Sem Influência

Capítulo 4 - A separação


Boruto tinha razão quando disse à Sarada que um divórcio entre Sasuke e Sakura não seria uma tarefa fácil. Um dia após ser expulso de casa pela esposa, o Uchiha bateu na porta do escritório do genro para pedir que ele o representasse antes que Sakura fizesse o mesmo. Então, o Uzumaki aceitou defender os interesses de seu padrinho e sogro, mas lhe deixou claro que era melhor ele entrar em acordo com a dona da La Haruno.

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— Sem acordo! – Afirmou Sasuke, indo contra a tudo que Boruto havia lhe explicado minutos antes.

— Padrinho, eu vou ser bem direto com o senhor. A Sakura tem vantagem numa briga litigiosa.

— Por quê?

— Bem, ela é a mãe das crianças. É muito difícil um juiz dar a guarda unilateral para o senhor, ainda mais com todo o histórico, mas podemos brigar por uma guarda compartilhada.

— Que histórico? Eu sou o pai. Tenho tantos direitos quanto ela.

— Bom, a família Uchiha roubou a Sarada da Sakura quando ela era bebê. Ela pode alegar que você quer fazer algo do gênero novamente, por exemplo, afastando os gêmeos dela. Nenhum juiz daria ganho de causo pro senhor, ela tem testemunhas que deporiam a favor, e como ela é famosa a opinião pública assim que souber do divórcio também vai ficar do lado dela.

— Então, você quer dizer que, além de perder a minha mulher, eu vou perder os meus filhos?

— Veja bem, padrinho, o senhor não vai perder o direito de conviver com seus filhos. Eu vou brigar para ganhemos a guarda compartilhada, o que acho que Sakura concordaria sem problemas.

— E se ela quiser a guarda unilateral?

— Eu acredito que Sakura saiba que o melhor pra Indra e Ashura é a guarda compartilhada.

— Aí vamos estipular o valor da pensão e a divisão de bens, certo?

— Sim, mas esses itens são mais fáceis de resolver no caso de vocês. O senhor não se opõe à pensão e como vocês se casaram com divisão total de bens também não haverá problema nesse quesito. Cada um continua com os bens que tem em seu nome. A parte complicada é a guarda.

— Eu confio em você, Boruto. Não me deixe perder os meus filhos, por favor.

— Eu vou fazer o meu melhor para que isso não aconteça.

[...]

Quando Sakura procurou Boruto, o genro lhe informou que Sasuke já havia lhe contratado para lidar com o divórcio. Então, a Haruno disse que já imaginava e por isso mesmo já havia contratado Temari Akasuna para defendê-la. Após o pedido de divórcio ser feito, o juiz marcou uma audiência de conciliação para tentar transformar o divórcio litigioso em consensual. No entanto, as diferenças entre Sasuke e Sakura eram gritantes.

No dia da audiência, um mediador entre as partes lhes perguntaram sobre a quantia da pensão, os alimentos que Sasuke precisava fornecer para os filhos e a guarda para então decidirem se estavam de acordo com o que havia sido proposto. Primeiro, Temari colocou em debate os pedidos de Sakura e, em seguida, Boruto fez uma contraproposta.

— A minha cliente é a mais interessada em que esse divórcio seja consensual, mas estamos aqui nessa audiência porque Sasuke Uchiha se recusa a dar o divórcio à Sakura. Sendo assim, a minha cliente entrou com o pedido de litígio para que isso seja resolvido de forma justa e todos possam seguir suas vidas. Sakura quer que Sasuke custeie metade dos gastos dos gêmeos com escola, plano de saúde, alimentação, tudo meio a meio. Quanto aos bens, já está resolvido, pois foi com separação total de bens. No entanto, o cerne da nossa questão hoje é a guarda das crianças. Sakura deseja que ela seja compartilhada, sendo assim os filhos continuariam morando na casa em que vivem hoje em Konoha e convivendo diariamente com o pai. Sasuke pode levar os filhos na escola, almoçar ou jantar com eles combinando com Sakura dia e horário sem qualquer monitorando e eles podem dividir os finais de semana, férias, etc. – Disse Temari.

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— Meu cliente está de acordo com os pedidos de Sakura. Mas e quanto aos aniversários, natais e outras datas comemorativas? – Questionou Boruto.

— Minha cliente deseja que Indra e Ashura possam ter aniversários, natais e demais festividades com ambos os pais presentes. E sempre que isso não for possível, eles poderão conversar para resolverem a questão. – Informou Temari.

