Scorpius & Rose (vol. 1)

Capitulo 23 - No início da noite


Scorpius & Rose:

Capitulo XXIII - No início da noite

O primeiro dia de feriado n’A Toca não era muito movimentado a noite. Agora que todos os seus filhos estavam crescidos e tinham seus próprios filhos pra criar, Arthur e Molly não se preocupava em abrigar tantas pessoas até a ceia de Natal. Naquela manhã houve até uma agitação, como o jogo e a visita de um Malfoy ao forte dos Weasleys, mas não passou disso. Logo Dominique acompanhou o namorado e os tios até a casa deles em Londres, junto com Hugo e Lílian, Scorpius foi pego pelos pais ao pôr do sol e Ron e Hermione foram até o ministério, pois a morena precisava colocar em ordem alguns detalhes para que seu feriado não fosse mais interrompido. Por fim, só ficaram os avôs, Rose, Albus e Lara.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Enquanto o moreno jogava uma partida interessante de xadrez bruxo contra o avô e Molly cochilava na poltrona ao som de músicas clássicas trouxas (influências de Taddy), Rose e Lara estavam muito bem trancadas no quarto mais alto da casa.

A ruiva estava tentando controlar os nervos enquanto tentava prender uma presilha dourada no lado direito da cabeça, era a peça final do look mais que muito bem pensado para o jantar que participaria dali a pouco.

– Deixe eu ajudar você... – Lara assumiu o comando dos cabelos da amiga, já pra lá de contagiada pelo nervosismo da mesma. – Agora tente se acalmar, se não vai começar a suar e estragar tudo.

– Obrigada. – Rose suspirou. – Estou muito nervosa, tem tanta coisa passando na minha cabeça agora que acho que ela vai explodir.

– Que tal você respirar bem fundo e me contar sobre sua cabeça explodir?

Rose encarou o sorriso solidário que a morena lhe oferecia pelo reflexo no espelho, então fechou os olhos e respirou bem fundo como lhe foi orientado.

– Eu nunca imaginei que eu e Scorpius pudéssemos dá certo, Lara... E não pelo nome e tudo mais, mas porque ele parecia longe demais – a ruiva começou – Mas agora olha onde estou! Estou indo jantar na casa do garoto que eu gosto, vou conhecer os pais dele com o consentimento dos meus, porque apesar de eu não ligar pra sobrenome as nossas famílias continuam tendo uma história tensa... E estou tão feliz, Lara, porque nós dois podemos ser um elo entre Weasleys e Malfoys... E isso me deixa tão nervosa também porque talvez os pais deles não gostem tanto assim de mim, e tem também o fato da minha mãe já ter passado horrores naquela casa, que se mistura com outro fato de que talvez eu e Scorpius não sermos fortes o bastante para passar por intrigas familiares sem muito alvoroço...

– Tá bom! Já entendemos que sua cabeça vai explodir! – Lara a interrompeu respirando com todas aquelas coisas. – Mas ainda acho que se preocupa atoa... Rose, você é uma garota encantadora e de longe especial, os pais do Malfoy sabem disso porque você foi a única garota a ser apresentada a eles. Sabemos que Scorpius teve várias diversões, mas foram só diversões, você é algo sério e sabe disso! E outra, não é responsabilidade de vocês dois juntarem as duas famílias, serem os dois felizes já é o que basta, porque o resto é consequência. Fora que de qualquer forma pros sobrenomes se entenderem não está muito longe e basta olhar para o seu pai pra ter certeza. Ele e sua mãe te amam demais e especialmente o Sr. Ron, que engoliu todo o orgulho pra te ver feliz, tanto que te deixou passar a noite na mansão, o que também não quer dizer só que ele está de bem com a sua escolha como tem confiança em você por deixa-la na casa do namorado.

Rose estava concentrada no que Lara ia dizendo ao passo que seu coração também ia se acalmando, mas bastou tocar no assunto da noite na mansão que suas mãos voltaram a tremer.

