SanWar - Priére (Interativa)

Capitulo 7 - O pior encontro com um Anjo.


A noite pareceu seguir sem mais nenhum problema depois daquela confusão sem fim de ontem, mas ainda assim, algo me incomodava.

Não, não era nada relacionado à minha horrível aparência, afinal é impossível presenciar uma luta daquelas na sua porta de entradas e ainda parecer “linda e radiante” (serio, nunca tente), muito menos algum tipo de pesadelo horripilante causada pelo choque de ontem, o que estranhamente não aconteceu, mas sim o fato de que por um segundo, em controlei a agua...

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Sim, eu controlei Agua em si me obedeceu e por um curto momento, desejando ser útil naquela situação acabei controlando a agua e embebi as balas daquela policial com agua. Não sei exatamente como fiz aquilo, mas ao ver aquele garoto se jogar no meio do fogo enfrentando aquela criatura estranha, eu posso jurar que escutei uma voz na minha cabeça falando “Comande a agua, faça com que ela envolva aqueles projeteis, se não quiser que ele morra, faça, Agora!”.

Admito, é realmente estranho você ouvir uma voz na sua cabeça que não parece sua, e ainda mais estranho você obedece-la sem fazer perguntar ou cogitar, mas qualquer um teria feito o mesmo. Ainda mais se você tivesse a sensação de que aquela voz sempre esteve lá, sempre te aconselhando, como se fizesse parte de você, mas não era exatamente seus instintos, e isso realmente incomoda qualquer um não é mesmo?

Quando enfim acordei, devido a passos ecoando pela casa toda e principalmente pela entrada do quarto dos meus pais, olhei o relógio e ao ver o horário a primeira coisa que pensei foi “estou atrasada para a escola!”.

Pulei da cama de meus pais, que por sinal era enorme e toda branca e cortinada em ouro branco fino que aparentemente valia muito mais do que muitos outros cômodos da casa, e fui correndo para o banheiro para me aprontar. Tomei banho, arrumei o cabelo e então lembrei-me que minhas roupas estavam no meu quarto, onde havia um hospede inesperado e isso não me deixou muito calma.

Não pensem mal de mim, mas concordemos que você não iria se sentir calma ao lembrar que um completo estranho passou a noite no seu quarto, onde estão suas coisas, seus segredos e onde passou sua vida inteira... Não é muito reconfortante, como podem ver... Mas de uma forma ou de outra, teria que ir até lá.

Me enrolei em uma toalha, tomei coragem e abri a porta e para minha surpresa, lá estava a ultima pessoa que eu esperava encontrar, de pé ao menos.

Era ele, o garoto que na noite anterior havia se jogado para a morte. Ele não parecia muito bem, tinha olheiras profundas e ainda parecia bastante cansado, sinais de uma noite mal dormida, mas ao menos já estava recuperado o bastante para estar de pé encostado na parede ao lado da porta e ao me notar abrindo a porta, ele se prostrou na frente dela impedindo minha rápida e sorrateira passagem, como havia planejado . E ao notar como eu estava, enrolada precariamente em uma toalha, minha primeira reação foi fechar a porta, mesmo que fosse na cara dele, alias, era justamente porque ele estava lá.

– Er... Mau momento? – O escutei falando do outro lado da porta.

– Você acha que essa pergunta era necessária? De verdade? – Retruquei um pouco mais alto e devo ter soado um pouco mais irritada do que deveria, não só pela situação extremamente constrangedora, mas pelo fato de meu coração estar acelerado e eu não sabia o motivo.

Admito, só namorei uma vez na minha vida, durou um tempo relativo até, mas nem mesmo ele chegou a me ver assim, seminua, e agora um estranho que conheci a um dia, estava me vendo assim. Era extremamente inquietante.

– Poderia abrir um pouco a porta, por favor? – Serio que ele estava pedindo isso? Ou ele é estupido ou era cego, será que ele não me viu direito? Não é possível que exista alguem tão idiota.

– Não! – Gritei segurando o impulso de abrir a porta apenas pra dar um tapa na cara dele... e foi nesse momento que eu dei outro grito, dessa vez de susto, ao notar um homem sentado na minha cama com um olhar divertido no rosto, como se já tivesse presenciado situações assim diversas vezes.

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O susto foi tão grande que eu pulei para trás, bati a cabeça na porta e escorreguei com as costas até ficar sentada no chão me encolhendo contra a cômoda que ficava ao lado da porta, olhado assustada aquele cara que havia invadido meu quarto sem eu sequer notar.

– Q-Quem é você? – consegui dizer por fim, fazendo com que parasse de rir e se levantasse da cama e começasse e vir a minha direção.

Ele era de estatura mediana, um pouco mais baixo que eu, cerca de 1,70 de altura e parecia pesar não mais que 65 quilos, cabelos castanhos e feições belas e alegres, não era exatamente o cara mais bonito do mundo, mas ele com certeza daria um bom modelo, ainda mais com esse “ar divertido” que ele possuía a sua volta, que poderia cativar qualquer um, inclusive eu se não estivesse aterrorizada pelo fato de ele estar lá. Usava uma jaqueta de couro marrom, uma camisa azul clara e jeans preto. Com um colar com duas asinhas e um anel dourado na mão direita.

