Seguindo em Frente
Hora de Treinar
Melanie queria desmaiar ali mesmo. Todas esse tempo, quando ela ia na fazenda de seus tios, eles a mandavam cuidar da plantação e ela sempre tivera grande facilidade nisso. Ela vivia nos contando isso em momentos de raiva.
– De... Deme... -
– DEMÉTER, FIA! ACORDA! NEM É UM NOME TÃO DIFÍCIL! - gritou Marceline.
– Eu sei tá! - revidou Melanie. Ela se sentou em uma pedra com as mãos na cabeça como se fosse desmaiar a qualquer momento. - Só não consigo acreditar! - ela exclamou, baixinho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Um dia você irá entender o que aconteceu na sua vida. E eu virei pessoalmente aqui pra te ajudar.
A deusa desapareceu em um pequeno tufão verde e deixou aquele lugar com um perfume maravilhoso de flores.
– Todos esses anos... eu precisava de ajuda e ela nunca me deu um sinal...
– Mel, amiga, fica calma tá? - eu disse sem muito entusiasmo.
– Ela me desprezou como se eu nem existisse.
Oba, um monólogo interessante! Porque será que eu estava com uma sensação estranha de que a Melanie estava surtando?
– Por favor Mel, se acalma.
Ela se levantou da pedra e foi caminhando pesadamente de volta pros chalés.
– Ok. Agora quero respostas. Quem envenenou a Mel? - me virei pros garotos, mas eles pareciam pasmos demais pra responder.
– Eu vou falar com ela. - respondeu Austin, que saiu trotando que nem um louco.
– Vamos continuar a caminhada antes tranquila? - perguntou o Travis.
– Uh... Marceline, Stolls, porque vocês não vão na frente? Eu tenho umas coisinhas pra fazer antes.
– Ok. - responderam eles.
– Você não tem nenhum serviço pra mim, chefia? - Nico foi caminhando na minha direção.
– Ah, agora que você falou, eu tenho sim!
– Caçamba. - resmungou ele.
– Você vai me levar pra área de treinamento.
– Beleza. Me segue.
Parecia um caminho infinito até lá. Sinceramente, o guia turístico dele tá pior que o do Austin.
– Chegamos.
Era um lugar incrivelmente ENORME! Semideuses batalhando pra cá e pra lá, espadas voando e monstros surgindo do nada. Eu não tinha palavras pra descrever o que eu senti quando pisei ali.
– Então mocinha, sabe manejar uma espada?
– Ah, manda uma que eu te mostro como é que se faz.
– Hã... eu acho que não é uma boa ideia fazer isso. Você precisa de treinamento e...
– Vai ficar aí resmungando ou vai me ajudar a treinar?
– Você que manda, chefia. Peraí que eu já tô voltando.
Não fiquei plantada lá por muito tempo. Foi a conta dele pegar uma espada e proteção pra mim e pra ele. Colocamos o necessário e caminhamos até o centro da quadra e ficamos em posição de ataque.
– Já sabe o que fazer, certo?
– Com certeza, cara.
Avaçamos um em cima do outro. Toda vez que ele tentava me acertar, eu o bloqueava ou eu ficava fora do seu alcance e vice-e-versa. Mas ele era muito ágil e rápido. Tudo passou tão rápido pra mim... quando me dei conta, eu havia o tirado a espada e eu estava com a minha encostada na ponta de sua garganta, com ele ofegante de tanto lutar.
– Boa luta. - disse ele.
– Obrigada. - eu disse ofegante, e guardei minha espada. Quando olhei em volta, todos que estavam treinando pararam pra nos assistir.
– O que houve? - sussurei no ouvido do Nico. Ele corou e olhou pra mim.
– Hã, é que... bem...
– Porque está se enrolando todo? - tentei me fingir de boba, mas não deu muito certo.
– Você teve uma espécie de apagão interno né?
– Acho que foi isso. Pareceu que fiquei desligada do mundo por poucos segundos.
– Mas foram três minutos.
– O QUE? - gritei. Fiquei igual a um tomate de tão vermelha.
– É, isso já aconteceu comigo, depois eu aprendi a controlar. Mas a luta durou muito tempo, e teve uma hora que você tropeçou e caiu em cima de mim e se levantou fazendo uma espécie de cambalhota. - ele me olhou meio confuso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Ai meus deuses! Me desculpa, Nico. É que eu sou meio desajeitada com espadas. - no exato momento senti meu rosto queimar.
– Peraê. Isso quer dizer que você já usou espadas antes.
– Ah, você descobriu. - eu disse sem muito entusiasmo. - Eu já fiz esgrima.
Nico arregalou os olhos. Nós começamos a andar, e aos poucos os outros campistas foram se dispersando também.
– Então o papo da esgrima é sério?
– Sim. Pratiquei por 6 anos seguidos. Parei aos 12 quando sofri um acidente na perna esquerda, desde então eu não tenho muito controle em corridas.
– Hum... entendo. O que aconteceu?
– Ah, eu tinha uma inimiga lá na aula. Quando o professor fez nós duas lutarmos, ela trapaceou tirando aquela pequena borrachinha que tem nas pontas das espadas e fez um corte na minha perna.
– Doeu?
Eu olhei pra baixo e Nico seguiu meus olhos. Como eu estava com um short, ficou mais fácil de enxergar.
– Ai. - disse Nico.
Era uma cicatriz grande, embora ela seja bem clarinha.
– Eu tinha vergonha de usar shorts ou bermudas, mas agora sei que tem vários semideuses aqui que já passaram por situações piores.
– Pois é. Mas alguma coisa me diz que você fez mais do que simples anos de esgrima.
– Argh. - encostei as mãos na cabeça.
– Algum problema?
– Não - eu respirei fundo. - Eu fazia ginástica desde os três anos, já fiz hipismo desde os cinco e tentei fazer natação, mas fiquei seis meses porque acabei me afogando e meu pai me tirou de lá.
– Bem que você me disse que era desastrada.
Eu dei um soco no braço do Nico.
– Ai!
– Para seu bobo!
– Ah, quase que eu esqueci de te contar. Hoje à noite vai ter Captura de Bandeira.
– E o que é isso?
– Você vai ver.
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