— É um bom acordo. O que acha Sasuke? – Perguntou Boruto.

— Não quero. – Afirmou Sasuke seco e Sakura ficou surpresa.

— Como assim? É o melhor acordo que nós poderíamos ter! – Alegou Sakura.

— Não acho. Eu não quero o divórcio. A gente pode dar outro jeito, Sakura. Foi só uma briga por um motivo estúpido, a gente consegue ser melhor que isso. Separar a nossa família só porque você está tendo uma crise profissional? Fazer a mim e aos seus filhos sofrerem por egoísmo? – Queixou-se Sasuke, deixando até Boruto boquiaberto.

— Você não quer a guarda compartilhada? – Perguntou Temari a Sasuke.

— Não. Eu quero a minha família de volta. Sakura, por favor, acaba com isso. – Suplicou Sasuke.

— Padrinho, não... – Pediu Boruto.

— Eu não vou voltar pra você. O que está em jogo aqui é uma vida saudável para os meus filhos. Diferente do que você e sua família fizeram comigo, eu quero sim que eles convivam o pai. A guarda compartilhada é a melhor maneira pra ninguém sair machucado dessa história. – Afirmou Sakura.

— Eu vou provar que você está errada quanto ao nosso casamento, Sakura. E, enquanto você não cai em si, eu vou pedir a guarda unilateral de Indra e Ashura. Não tem acordo com você. Não vou dividir meus filhos com você como se eles fossem um sanduíche. Se criei Sarada sozinho, posso provar ao juiz que tenho condições de criar meus outros filhos da mesma forma. – Cuspiu Sasuke, irritado.

— Padrinho, eu expliquei pro senhor o que vai acontecer. Pense melhor... – Aconselhou Boruto.

— Eu agradeço seu conselho, mas prefiro fazer desse jeito. Espero que ainda defenda meus interesses. – Pediu Sasuke.

— Sasuke, Boruto deve ter te aconselhado a aceitar o acordo porque sabe que a sua derrota perante o juiz será humilhante. Eu nos pouparia todo esse trabalho. Além disso, se formos até o juiz para provar que eu mereço a guarda unilateral de Indra e Ashura, vamos expor as crianças às nossas brigas, porque tenha certeza que isso será noticiado e não porque eu pedi, mas porque a imprensa vai investigar o que está acontecendo na minha vida particular. Será doloroso para nossos filhos e só por eles peço que reconsidere e aceite a proposta de guarda compartilhada. – Insistiu Sakura.

— E você por acaso pensou neles quando me expulsou de casa? Tenho certeza que eles sentiram minha falta. – Choramingou Sasuke.

— Sasuke, por favor... – Suplicou Sakura quase chorando.

— Padrinho, a Sakura tem razão. Se o senhor não aceitar o acordo, só adiaremos o veredito que com certeza será a favor dela. Eu já expliquei as circunstâncias. Pense no bem de Indra e Ashura e não em seu coração partido, por favor? – Pediu Boruto, querendo algum bom senso de Sasuke que estava cego por sua raiva.

— Eu vou perder os meus filhos se não aceitar esse acordo? – Perguntou Sasuke, tentando controlar sua irritação.

— Vai. – Afirmou Boruto.

— Aceitar esse acordo é a melhor solução para ambos os lados. Minha cliente não quer afastar a crianças do senhor. – Reforçou Temari.

— Vamos fazer isso direito, Sasuke? Por favor, vamos ter um divórcio consensual e fechar esse acordo? – Pediu Sakura.

— Eu vou aceitar o acordo, mas só pelos meus filhos. Eu amo Indra e Ashura. Não me perdoaria se eles fossem magoados por nossa causa. – Finalmente concordou Sasuke, e o clima de alívio logo se instaurou pela sala.

— Obrigada. – Disse Sakura.

[...]

Sakura voltou para casa triste, mas com a certeza que tinha feito o certo. Se divorciar de Sasuke e fechar um acordo com ele que fosse benigno para os filhos era essencial. Não descansaria até convencê-lo de tomar a atitude mais acertada. E, por sorte, Boruto estava ao lado de Sasuke pronto para freá-lo a cometer mais um de seus milhares de erros.

Quando chegou em casa, Sarada estava ajudando Indra e Ashura nos deveres de casa, enquanto Saori dormia. A filha correu para abraçar a mãe e perguntar se estava tudo bem.

