Mesmo que já esperasse aquela reação de Caroline, Damon não pode conter a fúria e a frustração que o dominaram segundos após a ligação ter sido encerrada de maneira brusca. Como não havia nada por perto em que descontar a raiva, a não ser o celular em suas mãos, teve de se contentar ao vê-lo partir em vários pedaços assim que tocou o chão de pedra do pátio em frente à mansão.

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Desembarcou do carro alguns minutos depois, assim que sua respiração e seus sentimentos sempre controversos estavam novamente sob controle.

Observou mais uma vez a antiga fachada do que um dia fora seu lar, mas não conseguia nutrir nenhum tipo de sentimento bom por aquele lugar. A coisa mais latente em seu peito naquele momento era o rancor.

Sacudiu a cabeça levemente, buscando reencontrar algum equilíbrio emocional. Mais alguns segundos e pôs-se a caminhar a passos largos até a entrada. Sem dar atenção a nada do que havia por ali, subiu direto até o quarto que estava ocupando, jogando seus pertences de volta na mochila e fechando-a rapidamente após uma rápida vistoria para ver se não havia deixado nada para trás.

Desceu as escadas rapidamente, jogando a mochila sobre os ombros durante o percurso, e deixou definitivamente a velha mansão, sem nem ao menos se dar ao trabalho de trancar a porta ao sair. Quando sua situação com Caroline estivesse resolvida e ele tivesse boa vontade o suficiente, procuraria um corretor de imóveis e colocaria o lugar à venda, coisa que já deveria ter feito há muito tempo.

Sem nem mesmo olhar para trás, embarcou novamente em seu carro e partiu dali cantando pneus. Ainda não havia decidido para onde ir, mas manter-se tão distante da garota loira estava fora de cogitação. Mesmo que fosse arriscado, ele teria de se manter por perto, pronto para aproveitar a primeira chance que surgisse para tomar Caroline novamente para si.

***********

Bella observava a rua escura através da janela da sala de estar da casa de seus pais quando teve sua atenção roubada pelo som de passos rápidos vindos do andar de cima, descendo pelas escadas em seguida. Virou-se na direção do som e pode ver o filho correndo degraus abaixo.

– Benjamin Whitlock Masen! – diz ela, de maneira enérgica, vendo o garotinho parar instantaneamente no último degrau. – O que lhe falei sobre correr dentro de casa?

– Você disse que eu poderia me machucar... Mas papai disse que tudo bem, desde que você não veja. – Ben responde, simplesmente. – E eu nem sabia que você estava na sala mamãe. Achei que estivesse na cozinha com a vovó! – o garotinho se defende.

– Edward Anthony Masen! – ela chama, tentando soar ameaçadora.

Menos de um minuto depois Edward apareceu na sala, olhando da esposa para o filho algumas vezes antes de dizer qualquer palavra.

– Aconteceu alguma coisa?

– Que história é essa de permitir que Benjamin corra dentro de casa? – Bella pergunta com os braços cruzados e o pé direito batendo ritmadamente contra o tapete, o que abafava o som das batidas.

– Bella, amor... – diz Edward, aproximando-se dela.

– Nem me venha com essa de “amor”! – diz ela, dando um passo para trás. – Quer dizer que enquanto eu tento educar nosso filho, você passa o tempo livre que têm juntos ensinando-o a fazer artes? Deveríamos trabalhar em conjunto.

– Querida – ele começa mais uma vez, diminuindo a distância entre eles e enlaçando a cintura dela, - não estou tentando deseducar nosso filho. Apenas lhe dei a liberdade de ser criança, entende? E veja... – continua, ajeitando uma mecha de cabelo da esposa, - não temos como brincar de pega-pega sem correr, não é mesmo?

– Acha mesmo que vai me convencer com essa desculpinha fajuta? – Bella pergunta, estreitando os olhos.

– Tentar não custa nada, não é? – Edward responde, com um leve dar de ombros, sem conseguir conter um sorriso.

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– Às vezes me esqueço que Benjamin teve a quem puxar! – a morena responde, dando um leve tapa no ombro do marido, devolvendo-lhe o sorriso logo em seguida. – Não consigo nem mesmo dar uma bronca decente em vocês dois, isso é frustrante!

