O que uma pessoa de 12 anos faz para merecer ficar fechada numa cabine com sua prima e o namorado dela se pegando?
Claro, Lily sabia que era um castigo. Era igual seu pai dizia: todo mundo paga um carma. Esse era o seu carma, só podia. Claro que ela se arrependia profundamente de ter colocado uma almoçada de pum na cadeira do papai quando o Ministro da Magia fora em casa para jantar, mas em sua legítima defesa, ela não sabia que era ele, achava que era Tio Rony. Lily sabia que sua mãe só iria contar para seu pai apenas quando ela estivesse em Hogwarts para ele não surtar, mas a esse nível ela já deveria ter contado. O que nos faz voltar a pensar: esse é meu Carma!
—Assim, tem crianças na sala sabe... – Lily voltou a pressionar a prima Victorie a largar seu namorado para eles conversarem, mas parecia que eles estavam em um planeta diferente. Ela, quieta, só conseguia pensar: Como uma manhã feliz e alegre com Hugo se tornou aparecer a sobrinha do Tio Voldy, uma pegação na cabine, James e Morgan na sala da tia Minny e um Hugo com o nariz sangrando indo em direção à enfermaria? Lily só queria comer o sapo de chocolate que Teddy havia dado para ela e conversar sobre a viagem dele ao Brasil. Não era muito! Mas não, Victorie tinha que aparecer.
—Sabe – Lily começou, e notou que o casal estava finalmente se desgrudando. – Eu estava pensando. Se o Teddy nasceu com o cabelo azul e a Victorie nasceu loira, então o cabelo do filho de vocês vai ser roxo?
Teddy começou a olhar para a menina, finalmente concentrado. Victorie encostou a cabeça na parede da cabine, com um sorriso contente no rosto.
—Acho que o bebê iria herdar o dom de metamorfo Lily, mas a gente vai descobrir isso apenas quando eu e Vickie casarmos tivermos nossa lua de mel e... – Teddy começou a ficar vermelho. Lily começou a rir imediatamente: Teddy estava imaginando cenas. Tipo, certas cenas.
O garoto foi salvo por um Albus se jogando ao lado de Lily, escondendo seu rosto nas mãos. Scorpius Malfoy se apoiou na porta da cabine, rindo igual uma doninha histérica. Albus olhou para Lily, e percebeu: Ele estava igual a um pimentão.
—O que houve? – Lily perguntou ao irmão, colocando a mão em suas costas. Albus era o mais parecido com a irmã. Ele também tinha os mesmos olhos verdes brilhantes, e suas bochechas sempre estavam rosadas por causa da timidez, mas havia puxado seu cabelo preto e rebelde do irmão.
—Eu... Eu... Beijei Margaret Carstais.
—VOCÊ BEIJOU A MENINA MAIS BONITA DA ESCOLA? – Lilían gritou totalmente chocada. Seu irmão? O garoto mais tímido do mundo? Aquele Sonserino maluco que fica rindo até do vento? Aquilo foi suficiente para Scorpius ter outro ataque de riso, e cair no chão com a mão na barriga de tanto rir.
—Fui desafiado! Só foi um pequeno selinho! Não me culpe! – Albus estava desesperado, enquanto Lily gargalhava do irmão. – Ah, essa não! Eu vou ser lembrado disso pelo resto dos meus dias!
A pequena queria garantir que o irmão iria se lembrar disso para sempre, e já ria das inúmeras piadas que estavam prontas para serem colocadas em ação em sua cabeça.
—Regulus tem uma Horcrux! –Repentinamente, James, desesperado, apareceu na porta da cabine. Logo atrás dele Morgan estava com a mão no coração, arfando como se tivesse corrido uma maratona. Sua expressão era indecifrável, mas Lily logo percebeu que a garota estava chateada.
— O quê? – Foi Victorie que verbalizou o que todos estavam pensando, e James entrou na cabine, junto com Morgan e Scorpius, e contou toda a história para os primos.
...
—... e a diretora nos botou para fora. A questão é: o que fazemos? – James terminou, finalmente.