— Eu vou ficar bem. – Afirmou Sakura.

— E o papai? – Questionou Sarada.

— Ele não tá aceitando bem a separação, mas chegamos a um acordo pelo bem de Indra e Ashura. – Confessou a Haruno.

— Mãe, ele aceitou a guarda compartilhada?

— Depois de muita discussão, sim. Seu pai não é fácil, Sarada.

— Eu sei, mas que bom que ele concordou.

— Cadê o papai, mamãe? – Perguntou Indra.

— Ele não volta mais pra casa, mãe? – Questionou Ashura.

— Crianças, a mamãe tem que falar algo muito importante para vocês e para a Sarada. Vamos nos sentar aqui no sofá da sala? – Pediu Sakura e os três filhos assentiram.

— Pode falar, mãe. – Disse Sarada.

— Eu disse para vocês que o papai ficaria ausente por um tempo, certo?

— Sim, por uns dias, né? – Questionou Indra.

— Sim, por uns dias. Ele voltará a ver vocês diariamente, mas Sasuke não morará mais conosco nessa casa. O pai de vocês voltou a morar na casa do vovô e da vovó, mas continuará sempre próximo de nós ok?

— Vocês se separaram? – Perguntou Ashura.

— Sim, querido. Vocês tinham notado que o papai e eu estávamos brigando não é mesmo? – Perguntou Sakura.

—Casais brigam. Não é normal? – Comentou Indra.

— Casais brigam, mas isso não pode ser um hábito. Por isso, papai e mamãe se separaram. – Avisou Sarada.

— A irmã de vocês tem razão. Nosso relacionamento não estava bem, não era sadio. Por isso, a mamãe pediu pro papai ir embora. Assim, todo mundo pode voltar a ser feliz. É claro que vamos demorar a nos adaptar a nossa nova rotina e vocês não verão o papai e a mamãe juntos todos os dias, mas nós continuaremos aqui como a família que somos para vocês. – Disse Sakura.

— Acho que entendi. O papai pode vir jantar conosco hoje, mamãe? – Pediu Ashura.

— Acho que hoje não é o melhor dia, mas futuramente ele poderá se assim desejar. – Disse Sakura.

— E se vocês forem jantar com o papai hoje na casa dos nossos avós, hein? Assim, vocês matam a saudade dele e a mamãe pode digerir melhor o divórcio. – Sugeriu Sarada.

— Tudo bem a gente ir jantar com o papai, mãe? – Perguntaram Indra e Ashura ao mesmo tempo.

— Tudo bem. – Concordou Sakura.

[...]

Sarada deixou Sakura com Saori e foi levar os irmãos para a casa dos avós, assim os gêmeos poderiam jantar com ele e compreenderem melhor como seriam as coisas dali pra frente. Sarada estava orgulhosa por sua mãe não querer prender os gêmeos com ela e entender que eles deviam sim conviver com Sasuke, por mais errado que o pai fosse.

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Quando chegou na casa da família Uchiha, Sarada abraçou os avós primeiro e em seguida deu um abraço apertado em Sasuke junto com Indra e Ashura. O moreno carregava uma feição triste, mas não escondeu o sorriso ao ouvir os gêmeos dizendo que sentiam saudade ele. Em seguida, as crianças perguntavam o que ele tinha feito para Sakura tê-lo expulsado de casa. Então, Sasuke agachou e olhando nos olhos dos gêmeos foi o mais sincero que pôde.

— Eu fiz besteira. A mãe de vocês não coloca vocês de castigo quando erram para aprenderem com isso? – os gêmeos assentiram e então ele continuou – Pois então, Sakura está me castigando e, por mais duro que seja, eu vou obedecê-la e ficar longe. Mas isso não quer dizer que vocês vão se livrar de mim, entendido? Eu vou levar vocês na escola todos os dias como antes e conversar com a mãe de vocês para ver como ficará nossa rotina familiar. – Avisou Sasuke.

— A mamãe disse que o senhor pode ir jantar conosco quando quiser. – Comunicou Indra.

— Bem, então eu irei jantar com vocês mais vezes. – Concordou Sasuke.

— Galera, nós somos família. Não é um papel que vai separar a gente! O papai e a mamãe são maduros o suficiente para entenderem isso, não é mesmo pai? – Enfatizou Sarada.

— Como sempre, você é mais madura entre todos nós e está certíssima em dizer que continuamos sendo uma família mesmo que em casas separadas. – Completou Sasuke.

