Dois meses depois.

Não passava um dia sequer que Clary não pesasse em sua mãe. No que Jocelyn estaria sentindo? No que ela diria se pudesse vê-la? Se algum dia ela iria perdoa-la? Eram muitas perguntas sem respostas, mas Clary preferia ficar sem elas. Pelo menos por enquanto, até que ela mesma descobrisse como olhar no espelho novamente sem sentir que estava traindo a si mesma.

Ela não se arrependia de ter escolhido Jonathan, não depois de tudo que ele estava fazendo por ela. Ele estava mudando, pouco a pouco Clary conseguia ver ele se tornar alguém diferente da pessoa que ela havia conhecido em Idris, mas ele ainda estava longe de ser perfeito. Clary também estava, mas isso era apenas uma das muitas coisas que eles tinham em comum.

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Clary voltou à realidade quando sentiu Jonathan se levantar da cama. Ainda não havia amanhecido, mas ela sabia que isso não importava para alguém que não havia nem chegado a dormir. Ela se virou em direção a ele e viu o mesmo sentado à beira da cama de costas para ela.

— Também não consegue dormir? – O loiro olhou por cima do ombro e deu um leve sorriso para Clary. Ele se deitou novamente na cama, ficando de frente para Clary enquanto passava um braço em volta de sua cintura a trazendo para mais perto de si.

— Pelo jeito, você também não. – Clary suspirou antes de deitar a cabeça em seu peito. Ela fechou os olhos por um instante apenas desfrutando daquela sensação, que nos últimos meses se tornou havia se tornado tão rara. Segurança.

— São só pesadelos... – Ela abriu os olhos e ergueu a cabeça para encarar o rosto cansado do loiro, que mantinha os braços ao redor dela como se tivesse medo que alguém a tirasse dele. – Você precisa dormir. Não pode ficar acordado pra sempre.

— Eu não consigo... – ele apertou mais os braços ao redor do corpo de Clary. A ruiva suspirou antes de se afastar do loiro, ela se sentou na cama e olhou diretamente em seus olhos negros. Ele parecia esgotado, mas isso não a surpreendia, ela mal se lembrava da ultima vez que ele havia dormido uma noite inteira. Nenhum deles se lembrava.

Jonathan levou sua mão até o rosto de Clary, acariciando sua bochecha levemente antes de descer por seu pescoço e clavícula até chegar ao decote de sua camisola, onde a marca da união estava. Clary sentiu um arrepio percorrer sua espinha, já fazia muito tempo desde a ultima que ele a havia tocado daquele jeito, desde que eles haviam se mudando para Paris. Mas ela sabia que ele não levaria as coisas adiante com ela estando tão cansada.

— Isso é por minha causa? – Perguntou ela após um longo momento em silencio. Jonathan suspirou afastando suas mãos do corpo de Clary, ele a encarou com os olhos fixos nos dela. – Você não dorme, só fica me olhando. Esperando que eu acorde gritando de um pesadelo...

— Eu fiz isso com você... – Clary franziu a testa e o encarou confusa. O loiro se sentou na cama, ficando com o rosto apenas alguns centímetros de distancia do de Clary. – Eu fiz você me escolher. Eu fiz você viver com esse medo.

– Eu escolhi você. Eu escolhi vier com esse medo. – ela lhe deu um meio sorriso tentando tranquiliza-lo. – Eu escolhi isso. Você não escolheu por mim. Eu poderia ter ido embora a qualquer momento, mas eu decidi ficar. No começo você pode ter me forçado, mas no final fui eu que decidi dar uma chance a você. Dar uma chance a nós.

Clary se inclinou para frente, diminuindo a distancia entre eles antes de selar seus lábios em seu beijo calmo. O beijo não demorou muito, apenas um roçar de lábios para provar a ele que ela continuava lá e que ele não estava mais a forçando a nada. Ela deitou a cabeça em seu peito e logo os braços de Jonathan estavam mais uma vez em volta de seu corpo, de forma protetora. Ele se deitou novamente na cama, com Clary ainda em seus braços, prestes a adormecer.

— Eu não vou deixar nada acontecer com você, minha rainha. – Disse ele antes que Clary adormecesse completamente. A ruiva apenas sorriu e fechou os olhos lentamente.