– Se você não vai dar bronca, posso ir lá pra fora esperar o tio Jasper? – Benjamin pergunta, encarando ambos com um sorriso que mostrava a “janelinha” pela perda do primeiro dente de leite.

– Seu tio já deve estar chegando querido. – Bella responde, aproximando-se do pequeno e afagando seus cabelos escuros, que eram a única semelhança entre ela e o filho, já que todos os traços do rostinho de Benjamin haviam sido herdados de Edward, inclusive o tom de verde dos olhos. – Por que não vai até a cozinha ver se a vovó Cora precisa de ajuda, já que Matilda está de folga essa noite? Talvez você possa ajudá-la a fazer a calda do bolo de chocolate...

– Bolo de chocolate? – e ela não pode conter um sorriso ao ver os olhinhos do filho brilharem diante da expectativa de se lambuzar com a calda do bolo. – Me chama quando o tio Jazz chegar? – ele pergunta, ansioso.

– Chamo sim amorzinho, pode ficar tranquilo! – responde, beijando a bochechinha rosada do menino para vê-lo correr em direção à cozinha no segundo seguinte. – Cuidado pra não cair Ben! – ela ainda adverte, mas sabia que estava falando para as paredes.

– Não precisa se preocupar tanto meu amor. – sussurra Edward, abraçando-a pelas costas. – Benjamin já é um rapazinho, e vez ou outra vai acabar caindo e se machucando. – Bella quis interrompê-lo, mas ele foi mais rápido e a interrompeu com um beijo no pescoço. – Sei que quer evitar qualquer sofrimento do Ben, mas eles fazem parte do crescimento dele. E bem, sempre estaremos por perto para acalentá-lo quando for preciso, não é mesmo?

– Sei disso tudo Edward, mas não consigo evitar... – diz ela, virando-se para encará-lo. – Aliás, falando em evitar o sofrimento alheio, será que deveríamos guardar os porta-retratos em que Alice e Claire aparecem nas fotos? – completa, olhando para o aparador próximo à porta de entrada e para a mesinha de centro da sala em seguida, ambos ocupados por vários fotos da família.

– E quer evitar o sofrimento de quem? De seu irmão ou da garota que virá com ele?

– O nome é Caroline, meu bem, e é sua cunhada também ok? – Bella responde, desvencilhando-se do abraço dele e cruzando os braços. – E não quero que nenhum deles se sinta triste ou constrangido, entende?

– Mas se tirarmos as fotos daqui, não dará uma impressão errada ao seu irmão? Como se, de alguma forma, estivéssemos excluindo a esposa e a filha dele da família? – diz Edward, tentando explicar seu ponto de vista.

– Você tem razão, ele pode se chatear ainda mais...

– E bem, não temos mais tempo para tirar nada do lugar, pois seu irmão acabou de estacionar o carro aí na frente. – diz ele, indicando a janela por onde Bella observava a rua minutos atrás. – Vou chamar seus pais. – completa, beijando-a no rosto e dirigindo-se à cozinha em seguida.

**********

Jasper acabara de estacionar o carro em frente à casa de seus pais. Ao seu lado, Caroline analisava a fachada parcialmente iluminada em completo silêncio.

– Nervosa? – ele pergunta, envolvendo as mãos dela com as suas.

– Estarei mentindo se disser que não. – a garota responde, sem encará-lo.

– Hey... – diz Jasper, levando uma das mãos ao rosto da garota e fazendo com que ela olhasse para ele. – Não tem com o que se preocupar, minha querida. Vai dar tudo certo, eu prometo!

– Mas... e se não gostarem de mim, ou se eu fizer alguma bobagem e acabar estragando tudo?

– Amor, - e agora ele envolvia o rosto dela com ambas as mãos, aproximando seu rosto do de Caroline lentamente. Estavam tão próximos que podia sentir o hálito quente da garota batendo em seu rosto. – eles vão adorar você. É linda, simpática, adorável... não há a mais remota chance de não gostarem de você. Confie em mim... – completa, unindo seus lábios aos dela em seguida, sentindo-a relaxar aos poucos com o passar dos segundos.

– É claro que confio em você. – ela responde, com um leve sorriso. – Obrigada!

– Pronta? – o rapaz pergunta, vendo-a acenar afirmativamente em seguida.