— A gente vai poder dormir aqui mais vezes então? – Perguntou Ashura.

— Poderão, mas teremos que combinar com a mãe de vocês. – Advertiu Sasuke.

— Ok, papai. – Responderam Indra e Ashura em conjunto.

— Bom galera, eu amo vocês e adoraria ficar para o jantar, mas Saori ficou a mamãe e acho que ela também precisa de companhia para o jantar. Vocês sobrevivem a essa noite sem mim, certo? – Disse Sakura.

— Vá fazer companhia para sua mãe. É a melhor pessoa para ficar com ela agora. – Incentivou Sasuke.

— Ah, papai, obrigada pela compreensão. Eu amo você, tá? – Falou Sarada.

— Eu sei.

[...]

Sakura estava ninando a neta em seus braços quando Sarada chegou e ficou derretida com o que viu. Ela então sacou o celular e gravou um vídeo do momento.

— As duas mulheres que eu mais amo na minha vida juntas. Isso que eu chamo de obra de arte. – Disse Sarada apontando a câmera para a mãe e a filha.

— Essa mocinha acordou e achei melhor brincar com ela. – Disse Sakura, colocando a neta no chão.

— Fez bem, mamãe. – Falou Sarada.

— Pensei que fosse ficar para o jantar de seus irmãos com Sasuke.

— Acho que você precisa mais de mim agora do que ele. Além disso, Indra e Ashura estão com ele.

— Seus irmãos fizeram muitas perguntas ao Sasuke?

— Algumas, mas ele se saiu bem nas respostas. Pode ficar tranquila.

— Eu fico. Sasuke já provou que é um ótimo pai. Indra e Ashura ficarão bem jantando com ele.

— E você?

— Como assim?

— Como está se sentindo?

— Vazia. É como voltar à estaca a zero. Eu tinha muito orgulho da nossa família e agora estou sozinha.

— Você nunca estará sozinha. Eu to do seu lado, Indra e Ashura também. O papai pode ter um comportamento horroroso de vez em quando, mas também não é má pessoa. Ele vai entender o que a senhora quis dizer com o divórcio.

— Você sabe que não tem volta, né Sarada?

— Eu sei. Acredito que ele saiba também. Por isso mesmo, a gente vai ter que ser uma família ainda melhor do que antes, pois eu não admito que nenhum dos dois cometa os mesmos erros com os meus irmãos que cometeram comigo.

— Será que Indra e Ashura terão uma madrasta? – Perguntou Sakura.

— Ou um padrasto? – Sugeriu Sarada.

— Eu falei pro seu pai que não titubearia em viver uma nova história de amor após o divórcio, mas a verdade é que nem sei se quero algo assim de novo. Casamento dá muito trabalho.

— Eu sei bem que dá trabalho, mas a senhora não pode se fechar para o amor porque algumas experiências deram errado.

— Você sabe que eu ainda amo o Sasuke, né?

— Eu sei e talvez isso seja o mais doloroso de ver vocês dois se separando. Porque se o amor tivesse acabado, tudo bem. Mas aqui o caso é diferente e eu sinto muito. Quando vocês se casaram, foi o dia mais feliz da minha vida. A família que eu queria estava diante dos meus olhos e eu serei eternamente grata por isso.

— Antes de voltar a Konoha, eu jamais imaginei que nós pudéssemos, de fato, ser uma família. Ter ficado tantos anos casada com Sasuke, me provou que o impossível pode acontecer, Sarada. Foi muito bom por um tempo, muito difícil em outro, mas eu posso garantir pra você que a experiência de ter construído essa família foi muito importante pra mim. Inclusive, pra reafirmar quem eu sou. Uma pena que o seu pai não conseguiu me enxergar de verdade. – Refletiu Sakura.

— Além de sentir por vocês, também sinto muito pelos gêmeos, mas parte de mim sabe que vocês tomarão decisões melhores que no passado para proteger meus irmãos.

— Eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance. Espero que Sasuke possa colaborar.

— Ele vai colaborar.

— Como tem tanta certeza?

— Porque ele sempre foi um bom pai.

[...]

Sasuke tinha muitos defeitos, mas nenhum deles interferia em como exercia a paternidade. Com Sarada, ele aprendeu o ofício muito bem, equilibrando o lado mais rigoroso e cheio de regras com uma porção amável. Já com os gêmeos, Sasuke agia como havia aprendido na primeira experiência como pai e tentava ser mais companheiro de Indra e Ashura. Sakura acompanhou de perto a evolução de Sasuke como pai e sempre ficava impressionada com a paciência que ele tinha com as crianças, coisa que às vezes ele não tinha nem com ela.

