Segure minha mão

Capítulo 17


Capítulo 17 — Esquentando o clima

Luiza

Três semanas se passaram e eu não havia mais falado com o Gabriel. Sexta fomos para uma balada, toda a turma, foi muito legal apesar de eu sentir falta dele.

Passei o sábado com a galera, primeiro com a Vic e o Kauã, depois fomos todos para o shopping, eu pensei em chamar o Gabriel, mas o Bruno não deixou.

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— Será que o Gabi não quer ir? — Perguntei quando todos estavam saindo da minha casa.

— Ah, não Luiza, deixa aquele mané... — Bruno me abraçou e me deu um beijo no rosto. Então fomos embora.

— Vamos na praça de alimentação? Estou com fome. — Falei para a galera assim que entramos no shopping.

— Jura? Você com fome, Lu? Tá brincando... — Bruno riu.

— Aff, Bruno, nem é.

— É sim, uma gulosa! — ele me abraçou.

— Vocês estão namorando e não contam é? — Kauã perguntou e riu.

— Que namorando o que... o Bruno é só um amigo. — mostrei a língua para ele.

— É, ela não quer me assumir... — o Bruno brincou.

—Chega, vamos logo lá comer que eu estou com fome. E parem de me incomodar vocês dois. — falei para o Kauã e o Bruno.

— Mas olha que não seria uma má ideia... —Vic disse piscando.

— Eu concordo, dariam um casal bem legal... só falta minha maninha arrumar alguém. — Lê disse rindo.

— É, eu sou a encalhada da galera agora... Estou até de vela... vem cá, porque vocês não convidaram o Gabriel? Ele podia segurar vela comigo... — Pati disse e mordeu o lábio, eu confesso, fiquei com ciúmes.

— Mas você não está segurando vela, porque eu e o Bruno não temos nada. — eu disse séria, a Vic percebeu que eu tinha sentido um pouco de ciúmes.

— Pois é, vamos lá comer gente... —Vic disse puxando o pessoal.

Fomos e ficamos lá na praça de alimentação um bom tempo, lá pelas 21:30 fomos para a praça da cidade.

— Vamos beber gente? — Pi deu a ideia.

— Estou dentro! — Ergui a mão.

— Estamos! — Bruno confirmou.

Compramos umas bebidas e ficamos tomando sentados nos bancos da praça.

— Gente, vou no banheiro! — falei e fui.

— Vou lá também. — o Bruno veio atrás de mim.

— Estou me mijando, caramba. — Falei.

— Eu também, ainda bem que sou homem e posso esvaziar em qualquer lugar... — ele deu de ombros.

— É, sorte sua... — Entrei no banheiro feminino e o Bruno ficou ali por fora mesmo. Saí e fui voltando para onde a galera estava.

— Ei, nem me espera! — Bruno chegou e me abraçou por trás.

— Ai, que susto, Bruno! Quase que eu te dou um tapa na cara! — reclamei.

— Você ia me bater é?

— Se fosse outro eu ia! Imagina, chegar agarrando desse jeito!

— Se fosse outro? Então quer dizer que eu posso?

— Não idiota, mas é que você é amigo né, se fosse um desconhecido eu descia a mão na cara.

— Mas também... fica saindo com esses shorts curtos aí... eu piro né... — Ele me olhou safado.

— Bruno... — eu disse repreendendo ele.

— O que Lu? Você sabe que eu te acho linda e... muito gostosa...

— É? — perguntei duvidando.

— Com certeza. — ele me virou de frente e começou a me beijar.

Foi um beijo intenso, mas mesmo assim não era aquilo tudo, era bom, mas não era o melhor.

— Bru... para...

— Por que, Lu? Está bom assim...

— Bruno... — ele já estava descendo a mão para minha bunda, detalhe, no meio do pessoal, e eu acho isso ridículo!

— Vamos para outro lugar, Lu? — ele fez cara de safado.

— Não... eu não estou pronta.

— Tudo bem, eu espero por você. — ele disse e eu achei fofo, mas não sei porque não parecia verdadeiro.

— Ok, vamos voltar lá com o pessoal.

Fomos para o nosso banco.

— Foram fabricar o vaso antes de mijar é? — Vic brincou.

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— Aff, tonta. — reclamei.

— O que a gente vai fazer amanhã galera? — Lê perguntou.

— Ei, vamos almoçar lá em casa? Estou sozinha hoje e amanhã. — Falei para o pessoal.

— Sozinha?! Opa, adoro! — Vic falou, já estava meio bêbada.

— Meus pais foram passar o final de semana lá na vó... — dei de ombros.

