Capítulo 55 - Sim, pode sim

– Você liga? – Desafiei-o.

– Ligo. – Gil aceitou o desafio prontamente.

Gil pegou o meu telefone. E ligou para minha mãe. Logo que minha mãe atendeu, ele falou.

– Oi, aqui é o Gil. Tudo bem?... Não, não aconteceu nada com elas, as duas estão ótimas e lindas como sempre. – Gil percebeu como minha mãe era realmente preocupada. - Bem sei que a dona Sara Sidle é maior de idade, mas queria saber se ela e Julia poderiam dormir aqui hoje.

Gil ouviu, parecia que a resposta era positiva.

– Ela quer falar contigo. – Disse alcançando-me o telefone.

– Oi mãe... Claro, tem tudo aqui para Ju: Roupa, fralda, lenço, tudo... Não precisa se preocupar mãe, guardo em um estacionamento... Beijos... Te amo... A Ju também vai sentir saudades... Tchau. – Desliguei o telefone e fitei Gil. – Ela estava preocupada onde iria deixar o carro.

– Tem um estacionamento aqui na esquina. Quer que eu estacione para você?

– Já tem carteira? – Disse impressionada.

– Sim! – Sorriu grandioso. – Agora já estou juntando dinheiro para comprar meu carro. Alias, tem uma vaga aqui no prédio que não uso, podemos estacionar ali.

– Claro. – Sorri para ele.

Quando a noite chegou nós nos organizamos para dormir. Íamos dormir na sala, pois era a maior peça do apartamento. Pegamos o colchão da cama de Gil e colocamos no chão, Ju dormiria ali. Pegamos alguns edredons e cobertores fofos, e improvisamos uma cama para nós dois dormirmos. Talvez não dormiríamos tanto assim.

– É improvisada, mas da para dormir. – Gil fitou-me.

– Vai ser meu melhor sono em meses. – Sorri para Gil. – Troca a fralda de Julia?

– Claro. Não falta nada? Logo o mercado fechará e depois a farmácia fica bem longe.

– Acredito que não. E o que vamos jantar?

– Já encomendei uma pizza.

Antes de dormirmos, amamentei Julia, e a coloquei novamente para dormir. Pela primeira noite Julia dormiu uma noite completa, acordando apenas para as mamadas. Era estranho, pois acordei várias vezes para vê-la, se estava viva, respirando. Senti-me louca. Gil ria de mim, porém não estava acostumado.

– Talvez ela esteja se comportando, por que estamos juntos? – Disse-me em uma das vezes que fitei se Julia estava bem. – As crianças sentem quando estamos felizes.