Season of the Witch
Futuro
Mina
— Tia Cassandra, a senhora nos ouviu? - perguntei, sentindo a tensão em meu corpo aumentar, após Anastácia contar sobre suas visões. Cassandra estava de costas para nós duas, olhando pela janela da cozinha - Vampiros, tia! Vampiros aqui!
— Eu sei Miranda. - ela finalmente se virou, suspirando profundamente - O clã dos Cullen se mantem em Forks. Não são ruins, então não precisam ficar preocupadas. São vegetarianos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Muito bem, não precisamos nos preocupar com eles, mas e os vampiros da minha visão? Eles tinham os olhos vermelhos, ou seja: bebem sangue de humanos! - Ana exclamou - Não seria melhor sairmos daqui.
— Não podemos. - o tom de Cassandra foi definitivo - Vocês ficarão bem. Só não... se aproximem dos Cullen.
Ela pareceu hesitante ao dizer a última sentença, então resolvi ficar quieta.
— Mas... isso é tudo o que você tem para dizer? - Ana pareceu revoltada - Só para ficarmos longe dos Cullen? Mãe, vampiros! Se alguma confusão acontecer por aqui, precisamos avisar ao Conselho...
— Nós não precisamos avisar nada, Anastácia. - os olhos azuis de Cassandra flamejaram - Nós somos feiticeiras! Não nos evolvemos com o que não é de nossos assuntos. Os vampiros tem quem cuidem disso para eles. Não quero mais nenhuma palavra sobre vampiros nessa casa, entenderam?
Nós duas assentimos, sem fala pela explosão de Cassandra.
— Ótimo. - ela se retirou da sala rigidamente, mas parou por um momento - Irei sair, volto em algumas horas. - e se retirou, sem nos dar chance de responder.
— Eu queria saber para onde ela vai, mas isso eu não consigo ver! - Ana falou, mordaz, enquanto remexia sua pilha de cartas nas mãos.
A olhei com interesse.
— Leia meu futuro. - pedi, com um sorriso gentil.
— Ok. - ela franziu o cenho, e em seguida espalhou as cartas na mesa - Separe três cartas e as deixe alinhadas.
— Só três? - dei uma risada.
— Para mim é complicado fazer uma leitura correta pelas cartas, por isso é melhor dessa vez ser apenas três. - torceu os lábios.
Observei o baralho a minha frente e suspirei, erguendo a mão para uma carta, mas logo depois desviei e escolhi a que estava ao lado. As outras duas, escolhi sem hesitar. Senti um leve arrepio na espinha quando Anastácia desvirou a primeira carta.
— Muito bem... O Louco. - a carta apresentava um homem na beira de um precipício com uma rosa branca na mão. Ana riu - Não significa que você está louca, mas isso é você no momento. Está com a cabeça cheia, e procura o que fazer da vida. Algo surpreendente poderá acontecer, mas não se preocupe: o acaso resolverá tudo. Esteja aberta para tudo o que a vida lhe oferecer.
— O que mais? - me inclinei em direção as cartas.
— A Torre. - ela virou outra carta - Essa é a sua melhor qualidade: mesmo que seja doloroso, você se adapta muito facilmente a mudanças e situações. Você irá passar por mudanças, mas sua essência permanecerá a mesma e isso te dará forças novas. O que não te destrói, te fortalece.
A mão dela parou por um instante na última carta, e ela estreitou os olhos antes de virá-la. Vi a figura de um esqueleto encapuzado e senti minha pressão cair.
— Relaxa, Mina, você não irá morrer. - Ana falou, embora sua voz não me soasse muito segura - A Morte significa mudança. Hum, algo vai acontecer, e irá mudar a sua vida. Para melhor ou pior, eu não posso dizer. - ela tombou a cabeça para trás, na cadeira - Não consigo ver mais nada.
Meus olhos ainda estavam focados na Morte.
— Tem certeza de que eu não irei morrer? - perguntei, tentando me reafirmar.
Anastácia abriu um de seus olhos cor de mel e me fitou divertida.
— Acho que não. - ela riu - Nunca me concentrei em ver sua morte. Mas você precisa controlar a sua tanatofobia. Todos se vão um dia, alguns antes, outros depois.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Me ergui em sobressalto.
— Não quero mais falar sobre isso. - falei secamente - Amanhã você tenta ler meu futuro outra vez.
— Ah, não. - ela gemeu - Por que eu fui falar em morte? Agora você vai me obrigar a gastar minha energia em leituras de carta só para satisfazer sua paranoia com a morte! - ela pressionou os dedos nos olhos fechados, mas eu não disse nada - Não se preocupe, Mina, a morte não vem de uma hora para a outra, ela dá sinais. Você só precisa aprender a interpreta-los.
— Isso é besteira. - falei, me dirigindo a escada - Quando a morte vem, ela vem e pronto! E nos puxa e leva de uma vez. - estremeci - Vou para o me deitar.
Antes de entrar em meu quarto, ouvi a voz dela do andar de baixo:
— Cuidado! Pode ser que a Morte esteja aí te esperando!
Bati a porta com força, abafando seus risos.
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