— Não quer que eu durma por lá? — Bruno perguntou e fez cara de safado.

— Não, obrigada Bruno... a Vic vai ficar por lá...

— Eu vou? — Vic me olhou com um ponto de interrogação na cara.

— Vai! — pisei no pé dela por baixo da mesa.

— Ah, é... eu vou, eu e o Kauã né amor?

— A gente vai? — Kauã perguntou confuso.

Dessa vez foi a Vic quem pisou no pé do Kauã.

— Ah, verdade. — ele fez uma careta de dor e depois sorriu.

— Então.. eu vou também! Ficamos de casal por lá... — Bruno se apressou em dizer.

— Bruno, não somos um casal. — falei encarando ele.

— Ih, tomou um fora feio, Bruno. — Lê brincou.

— Por enquanto. — ele piscou.

Acabamos todos rindo por ali, o Bruno fez uma cara de dor que parecia ter tomado aqueles xaropes azedos depois de eu dar um tapa no ombro dele. Já eram onze da noite.

— Gente, eu vou ir agora... vamos Vic... — cutuquei ela e ela entendeu.

— Vamos. — ela riu para mim.

— Até amanhã gente, lá em casa para o almoço né. — confirmei.

— Claro, claro, comida de graça eu não recuso... — Pi assentiu.

— Depois eu sou a gulosa... — Virei os olhos rindo.

— Até amanhã então... — nos despedimos.

— Tchau gente, tchau Lu! — Bruno me deu um beijo no rosto, a galera zoou.

Eu virei os olhos. Vic e Kauã me deixaram na frente de casa e foram embora. Entrei e subi para o meu quarto, tomei um banho e durante o banho escutei um carro parar, não dei bola, devia ser o Gabriel com o Diogo.

— Idiota — pensei alto para mim mesma. — Acaba com a própria vida. — Continuei com meu banho.

Saí, me sequei e coloquei meu pijama, shortinho e blusa, coloquei também minhas meias de dedinho e amarrei meu cabelo num coque um pouco folgado. Uma brisa entrava pela sacada e como sempre faço, fui ver a lua. Saí na sacada e fiquei olhando as estrelas, olhei para a casa ao lado, talvez como em outras vezes o Gabriel estivesse ali e nossos olhos se encontrariam, mas não vi nada, voltei a olhar a lua e quando ia voltar para o meu quarto vi alguém sentado no chão, na calçada, na frente da casa do Gabriel.

Espera aí, é o Gabriel.

— Gabriel! — Seu nome saiu como um sussurro pelos meus lábios.

Entrei para o meu quarto, coloquei meus chinelos e desci correndo as escadas, saí e abri o portão, era mesmo o Gabi, ele estava lá encostado na calçada desacordado.

— Gabriel! Gabriel! — chamei me ajoelhando ao lado dele, não houve resposta. — Gabi! — falei agora começando a chorar.

— Luiza... — ele disse quase num sussurro.

— Calma, eu estou aqui! Vem eu te levo para casa! — falei tentando de alguma forma erguer ele.

— Não! Me deixa aqui, minha mãe não pode me ver assim. — Ele respondeu.

— Meu Deus, você está sangrando! — falei percebendo que tinha sangue no rosto dele, estava escuro, mas pude sentir. — Vem, vamos para a minha casa!

— Não, teus pais... — ele protestou.

— Tudo bem.. eles não estão. — falei.

Passei o braço dele pelo meu pescoço e o ajudei a levantar, ele estava bêbado mas conseguiu se erguer dessa vez.

— Você bebeu?! — perguntei sentindo o cheiro forte.

— Um pouquinho só... — ele falou sem graça.

— Percebi. — respondi censurando ele.

Levei-o para dentro e fiz ele subir para o meu quarto, foi um pouco difícil, ele caminhava torto.

— Vai, para o chuveiro! — Falei assim que entramos no meu quarto.

— Ah, mãe... — ele disse e riu.

— Anda logo! — falei e disfarcei a risada.

— Eu não consigo tirar a roupa... — ele fez cara de safado.

— É? Eu tiro para você... — falei com cara safada fazendo ele quase pular para dentro do banheiro. Bêbado é fácil de enganar mesmo, ele correu para o banheiro achando que eu ia tirar a roupa dele.

— Tira aqui, Lu! — ele pegou minha mão e começou a erguer a camiseta.

Senti um enorme calor nos meus dedos quando toquei a pele dele, um arrepiou percorreu meu corpo.

— Vai, para o chuveiro! — falei tirando minha mão do corpo dele.