– Eu tinha me esquecido dessa parte. Droga! Eu fiquei tão elétrica e em choque ao mesmo tempo que a minha própria mãe teve que fazer minha mala!

– Acho que eu sei no que você estava e ainda está pensando.

– Algo que meu pai nem pode sonhar e nem deve ter considerado quando disse sim a carta do Sr. Malfoy!

– A condição era que eu e Albus iriamos juntos, nós duas dormiríamos juntas em andares diferentes das dos garotos e que a Sra. Malfoy não tiraria o olhos de você especialmente. – Lara lhe lembrou da breve discussão que Hermione e Rony tiveram sobre o assunto antes de responderem ao convite dos Malfoy. – Mas o caso Rose é se você estar preparada, porque duvido muito que estar sobe supervisão interferiria em alguma coisa...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Não gosto do rumo dessa conversa. – A ruiva estava ficando mais vermelha que o normal.

– O que eu quero dizer Rose é que ele não tem cara de que está priorizando isso esta noite, então não deve ficar muito preocupada com isso também. – Lara finalizou a fala e o cabelo também.

Rose enfim estava pronta. O vestido que usava era branco gelo com alças douradas, no busto ele era bem justo com um decote discreto, mas sexy, e a saia solta e volumosa descia até os joelhos. Para acompanhar, ela escolheu um salto fechado dourado. Os cabelos estavam penteados e comportados em ondas apenas para um lado, presos pela presilha que tinha dado tanto trabalho para ser colocada. A maquiagem da ruiva era muito simples, no olho havia apenas o delineador para que a cor dos seus olhos fossem bem mais realçados, não havia necessidade de muito blush pois as maças de seu rosto já eram bem rosadas, nem mesmo o pó poderia deixar seu rosto numa cor uniforme e seus lábios eram cobertos por uma camada fina de gloss vermelho.

Lara, arrumada há muito tempo, optou por um modelo de vestido parecido com a da ruiva, mas sem alças e todo preto, o salto tinha a mesma cor. Não usava nada no cabelo liso e curto e a maquiagem era quase imperceptível e desnecessária de qualquer forma, pois eram mínimas as imperfeições em sua face. Ao contrário de Rose, ela não tinha sardas para esconder e mesmo que tivesse não o faria, assim como a ruiva também deveria não fazer.

– Estamos prontas, afinal! – Rose disse por fim dando uma última olhada no espelho atrás da porta.

– É, parece que sim. – Lara concordou passando a mão na saia do vestido. – Será que não estamos muito arrumadas?

– Acho que não. – A ruiva nem mesmo prestava atenção agora, sua cabeça foi tomada por outro pensamento, bem mais persistente. – Lara? Posso fazer uma pergunta?

– Claro.

– Não erámos muito próximas, mas as poucas vezes que conversamos você me ajudou bastante como agora e na enfermaria logo depois do acidente...

– Lílian sempre diz que eu sou boa em acalmar as pessoas.

– É exatamente aí que quero chegar. – Rose se virou pra amiga e lhe sorriu. – Por que você fez aquilo consigo mesma, moça? Por que você consegue achar caminhos para as pessoas que gosta, mas não consegue parar de se perder no seu?

Lara não respondeu, um clima tenso tomou conta do quarto enquanto ela abaixava a cabeça prestes a explodir em lágrimas. Vendo onde tinha chegado, Rose se aproximou e abraçou forte a amiga, que afundou o rosto em seus cabelos ruivos.

– Você não precisa responder isso pra mim, querida – a ruiva afagava os cabelos da morena. – Mas ele lhe fará essas perguntas essa noite e a ele você tem que responder, é também para o seu próprio bem. Estamos preocupados com você, mas ele se supera nisso... Vai fazer bem a você se abrir com alguém e fará ainda mais se esse alguém for ele.

