School Days

Capítulo 27: Sábado nada agradável


Rebecca olhava fixamente para os ponteiros do relógio na parede, esperando ansiosamente pelo momento em que a senhor Eisenach decidisse finalmente "libertá-la". Havia acabado de entregar a redação sobre o próprio comportamento e não conseguia pensar em uma razão para ainda estar naquela maldita sala de aula em plena tarde de sábado. Poderia estar com Brittney, constrangendo Liz com histórias sobre o que faziam na noite anterior, enquanto Isaac Clark destruia as canções do Guns N' Roses e Josh e Terry falhavam miseravelmente na tentativa de fazer um dueto.

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E como se estar trancada em uma sala, com uma velha irritante fazendo um monólogo entediante sobre o comportamento absurdo de seus alunos - trocar mensagens de texto, no caso de Rebecca - ainda tinha que aturar a presença de Charles, Jefferson e duas das líderes de torcida que ela mais odiava. É claro que, obviamente, fingia estar interessada nas piadinhas dos jogadores e as fofocas das garotas, já que aquilo fazia parte do processo de manter a própria reputação e ter "aliados".

– Pode ir, senhor Samson. - Disse a professora.

Charles ergueu as mãos e murmurou um "amém", antes de pegar a mochila e sair correndo da sala.

– Senhorita Stone, você também... - Continuou a mulher. - Os outros, esperem mais um pouco.

Dani, a mais alta das duas líderes de torcida, se levantou em silêncio e caminhou até a porta, agradecendo a professora antes de sair. Becky revirou os olhos. Sabia muito bem que o "um pouco" significava mais algumas horas. Longas e entediantes horas.

(...)

Às vezes era meio difícil acompanhar os monólogos de Gwen, mas Noah se divertia ouvindo a melhor amiga tagarelar sem perceber que fazia isso. E também, não se sentia sozinho ouvindo a voz da baixinha explicando coisas sobre o universo dos quadrinhos e movimentos cinematográficos.

Normalmente não prestava atenção no que ela dizia, mas naquele momento era um assunto interessante. Nada sobre HQ's, séries ou filmes. Era sobre Frannie. A natureza do relacionamento dela com Matt, mais especificamente. Imagine a alegria do running back ao saber que a ex namorada tinha dito que não estava tendo nenhum tipo de envolvimento com Matt, apesar de considerá-lo um "fofo".

– Ela disse isso? - Quis confirmar.

– Acabei de contar a história inteira, Noah. - A baixinha revirou os olhos, impaciente. Queria que o amigo desistisse logo de Frannie, pois sabia que ele não era a pessoa certa para a irmã de Isaac. - Eu perguntei o que você me pediu e ela me respondeu. Feliz agora?

– Muito! - Respondeu, abrindo um enorme sorriso.

Gwen se preparou para, de alguma forma, "infiltrar" o filme do Homem-Formiga na conversa, mas a porta do seu quarto foi aberta antes disso. Instintivamente, os dois olharam para o homem baixinho, grisalho, de pele clara e óculos que adentrava o cômodo como se estivesse "procurando" por algo. Pareceu não encontrar, então olhou para a filha e perguntou:

– O que eu e sua mãe dissemos sobre manter a porta aberta, Gwendolyn?

– Noah e eu não somos mais namorados pai. - Disse. "E mesmo se fóssemos, não é como se eu já não tivesse feito isso antes." Completou mentalmente.

– Isso não faz diferença. Sei como vocês adolescentes são. - Declarou sério. - Não se esqueça que já tive a idade de vocês.

"Ter dezessete não faz de mim uma ninfomaníaca!" Revirou os olhos com o próprio pensamento. Seu pai costumava ser superprotetor demais e embora entendesse que agia assim por que se preocupava com ela, chegava a se sentir um pouco sufocada em alguns momentos.

(...)

Caleb colocou a última pilha de caixas sobre o balcão. Estava morto de cansaço. Haviam se passado três longas horas desde que seu "maravilho" chefe decidiu colocá-lo em turno duplo pela demissão de Jared - um barbudo estranho que costumava cobrir as tardes de sábado.

Queria mais do que qualquer coisa pedir demissão e jogar tudo para o alto, mas sua determinação de mostrar para Susan que podia ser um bom pai para a criança que nasceria em oito meses.

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(...)

Liz chegou em casa, após uma fracassada tentativa de encontro com o capitão do time de rúgbi. Estava começando a desistir de encontrar um garoto que a fizesse se apaixonar. James Morrinson até conseguia ser uma companhia agradável, mas não conseguia manter uma conversa inteligente por mais de cinco minutos.

Entrou na cozinha, faminta. Deveria realmente ter tomado café da manhã antes de sair de casa. Antes que pudesse abrir a geladeira e pegar algi para comer, sua mãe a chamou. A voz falhando um pouco e demonstrava certa preocupação. Liz abandonou então o cômodo e caminhou até a sala de jantar, onde na mesa estavam sentados os seus pais.

– Precisamos conversar. - Anunciou Jonathan Harrison, sério como sempre. - Sobre os novos vizinhos.

A garota suspirou profundamente, antes de se sentar. Sabia exatamente qual seria o rumo daquela conversa e sabia também que não gostaria nada dele, mas ficaria calada, ouviria e concordaria, como sempre.

– Eles são... Homossexuais. - Disse Lily, visivelmente preocupada com aquilo. - E têm dois filhos, um garoto e uma garota.

– Queremos que evite se relacionar com eles. - Completou o pai. - Não queremos que seja influenciada.

Liz sentiu um pouco de raiva, mas se conteve. Sabia que argumentar com seus pais não adiantaria de nada e não queria mais uma dor de cabeça naquele dia.

Apenas fingiu concordar com que tinha ouvido e subiu para o seu quarto.