— Só se você tirar minha roupa... — ele mordeu o lábio, eu não sabia se ria ou se chorava olhando para ele. Ele estava bastante machucado e mesmo assim tentando parecer lindo e maravilhoso.

— Tá, tá... — tirei a camiseta dele e aquilo me fez querer beijá-lo outra vez, ele me colocou contra a parede do banheiro e começou a beijar meu pescoço.

— Gabi... para vai...

— Eu não resisto. — ele disse mordendo minha orelha, me arrepiei toda.

— Gabi... — Eu abaixei a cabeça.

— Tá... desculpa Lu... — ele me largou e tirou a bermuda sozinho.

— Caramba! Deixa eu sair primeiro, não vai ficar pelado na minha frente. — Fechei os olhos de vergonha, mas fiquei espiando por entre os dedos. A cueca era preta. Ele riu.

— Tudo bem, eu não me incomodo. — ele riu um pouco.

— Mas eu sim! — falei e fui abrir a porta do banheiro. Puxei e puxei e ela se trancou sozinha. Perfeito!

— Trancados sozinhos no banheiro? — ele me olhou safado.

— Para já, Gabriel! — falei séria. — Entra logo nesse box e toma banho! — Sentei no vaso fechado-o.

— Tá, mãe, sim senhora... — ele disse meio resmungando e rindo e eu ri depois que ele entrou no box.

Ele fechou o box e jogou a cueca por cima, e ela caiu bem no meu colo!

Era uma cueca samba canção, preta com um dragão cinza. Fiquei de boca aberta.

— Conseguindo? — perguntei ainda olhando a cueca. Ok, eu estava com pensamentos um pouco pervertidos naquele momento.

— Não, eu estou precisando de ajuda aqui... — ele disse e abriu o box ficando pelado na minha frente.

— Aaaaah! — Eu gritei e tapei a boca com minhas mãos. — Seu doido, pervertido! — Falei e tentei abrir a porta de banheiro. Não consegui.

— Calma Lu, eu não vou te agarrar! — ele me olhou confuso. Aparentemente a água gelada estava fazendo algum efeito.

— E quem me garante?! — Perguntei ainda puxando a porta, parei e olhei para ele.

— Eu garanto. — Ele olhou nos meus olhos.

— Fecha isso aí então! — falei e fiquei de costas para ele.

— Mas eu preciso de ajuda aqui Lu...

— Te fode, Gabriel! Toma banho logo! — falei e tentei abrir de novo a porta, dessa vez eu consegui.

— Ah, fica aí Luiza... — Ele pediu.

— Fica quieto e toma banho! Vou pegar uma toalha! — falei e fui buscar uma toalha, fiquei sorrindo como boba para mim mesma.

— Ai, Cristo, me segura! — pensei alto enquanto pegava a toalha, voltei e deixei no banheiro, sentei na minha cama e fiquei esperando.

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Ele saiu e sentou na cadeira do meu pc.

— Desculpa Lu... — Falou e abaixou a cabeça.

— Pelo que?

— Por ter te agarrado no banheiro... Por tudo... — suspirou me olhando nos olhos.

Eu sorri para ele.

— Acho que posso ir agora... obrigado.

Ele levantou e veio me dar um beijo no rosto. Vi a sobrancelha dele voltando a sangrar.

— Espera, está sangrando aqui. — coloquei a mão no meu rosto indicando o local onde sangrava no rosto dele.

— Merda... — ele resmungou colocando a mão na sobrancelha dele e depois vendo o sangue nos dedos.

— Deixa eu cuidar disso. — Falei e fui pegar a bolsinha de primeiros socorros no quarto dos meus pais. Voltei rápido.

Ele estava sentado na minha cama. Sentei de frente para ele.

— Vem cá. — chamei-o para perto de mim.

Coloquei água oxigenada num algodão e comecei a limpar o machucado.

— Ai! — ele gemeu, tirei rápido minha mão. — Mentira, nem doeu. — ele riu da minha cara assustada.

— Tonto.

Continuei limpando o corte, coloquei um curativo.

— O que você fez aí? — perguntei querendo saber como aquilo tinha acontecido, o olho esquerdo dele estava inchado.

— Apanhei.

— O que? — Perguntei assustada.

— Ganhei de um cara correndo de carro e ele não gostou, ai veio para cima de mim com mais dois, e três contra um não deu para mim. — Ele falou dando de ombros como se não fosse grande coisa.

— Nossa... mas só esse hematoma aí? — Estranhei, porque não tinha visto nenhuma mancha no corpo dele.

— Eles socaram minha barriga, amanhã vai aparecer... — ele riu de si mesmo.

— Idiota! — Dei um tapa nele, brava.