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Todos da cabine estavam em um silêncio mortal, assustados com a notícia.
—NADA! VOCÊS NÃO VÃO FAZER NADA! Eu quero TODOS vocês longe desse maluco! Vocês devem tomar cuidado! - Victorie se colocou de pé, fime, e começou a apontar para cada uma das crianças. Pela sua voz, dava para perceber que ela estava desesperada, mas bem no fundo, Victorie conhecia as crianças, sabia que não adiantaria nada. Eram curiosas iguais aos pais, iriam atrás de pistas sem nunca parar. Victorie simplesmente se levantou e puxou Teddy pela mão, e os dois sairam da cabine juntos. Antes de ir, James viu o olhar de Teddy, que olhava para ele como se dissesse ’’não me culpe.``.
—Eeeeeeeeeeeita maconha doida – Todas as atenções se voltaram para Lily, que estava com as mãos abaixo de seu queixo, observando todos. – Que é? Eu gosto de assistir as coisas trouxas! – A garota deu de ombros, e logo voltou ao assunto – A gente ainda não sabe de nada desse Regulus para investigar alguma coisa. Vamos ir para Hogwarts e ficar de olho nele. Se virmos algo estranho imediatamente falamos um com o outro.
—Batata Frita – Disse Scorpius.
— O que?
—Eu queria uma – Albus comentou sonhadoramente, olhando para o teto da cabine.
—Batata Frita, vai ser o nome quando vir algo estranho. Nós não podemos falar dele em voz alta! Então vamos dizer batata frita. Tipo, se ele passar por nós simplesmente, a gente fala Batata Frita. – Scorpius explicou, animado. Lily olhou para Morgan, que estava bem calada até o momento. A pequena percebeu que a garota estava de bracos cruzados, e não tinha ideia do que ela estava achando de tudo isso.
—Todos de acordo? – Disse Albus, e todos assentiram com a cabeça. Nesse instante, sentiram o trem desacelerar e perceberam que estavam chegando a Hogwarts. O tempo lá fora havia escurecido, e as estrelas brilhavam no céu.
—É melhor se trocarmos, Hogwarts, Hogwarts, está chegando! – James esfregou as mãos para o pavor de Lily, e Albus juntamente com Scorpius saíram da cabine, deixando Lily e Morgan pegando as coisas para se trocarem em suas malas.
—Como você tá com tudo isso? – Lily perguntou, colocando o chapéu em sua cabeça. Morgan ergueu os olhos claros, surpresa com alguém se importando realmente com ela. A mãe e o irmão não era do tipo calorosos.
—Ah, é um pouco estranho sabe... Tipo, ter um irmão que tem uma Horcrux e todos acharem que ele é um gênio do mal é bem estranho, mas acho que aceitei. – A garota deu de ombros. – Acontece.
—Claro! Ter um irmão do mal que tem uma Horcrux e ameaça os outros é completamente normal mesmo, acontece todos os dias. – Disse Lily.
—Lily. Cale a boca. – Morgan disse, mas mesmo assim tinha um sorriso no rosto. Assim que terminaram de colocar suas roupas em um silêncio confortável, James abriu a porta da cabine com os olhos fechados e sua mão tampando seus olhos, apesar de haver uma frestinha ali no meio de seus dedos.
—Estão vestidas? Já trocadas? – O garoto tinha um sorriso travesso, e Morgan jogou a escova de cabelo que ela havia retirado da mala nele.
—Já! E eu vi que você estava com o dedo meio aberto!
O garoto riu e abriu a porta da cabine, convidando as meninas a sair. Morgan estava guardando tudo em sua mala e a colocando novamente no lugar, quando se lembrou de algo. Ela parou no meio do corredor, fazendo com que James batesse nela
—Vai logo, Morgan.
—James. Espere, James, você disse que trombou com meu irmão no corredor, não é? Você irritou ele, não é?
James arregalou os olhos para Morgan, se lembrando da ficha: ``nunca perdoa`` ``rancoroso``, e engoliu em seco, olhando para a garota de olhos verdes ao seu lado.

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