Katlyn

Meu dia com a Liza está sendo simplesmente maravilhoso, ainda não contei a ela sobre minha partida definitiva, não sei como ela irá reagir, porém, vou propor que venha comigo, assim como estou levando todos que eu amo desse lugar escroto – todos que eu amo se resume a duas pessoas.

Nesse exato momento estamos no shopping, os Shoppings de Roma são extremamente grandes, devido ao grande número de turistas que vem pra cá. Tanto sangue com cheiro diferente, parecendo todos tão saborosos, mas eu trouxe minha bolsa com algumas bolsas de sangue dentro, porém, o ponto da minha fome não é esse, é pelo fato de ter gostos novos na área, não apenas ROMA.

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Depois de controlar meu olfato, meu paladar e minha audição, reparo que Liza está falando comigo.

– O que? – digo olhando para ela, que revira os olhos indignada com a minha falta de atenção.

– Eu disse: você está com fome? – várias respostas passaram pela minha cabeça, eu podia ler que Liza estava, então minha resposta mais humana foi:

– Não, você está? – odeio mentir pra ela, mas não tenho outra alternativa, poderia hipnotiza-la para não surtar quando souber que a melhor amiga é um SPN morto, mas está contra todas as minhas leis hipnotizar quem eu amo.

– Estou.

Andando mais alguns metros, chegamos a praça de alimentação. Uma vez, um amigo meu me disse que praça de alimentação era coisa de alienígena, ela falava que os humanos ficavam lá, em tubos, comendo de tudo apenas engordando, e que os ets uma hora ou outra iam se alimentar deles, a lógica dele é impecável, não é?

Liza se senta em uma mesa aleatória, sem muita cerimonia.

– Espera aqui que eu vou pegar alguma coisa pra mim.

Me sento e começo a observar as pessoas a minha volta, tantas vidas, tanta historias, tantas pessoas ingênuas que não sabem da realidade em que vivem, tantos corações batendo lentamente sem saberem que o maior inimigo está do lado, a espreita, mas o mundo é simplesmente inútil de mais para notar, algo ou alguma coisa além deles mesmo. Meu telefone toca.

É o Tristan.

– Oi – falo com calma apoiando os cotovelos na mesa.

– Oi, amor, tudo bem? – Não gostei muito do apelido, mas não nego que me deu um certo arrepio ao ouvi-lo dizer isso e sabendo que se referia a mim.

– Estou bem, mozão, e você? – digo brincando.

– Ok, já entendi – ele ri – estou bem, como está indo com a Liza?

– Bem, ainda não contei a ela, mas vou falar.

– Preciso que venha logo pra casa, tenho uma surpresa. – do outro lado da linha estranho o tom de voz animado dele, mas não o interrogo e apenas digo que em torno de algumas horas, talvez duas, eu já estaria de volta.

Abaixo a cabeça e começo a ver alguma coisa inútil no meu celular, fico passando as páginas de um lado para o outro, entediada, olho a hora umas cinco vezes no mínimo, sem motivo, esperando Liza voltar.

– Cara, não existe nenhum restaurante vegetariano por aqui? – coloco o telefone na mesa e olho para ela sorrindo, Liza é vegana, sem nenhum motivo especial, só por simplesmente não gostar. – tudo bem que os vegetarianos são uma extrema minoria no mundo, mas não por isso devem ser esquecidos.

– O que você vai comer Srt. Defensora dos Seres-Vivos – ela revira os olhos para mim.

– Tacos.

– Hummm... Ótima escolha.

– Você quer? – como ou invento outra desculpa? Vou inventar outra desculpa. Analiso o lanche e sinto o cheiro de guacamole, perfeito.

– Tem guacamole? – ela olha para baixo analisando sua meia lua feita de massa crocante.

– Tem.

– Vishe, eu sou alérgica a guacamole, por causa do abacate.

– Tudo bem, sobra mais – ela ri.

Liza e eu vamos até o fliperama, não importe a idade que você tem, o fliperama sempre vai ser um lugar incrível.

Compramos algumas –muitas- fichas e começamos a jogar. Aquela maquina de pegar bichinhos de pelúcia acabou com metade das minhas fichas, então deixo Liza tentar uma vez.

“VENCEU!”

Como assim?!?!?!?!

– Pra você perdedora – ela me estende um golfinho azul e branco mais ou menos do tamanho de um yorkshire, o pego e reviro os olhos.

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Depois de alguns minutos, nossas fichas acabam e vamos até o caixa pegar nossos prêmios por causa dos tickets. Bem, não foram lá prêmios gigantes, mas pelo menos conseguimos algumas balas, que mundo é esse que tickets não valem mais?

Preciso ir embora e ainda não contei para Liza sobre minha viagem, meu voo está marcado para as 18h e agora são 16.

Sentamos em um banco em frente de uma fonte.

– Liz? – ela vira para me olhar – Preciso falar com você.

– Claro, pode falar – ela sorri radiante.