Jasper soltou-se do cinto de segurança e desembarcou do carro, seguindo rapidamente até a porta do carona e abrindo-a para que Caroline pudesse sair também. Assim que a garota colocou-se ao seu lado, ele se permitiu admirá-la por alguns segundos.

Ela estava linda! Os cabelos claros formavam cachos perfeitos, emoldurando seu rosto. O vestidinho branco com estampa de delicadas rosas e o casaquinho rosa que vestia sobre ele a deixava ainda mais parecida com uma daquelas princesas modernas saídas dos filmes.

– Jazz... – Caroline chama, fazendo-o sair de seu pequeno momento de deslumbramento. – Está tudo bem?

– Melhor impossível! – ele responde, enlaçando a cintura dela e trazendo-a para mais perto de si. – Estava apenas admirando você e pensando o quanto sou sortudo! Ok, sei que isso é bem clichê, mas é a mais pura verdade.

– Bobo! – diz ela, dando um tapinha no ombro dele. –Até parece que não tem noção de quanto está bonito essa noite... – continua, observando Jasper se auto-analisar rapidamente. Ele vestia um jeans escuro e uma camisa azul royal com as mangas dobradas até a altura dos cotovelos. Estava perfeito!

– Só essa noite? – Jasper pergunta, fazendo uma carinha triste. – Quanta consideração, Srta. Forbes... Achei que eu fosse minimamente bonito nas outras ocasiões também. – continua, sacudindo a cabeça levemente, mas sem conseguir conter um sorriso ao ver a expressão de incredulidade no rosto de Caroline.

– Você é impossível, sabia? – a garota responde, com um biquinho. – Mas se for pra te ver feliz, digo em alto e bom som que você é sempre lindinho!

– Espere por uma oportunidade de me ver de smoking... – diz ele, a voz não passando de um sussurro. Estava tão próximo da garota que a fez arrepiar-se involuntariamente. – Desbanco até mesmo o James Bond!

– Mal posso esperar pra conferir! – Caroline diz, dando-lhe um selinho em seguida.

Nesse momento, a porta da frente foi aberta e por ela saiu um garotinho sorridente, correndo na direção deles com os bracinhos erguidos.

– Tio Jasper! – diz Benjamin, atirando-se nos braços dele e o abraçando apertado.

– Como vai, campeão? – diz Jasper, bagunçando o cabelo do sobrinho assim que o colocou de volta no chão. – Tem dado muito trabalho aos seus pais?

– Ah, só um pouquinho né, tio? Que graça teria em ser criança se a gente não pudesse se divertir, certo? – o garotinho responde, muito sério.

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– Céus, você está falando igualzinho o vovô Oliver! Seu pai pode desistir de ver você formado em engenharia. Sem sombra de dúvidas, vai seguir o caminho do direito igualzinho sua mãe e seu avô.

– Não, não! Quero ser da polícia igual você, tio! – o garotinho responde, animado. – Será que vou poder dirigir a viatura e ligar a sirene?

– Acho que vai sim! É mesmo muito legal, você vai ver! – o rapaz responde, com um sorriso.

– Mas tio – Benjamin começa, com uma carinha travessa, - se eu trabalhar na polícia consigo uma namorada bonita igual a sua?

– Campeão, pra conseguir uma dessa precisa de muito mais do que um distintivo, viu? Se você dependesse apenas do seu lado Masen, as coisas poderiam ser mais complicadas. – diz Jasper, seriamente. - Mas você tem o sangue dos Whitlock, então nem vai ser assim tão difícil. O charme é herança genética, sabe?

– Verdade? – o garotinho pergunta, com os olhinhos brilhando.

– Amor, quer parar de iludir o menino? – diz Caroline, dando outro tapinha em Jasper, encarando Benjamin em seguida. – Só o charme não basta, viu lindinho? Você precisa ser carinhoso, amigo, gentil... E a propósito, prazer em conhecê-lo Benjamin. Sou Caroline!

– Você é a nova namorada do meu tio, né? Mamãe disse que você faz ele sorrir, e tio Jasper é muito mais legal quando sorri! E eu posso te chamar de tia, como eu fazia com a tia Alice?

Antes de responder, Caroline deu uma rápida olhada para Jasper, buscando em seus olhos a resposta para o garotinho. Temia que dissesse sim para Ben e acabasse deixando o namorado chateado com isso.

