Save the Hero

O que você faz aqui?


Capitulo 28 – O que você faz aqui?

“Fury foi ferido em campo, ele está morto”

Essa frase se passava em minha mente enquanto eu tentava assimilar seu conteúdo

“Fury foi ferido em campo, ele está morto”

Fury não podia estar morto, o Fury era o Fury, ele era... Imortal. Eu já não conseguia mais pensar em meu chefe como ele sendo uma pessoa normal. Para mim ele era invencível

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Ele não podia morrer, ele tinha seu próprio botão de restart.

Minha vontade naquele momento era gritar com Rumlow e lhe dizer o quanto ele era louco e que ele aprenderia uma lição por brincar comigo. Ou então eu apenas queria me sentar num canto e abraçar minhas pernas como uma criança que perde o pai

Pela segunda vez

Mas não fiz nada disso.

Apenas peguei minha bolsa no sofá e sai caminhando em direção ao elevador apressada

–Natasha – Ouvi a voz de Clint gritar atrás de mim

Me virei e o vi andando rápido em minha direção

–Eu vou com você – Ele falou simplesmente impedindo a porta do elevador de se fechar e entrando

Apenas fiz um aceno concordando enquanto via Rumlow entrar no elevador

–Garagem – Falei firme sem transparecer a criança em desespero que estava dentro de mim – O que aconteceu? – Perguntei lançado um olhar firme ao moreno

–Não sabemos, ele apenas foi baleado e levado ao hospital

–Ele estava em missão? – Completei fitando os números dos andares

Demoraria tanto assim para chegarmos a garagem?

–Não – Olhei confusa para Rumlow esperando mais detalhes mas ele não disse nada

Fechei as mãos em punho e me preparei para socar ele. Eu ia arrancar informações dele nem que seja na pancada

–E como ele foi baleado? – Perguntou Clint segurando meu braço

Ele tinha percebido que eu estava fora do controle

–No apartamento – Ele falou já saindo do elevador em seu andar

Olhei séria para Clint e ele retribuiu o olhar

Rumlow estava escondendo informações de nós, mas por quê?

Assim que chegamos a garagem pegamos um dos carros da SHIELD que haviam ali e rumamos direto ao hospital municipal de Washington

Eu e Clint não ousamos conversar no carro, não sabíamos se podia ter alguma escuta ali e era melhor não arriscar, não nessa confusão

Clint estacionou o carro e antes mesmo que ele desligasse eu já descia e entrava no hospital

–Nicholas Jay Fury – Falei olhando a recepcionista impaciente

–Srt. Você não pode entrar armada isso é um hospital e... – Antes que ele continuasse a falar apenas tirei minha carteira da identificação da SHIELD e mostrei a ela

Ela engoliu seco mas acenou concordando

–Terceiro andar

Sai em direção ao elevador onde Clint já me esperava segurando a porta

–Apressadinha – Ele falou fazendo um sinal para que eu entrasse.

Eu entrei no elevador e segurei a mão de Clint, ele retribuiu com um olhar carinhoso e um aceno positivo

“Eu estarei aqui”

A porta do elevador se abriu e saímos apressados, mas antes que pudéssemos chegar a Fury eu parei bruscamente no meio do corredor

Tive que conter toda a minha surpresa ao vê-lo parado na minha frente

–O que você faz aqui? – Perguntei com um tom de voz casual

Steve me olhava surpreso mas ao mesmo tempo irritado

–O que você está fazendo aqui? E com Clint? – Ele perguntou vindo em nossa direção

Eu não sabia o que dizer, eu não sabia como agir, havia um corredor cheio de agentes olhando surpreso para os três vingadores parados no meio

–Tony pediu para eu trazer umas coisas para Fury – Falei calmamente

Não podia contar a verdade, não ainda

–E por que ele? – Perguntou Steve sem conter o ciúmes em sua voz

Percebi que ele tinha acreditado em minha mentira o que significava uma coisa. Steve estava em Washington desde antes de mim

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Mas o quão antes?