– Lembra que eu disse que estava pensando em voltar para a minha casa?

– Uhum.

– Eu vou voltar hoje e eu queria que...

– Espera! – diz ela estendendo a palma da mão e me cortando – você vai embora? No meio do ano letivo?

– É mas, eu...

– Você vai me deixar sozinha?

– Mas me escuta!

– NÃO! – ela levanta, as pessoas ao redor começam a notar - Você simplesmente não pode sair assim.

– Liza, você sabe que esse era meu plano a algum tempo e...

– Sei, mas achei que você não fosse levar essa ideia idiota a diante, você é uma egoísta Katlyn!

COMO?

– Eu sou egoísta? – me levanto – eu fiquei nessa merda de cidade por você durante anos, e você vem me dizer que EU sou egoísta? O que você já fez por mim, Liza? A não ser dar alguns conselhos depois que eu fui eternamente zuada e humilhada por toda a escola? Quer saber? Você é a egoísta de querer que eu fique aqui, infeliz, só para fazer a sua felicidade!

– Você não sabe o que é ficar sozinha, está sempre rodeada de pessoas!

– Isso só prova que não sabe nada de mim. Que tipo de pessoas? Você e o Tristan? Porque se você não notou eu não sou muito amigável, e ou você é cega ou muito burra de não perceber que todo mundo adora ficar te lambendo. E eu nem sei porque você está discutindo comigo, eu te avisei tranquila e você já veio gritando, achei que fosse me apoiar, mas estava enganada...

– Posso não ficar sempre com você, mas pelo menos eu nunca te ABANDONEI – nunca a vi desse jeito – Katlyn, não acredito que você fez isso – ela começa a chorar, minha vida toda nunca vi Liza chorar, devo tê-la afetado de uma tal maneira que não consigo imaginar. – eu não quero te ver mais, vou me afastar de você e por favor nunca mais me procure está me entendendo? Vai embora. – balanço a cabeça de um lado para o outro com meus olhos um pouco molhados, viro as costas e saio, deixando-a. Adeus, Liza. Penso comigo.

*S&S*

Chego em casa cabisbaixa, abro a porta e encontro um lindo Tristan jogado no meu sofá. Consigo sorrir.

– Você voltou cedo, como... – ele percebe meu olhar – O que aconteceu? – Tristan se levanta vai até mim, pega minhas mãos. Evito olha-lo e começo a analisar meus sapatos, minha visão fica embaçada por causa das lagrimas, sei que se eu piscar, uma gota vai cair.

Balanço a cabeça, meu cabelo jogado na cara.

Tristan ergue meu queixo com uma das mãos. Olho para ele e pisco forte o olho segurando por algum tempo, começo a chorar e o abraço, ele retribui forte e caloroso. Como que a Liza foi falar uma coisa dessas para mim? Passei metade das minhas Gerações com ela, fiz tudo por ela.

Liza sabe que meus amigos são minha família, mas depois dessa, meus sentimentos mortos, acabaram se reduzindo de zero a menos dez.

Como eu disse, meu coração não bate mais, porém, minha cabeça ainda funciona perfeitamente.

– Liza disse que me nunca mais quer me ver, para eu nunca mais procura-la, que eu sou egoísta por estar deixando-a sozinha – começo a falar entre soluços, com os olhos fechados, aninho minha cabeça no peito dele.

– Calma, está tudo bem, eu estou aqui com você.

Essas palavras me confortam, ele me pega no colo e deita comigo no sofá.

– Espera um segundo aqui. – quando vampiros falam isso, não se enganem achando que é apenas uma expressão.

Ele volta, eu me sento e seco o rosto, Tristan se ajoelha na minha frente.

– Katlyn Stwart Mac-Livenwood... – ele começa, tira a mão das costas e abre uma caixinha de veludo azul marinho com um anel de prata dentro – a senhorita aceita ser oficialmente minha namorada, até que os caçadores nos peguem, ou até o fim desse mundo e da nossa eternidade? – olho para ele, sorrio boba e minhas lágrimas de tristeza se tornam de alegria. Olho dentro da caixinha, há um bilhete, estendo minha mão e o pego. Em letras desenhadas está escrito “Você aceita me fazer sentir vivo de novo?”. Provavelmente a frase mais linda que já li.

Pulo no colo dele, que cai para trás.

– Eu aceito. – beijo seus lábios.

Tristan cruza as pernas e eu me sento sobre meu calcanhar, ele tira a aliança dele do bolso da calça e me entrega. Pega minha mão direita, coloca o anel no meu dedo anelar e dá um beijo em minha mão.

Pego a mão dele, olho algo escrito dentro da aliança: Além da Eternidade K&T. Faço o mesmo ritual que ele. E nos beijamos de novo.

– Precisamos ir. - diz ele

Arrumamos nossas coisas, coloco o golfinho na minha mala. Partimos.

*S&S*

Algumas horas dentro do avião e alguns minutos de carro bastam para eu chegar em casa.

Olá Nortywelf, eu voltei.