Mesmo assim, as regras que existiram para Sarada também eram aplicadas para os gêmeos, como a regra do doce. Só um por dia. Sakura era mais flexível nesses aspectos, mas o Uchiha lhe mostrava que esse tipo de medida ajudava os pequenos a obedecê-lo. Para Sasuke, as crianças precisavam entender a hierarquia da casa, coisa que seu pai, Fugaku, havia lhe ensinado. Em sua casa criação, Fugaku uma vez teve uma conversa com os filhos na qual explicou que ele e Mikoto eram a lei absoluta dentro de casa e que os herdeiros deveriam respeitá-los igualmente, depois deles, a maior autoridade na casa era Itachi por ser o primogênito e Sasuke havia aprendido desde sempre que, como membro mais novo da família, ele devia não só respeito e obediência aos pais, mas também ao irmão mais velho. Do jeito que aprendeu, ele repassou para seus filhos o ensinamento.

Por isso, quando gêmeos começaram a fazer pirraça na frente do portão de casa porque queriam dormir na casa dos avós com o pai e não com a mãe, Sasuke os repreendeu severamente.

— Não adianta choramingar. Indra e Ashura vocês moram aqui com a mãe de vocês e é aqui que os dois vão dormir hoje. – Sentenciou Sasuke.

— Mas o senhor pode pedir pra ela para gente dormir na casa dos nossos avós. – Insistiu Ashura.

— Por favor, pai... – apelou Indra.

— Não posso pedir isso para a mãe de vocês hoje. – Afirmou o Uchiha.

— Por quê? – Perguntaram os gêmeos em uníssono, curiosos para saberem as razões do pai.

— Porque ela já deixou vocês irem jantar comigo e tenho certeza que ela sentiu muita falta de vocês o tempo todo e não aguentaria passar mais tempo longe. – Reveou Sasuke.

—Aaaaah, entendi! – Concordaram os gêmeos.

— Em outra noite, a gente faz o contrário. Vocês jantam com ela e aí dormem na casa dos seus avós. Pode ser? – Propôs Sasuke.

— Pode. – Assentiram os gêmeos.

Sakura tinha acompanhado pela janela de casa a conversa entre Sasuke e os filhos. Ela estava feliz por Sarada ter acertado em dizer que ele colaboraria na criação dos gêmeos. Então, ela saiu de casa para receber os filhos e se despedir de Sasuke.

— Vocês não sentiram falta de mim, não? – Perguntou Sakura num tom divertido ao aparecer na porta, então os filhos a abraçaram

— Sentimos mamãe, mas queríamos ficar mais tempo com o papai. – Explicou Indra.

— Eu entendo, mas, como disse o pai de vocês, isso vai ficar para outro dia. – Pontuou Sakura.

— Ok. – Concordaram Indra e Ashura.

— Agora, se despeçam do pai de vocês e vão se aprontar para dormir porque já é tarde. Não é horário de criança ficar fora da cama. – Sinalizou Sakura.

— Ok, mamãe. – Disse Indra.

— Papai, boa noite. Nos vemos amanhã. - Disse Ashura enquanto abraçava o pai.

— Durma bem, papai. Nós vamos sentir saudade do senhor por aqui. Tenha uma boa noite. – Completou Indra, indo abraçar Sasuke assim que Ashura largou o pai.

— Boa noite, meus meninos. Durmam com os anjinhos e obedeçam a mãe de vocês, entenderam? – Disse Sasuke e então viu os gêmeos assentirem com a cabeça enquanto corriam para dentro de casa, apostando uma corrida para verem quem chegava primeiro ao quarto.

— Obrigada por cuidar deles tão bem, Sasuke. – Disse Sakura assim que ficou a sós com o ex-marido.

— Não precisa me agradecer. Eu sou o pai deles. Devo isso a eles. – Disse Sasuke.

— Eu sei, mas é porque existem tantos pais que não são assim. Então, eu me sinto agradecida por você ser bom pra eles. – Explicou a Haruno.

— Sakura, eu detesto ficar longe dos meus filhos. Peço desculpas por ter ameaçado pedir a guarda unilateral, mas é que a ideia de não conviver com Indra e Ashura me assusta. – Confessou Sasuke.

