Sea You

Você é incompetente demais para esta tripulação


O homem arregaçou as mangas e aceitou a espada que Travis o ofereceu. Thalia, já com sua arma desembainhada, aguardava pacientemente o garoto, que quase desacreditava que estava prestes a lutar com uma mulher.

— Qual o nome do homem que irei humilhar hoje? — Ela perguntou enquanto virava a cabeça, inocentemente.

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— Pode me chamar de Octavian. — Ele segurava a espada de maneira leviana, ela percebeu.

Bem, Octavian. — A pirata começou, proclamando o nome dele com nojo. — Todo duelo acaba em sangue, mas serei piedosa com você. Não abuse da sorte.

Uma roda de pessoas se acumulou ao redor deles, dentre pessoas da tripulação e futuros piratas. Duelos de espadas sempre foram um costume muito valorizado e respeitado em Tortuga, terminava apenas com um homem de pé, mas Thalia não gostaria de mais sangue nas mãos, principalmente por um motivo pequeno.

Grace se posicionou, fazendo sempre carinha de inocente ou inexperiente. Cínica, Luke pensou enquanto sorria e observava a garota com certo orgulho. A luta começou, com investidas bobas e indefesas de Octavian, Thalia não queria mesmo acabar aquilo rápido.

— Eu fico imaginando. — Ela defendeu seu ataque patético. — Como deve ser fácil humilhar pessoas pelo simples fato de pertencerem a outro gênero.

Ele não se intimidava com suas palavras, tornando seus movimentos mais agressivos.

— É quase triste ver o quão desesperado está, para simplesmente provar que é superior só por ser homem. — Ela falava calmamente, e seus gestos defensivos eram quase mínimos. — Sabe, você não tem mesmo habilidade nenhuma com isso.

Arrancou alguns risos da plateia e finalmente se cansou da dança dessincronizada de Octavian. Em uma de suas investidas, manobrou as espadas, jogando sua arma no chão e pisando na mesma, com a própria arma prontamente apontada para a garganta do homem ignorante a sua frente.

— Chega. — Ela disse sorrindo, não um sorriso de vitória ou superioridade. Ela estava realmente se divertindo com a cena de seu rosto espantado. — Saia do meu navio, você é incompetente demais para esta tripulação.

Ouviu-se comemorações com a saída do loiro lambido de Neptuno. Os outros homens que restavam para a seleção estavam empolgados mais do que nunca para participar da tripulação. Com seu "trabalho" concluído, Grace deixou novamente o irmão cuidar da seleção e foi até Annabeth, que amolava sua adaga com a habilidade que adquiriu de seu pai.

— Você estava demais no duelo.

— Você assistiu?

— Como não? — O vento movia os cabelos trançados de Annabeth. — Você precisa me ensinar alguns movimentos.

— Espadas nem são minha especialidade. — A morena observou alguns homens restaurando o casco do navio. — Você precisa me ver com um arco e flecha.

Elas sorriram e observavam Percy se aproximar, igualmente sorridente.

— Temos todas as cabines ocupadas agora. — Ele sentou próximo de Annie. — A proa foi refeita e os homens de Vulcano estão dando os últimos retoques no casco.

— Você parece feliz. — Annabeth disse.

— Eu estou! Thalia, seu show com aquele idiota incentivou quase todos a entrar para a tripulação, precisamos fazer isso mais vezes.

A morena sorriu, mas logo a atenção dos três foi chamada. Chris apontava para os guardas nortenhos que revistavam bordéis e bares. Um deles falava diretamente com Sr D, que balançava a cabeça, confuso.

— Eles vieram até Tortuga por você, Annabeth. — Percy disse enquanto a loira observava a cena desacreditada que aquilo acontecia. — Se alguém souber, vai comprometer todo o navio.

Thalia pediu que Chris mandasse todos os piratas permanecerem em silêncio e içassem as velas. Annie puxou um garoto magro e branco, um dos novos piratas, para um canto, colocando em sua cabeça o chapéu de capitão que Percy usava. Todos entenderam, deixando no convés principal apenas a nova tripulação.

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Os piratas veteranos se mobilizaram até o alçapão em silêncio, não podiam arriscar que os reconhecessem da invasão ao castelo. Os guardas se aproximavam do porto, enquanto o único navio presente levantava âncora.

— Pare o navio. — Annabeth estremeceu ao ouvir aquela voz. A voz de seu pai, alta e clara, soando por cima da madeira do convés. Jackson percebeu seu olhar apavorado e segurou sua mão. — Para onde navegam?

— Sul. — Ouviram a voz de Beckendorf responder, o único veterano deixado para guiar os novatos na mentira.

— Percy. — A garota sussurrou em seu ouvido. — É a voz do meu pai.

Ele gelou. Acima deles estava o Rei do Norte, o homem a qual Percy tirou filha e fortuna. Em seguida veio medo. Annabeth estava certa que o navio era seu novo lar e que a pirataria era sua nova vida, mas com a tentação das memórias e a presença de seu pai, ela continuaria certa sobre?

— O que transportam? — Frederick Chase olhava desconfiadamente para o "capitão" do navio, pálido e magro demais para marinheiro

— Rum. — Beckendorf respondeu.

— E por que não permite seu capitão me dirigir a palavra? — O rei repreendeu o pirata e voltou seu olhar para frente. — Qual seu nome garoto?

— Nico. — Respondeu com a voz trêmula.

— Bem, capitão Nico. — Frederick sorriu. — Eu e meus homens vamos revistar o navio, se não se importar.

Percy e Thalia entraram em alerta, não havia escapatória. Poderiam simplesmente abrir uma escotilha e pular no mar, mas o barulho os denunciaria, além do frio sulista da ilha, que os mataria. Os piratas se agitaram no interior do convés, causando ruídos que prenderam o olhar do rei.

— Homens, começamos pelo o interior. — Os guardas se aproximavam da escotilha e Beckendorf rezou para que algum milagre acontecesse.

Antes que eles abrissem o alçapão, o próprio se abriu, revelando uma Annabeth forte e rebelde como Frederick nunca vira.

— Eu volto para o Norte. — Ela revelou sua adaga. — Com uma condição.