San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)
111. Hora de Se Arrumar!
Subimos para o quarto e Lili só foi pegar suas coisas para ir embora. Preferi ficar na escola e ela não insistiu.
Encontrei Bernardo na hora do jantar e fomos comer.
— Você tá triste já? — Ele perguntou começando a comer.
— Um pouco, eu acho. As férias nem começaram e eu estou pensando na saudade. — Ri de mim mesma, meio desanimada.
— Eu sei que você também tá triste pelo Yan... Infelizmente não tem muito o que fazer.
— É...
O refeitório estava bem vazio. Praticamente todo mundo foi embora depois da peça.
— Mas olha quem está vindo para te animar.
Dei uma olhada para trás, vendo Yan, Mateus e Gabriel indo para a cantina. E depois, mesmo sem chamar, eles vieram se sentar com a gente.
Ficou Bebê, Yan e Gabriel, e eu e Mateus do outro lado, na frente deles.
— A peça foi ótima. — Mateus comentou. — É muito melhor ver tudo junto de uma vez só.
Sorri. — Devia ser um pouco confuso para vocês.
— E era, mas ainda assim eu consegui memorizar as falas do Yan, de tanto ouvir ele ensaiando.
— Imagina eu que tive que memorizar para nada. — Bebê falou.
— Não foi para nada, foi para ajudar todo mundo — argumentei.
Ele fez sinal de "mais ou menos" com a cabeça.
— E vocês vão ficar para o baile? — Mateus questionou.
— Vamos — respondi. — E você?
— Claro. Eu devo muitas danças para a Lili. — Riu. — Então só esse chato aqui que não quer ir. — Cutucou Gabriel com o cotovelo e ele pulou de susto.
Rimos dele e ele encarou o amigo. — Quê?
— Você não quer ir no baile.
— Ah... Não quero.
— Por quê? — perguntei.
— Eu não gosto de festa. — Deu de ombros.
— Ainda acho que é porque ele tem ninguém pra levar. Mas eu falei que eu dançava com ele. — Deu risada.
Gabriel riu, balançando a cabeça. — Não começa.
— A Bru também deixa o Yan dançar com você, né Bru?
Sorri. — Posso pensar no caso. — E eles riram.
— Caramba, Bru, não sabia que você era ciumenta assim.
— Mas eu não sou! Eu deixo sim, relaxa.
— Valeu, Bru, depois dessa posso até pensar. — Gabriel brincou.
— Então tá.
— Pensa com carinho. — Yan disse.
Todos riram e ficamos ali um tempo. Yan e os meninos foram embora — Yan ia ficar na casa do Gabriel —, e eu subi para ajeitar umas coisas no quarto.
Em um piscar de olhos, já era segunda. Lili trouxe alguns vestidos de festa, e ela me fez escolher um, junto dos sapatos.
Escolhi um curto — batia nos joelhos —, rodado, rosa bebê, com decote reto que mostrava os ombros, com mangas que iam até o cotovelo.
Lili escolheu um salmão claro, comprido e rodado, marcado na cintura e sem alças. Os dois eram lindos.
No instante que vi o meu, me imaginei junto do Yan... Como será a roupa dele?
Eu não conseguia imaginá-lo com outra roupa que não fosse o uniforme ou as roupas comuns que ele já usou.
Bom... com certeza ele vai ficar lindo de qualquer jeito.
A semana foi passando, não tinha mais matérias e ficamos fazendo nada nas aulas.
Na sexta, depois do almoço, praticamente todas as garotas da escola subiram. Lili e eu fomos umas das poucas que demoraram para subir, mas quando subimos, vimos a zona que o dormitório estava. Meninas correndo pra lá e pra cá, umas de uniforme, outras já de vestido, outras com toalha na cabeça...
Primeiro, Lili e eu tomamos banho. Depois começamos a fazer as unhas uma da outra.
— Você já sabe como é a roupa do Mateus? — perguntei, pintando as unhas do pé direito dela.
— Não, mas ele disse que o terno é cinza e a camisa azul claro. Com certeza ele cai ficar lindo. E você sabe do Yan?
— Não, não tenho ideia. Mas eu também acho que ele vai ficar lindo, independentemente de como for o terno.
Ela riu. — Isso que dá estar apaixonadinha.
— Pois é.
Bem depois que os esmaltes secaram, comecei a arrumar o cabelo da Lili. Ela quis prender os fios de um lado só e deixá-los soltos no ombro esquerdo. Estava com cachos leves, então ficou lindo.
Ela arrumou o meu com duas tranças de cada lado e as prendeu atrás, como se fosse uma tiara.
O tempo passava muito rápido, e quando começamos a nos maquiar, já passava das cinco e meia.
