Second Chances
Your Family pt. II
O fim da semana arrastou-se, e ao fim do domingo, Phil já estava desesperado por notícias de Melinda. Ela havia mandado uma mensagem curta na noite em que saíra, avisando que chegara até o escritório da mãe em Washington e que estava bem, mas depois disso houvera silêncio total. Isso fora há 4 dias, e desde então o diretor vinha ocupando seu tempo com as filhas.
— Skye, tem certeza que você não consegue rastrear o celular dela? – ele perguntou pela centésima vez, e novamente a hacker negou.
— DC, eu já disse, todos os nossos celulares são impossíveis de rastrear, você mesmo pediu que fossem assim – ela disse com o mesmo tom condescendente que usara das outras vezes que ele perguntara.
— Eu preciso saber se ela vai estar aqui na terça feira – o diretor insistiu e bufou irritado – Se ela não aparecer pra apresentação a Eleanor vai ficar chateada – reclamou e coçou a cabeça enquanto pensava em maneiras para entrar em contato com May.
— Se você me falar onde fica o escritório da mãe dela eu posso tentar conseguir o número de lá – Skye sugeriu e os olhos azuis de Coulson brilharam.
— Okay, isso eu posso fazer – garantiu e em dois segundos estava atrás de sua mesa, procurando em seus livros de registros algo sobre o escritório de June Qiaolian.
Um pouco depois de iniciar sua procura, Phil finalmente encontrou uma nota de rodapé em um de seus arquivos sobre o endereço do escritório da mãe de Melinda, e em segundos, Skye já havia começado a buscar por um número de telefone. Não demorou muito para que a garota conseguisse uma resposta para sua busca, e assim que a sequência de números surgiu em sua tela, o diretor tratou de discá-lo em seu celular. Após três toques, ele foi atendido.
— Esse é um número restrito, e se você conseguiu esse número deve ter um assunto urgente para tratar, então seja breve – foi a frase que June disse assim que atendeu a ligação, e Phil respirou fundo.
— Senhor Qiaolian, sou eu, Philip – ele disse com firmeza e ela fez um som de reconhecimento – Eu só queria ter notícias da May ... Ela saiu daqui na quarta-feira a noite e disse que ia fazer um favor pra você, mas depois disso não mandou mais nenhuma mensagem – explicou-se em seguida.
— Philip, eu não faço ideia do que você está falando – a senhora respondeu com um tom quase ofendido – Eu não falo com Melinda há quase dois meses e com toda a certeza do mundo eu não liguei para ela na última quarta-feira, e caso eu precisasse de algum favor, eu pediria para um dos meus próprios especialistas – continuou com um pouco de arrogância, e não perdeu tempo ao dar uma bronca no homem: – Talvez você deva manter um melhor controle sobre sua equipe, pois se ela saiu sem lhe dar motivos e ainda por cima mentiu, é um claro caso de insubordinação.
— Senhor Qiaolian ... – Phil tentou interrompê-la para pedir que ela reafirmasse que não havia chamado May, mas a mulher continuou a bronqueá-lo.
— E aproveitando que você finalmente teve a decência de entrar em contato comigo, eu quero marcar uma reunião para que eu possa conhecer as crianças que vocês abrigaram – declarou e o diretor ficou mudo por alguns instantes.
A conversa com June durou mais 5 minutos, e ao desligar, Phil estava exausto. A mãe de Melinda era conhecida por sua rigidez ao conduzir suas equipes, e ela não fazia distinções. Se caso sentisse necessidade de dar uma bronca em uma soldado ou agente, sendo ele de qualquer agência, ela o faria. Mas o que mais o exauriu foi saber que Melinda mentira para ele a respeito de seu paradeiro e objetivo, e até onde sabia, ela poderia muito bem ter fugido ou estar morta a uma hora dessas.