– Pode chamá-la de tia, campeão. – ele responde,se antecipando à namorada e pegando o menino no colo. – Mas agora, o que acha de entrarmos?

– Boa ideia tio! Vovó Cora estava fazendo bolo de chocolate, e a calda está mesmo gostosa sabe?

– E como você sabe disso, mocinho? – Caroline pergunta, encantada com a espontaneidade do novo sobrinho.

– Ela me deixou lamber o fundo da panela, oras!

– Ah, está explicado! Sabe, minha avó também me deixava lamber o resto da massa do bolo e a calda quando eu tinha a sua idade. É muito bom, né? – diz ela com um sorriso, vendo o garotinho acenar afirmativamente.

Cobriram a distância que os separava da porta da frente de mãos dadas, encontrando uma Sra. Whitlock radiante os aguardando. Jasper colocou o sobrinho no chão e voltou-se para a mãe em seguida. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela já envolvia o filho e a nora num abraço.

– Mal posso acreditar que estão mesmo aqui, meus queridos. – diz Cora, beijando o rosto de cada um deles no momento seguinte. – Estava receosa de que esse mocinho fosse inventar uma desculpa qualquer para não vir, sabe? – continua, liberando-os do abraço. – Ele tem feito muito disso nos últimos tempos. – completa num sussurro, para que só Caroline pudesse ouvir.

– Mesmo que ele estivesse um pouco relutante, consegui convencê-lo a vir Sra. Whitlock. – a garota responde.

– Hey! Eu tinha bons motivos para querer remarcar, viu? – diz ele, fingindo estar indignado.

– Aconteceu alguma coisa? – Cora pergunta, preocupada.

– Está tudo sob controle agora mãe, não precisa ficar aflita.

– Querida, será que poderia parar de monopolizar nosso filho e deixar que ele e a bela senhorita que o acompanha entrem? – diz o Sr. Whitlock, parando à porta.

– Não estou monopolizando ninguém Oliver!

– Sinto informar, mas está sim minha querida. – diz ele, beijando o rosto da esposa. – Me dê aqui um abraço garoto! – completa, puxando o filho para dentro da casa.

– Oi pai! – diz Jasper, retribuindo o abraço.

– Bom te ver garoto! E você deve ser a responsável por nos trazer Jasper de volta, certo? – o senhor diz, voltando sua atenção para Caroline, abraçando-a também.

– Seja lá o que tenham dito a meu respeito para o senhor, saiba que sou inocente de todas as acusações, ok? – a garota responde, tentando manter-se séria.

– Onde encontrou essa menina, Jasper? Gostei dela! – diz Oliver, sorridente. – Venha querida – continua, estendendo seu braço para a nora para que caminhassem lado a lado, - este é Edward, marido de minha garotinha Isabella – diz ele, dando tempo para que se cumprimentassem antes de continuar. – E por aqui chegaremos à sala de jantar, onde a bomboniere está recheada com os deliciosos bombons da “Godiva Chocolatier”. Um velho amigo meu os trouxe de presente diretamente da fábrica em Bruxelas, na Bélgica.

– Da Bélgica? – Caroline pergunta, surpresa.

– Sim querida... E são mesmo muito bons, sabe? Acredito que Cora não irá se importar se eu lhe oferecer unzinho antes do jantar, não é mesmo meu bem? – ele pergunta, voltando-se para a esposa que vinha logo atrás deles, acompanhada pelo resto da família.

– Desde que não vá estragar o apetite da menina, tudo bem. – diz Cora, sorrindo para eles. – Mas estarei de olho em você Oliver! O bombom é para Caroline, ok? O senhor já comeu o seu hoje!

– Cora, por favor...

– Sem mais, querido! Já tem o meu veredicto!

– Pensei que o juiz fosse o papai e não a senhora, mamãe! – diz Bella, sem conter os risos, sendo acompanhada pelos demais no segundo seguinte.

– Ele pode até ser o juiz nos tribunais querida, mas aqui, quem dá as ordens sou eu! – diz Cora, arrancando ainda mais risadas da família. – Mas agora... quem de vocês me ajuda a preparar a mesa, hein?

– Vamos lá mãe, Bella e eu ajudamos a senhora. – diz Jasper, puxando a mãe e a irmã na direção da cozinha.- Volto já, Care! – completa, piscando para a namorada antes de sumir pelo corredor.