— Aí, eu já apanhei que chega hoje, Lu.. — Ele botou a mão no braço.

— Devia apanhar mais! Quem mandou ficar fazendo besteira? Que merda, Gabriel!

— Mas que culpa eu tive se eu sou bom e ganhei dele?

— Ganhou uma surra isso sim! E se eu não te vejo ali no chão? Aí sua mãe ia morrer de tanta preocupação, pior seria ela te ver amanhã de manhã ali na frente jogado como morto! Afinal como você veio parar ali?!

— Nem eu sei, acho que o Diogo me trouxe.

— Nossa que amigão... te deixar jogado no meio da rua. — respondi.

— Pois é. — ele riu. — Ele estava alto, não sabia o que fazer. — dei de ombros.

— Eu fiquei com medo quando te vi lá. — falei espontaneamente.

— É? — ele me olhou no olhos. — Por quê?

— Porque você parecia morto, Gabriel.

— Mas não era isso que você queria? Que eu morresse? — Ele jogou na minha cara.

— Eu falei da boca para fora aquele dia, claro que não queria que você morresse, só queria que... — ela suspirou.

— Que eu parasse de cheirar. — completei para ela.

— É.

— Porque você se importa tanto comigo?

— Nem eu sei. — falei e me levantei saindo na varanda, ele veio atrás de mim.

— Lu...

—Que? — me virei e nossos olhos se encontraram, abracei meus braços por causa da brisa.

— Está frio aqui fora... — ele disse me abraçando.

— Muito frio. — respondi, ele me abraçou mais forte e eu encostei minha cabeça no peito dele. Na verdade não estava frio, só a brisa que fazia nossos corpos se arrepiarem, ou talvez a proximidade de nossos corações.

— A lua está linda hoje né? — Ele falou erguendo a cabeça.

— Sempre está. — eu disse e sorri olhando para o céu.

— Como você. — ele falou me olhando nos olhos.

— Co...como assim? — Gaguejei.

— Linda, perfeita, sempre. — Sorriu e deslizou seus dedos sob meu rosto.

Ele me deu um beijo na testa e olhou nos meus olhos, depois nossas bocas se aproximaram e iniciamos um beijo calmo e cheio de desejo, a brisa voltou a me deixar arrepiada, ou talvez tenha sido o beijo. Ele me abraçou e me ergueu no ar, continuávamos a nos beijar, Gabriel foi me levando para dentro do quarto e me deitando com carinho na cama, ficou por cima de mim me olhando nos olhos durante alguns segundos e iniciamos outro beijo, um pouco mais caloroso, mas, mesmo assim, suave, ele tirou a camiseta devagar eu deslizei minhas mãos pelo seu corpo fazendo-o se arrepiar.

— Arrepiou é? — Eu sorri.

— Tudo. — Sorriu malicioso e voltou a me beijar.

Ele começou a tirar minha blusa, mas eu segurei suas mãos.

— Eu... eu... — virei minha cabeça para o lado.

— Tudo bem, Lu. — ele sorriu e saiu de cima de mim. — Eu entendo. — Deitou do meu lado e fez carinho nos meus cabelos.

— Desculpa, Gabi.

— Desculpar o que? — ele me olhou compreensivo.

— Te deixei com vontade e não sei se quero isso. — Falei triste.

— Ei — Ele pegou no meu rosto. — Você não precisa ficar assim, se não está pronta, tudo bem, não tem problema, Lu...

— Você deve estar me achando uma criancinha agora... — falei. — Não acredito que acabei com aquele clima... — ri de mim mesma.

— Criancinha só porque não se sente pronta? Você não precisa fazer isso só porque eu quero. Tem que ser por você. — ele falou e vi que estava sendo sincero.

— Eu tinha outros pensamentos de você... — Falei e lembrei de tudo que eu achava dele.

— Seus pensamentos com certeza não eram os mais errados, Lu... mas é que contigo... contigo é diferente.

— Diferente como?

— Você é especial.

— Como assim?

— Ah, você está certa em só fazer quando se sentir pronta e eu não vou te forçar a nada, afinal a gente nem tem nada né? — ele falou baixinho.

— É. — Concordei.

— Sabe, eu acho que o cara que você ama tem tanta sorte. — ele riu para si mesmo. — Ter alguém como você...

— A garota que você ama tem sorte. — ela sorriu.

— Mas não adianta, ela ama outro... — nós estávamos deitados de lado na minha cama nos olhando.

— Pois é. Ele também ama outra... — falei encarando ele um pouco triste, afinal era ele quem eu amava.

— Azarentos nós dois, não? — Ele brincou.

