Seis Amores, Um Coração

Capítulo 16 - Fim de Férias


Estava saindo de casa, rumo a um restaurante no centro da pequena cidade praiana. Vestia um vestido amarelo com pequenos laços vermelhos. Meu cabelo estava solto e voava conforme o vento adentrava a janela do carro. Em pouco tempo avistamos o estabelecimento e paramos no estacionamento do mesmo. Entramos e logo procuramos a família de Nathaniel, que imediatamente se levantaram para nos cumprimentar. Com exceção de Ambre, é claro.

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– Ambre, levante-se. – Disse sua mãe, com um olhar reprovador.

A menina loira fez uma cara de tédio e apertou nossas mãos, sentando-se rapidamente e, discretamente, pegando um guardanapo para limpar os dedos. Revirei os olhos.

– Então, você estudava com o Nathaniel... – O pai de Nath, Sr. Jonah, tentava puxar assunto – Quanto tempo ficaram na mesma sala?

– Quatro anos. – Respondi e Nath olhou para mim, sorrindo. – Da quinta série até a oitava.

– Nathaniel te contou que ele entrará para Sweet Amoris depois das férias? – Respondi não. – Não conseguimos vaga para ele, já que o ano letivo havia começado, mas depois das férias ele estará lá.

– Que ótimo! – Interveio meu pai – Shiemi e Nath sempre foram muito amigos.

O resto da noite foi repleto de conversas como esta, simples e descontraídas. Ambre ficou o tempo inteiro com cara de tédio, ás vezes lançando olhares para o garçom que nos servia, mas nada demais. Assim que terminamos nossa sobremesa e pagamos a conta, nos levantamos para ir embora. Seguimos até a calçada do lado de fora do restaurante, quando senti uma mão no meu ombro. Virei e me deparei com um Nath envergonhado.

– Shiemi... Eu... Queria te dar isso. – Ele esticou a mão, e na palma da mesma havia um pequeno pingente de gato.

– Nossa... É lindo! – Abracei-o. – Obrigada. Mas por que resolveu me dar? Não é meu aniversário nem nada.

– Acho que não te verei mais nessas férias. Meus pais decidiram viajar para outras cidades da região, então pensei que te dando isso... Você se lembraria de mim. – Suas bochechas coraram.

Antes que eu pudesse responder algo, meus pais me chamaram, já perto do carro.

– Tenho que ir... Nos vemos quando voltamos das férias. – Sorri e lhe dei um aceno antes de entrar no carro.

– Então ele te deu um presente... – Meu pai começou, e eu já temia onde essa conversa terminaria. – Ele parece gostar bastante de você, Shiemi.

– É... Ele é meu amigo de infância, seria estranho não gostar. – Disse por fim e me calei pelo resto do trajeto.

Assim que cheguei em casa, peguei uma corrente prata de uma pequena caixinha de joias e coloquei o pingente nela. O gato era dourado e azul prateado, extremamente bonito e reluzente. Decidi que começaria a usar assim que as férias terminassem, afinal, não gostaria de estragá-lo com a água ou com o sol. Guardei-o na caixinha e me deitei, soltando um breve suspiro ao pensar em como seria ter Nathaniel novamente na mesma escola que eu.

*****

O resto das férias passou rapidamente, repleto de água salgada, comida de restaurante, areia, sol, calor, protetor solar e risadas. Voltamos para casa uma semana antes das aulas começarem, para dar tempo de eu me organizar e também de comprar novas roupas. Mal havia colocado minhas malas no chão de meu quarto e minha mãe já me chamava para ir ao shopping. Fiz uma careta ao descer as escadas e rumei para o carro, sentando no banco de carona e colocando o cinto de segurança. Olhei para minha mãe, que saía da garagem e perguntei:

– Não podemos ir amanhã? Estou cansada da viagem, não estou nenhum pouco a fim.

– Até podemos, mas você poderia ter me dito isso lá dentro de casa. Agora a senhorita trate de arranjar energias, pois temos que renovar seu guarda-roupa. – Joguei minha cabeça para trás, impaciente. Minha mãe continuou: - E não me venha com reclamações, eu sei que no fundo você quer ficar bonita para o Nathaniel.

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– Como?! Você é doida! – Coloquei as mãos no rosto, irritada. – Ele é meu amigo.

– Sei, sei... Aliás, cadê seu pingente? – Ela perguntou, olhando para o meu pescoço – Não gostou do presente?

– Não quero usar agora. – Respondi simples, nem me dando o trabalho de explicar o porquê. Vendo que eu não queria conversar, minha mãe simplesmente se focou no caminho até o shopping sem falar mais nada.

Já dentro do estabelecimento, fiz um tour pelas lojas, claro, sendo arrastada pela minha mãe. Comprei diversas roupas, não que eu achasse necessário. Assim que terminamos, cerca de uma hora e meia depois, fomos tomar um sorvete. Estávamos na fila, conversando, quando vi Rosalya passeando por uma loja, uma expressão entristecida.

– Rosa? – Chamei-a, aproximando-me dela. – O que faz aqui?

Ela levantou os olhos para mim e mordeu os lábios, nervosa.

– Tentando me distrair... – Respondeu quase num sussurro.

– Aconteceu alguma coisa, amiga?

– Ai, Shiemi... – Ela hesitava. – Eu briguei com o Leigh!

– Como assim? O que houve?

Rosalya me puxou para um banco no em um canto e me contou toda história. Aparentemente, eles estavam bem, a viagem havia sido ótima, e ambas as famílias ficaram amigas. Porém, Rosa disse que Leigh estava estranho demais, até descobrir que sua ex-namorada também estava no navio. Irritada, eles brigaram assim que a viagem acabou, e já faziam dois dias que não se falavam.

– Sinto muito. – Era tudo que eu tinha a dizer. – Queria poder te ajudar, mas acho melhor você esperar a poeira abaixar e tentar conversar com ele.

– Ele mentiu para mim! – Rosa quase chorava. – Quem tem que pedir desculpas é o Leigh!

– Rosalya, ele não mentiu para você, apenas... Omitiu.

– E isso muda alguma coisa? – Ela falou irritada.

– Certo, não muda muito. Mesmo assim você não pode jogar todo o sentimento que sente por ele por causa de alguém insignificante. – Rosa abriu a boca para falar algo, mas a interrompi. – Ou vai dizer que uma ex-namorada sem importância é motivo para um término de namoro?

A moça de cabelos acinzentados abaixou a cabeça, pensando. Levantou-se do banco e eu a segui. Ela me olhou, uma lágrima escorrendo por seu rosto.

– Talvez você tenha razão. Mas ele não poderia ter escondido isso de mim, não tinha motivos. Ele mal conversava comigo quando ela estava por perto, parecia que tinha medo dela. Tenho medo que ele ainda sinta algo...

– Rosa! – Exclamei e ela se assustou. – Depois de tudo que ele fez por você, ainda tens dúvida de que ele a ama? Metade das garotas do Sweet Amoris tem inveja do seu namoro, ele é tão bonito. Agora enxugue essas lágrimas, tenho certeza de que até o início das aulas vocês estarão juntos novamente.

– Obrigada... – Ela agora sorria. – E também tenho certeza que até o início das aulas o Armin vai te pedir em namoro.

Arregalei os olhos, e Rosalya teu uma risadinha. Será que ela sabia de algo?