– Calma, Calma, não se preocupe, sou apenas um viajante, nada demais. – Disse ele sorrindo e estendendo a mão para me ajudar a levantar do chão. – Não farei nenhum mal, e não mordo não se preocupe.

Quando iria estender a mão para que ele me ajudasse, por mais relutante que estivesse, comecei a ouvir cada vez mais passos do lado de fora e varias vozes ecoando numa só confusão.

–... você é o que? Frouxo? Uma donzela grita e você fica olhando ao redor procurando ajuda ao invés de entrar e ver o que está acontecendo?! – Dizia uma voz um pouco irritada de uma menina enquanto outra pessoa mexia na porta.

– Estou entrando. – Avisou outra voz, dessa vez de uma mulher, Maya, enquanto a maçaneta girava e a porta se abria num estralar, revelando 3 pessoas, Eric, Maya, com seu uniforme de policial um pouco amarrotado e uma garota que nunca havia visto até o momento, que parecia dar uma “lição de masculinidade” em Eric que parecia não ligar muito.

Ela não parecia ter mais do que 16 anos, cabelos loiro-castanhos, médios-longo chegando um pouco abaixo dos ombros em dois cachos em espiral na parte de trás da cabeça e uma franja leve cobrindo boa parte da testa. Possuía olhos castanhos claros com pequenas “pedrinhas” douradas nas suas íris, apesar disso era baixa, não passava de 1,60 de altura e apesar da idade não tinha um corpo muito desenvolvido, o que levava a crer que ainda não tinha passado pela puberdade. Usava um vestido de saia amarela que chegava à altura do joelho e a parte superior branca com o mesmo triangulo com o desenho da asa negra em seu vestido com um espartilho preto leve, e usava uma meia calça, uma sapatilha branca. De certa forma me lembrava uma bonequinha que criou vida, mas irritada.

– Você realmente não é um homem... – Ela dizia quando entrou. – Veja, nem teve coragem de entregar as roupas dela... – Dizia em tom de decepção e então eu vi umas roupas dobradas nas mãos dele. Ele realmente tinha ido me entregar, mas eu não havia visto e fechei na cara dele...

– Er.. Olá para vocês. – Disse o homem com a mão ainda estendida pra mim, que com toda essa confusão, quase havia esquecido sua presença ali, e quando ele falou, todos pareceram surpresos com o fato dele estar lá... – Venha, levante-se e arrume-se, precisamos conversar. – Disse ele em tom calmo.

Levantei-me e antes que pudesse chegar perto de Eric para pegar minhas roupas, Maya segurou meus ombros e sussurrou no meio ouvido. Eu esperava algum tipo de provocação, mas foi em tom de aviso e alerta.

– Tome cuidado, ele não é normal... – Disse ela, como se enxergasse algo que mais ninguém havia notado.

A garotinha também não parecia muito feliz quando notou a presença do homem e como se já notasse a situação, tomou as minhas roupas da mão de Eric e as trouxe a mim e foi junto comigo até o banheiro do quarto dos meus pais me ajudar a vesti-las.

– Ée.. você também não tem muita carne né? – Disse ela enquanto me passa as roupas e tentou apertar meus seios, mas como se eu já esperasse isso, recuei alguns passos e tomei minhas rupas de suas mãos. – Bom, ao menos é rápida. A proposito, meu nome é Ninally Schreave, sou da Guarda também, e logo você também será. – Disse ela esboçando um sorriso e fechando a porta as minhas costas.

Vesti um short jeans e uma blusa verde com manga, não era a roupa que eu queria para ir a escola, mas bem, não poderia ir para lá hoje, novamente e talvez não voltasse para lá tão cedo, ainda mais depois das palavras daquela menina.

Quando sai do banheiro, não havia mais ninguém no banheiro, e por isso tive que andar pela mansão à procura deles. Os achei na mesma sala que havia conversado com Maya na noite anterior e eles pareciam mais quietos que o normal.

O homem andava pela sala, Ninally e Maya estavam sentadas observando cada movimento dele e Eric estava recostado do outro lado da sala, perto das janelas quase dormindo em pé, até me ver e apontar em minha direção, a atenção de todos se voltar pra mim.

– Enfim, nossa anfitriã. – Disse o Homem fazendo uma reverencia em minha direção e caminhando até mim. – Como se sente jovem Lucina?

– Não sei exatamente... Assustada talvez? Quem é você afinal? – Não queria parecer tão irritada, mas era tarde demais, ele havia invadido minha casa, meu quarto e parecia se divertir com isso.

– Oras, como eu disse, apenas um viajante. – Disse ele com uma expressão de divertimento. – Quem achas que sou, jovem senhorita? – Ele falou como se me desafiasse, a saber, quem ele era.

