulhoso.

“Está atrasada.” Disse a voz de ninguém menos que o próprio Malfoy.

“E você não?” Retruquei.

“Disse que iria te procurar.” Ele deu de ombros.

“Que ótimo.” Rolei os olhos.

Então ouvimos um trovão e chuva começou a cair.

“Estranho.” Dissemos praticamente juntos nos aproximando da janela.

“Não é muito comum chover hoje.” Comentei.

“Parece que estamos com sorte.” Ele ironizou.