— Papai – Eleanor chamou com a voz fraquinha, entrando no escritório do homem. Ela arrastava a seu lado sua pelúcia de Wookie e vestia o pijaminha de pelúcia que havia ganhado de Bobbi.
— Não consegue dormir? – ele perguntou com carinho e quando ela negou com a cabeça, ele saiu de sua cadeira e pegou-a no colo – Eu vou contar uma história e você vai dormir igual um anjinho – prometeu e carregou-a nos braços até o quarto. Após coloca-la na cama e conferir o sono de Lucy, que ressonava baixinho, Phil sentou-se ao lado de Eleanor na cama e pegou o livro de cabeceira que lia para a menina.
— Não papai, livro não – ela disse sonolenta e olhou-o com os olhos enormes – Canta ... – pediu e o diretor deu um sorriso, antes de ajeitar-se melhor na cama, para que ficasse mais próximo da filha e pudesse cantar para ela sem acordar Lucy.
— This is ground control to major Tom, you really made the grade, and the papers want to know whose shirt you wear— ele cantou baixinho, quase em sussurro, ignorando a introdução da música e Eleanor sorriu, reconhecendo a música. Lentamente, ele puxou a coberta sobre a menina e continuou sussurrando a música: – Now it’s time to leave the capsule if you dare...
— Papai, ele é um astronauta? – a menina perguntou, com a voz cheia de sono e Phil afirmou com a cabeça – Continua – ela pediu com um sorrisinho, já fechando.
— This is major Tom to ground control, I’m stepping through the door, and I’m floating in the most peculiar way— o diretor continuou a cantar, diminuindo mais ainda sua voz, e antes que pudesse começar a próxima estrofe, a pequena já estava completamente adormecida. Com um beijinho na testa das duas filhas, ele despediu-se e saiu do quarto, apagando a luz atrás de si. Sem nem perceber, ele continuara a cantarolar a música mentalmente, e em determinada frase, seu pensamento voou para Melinda, que tanto era apaixonada pela canção e que agora podia estar metida em qualquer situação perigosa. “Droga Melinda, por que fazer isso?” ele perguntou-se mentalmente com irritação, e com os punhos cerradas, voltou a seu escritório.
A segunda feira foi o dia mais longo de todos, e repleto de momentos de puro pânico de Phil, que já começava a ficar mais nervoso a cada hora que passava, sabendo que no dia seguinte seria a apresentação de Eleanor. Durante o almoço, enquanto o diretor tentava convencer Lucy a comer uma papinha de cenoura e batata, Eleanor chegou na cozinha e sentou-se em cima da mesa para falar com o pai.
— Papai, a mamãe vai chegar hoje? – ela perguntou com os pezinhos balançando para fora da mesa, enquanto Lucy fazia caretas e afastava o rosto, recusando-se a comer.
— Ela mandou uma mensagem agora a pouco, ela disse que teve um problema no voo e que ela tá presa no aeroporto, mas que promete que vai tentar tudo pra chegar a tempo da apresentação – ele mentiu com um sorriso no rosto, para tranquilizar a menina, que fez um biquinho.
— Ah, tudo bem... – ela disse depois de uns segundos encarando os sapatos – Não tem problema, se ela não for eu posso apresentar depois só pra ela – completou e em um segundo sua expressão mudou totalmente, saindo da decepção para a felicidade.
— Hey, quer me ajudar aqui? Eu não tô conseguindo fazer ela comer – ele perguntou, querendo realmente que a menina o ajudasse e ela riu com gosto.
— Papai, ela não gosta de cenoura, tem que ser só batata – Eleanor disse como se fosse algo óbvio e que ele deveria saber completamente, e Phil deu uma risada ao perceber seu erro.
— Eu sabia ... Quer dizer, a mamãe tinha dito alguma coisa sobre cenoura, mas eu achei que fosse sobre a Lucy gostar de cenouras – comentou com um biquinho infantil e Eleanor riu mais ainda, fazendo com que a bebê começasse a dar risadinhas.