— Eu sei, por isso propus a guarda compartilhada. Assim, nós dois vamos conviver com eles.

— Você não pretende se mudar para Nova York, né? – Questionou Sasuke.

— Não vou me mudar, porque sei que a vida dos meus filhos é aqui. Mas eu tenho negócios em Nova York e, certamente, em períodos de férias eu e os gêmeos devemos passar um tempo por lá. – Informou Sakura.

— Entendi. Você vai continuar viajando muito? Quando estiver fora, com quem meus filhos vão ficar, Sakura? Não quero uma babá. – Disse Sasuke.

— Olha, eu devo viajar mais vezes sim, mas posso deixar a criança com você, seus pais, Itachi e Izumi, ou até mesmo com Sarada.

— Ok. Eu prefiro que seja assim também.

— Então, temos um trato. – Afirmou Sakura e sorriu.

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— Sakura...

— O que?

— A gente não tem mais chance mesmo? – Perguntou Sasuke.

— Eu queria muito dizer que a minha resposta é outra, mas é não. Não temos chance. – Respondeu Sakura.

— Por quê? Eu não consigo entender... Você tinha topado me dar mais uma chance.

— Você não reparou, mas foi grosseiro comigo quando mostrei a capa da revista em que saímos. A sua resposta atravessada e a forma como demonstrou não se importar com meus sentimentos me magoou muito. Foi a gota d’água. Não quero um relacionamento assim. – Sakura foi sincera.

— Tá. Eu errei. Admito. Isso não é suficiente? Não posso pedir desculpas e nós seguirmos em frente?

— Eu já ouvi muitas desculpas suas. Não quero mais te desculpar. Afinal, você vai errar de novo não é mesmo?

— Seres humanos erram, Sakura.

— Eu sei e foi isso que repeti para mim mesma todas as outras vezes que você vacilou comigo. A questão aqui é que você errou, pediu desculpas, disse que ia mudar e não mudou. Você sequer tentou mudar mesmo. Não vi esforço algum. Estou realmente decepcionada com você como marido. Sasuke, você é um ótimo pai para os meus filhos, mas um péssimo marido pra mim.

— Você sabe que eu fui criado numa cultura machista, Sakura. Desde que nós começamos a nos relacionar de verdade eu tenho tentado melhorar.

— Mas não melhorou. Nem piorou. Segue o mesmo Sasuke. Você menospreza minhas conquistas, valoriza apenas o seu tempo, não abre mão de nada e só quer que eu ceda. Já cedi por muito tempo, não quero mais.

— Eu sempre te disse que sinto orgulho de você.

— É um discurso vazio, Sasuke. Você diz que se orgulha de mim, mas, ao mesmo tempo, me manda entregar a La Haruno para outra pessoa porque estou “velha demais” pra essa função. Não posso ser o rosto da minha própria marca por que não tenho mais 30 anos?

— Não é isso. Você distorceu as minhas palavras. Eu só queria que você ficasse mais tempo com a sua família.

— Eu sempre passei todo o tempo que pude com a minha família. Você sabe bem que toda vez que precisei abrir mão de algo para estar com meus filhos ou com você eu fiz sem pestanejar.

— Ok, Sakura. Entendi que não adianta mais discutir sobre isso. Você vai seguir a sua vida. Eu segurei a minha. É isso.

— Espero que você realmente possa entender algum dia como me senti nos últimos meses.

— E eu espero que você possa ser feliz agora que não estamos mais casados.

— Me dá um abraço? Vamos acabar nossa história de um jeito bom?

— Não tem jeito bom de acabar um casamento, Sakura. Eu respeito a sua decisão, mas não vou ficar aqui querendo ser seu amiguinho. Nossa relação agora é estritamente para tomar conta das crianças.

— Ok, se é assim que você deseja.

— Não era isso que eu queria, mas também não vejo um jeito de nós ficarmos juntos depois do que me disse agora. Eu me sinto um monstro.

— Você não é um monstro, Sasuke.

— Então por que você não me ama mais?

— Eu amo você, só não quero mais ficar casada com você.

— Não ama mais, se amasse teria me dado uma chance a mais.

— Eu não vejo dessa forma, mas como disse antes eu espero que algum dia você possa entender como me senti nos últimos meses.

— Tá bom, Sakura. Estou indo. Boa noite. – Despediu-se Sasuke.

— Boa noite, Sasuke. – Disse Sakura, ao ver o ex-marido virar às costas e ir embora caminhando.