–Por que Tony prefere ele – Falei simplesmente – Onde está Fury?

Quando perguntei do comandante o semblante de Steve mudou completamente.

Sua face parecia cansada e triste, seus olhos transpareceram os 95 anos de morte que ele já tinha visto

Respirei fundo e reprendi a erupção de sentimentos que queria ser colocado para fora

Continuei caminhando pelo corredor deixando os dois homens para trás e logo encontrei o que queria

Maria estava parada em frente a um vidro num choro silencioso

Me virei para o vidro e o encontrei ali

Com um lençol branco com manchas de sangue lhe cobrindo até o peito e os olhos fechados, dessa vez sem o tapa olho

Mordi os lábios contendo o nó que se formava em minha garganta.

As maquinhas estavam desligadas indicando o óbito

Minhas pernas fraquejaram e me segurei com força a beirada do vidro

–Natasha – Ouvi a voz de Steve soar atrás de mim me segurando pela cintura – Você está bem?

–O que aconteceu? – Perguntei fechando os olhos com força e escondendo toda a dor

Eu não podia chorar, eu não podia chorar no meio de todos aqueles agentes, eu não ia ter um momento de fraqueza na frente de todos.

–Ele levou três tiros no peito

–Três? – Percebi um aceno positivo de Maria e levantei a cabeça encarando a figura inerte a minha frente

Eu simplesmente não podia aceitar que ele estava morto

–Balística?

–Sem estriado, completamente irrastreável

–Projetil Soviético – Sussurrei apertando a mão de Steve sobre meu quadril

Ele me segurou mais forte mostrando que estava ali, mas não era isso que eu queria

Embaixo de sua mão havia uma cicatriz, uma cicatriz de uma missão do meu passado

Se fosse quem eu estivesse pensando, nós não teríamos acabado muito bem. E eu seria a última pessoa que ele ia querer encontrar.

Eu precisava de Clint. Ele poderia me ajudar a colocar as ideias no lugar

Me afastei de Maria e sai caminhando em direção a Clint que estava encostado ao lado de Rumlow que parecia ter chegado

–Preciso de um Cappuccino – Falei olhando calma para Clint

Ele me lançou um olhar confuso

–Agora?

–Agora – Falei o olhando séria

Clint bufou irritado e saiu em direção a cafeteria

Eu não tinha simplesmente pedido para Clint um café, eu tinha pedido um abrigo

Isso era um código nosso para quando precisávamos nos esconder. Clint iria nos arranjar um lugar seguro para passar a noite, por que a SHIELD estava fora de cogitação. Iriamos precisar de privacidade.

Até por que eu odiava Cappuccino nunca pediria isso para tomar

Tínhamos uma missão e eu precisava digerir tudo

–Você está bem? – Perguntou Steve me olhando preocupado

Apenas dei um aceno calma

Não podia demonstrar minhas verdadeiras emoções, não ali.

–O que você faz aqui em Washington? – Perguntei direta

Steve me olhou um pouco surpreso com a minha frieza e desviou os olhos olhando para a máquina de doces ao nosso lado

–Vim resolver umas coisas

–O que? – Perguntei ainda mantendo o olhar sério sobre ele

Steve colocou as mãos no bolso de sua jaqueta de couro provavelmente apertando a mão fortemente

Ele não tinha uma resposta

–Por que você está aqui no hospital? – Perguntei ainda sem despregar os olhos de Steve, mas ele olhava demais para máquina de doce

Por quê?

–Fury estava em meu apartamento – Franzi o cenho e o olhei confusa

–Ele foi baleado no seu apartamento?

–É – Falou Steve me olhando inseguro

–E por que você está inteiro?

–Só queriam o Fury

–Quem?

–Eu não sei – Admitiu Steve suspirando cansado – Ele era forte, rápido e tinha um braço de metal

Senti meu interior se virar e quase vomitei ali mesmo.

Era o soldado invernal, balística soviética, braço de metal.