— Eu sei... – Disse ela num fio de voz antes de finalmente adormecer nos braços de Jonathan. O loiro beijou sua testa antes de finalmente fechar os olhos e adormecer com Clary em seus braços. E pela primeira vez, em dois meses, ambos conseguiram dormir por uma noite inteira.

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[...]

— Jace, você tem que parar. – disse Isabelle quando entrou na sala de treinamento e viu que Jace ainda estava treinando. Ele já não fazia mais nada alem de treinar, dia após dia sem parar. – Você não pode continuar fazendo isso com sigo mesmo, você não come nem dorme direito.

— Alec disse mesma coisa, apenas alguns minutos atrás. – ele parou e se virou para a morena. – Vocês podem ter desistido dela, mas eu não vou. Eu vou trazê-la de volta e matar Sebastian, nem que seja a ultima coisa que eu faça.

— Você sabe que nós não desistimos dela, mas não podemos fazer nada. Sebastian incendiou a casa, não temos como rastrea-los. – A morena suspirou antes de dar um passo mais perto do irmão. – Jace, já se passaram cinco meses não acha que esta na hora de...

— De desistir?! – falou Jace um pouco alto enquanto a fuzilava com o olhar. Isabelle abaixou a cabeça encarando o chão da sala sem saber o que dizer. – Vocês querem que eu desista da pessoa mais importante da minha vida?! Que eu simplesmente esqueça ela? Como se ela nunca tivesse existido?!

— Eu sei que é difícil Jace, mas já se passaram cinco meses você tem que aceitar que talvez você não a veja de novo! – Izzy suspirou antes de encarar Jace diretamente nos olhos. Ela podia ver a raiva e a decepção estampadas em seu rosto, mas isso era algo que ele precisava ouvir. – Todos estão seguindo com suas vidas, até Jocelyn vai se casar. E você precisa disso também. Precisa deixa-la ir e seguir com sua vida.

– Foi fácil pra você Izzy? – perguntou o loiro quando se virou de costas para a morena e segurou a lamina serafim com força em suas mãos. – Foi fácil deixa-la ir? Foi fácil desistir dela? Desistir da pessoa que esta se sacrificando por você?

— Você não entende Jace... Todos vamos ter que seguir em frente uma hora.

— Acho melhor você ir embora Izzy. Eu preciso voltar a treinar. – A morena assentiu minimamente antes de deixar a sala de treino. Quando ouviu a porta se fechar a trás de sua irmã, o loiro logo voltou a sua seção de treinamento. Ele não se importava com o fato de todos terem seguido em frente e terem esquecido de que Clary podia estar sofrendo, nas mãos de Sebastian. Ele só se importava em trazer Clary de volta para casa e para ele.

[...]

Clary abriu os olhos devagar para se acostumar com a claridade do ambiente, os raios de sol entravam através das frestas da cortina do quarto iluminando o cômodo por inteiro. Ela sentiu o braço de Jonathan em volta de sua cintura a puxar para mais perto de seu corpo e sabia que ele havia acordado. Ela logo sentiu os lábios do loiro tocarem seu pescoço, fazendo seu corpo se arrepiar.

— Você conseguiu dormir? – perguntou o loiro contra sua pele. Clary riu sobre sua respiração antes de se virar na cama, ficando de frente para o loiro que depositou um beijo calmo em seus lábios.

— Sem pesadelos... – ela sussurrou contra seus lábios fazendo o loiro sorriu antes de beija-la novamente. Ela riu alto quando Jonathan a puxou para seu colo, a ruiva deixou uma perna de cada lado de seu copo e apoiou as mãos em seu peito nu. As mãos do loiro acariciavam suas coxas por baixo da fina camisola enquanto Clary se curvava pressionado seus lábios nos dele em um beijo urgente. – Eu só precisava de você. saber que você estava aqui...

— Eu estou aqui por você, Clary. Eu não vou a lugar nenhum. – ela sorriu antes de beija-lo novamente. Ela não se importava mais com perguntas sem respostas. Ou com os pesadelos que teria quando fechasse os olhos. Ela não sabia se conseguiria encarar o espelho, mas também não se importava. Ela só precisava dele naquele momento.