– Ainda com suas provocações baratas, Gabriel? – Disse uma voz as minhas costas, num rosnado irritado e não precisava me virar para saber quem era.

Mike parecia ainda mais irritado que o normal, com uma aura de eletricidade ao seu redor fazendo o cabelo de todos se eriçarem enquanto passava por mim e entrava na sala.

– Cãozinho! – Exclamou o homem, Gabriel, o anjo? – Como se sente ao quase morrer a menos de 15 horas atrás?

– Forte o suficiente para acabar com você. – Disse ele num sorriso sombrio. Mas limitou-se a se sentar em uma cadeira longe do homem. – Ao menos estou melhor que ele, mal se aguentando em pé, certo Eric? – Disse se virando para Eric que começava a se apoiar firmemente na janela.

– Espera, você é Gabriel? O Arcanjo? O Mensageiro de Deus? – Disparava Ninally em direção ao homem com entusiasmo. – Não acredito... Achei que você teria uma presença... Mais imponente – Disse com certa decepção após analisar o homem de cima à baixo.

– Sim minha jovem, Sou Gabriel, um dos arcanjos. – Disse ele com sorriso, mas ao se virar para Eric sua expressão mudou, assim como o clima da sala, que começava a ficar tão pesado que ninguém ousava se mexer. – Eric? Então você é... Não, não é sobre esse assunto a que vim tratar..

Essas palavras ecoaram e trouxeram preocupação à todos os presentes na sala, inclusive Maya parecia intrigada com aquela frase de Gabriel.

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– Desculpe, nos conhecemos? – Disse Eric como se pela primeira vez estivesse acordado.

– Não da forma que eu gostaria, e não é uma presença que eu gostaria de ver... – Disse Gabriel num tom sombrio e como se resolvesse o ignorar a partir de então, se virou pra mim e forçou um sorriso. – Então minha cara, meus negócios hoje são com você.

– Comigo? – Disse surpresa e percebi que estava apertando a maçaneta com mais força do que deveria. Soltei e caminhei até ele com cautela. – O que quer comigo?

– Isto. – Gabriel tirou um broche do bolso de sua calça e estalou os dedos e como num passe de magica, o broche se tornou um florete. – Aqui senhorita, um presente de seu pai, o verdadeiro.

A maneira como ele disse “o verdadeiro”, fez com que meu coração apertasse. “Maya estava certa”, pensei, eu realmente era filha de um anjo, Charles realmente não era meu pai e minha mãe nunca teve coragem de me contar a verdade. Sentia-me mais frustrada do que nunca. E não queria aceitar aquele florete, não sem respostas, e estava decidida a consegui-las.

Enquanto isso Eric parecia agitado do outro lado da sala, gesticulando e aparentemente tentando chamar a atenção de todos, mas por algum motivo, sua voz não saia, ou melhor, ele não emitia nenhum barulho, nem mesmo as batidas que ele dava na parede causavam algum som. Mas aquela não era a questão no momento, eu gostaria de obter respostas pra mim e se isso significasse deixar a situação como estava, assim eu faria.

– Não posso aceitar isso, não sem alguma explicação, não irei aceitar nada, e não farei parte disso. – Disse firmemente sem recuar ou mostrar qualquer sinal de indecisão, o que pareceu incomodar Gabriel e a pergunta que fiz depois, pareceu desagrada-lo ainda mais. – E afinal, quem é meu pai verdadeiro?

– Desculpe, mas isso não é negociável. – Respondeu levantando a mão e apesar de não ter mais o ar sorridente que possuía desde que viu Eric, agora ele parecia não querer mais estar lá. – Isso é algo que vocês devem descobrir sozinhos. Uma busca própria, em que não posso, jamais, interferir... Entendam, isto é apenas uma ajuda e um presente de seu pai. Mas você só irá conhecê-lo quando for o momento para isso, não antes disso.

– Claro, porque você é apenas o mensageiro não é mesmo? Nunca faz mais nada do que apenas entregar mensagens e presentes, como um grande e estupido carteiro. – Disse Mike em tom de raiva e rancor ao mesmo tempo. Fazendo com que faíscas pairarem por toda a sala.

– Agora não, Mike! – Retumbou a voz de Gabriel por toda a sala num tom frio e irritado, o que me fez perguntar o que havia acontecido entre eles pra tamanha hostilidade. E então ele chegou perto de mim e sussurrou algo no meu ouvido. Achei que poderia ser algo relacionado à minha origem, mas foi algo ainda mais surpreendente. – Cuidado, pois a atração que acha que sente, não passa de um instinto primitivo. Não confunda isso com algo que possa aproveitar, apenas atrairá ainda mais desgraça para si...

– Ótimo, existe alguém nessa sala que não é um completo idiota?! – Gritou Eric, fazendo todo mundo voltar a atenção à ele num susto. – Ah, legal, isso vocês escutam...

Quando todos nos recuperamos do susto, notamos a falta de alguém, Gabriel, ele havia sumido e deixado apenas a o Florete fincado no chão. Sumindo e deixando mais duvidas do que de inicio.