Terça feira chegou sem nenhuma notícia de Melinda. As 8 horas em ponto, toda a “família” de Eleanor – Phil, Skye, Lincoln, Bobbi, Hunter, Mack, Yoyo e FitzSimmons – estava arrumada e pronta para ir até a escola da menina. Eles estavam realmente ansiosos para ver o que a menina falaria, e até com um pouquinho de receio que ela deixasse escapar algo sigiloso. As 10:30, todos estavam acomodados no auditório do colégio Mercy, e assistiam em silêncio às apresentações que vieram antes da de Eleanor, e naquele ponto do dia, eles começavam a acreditar que não fora uma boa ideia colocar várias fotos ridículas da família, pois todas as outras crianças tinham levado o trabalho bem a sério, e a maioria das fotos pareciam ter sido tiradas por fotógrafos profissionais, especialmente para a ocasião, e uma das crianças até falara sobre como seu irmão mais velho era formado em direito e trabalhava para um importante senador.
— E agora, nossa última apresentação do dia, Eleanor May Coulson – a professora Clara anunciou e a pequena saltitou sorridente em direção ao palco, onde subiu em um banquinho para alcançar a altura do microfone do púlpito. Fitz fora com ela, pois ela o responsável pela “versão digital do trabalho”, que consistia em uma apresentação de slides do que era encontrado na versão física.
— Olá — a menina disse assim que o engenheiro deu o sinal para ela começar, e a imagem da capa do trabalho foi projetada no telão – Eu sou a Eleanor, eu tenho 5 anos e ano passado eu e minha irmãzinha bebê ganhamos uma família – ela falou com clareza, e até espantou alguns ouvintes por sua boa dicção. Nesse momento, Fitz apertou a seta do computador e a primeira foto surgiu – Essa é a minha família, mas não tá todo mundo aí – ela apontou para o telão e seus familiares deram sorrisinhos. Assim que o próximo slide surgiu, algumas risadinhas foram ouvidas, pois eram algumas fotos bem divertidas dos dois – Esses são a mamãe e o papai – apresentou e levantou o polegar na direção do pai, em um “joinha” – O nome da mamãe é Melinda, e ela é a pessoa mais bonita de todas! O nome do papai é Philip e ele sabe todas as músicas do mundo – falou com orgulho, e o diretor não pôde evitar o nó que surgiu em sua garganta. Ao fundo do auditório, Melinda May – que chegara apenas um segundo antes da menina começar a falar - se acomodava com muita dificuldade em uma das cadeiras, olhando orgulhosamente para sua filhinha – Os dois me salvaram, e todos os dias eles cuidam de mim e da minha irmãzinha, e eles dizem o tempo todo que amam a gente, e é por isso que eles são importantes – discursou e sorriu na direção da família. Quando a quarta página do slide surgiu, o auditório dividiu-se entre um som de carinho e uma risadinha – Essa no colo do papai é a Lucy, minha irmãzinha. Ela tem só um ano e eu conheço ela desde o dia que ela nasceu. Ela foi a primeira pessoa que eu gostei, e ela é a única bebê que eu conheço! E essa aqui – disse apontando para a segunda foto no slide – é a minha irmã mais velha, o nome dela é Skye, e ela sempre cuida de mim e eu adoro passear com ela! O lugar que ela mais me leva é no mercado, porque ela ama doce e sempre compra um monte pra gente – narrou com carinho e Skye segurou um soluço, com os olhos cheios de lágrimas – Agora tem os meus titios, e eu tenho muitos! – avisou rapidamente, e os adultos sorriram, encantados com a tranquilidade da menina – Esse é o tio Fitz e essa é a tia Simmons, e eles são cientistas! Quando eu cheguei, eu achava que eles eram irmãos, igual eu e a Lucy, mas eles são namorados, e eles se gostam muito. O tio Fitz é meio