Era ele

Continuei olhando para Steve impassível escondendo todo a erupção dentro de mim

Ele não podia saber de tudo, principalmente ali no hospital. O soldado invernal não estava atrás de Steve e sim de Fury

Talvez de mim

Escondi meu medo e olhei Steve séria

–E por que Fury estava em seu apartamento?

–Eu não sei – Falou Steve desviando os olhos

Me permiti sorrir de canto

Eu conhecia Steve como a palma da minha mão, ele era um homem fácil de se ler, como água, as vezes com algumas gotas de óleo, mas ainda como água

E isso era uma das coisas que eu mais gostava dele, ele não tinha facetas como Clint e eu

Ele era apenas ele, Steve Rogers

–Você mente muito mal Capitão – Sussurrei em seu ouvido para depois dar um selinho em seus lábios

Steve me abraçou pela cintura tentando aprofundar o beijo mas coloquei as mãos em seu peito o afastando

–Nat – Ouvi a voz de Clint me chamar

Me virei e o vi segurando um copo de plástico

Eu tinha que ir, estava tudo pronto

–Vou voltar para Nova Iorque – Menti usando um tom de voz mais calmo e carinhoso – Você vem?

–Tenho que resolver umas coisas – Falou Steve me dando um sorriso fraco

Eu não era a única mentindo ali

Suspirei cansada mas acenei concordando

–Nós vemos quando você voltar – Falei dando um beijo na bochecha de Steve e me afastando

Caminhei até Clint e peguei o copo de plástico dando um longo gole nele

Senti o café queimar minha garganta mas não demonstrei

Aquilo era nada perto da minha confusão interna

Steve estava em Washington e escondia algo de mim

Fury estava morto

Eu tinha uma missão nível nove que ninguém poderia saber

O soldado invernal estava de volta

Meu estômago pulava de medo e eu sentia que eu apenas queria chorar

Eu realmente estava de volta ao trabalho

Clint dirigia o carro em direção ao aeroporto. Deixaríamos o carro lá e fingiríamos que embarcaríamos para Nova Iorque, ninguém podia saber que continuaríamos em Washington

Duas horas depois quando deixamos o aeroporto pela pista de pouso, nos escondemos até conseguirmos sair do aeroporto e voltarmos para roubar um carro sem nenhuma câmera de segurança nos ver.

Tony tinha razão, nós agentes podíamos ser invisíveis quando queríamos

Roubamos um Mitsubishi preto com os vidros escuros e voltamos para a cidade

–Onde você conseguiu a casa? – Falei tranquila enquanto já voltava todas as armas para o lugar

Odiava a segurança do aeroporto.

–Vamos ficar com a Mayumi – Falou Clint dirigindo calmo pelas ruas de Washington

–Eles não irão desconfiar

–Ninguém irá – Falou Clint me olhando sério – Mas por que você pediu isso?

–Eu sei quem matou Fury – Falei me encostando no banco do passageiro e passando as mãos nervosa no cabelo

Eu não acredito que ele estava de volta aos EUA

–Quem?

–A Balística é soviética – Clint me olhou confuso – É a mesma que eu usava quando trabalhava para o governo soviético

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–Você conhece o assassino?

–Bem demais

–Quem ele é?

–O Soldado invernal

Clint não conteu a surpresa quando o citei. Clint também o conhecia, foi o gavião que me salvou quando o soldado veio atrás de mim

Isso causou belas cicatrizes, em nós dois.

–Por que ele voltou?

–Eu não sei

–Está atrás de você? – Perguntou Clint me olhando preocupado

Suspirei cansada

–Eu não sei, ele foi atrás de Fury. Posso ser a próxima como não

–Já faz tanto tempo

–10 anos – Comentei olhando para o vidro do carro e percebendo que os prédios ficavam mais raros e as casas mais espaçadas

–Por isso você não quis ir para a Europa essa noite?