– Eu sinto muito... – a outra soluçou.

– Não sinta, querida, e muito menos chore, não agora porque irá borrar a maquiagem. Você só precisa conversar com ele. Coitado do meu primo, Lara. Ele ficou tão perdido quando nós a encontramos daquela forma.

Com mais alguns segundos Lara se afastou e enxugou os olhos molhados com as costas da mão. Rose a ajudou arrumando seus curtos fios de cabelo no lugar, limpando com os dedos as humidades na bochecha da morena.

– Eu pretendo conversar com ele esta noite, Rose.

– Isso seria ótimo.

As duas sorriram uma pra outra de mãos dadas, até que duas batidas na posta a fizeram pular e alcançar suas pequenas bagagens para uma noite só.

– Pode entrar! – Rose ordenou.

Albus abriu a porta falando alguma coisa, mas suas palavras sumiram quando os seus olhos encontraram Lara parada com um sorriso tímido no meio do quarto pequeno. Apesar de Rose estar tão linda quanto, o moreno só tinha olhos para a outra.

– É só que... O tio Ron já chegou para nos pegar... – Ele disse com sua respiração ofegante e olhos rápidos que passeavam por todo o corpo de Lara. – Uau! Você está perfeita!

.:x:.

Seu reflexo no espelho o assustava um pouco. Sua expressão aterrorizada, ansiosa e nervosa não era muito bem o que ele esperava ver, apesar de ser completamente normal na sua situação. A pouco sua mãe avisara que só faltavam os convidados para que o jantar fosse servido e, é claro, ele também precisava ficar logo pronto, e o caminho para isso já estava quase acabando, o único problema era a gravata.

Usar ou não usar? Eis a questão.

– Você está parecendo uma menininha na frente do espelho. – A voz do seu pai lhe surpreendeu da porta.

Scorpius riu pelo nariz sem perder voltando o foco ao seu reflexo, experimentava uma gravata verde, mas viu que não combinava muito com a camisa social azul-marinho que escolheu para aquela noite.

– Eles já chegaram? – perguntou experimentando uma preta.

– Ainda não. – Draco adentrou no quarto fechando a porta atrás de si. – Você não devia usa-las.

– As gravatas?

– Nenhuma delas vai combinar com o que você escolheu.

– Então devo trocar de roupa?

– Receio que não haja mais tempo e essa lhe cai muito bem.

– Tem certeza, pai?

– Ora, filho, você está muito bem. Não é nem um jantar de gala!

– Mas é ainda mais importante.

O risco dos lábios de Draco Malfoy se ergueu levemente num dos cantos da boca, seu filho estava lhe surpreendendo de fato. Ele sentou-se numa das poltronas marfins que tinha no quarto e o observou ainda de olho no próprio reflexo arrumando a gola da camisa.

– Desabotoe o primeiro botão – opinou.

– Obrigado.

– Estou surpreso com você, Scorpius. – Draco continuou – E orgulhoso...

O loirinho se virou e passou a encarar o pai.

– Nunca trouxe uma garota para nos conhecer, nunca esteve tão mudado. Estou feliz por você Scorpius.

– Eu agradeço pai, não sabe o quanto isso é importante para mim...

– Mas?

– É que... Bom, eu sei que o senhor está me apoiando e que talvez eu e ela ainda sejamos muito jovens, mas eu não consigo ver mais ninguém além de Rose.

– Ainda não cheguei ao seu ponto, filho. Fale claramente.

– Pai, ela é uma Weasley e o senhor pode estar de bem com isso porque talvez seja só um namorico, mas e se ela for a mulher com quem chegarei a me casar?

Draco calou-se pensativo, mantinha o queixo apoiado nas mãos e não olhava para nenhum lugar em especial agora, Scorpius engoliu em seco com a mudança repentina de ar. Estava com medo de chegar aquele ponto, de fazer aquela pergunta, mas era inevitável, pois ele precisava de uma resposta, positiva ou não. Porém, o que quer que seu pai dissesse a ele, não se abateria por muito tempo já que Rose era assustadoramente uma certeza em sua vida.