— Completamente. — Concordei rindo.

— Acho que eu vou ir... — Ele disse começando a levantar.

— Fica aqui comigo? — Pedi por impulso.

— Quer que eu fique? — Gabi sorriu de lado para mim.

— Eu... é que eu estou sozinha em casa hoje, estou com medo. — menti.

— Medrosa. Eu fico aqui contigo então, mas tem um preço...

— Qual?

— Eu quero dormir aqui. — Ele deu de ombros olhando para minha cama.

— Mas...

— Pode até ser ali no chão... — Falou rápido vendo minha dúvida.

— Tem que ser no meu quarto?

— Sim! — ele riu.

— Então vai ter que ser aqui mesmo, porque os colchões estão lá no sótão e a chave fica no chaveiro da garagem, e meu pai levou. — Dei de ombros.

— Santo chaveiro! — ele riu e eu também.

— Tá, eu deixo você dormir comigo, mas é beeeem quietinho viu!

— Sim senhora, mamãe!

— Bobo. E ah, eu fico por trás! — falei logo.

— Ah. — Ele fingiu estar decepcionado.

— Aff, tarado, não acredito que estou te deixando dormir aqui!

— Olha que eu vou embora...

— Não, não... — Eu disse e ri — pode ficar...

— Muito medrosa. — Ele balançou a cabeça.

Mostrei a língua pra ele e ele me roubou um selinho.

— Gabi... — o repreendi.

— O que? Quem mostra a língua pede beijo. — ele se fez de inocente.

— Cala boca e dorme aí. — Virei os olhos.

Fiz ele ficar de costas para mim e depois virei de costas para ele também. Não sei de onde tirei a ideia de deixar ele dormir ali comigo, mas eu queria tanto que ele ficasse, se fosse qualquer outro nem deixaria dormir na minha casa, só que ele... eu sentia confiança, ele era meu amigo. Peguei no sono logo.

De madrugada acordei, fiquei com sede, ia levantar mas vi o braço do Gabriel por cima de mim. Desisti. Fiquei ali deitada com ele, ele me abraçava e aquilo era tão bom.

Puxei o braço dele e fiz ele ficar mais junto de mim, voltei a dormir. Gabi se mexeu um pouco e me abraçou mais, estávamos de conchinha.

Ele chegou ainda mais perto e eu pude sentir o volume da cueca dele.

— Gabriel, você está acordado? — perguntei sentindo meu coração acelerar.

— Aham. — ele disse e pude perceber que sorria.

— Aproveitador barato!

— Você que puxou meu braço fazendo eu te abraçar mais forte...

— É... é... que... que... eu fiquei com frio. — Falei na maior cara de pau.

— Eu vou te esquentar então.

Ele colou de vez nossos corpos e me deu um cutucão na bunda com aquele volume, confesso que me segurei para não agarrar ele naquela mesma hora.

— Você está com seu amigo duro, sabia?

— Também, essa bunda aí, como é para supostamente aguentar?

— Faz ele se acalmar então, se não ele vai lá para o quarto de hóspedes...

— Mas só tem um jeito de acalmar ele... — ele riu.

— Pois descubra outro! — falei.

— Já volto então...

Ele levantou e foi no banheiro, um tempo depois voltou e eu estava sentada na cama.

— Não acredito que você foi... — eu me abri rindo, ele foi se aliviar realmente!

— Não ria, foi por você. — ele disse e deitou na cama.

— Desculpa. — tapei a boca prendendo o riso. Deitei ao lado dele.

— Não desculpo. — ele fez bico.

— Mas foi engraçado.

— Porque você não sabe o que é ficar de pau duro.

— Cala boca e me deixa dormir agora seu idiota. — eu falei ainda rindo dele, deitei na cama e fechei os olhos.

— Estou vendo que eu vou passar a noite no banheiro. — ele disse olhando para minha bunda.

— Seu tarado! Para de olhar para a minha bunda! E desliga logo esse abajur!

— Ok, ok. — ele riu.

Ele desligou o abajur e deitou, estávamos ambos olhando para o teto, ele virou de lado para mim.

— Pode virando para o outro lado senhor Gabriel! — eu disse empurrando ele.

— Droga... — ele fez voz de decepcionado e se virou, eu ri por dentro.

Senti vontade de abraçá-lo, mas me controlei, cheguei um pouco mais perto só. Nossos corpos estavam próximos, porém ele estava de costas para mim. Depois de algum tempo percebi que ele pegou no sono, estendi meus dedos até suas costas e senti sua pele quente, me aproximei devagar e beijei-o. Com meu corpo junto ao seu, adormeci.