mal humorado, mas só as vezes, ele sempre conta piadas de Star Wars e ele disse que sabe fazer robôs, mas eu não sei se é verdade, mas eu gosto dele mesmo assim – ela brincou e Fitz, que estava a apenas 5 metros de distância dela, deu uma risadinha, totalmente corado – A tia Simmons é tão inteligente e ela sabe a resposta de tudo! Ela sabe o nome de todos os episódios de Doctor Who, e ela disse que vai me ensinar a falar igual a Hermione – nesse momento, Eleanor havia ganhado completamente a plateia que a assistia, pois mesmo os adultos estranhando as descrições sobre a família, eles estavam encantados por como ela falava – Esses são a tia Bobbi e o tio Hunter, e eles vão ter um bebê, que vai ser o segundo bebê que eu vou conhecer! A tia Bobbi e a mamãe são amigas, e elas sabem umas coisas de ninjas, e um dia a tia Bobbi me ensinou a bater num saco de pancadas – novamente, várias risadinhas foram ouvidas, e a família da menina estava a beira das lágrimas – E o tio Hunter é muito amigo do titio Fitz, e não dá pra entender quase nada do que eles falam, porque eles são da Escócia.
— Eu não sou da Escócia – Hunter sussurrou para Skye, que ria baixinho.
— Ah, e ele assistiu todos os filmes do Exterminador do Futuro comigo! – a menina acrescentou com felicidade, afinal, aquele era um de seus filmes favoritos – Esse aqui com a minha irmã é o Lincoln, e ele é namorado dela – disse apontando para a segunda foto do slide – Ele é médico e ele já abriu de verdade uma pessoa! E ele e a Skye sempre me dão sorvete antes de dormir – comentou com um brilho nos olhos – E um dos dias mais engraçados foi quando ele falou mal do Capitão América e o papai quase bateu nele – narrou seriamente e houve uma pausa para que as pessoas do auditório pudessem rir – Esses dois aqui são a tia Yoyo e o tio Mack, e eu não sei se eles são namoradinhos, mas a tia Simmons acha que sim – apresentou inocentemente e os dois citados coraram violentamente, enquanto Hunter e Bobbi seguravam o riso – A tia Yoyo na verdade se chama Elena, e ela é da Colômbia, e ela não sabia falar inglês, mas a mamãe disse que ela aprendeu pra poder falar com o tio Mack. Ah! E ela e a tia Simmons sempre fazem os melhores doces lá em casa – as três fotos que se seguiram às de Yoyo eram de Mack, e todas muito divertidas – O tio Mack é o mais engraçado, porque ele é grandão e parece ser bravo, mas ele não é nem um pouquinho! Ele sempre brinca e dá apelido pra todo mundo. Ele chama o tio Fitz de Turbo, a tia Skye de Tremor e a mamãe de Tampinha, mas só quando ela não tá perto – disse e deu uma risadinha, pois achava engraçado quando ele chamava May de tampinha quando ela saia andando – Na minha família, trabalha todo mundo no mesmo lugar, e eles sempre viajam. O tio Fitz, o papai e o tio Hunter viajaram, e eles mandavam foto o tempo todo – explicou, e uma selfie ridícula do trio foi projetada e Bobbi deu uma risada na cara de Hunter, que escondia o rosto nas mãos – E todo mundo é amigo. A mamãe é grudada na tia Simmons, e o papai persegue o tio Fitz, e sempre faz ele sair nas fotos – explicou e apontou para as duas páginas de slide que foram projetadas em sequência – No Natal, a tia Bobbi fez todo mundo tirar foto pra colocar em porta retrato – falou com um risinho e apontou para as duas fotos e a família se encolheu um pouco, pois aquelas não era as fotos normais e clichês tiradas por famílias normais e clichês – No aniversário do papai, a gente fez uma festa surpresa, e mamãe fez o bolo, mas a mamãe não sabe fazer bolo, então só ficou bonito, mas não tava gostoso – narrou com uma leveza comovente, e