– Eu cometi muitos erros no passado, filho, e não há um dia em que não me arrependa deles – Draco falou – Mas não deixe o meu passado interferir no seu futuro. Eu errei com muitas coisas e continuo errando, mas com você não, eu espero nunca errar com você. Então, se é ela quem você quer ao seu lado, pois assim seja. Eu e sua família ficamos ainda mais felizes por sua escolha precoce e certeira, porque Rose é uma menina de ouro e você não achará outra igual a ela nem se procurasse por todo o mundo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O pai levantou-se e estendeu os braços pro filho, que os aceitou de bom grado. O abraço fraternal acalentou toda a ansiedade de Scorpius e ele estava enfim preparado para aquela noite.

– Agora vamos, você tem que recebe-la assim que ela chegar...

.:x:.

Scorpius quase teve um treco quando pôs os olhos em Rose, nem mesmo o último olhar de Ronald Weasley fez alguma diferença antes de partir, porque o loiro estava tão encantado com as vestes da namorada que mal teve tempo de temer o pai dela.

O jantar logo foi servido e Rose respondia com carinho e gentileza todas as perguntas que lhe eram direcionadas e apesar de ter mais gente a mesa ela era o centro das atenções. Narciza Malfoy, já corada e melhor de saúde, logo se encantou pela vivacidade que irradiava daqueles cabelos ruivos, mas ainda assim ela também tinha grande apresso por Albus, que os visitava sempre desde que conhecera Scorpius em Hogwarts. Astoria Malfoy sorria como nunca para seus convidados, era uma mulher elegante, refinada e muito reservada em geral, mas naquela noite a felicidade era tamanha, pois seu coração de mãe dizia que Scorpius finalmente havia encontrado o que ela encontrou no pai dele.

E por fim, Draco Malfoy. Falava pouco da cabeceira da mesa, lugar que um dia fora de seu pai, mas não deixava de ser simpático e muito bem humorado. Na maioria do tempo ele só observava, refletindo sobre aquela movimentação agradável em sua mansão que já passara por tantas trevas na sua infância e adolescência. Adorava quando o filho do meio dos Potters estava com eles, afinal, foi a amizade de Scorpius e Albus que juntou as duas famílias logo quando os meninos entraram na escola de magia. Estava também curioso quanto a filha do Finnigan, mas contente por encontrar um brilho família no Potter toda vez que ele a encarava. Quanto ao seu filho, seu peito inflava disfarçadamente com o progresso do garoto. Sabia que Scorpius era um garoto inteligente e muito bem criado, mas não esperava que em meio de tantas ele encontrasse alguém tão especial quanto Rose Weasley.

Para Draco a felicidade só o visitou quando conheceu Astoria e mesmo assim custou a acreditar nela. Depois não houve mais dúvidas quando seu único filho veio ao mundo, era incomparável o sentimento que tinha no peito quando viu sua própria cópia em seus braços. A redenção para o Malfoy foi chegando aos poucos, pois apesar de não concordar com a guerra, precisou fazer diversas coisas cruéis para pessoas que só o ajudaram. Pediu desculpas a todos que machucara, ainda que no anônimo, fez isso para que seu coração conseguisse conhecer um pouco da paz. Logo depois, formou-se em medicina bruxa e trouxa em busca de ajudar quem pudesse para que a balança igualasse, e a culpa pouco a pouco foi o deixando, mesmo que parte dela nunca o deixe de verdade, pelo menos agora é mais fácil de lhe dar.

Vendo ali sua mesa farta e alegre para que seu filho trouxesse os amigos para dividir uma refeição com a família sem nenhum preconceito, Draco viu que tinha aproveitado muito bem a segunda chance que a vida tinha lhe dado.