Semideuses Rebeldes

Briga com deusa, descoberta de Quíron, partindo pra missão e pesadelo


Depois da briga que Giovanni e Diego tiveram, quem tagarelava era Eliza. Digo, Quione, não, é Eliza pra eles. Ah, vocês entenderam

Nada do que ela dizia entrava na cabeça de Diego, até que ele ouviu uma coisa que não o deixou muito contente:

– ... Não vale a pena brigar por aquela ruivinha, vocês são amigos e...

– Ela não é "aquela ruivinha" - Diego explodiu novamente e a cortou - Ela tem nome! Roberta! Ro-ber-ta! R-O-B-E-R-T-A!

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– Tá bom, não precisa ficar bravo, silabar e soletrar o nome da menina - ela reclamou

– Olha Eliza, acho melhor você calar a boca - disse Giovanni de saco cheio

Eliza, digo, Quione, ficou irritada.

Ela estava com dois tapados há muito tempo, e não podia falar nada.

Pelo menos ela estava conseguindo o que queria, não?

~Acampamento Meio-Sangue~

Quíron andava/trotava preocupado desde que Roberta tinha contado seu sonho para ele. Todos no Acampamento Meio-Sangue sabiam que algo estava para chegar, mas aquilo? Geralmente as Grandes Profecias se realizavam de século em século, talvez de mil em mil anos, mas em somente um? Não. Não podia ser

– Não - ele dizia - foram muito semideuses mortos na guerra contra Cronos. Não pode haver outra.

De repente, ele avistou Rachel ao longe.

Foi rapidamente pra lá e percebeu que um semblante preocupado estampava seu rosto.

– Por onde esteve? - ele perguntou

– Na caverna

– Venha, preciso lhe contar uma coisa - ele disse e foi para o sótão da Casa Grande

Aquele lugar continuava assustador, ainda que o Oráculo do Acampamento não ficasse mais lá. Tudo continuava idêntico.

Quíron contou o sonho de Roberta para Rachel. Ela ficou pálida

– Outra? - ela perguntou - Mais outra? Como eu não previ nada?

– Ainda demorará um pouco para essa profecia se realizar, e ela foi dita há milhares de anos atrás. Por isso você não a previu

– Devemos avisar?

– E preocupá-los mais? Não. É melhor esperar o momento certo - ele disse

O centauro estava com medo. E ele não queria ser o responsável por causar uma onda de pânico pelo acampamento.

[...]

A tarde chegou, e a hora de partir também. Os três já estavam prontos, equipados, armados e tal. Mas não preparados.

Mia e Lupita se despediram de seus irmãos e logo, atravessaram a fronteira mágica do acampamento junto de Miguel.

– Eu fico com a bússola - disse Lupita

Miguel olhava para Mia o tempo toso, o que o fazia tropeçar e bater a cabeça em galhos de árvores baixas com frequência.

Já Mia achava a situação engraçada. Ela o espiava pelo canto do olho e o via hipnotizado, com o olhar fixo em seu rosto.

"No meio da missão você o perdoa" ela se lembrou do que Roberta lhe disse.

"No meio da missão, Mia" ela repetia em sua mente. Mas o que ela realmente queria era perdoá-lo naquele instante, ou o mais rápido possível.

Infelizmente, Miguel não era sua única preocupação. Ela se perguntava:

Vou conseguir? Vamos libertar Lupita da maldição? Afrodite vai me ajudar? Eu vou perdoar Miguel? Vou poder cumprir a promessa que fiz para meu pai?

Aquelas dúvidas estavam atormentando sua cabeça

Lupita tinha que aguentar sua mãe falando na sua cabeça. Ela achava legal ter uma mãe que sempre conversasse com ela sobre tudo e que ficasse com ela nos momentos difíceis. Na verdade, ela sempre quis isso. Mas não daquele jeito.

"Você vai para o oeste em linha reta?"

"Sim. Talvez, mamãe"

"Acha uma boa ideia?"

"Não sei mãe, é minha primeira missão, e eu quero acabar com isso logo."

"Minha filha, às vezes as missões duram dias, semanas, meses ou talvez anos!"

"Ok, mãe"

"Mas eu estou tão animada! Você é a minha primeira filha que consegue se comunicar comigo em mil anos!"

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"Por Zeus, mãe, você está parecendo Alma Rey!"

"Desculpe, Lupita. Mas estou tão animada!"

"Só você mamãe"

"Ok, eu paro de falar"

"Finalmente!"

~Missão de Roberta~

A noite caiu e Roberta se preparou para dormir

– Vamos ficar aqui por quanto tempo? - Buck o Coelho perguntou

– Vamos embora amanhã - ela respondeu - temos que chegar no Palácio do Vento Norte antes de Quione

– Por que? - ele perguntou

– Elemento surpresa, podemos pegá-la de jeito se chegarmos antes, e também podemos impedir que ela faça algo contra Giovanni - ela explicou

– E o Diego?

– Ele que morra

– Sabe, a vida é uma droga. Depois você morre. Sorte dele, não?

– A vida não é uma droga

– De qualquer maneira, ele vai morre como um herói. Vai para o Elísio.

– Não. Ele vai para os Campos da Punição - Roberta disse

– Por te fazer sofrer, ou por ser um débil mental?

Roberta se calou. No fundo, ela não queria que ele morresse. Só queria que ele aprendesse a lição e passasse a ouvi-la.

– Boa noite, Buck - ela disse quando se deitou no saco de dormir

– Não mude de assunto, garota!

Uma vez, ela ouviu que se você pensasse numa pessoa antes de dormir, você sonhava com ela.

– Diego... - ela murmurou antes de apagar completamente

– Depois ainda diz que não gosta dele - murmurou Buck

Mas parece que isso não funciona com semideuses

Porque ela teve o mesmo sonho que a apavorou.

[...]

Ela acordou num salto

– Mas que merda. Dizem que quando você tem um sonho recorrente é porque ele vai acontecer - ela disse afundando a cabeça nas mãos

– Sonho recorrente de semideus é o que? - Buck perguntou

– Apocalipse - ela tentou fazer piada, mas saiu sério. Como se fosse isso mesmo

– Palavras tem poder - disse Buck - então cale essa boquinha que você quer que o Diego beije! Sou muito incrível pra morrer!

Ainda estava escuro, então Roberta tentou dormir novamente. Mas quando você tem um pesadelo, o medo te assombra, o medo de que quando você fechar os olhos, ele vai voltar. Aí se torna quase impossível dormir.

Quando ela conseguiu, finalmente teve o sonho que tanto queria. Dormiu assustada, mas acordou alegre e sorridente, como se nada tivesse acontecido

– Por que a felicidade? - Buck perguntou

– Você não dorme não? - Roberta perguntou

– Você sabe que horas são, Princesa do Sol?

Ela olhou para o céu

– Meio dia! - disse espantada - Vamos comer algo rápido e ir embora!

Eles comeram rapidamente algumas frutas que encontraram, vulgo Buck, e partiram.

Depois de três horas e meia andando em silêncio, pararam pra comer de novo, e Roberta pegou o livro de Annabeth, o abriu numa página qualquer, e lá estava a profecia que a assustou

Era tão apavorante que ela não podia nem pensar em lê-la de novo.

Talvez, pra quem nunca foi para o Acampamento Meio-Sangue, pra quem nunca enfrentou nenhum monstro, pode ser "só mais umas palavras sem sentido" mas quando se é um semideus, até a mais simples e inofensiva profecia te dá medo.

Ela mudou de página rapidamente, pra afastar aquela profecia de seus pensamentos.