–A morte de Fury, só eu estou a achando estranha? – Perguntei olhando séria para Clint

Ele logo parou o carro em frente ao portão de uma mansão branca

–Não, tem algo mais

–E Steve sabe – Comentei enquanto via Clint se debruçar sobre o painel do portão e digitar a senha o fazendo abrir

–Você tem certeza?

–Fury estava na casa dele quando o soldado o atingiu. Foi Steve que me deu a confirmação de que era mesmo o soldado

–O que Fury queria com o Steve? – Perguntou Clint estacionando o carro em frente a porta da mansão

Havia dois leões ladeando a porta dupla de entrada e quatro pilares de mármore segurando a cobertura que se estendia da porta aos degraus iniciais

–Ele não me contou – Comentei já pegando minha bolsa e descendo do carro

–Ele mentiu para a própria namorada? – Provou Clint

Bufei frustrada e pendi a cabeça para trás fechando os olhos com força

Por que eu tinha a sensação de que as coisas só iam piorar?

–Não gosto de pensar assim – Comentei simplesmente

Clint tocou a campainha e apesar de ser madrugada não demorou muito para um japonesa de aparentemente 40 anos abrir a porta para nós

–Mayumi – Saudei com um sorriso fraco

–Natasha, Francis, entrem – Ela falou educada dando espaço para passarmos

–Clint – Consertou o castanho fazendo a mulher o olhar irritada

–Francis

–Clinton

–Francis

–Vocês discutem depois – Falei interrompendo a discussão infantil dos dois

Clint bufou irritado e já pegou minha sacola subindo as escadas

–Como está Natasha? Faz tempo que não te vejo

–A tempos não precisava me esconder – Falei dando um sorriso amigável a japonesa

–Algo a aflige?

–Muita coisa

–Quer falar? – Suspirei cansada mas balancei a cabeça negando

–Não, obrigada

–Bem, eu dei toda a semana de folga aos empregados, se precisarem de mais tempo me avisem

–Não tem mais ninguém com você?

–Perguntando sobre Logan? – Perguntou Mayumi num sorriso brincalhão

–Sim

–Não, não tenho notícia dele há anos

–Típico de Logan

–Típico – Concordou a japonesa - Bem, a casa é de vocês, se precisarem de algo mais me avisem

–Não precisaremos! Muito obrigada Mayumi – A japonesa apenas deu um sorriso carinhoso para mim e já saiu em direção a casa da piscina.

Mayumi era uma japonesa que eu havia conhecido há 25 anos, enquanto eu ainda era da KGB. Ela sabia do meu trabalho, ela era de confiança

E o melhor, a SHIELD não sabia de nossa ligação

–O que você pretende fazer? – Perguntou Clint assim que entrei no quarto

Ele estava sentado na cama de casal que havia ali me olhando carinhoso

–Primeiro vamos saber o que Steve está escondendo sobre a morte de Fury

–Acredito que isso é o seu departamento – Falou Clint levantando as mãos divertido

–Na verdade, eu preciso que você volte ao hospital e examine a máquina de doces

–Por que?

–Steve estava muito inseguro em relação a ela

–Ele tem diabetes por acaso? Está de dieta? – Dei um sorriso fraco e balancei a cabeça negando

–Apenas descubra

–Como quiser – Falou Clint se levantando e vindo em minha direção

Pensei que ele apenas ia embora mas não. Clint me pegou pelos ombros e me abraçou fortemente

Enterrei a cara em seu peito e me afundei ali retribuindo o abraço apertado

–Eu sei o quanto isso está sendo difícil para você – Sussurrou Clint ao meu ouvido – Mas saiba que eu estou aqui. Eu sei como você se sente.

Mordi os lábios com força sentindo o gosto do sangue tomar minha boca enquanto uma lágrima solitária descia pelo meu rosto

–Obrigada Clint

–Você sabe que eu te amo minha ruiva – Segredou Clint me fazendo sentir uma corrente elétrica passar pelo corpo

Eu sentia que aquelas palavras não podiam ser mais sinceras.

E isso só me confundia ainda mais.