Melinda nem se atreveria a ficar brava com a filha por dizer isso na frente da escola toda – Ah, e tem também o tio Joey, que aparece de ver em quando, mas que sempre traz presente e que adora fazer mágica com colher! E essa foto é porque eu gosto dela – disse, apontando para a segunda foto no slide, de Bobbi e Mack – Hm, tem mais uma coisas sobre minha família: a Skye ama pizza, e ela teve uma pizza gigante de aniversário. O tio Fitz sempre quis ter um macaco, e a mamãe ganhou um macaco gigante para ele no parque de diversões! Ano passado, o papai e a tia Bobbi foram pra Costa Rica por causa do trabalho deles, e todo dia eles mandavam foto todos os dias, só pra mostrar onde eles tavam, e porque a mamãe e o tio Hunter ficavam com saudade. Ah, e essa foto é do Natal, e fui eu que tirei, porque elas tavam muito bonitas – a pequena explicou foto por foto, com carinho por sua família – E tem mais exemplos de como o papai gosta de encher a paciência do tio Fitz – disse apontando para o slide com as fotos mais ridículas de Coulson e Fitz, que riam e coravam – E uma das coisas favoritas de todo mundo é a noite do karaokê, que é toda semana, na sexta feira e tem sempre um tema – explicou e deu de ombros quando a última foto apareceu – Então é isso, essa é a minha família... Quer dizer, tem um ps, porque minha irmã me ensinou que é legal, e ela disse que era só pra dizer que ninguém lá em casa sabe tirar fotos! – e com isso, ela terminou a apresentação. Sua família estava com lágrimas nos olhos, pois acharam fofo e sincero tudo o que ela dissera. Já os outros adultos no local acharam que a pequena era ótima com discurso, mas eles consideravam seriamente que a família de Eleanor era estranha, e mesmo assim, todos aplaudiam a menina. Melinda, ao fundo da sala, aplaudia lentamente, embora quisesse demonstrar muita empolgação, mas a dor lancinante em seu corpo todo quase a impedia de se mover. Ela tomara 4 analgésicos antes de entrar no auditório, e mesmo assim suas dores eram profundas. “Eu preciso ir logo para casa”, ela pensou com um pouco de desespero, e quando as famílias começaram a sair do auditório, ela fez sua melhor pose, ajeitou-se em uma postura segura e escondeu todos os traços de dor em seu rosto, ao caminhar de forma impecável na direção de sua equipe, milagrosamente equilibrada em um salto alto.
— May! – Skye exclamou assim que a viu e todos os rostos da equipe se viraram para a mulher, que ao alcançar Phil, passou um braço por trás das costas do homem, deixando um pouquinho de seu peso cair para o lado.
— Tá tudo bem? – Phil perguntou ao perceber o movimento e ela sorriu falsamente.
— Tudo ótimo – mentiu descaradamente e ele sabia que era mentira.
— Melinda – ele sussurrou, avaliando-a firmemente, e pode perceber como o braço esquerdo parecia imóvel demais, e como alguns pontos do rosto de Melinda pareciam mais claros, sem falar que era totalmente anormal que ela estava usando óculos escuros em um ambiente fechado.
— Nós precisamos ir – ela respondeu em uma voz tão baixa e ao mudar o peso de perna, quase assoviou de dor.
— Skye, você me faz um favor? – Phil chamou assim que a mulher respondeu-o e a hacker aproximou-se – Leva a Eleanor pra casa okay? Eu vou na frente com a May – ele explicou e Skye concordou imediatamente – Simmons, eu preciso que você venha com a gente – pediu e a cientista, embora em dúvida, assentiu, e os três caminharam para fora do auditório. Melinda tinha um pouco de dificuldade em pisar com firmeza, mas escondia isso, apoiando-se casualmente no diretor.
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