Meu quarto ficou uma zona, mas deixei meu lado ordeiro de lado e me concentrei em terminar a tempo.
Era seis e cinco por quando acabamos. Calçados nossos saltos baixos, passamos perfume e descemos de braços dados.
O dormitório estava mais agitado do que antes.
Era meio estranho ver tanta gente de roupa de festa, mas também legal. Dava um clima animado e festivo.
Tinha um povo no jardim, muitos meninos esperavam perto do nosso dormitório, e procuramos por nossos pares, mas não estavam ali.
Decidimos ir para a festa. Fomos para a quadra e antes de entrar já ouvíamos a música animada. Na primeira quadra ficavam as mesas com as comidas e bebidas, e na segunda tinham algumas barracas de jogos e brincadeiras.
Continuamos e fomos para o ginásio.
Ainda não tinha tanta gente. Nem descemos, demos uma olhada por cima, mas nada dos meninos.
O lugar estava com pouca luz, mas haviam muitas luzes coloridas girando. Haviam véus das cores da escola pendurados no teto e nas paredes. Tinham vários balões brancos, azuis e dourados espalhados por aí.
A área do DJ foi colocada atrás do gol, na parte mais alta, que dava para o vestiário.
Estava tudo muito lindo e emocionante.
Voltamos ao jardim.
— Que estranho, ele disse que já estava pronto. — Lili comentou.
— Vamos esperar lá no prédio deles?
— É, vamos lá.
Paramos perto do dormitório masculino, mais perto das árvores.
— Eu nem trouxe meu celular, nem tem como ligar para ele.
Então vimos James e Júlio saindo. Os dois estavam bonitos, mas o terno do Júlio combinava muito com ele.
Calças pretas, camisa branca, blazer vinho e gravata borboleta preta. O terno do James era todo preto, inclusive a gravata, mas o colete era cinza e a camisa branca.
— Vocês estão lindas. — James elogiou ao chegar perto e deu um beijo nas nossas mãos, brincando.
Eu ri. — Vocês também estão lindos.
— Estou me sentindo um modelo. — Júlio falou, arrumando o colarinho da camisa. — Posso desfilar no tapete vermelho.
— Nem se acha. — Lili riu.
— Fazer o quê se eu estou bonito. E por que você tem tantos vestidos laranja?
— Isso não é laranja, é salmão.
— E qual a diferença? — Cruzou os braços, a provocando.
Ela imitou sua pose. — Eu que não vou explicar, pergunta para a professora Eduarda.
— Então nem você sabe a diferença.
— Claro que eu sei.
— Se soubesse ia me explicar.
Antes que retrucasse, Lili pareceu ver algo e sorriu. — Acho que você pode perguntar para a sua mona. — Apontou.
Acabamos olhando ao mesmo tempo, vendo Monalisa se aproximando, usando um vestido preto curto e rodado, sem mangas e com a gola até o pescoço.
Júlio andou até ela, antes que chegasse muito perto.
— Por que seu blazer é vinho? — Ela olhou para a roupa dele. — Eu falei que ia usar preto.
— Falou, e o que que tem? — Júlio pareceu confuso.
— Era pra gente combinar!
Ele resmungou. — Não reclama, mulher, a roupa não vai mudar nada. — A puxou pela mão para longe.
Nós rimos.
— Vocês viram a Erica? — James indagou.
— Não — respondemos ao mesmo tempo.
— Melhor eu ir procurar ela, nos vemos depois.
— Okay, até depois. — Lili disse e ele se afastou.
Um tempinho depois, vimos quem queríamos ver. Yan saiu primeiro, nos vendo, seguido de Mateus e Gabriel.
O terno do Yan era todo azul petróleo, menos a camisa branca e os sapatos pretos. Mateus estava mesmo de cinza, e Gabriel vestia uma calça cinza, camisa branca e blazer azul marinho, sem gravata.
— Desculpe o atraso. — Yan disse ao chegar. — Conseguimos convencer o Gabriel a vir e tivemos que arrumar umas roupas para ele.
— E o que aconteceu para você aceitar? — Lili riu.
— Sinceramente, eu nem sei. — Gabriel parecia envergonhado. — Mas não custava ver como estava, né?
— Isso mesmo! — Lili segurou o braço do seu par. — Vamos?
Os três foram na frente conversando, e Yan estendeu o braço para mim. O segurei e andamos.
— Você está linda, mademoiselle. — Ele sorriu.
Lá vem as bochechas corando!
— Obrigada, monsieur. Você também está lindo. — Dei risada, tentando disfarçar a vergonha. — Heitor ficaria com inveja.
Ele riu. — Uau, gostei dessa. Heitor e Jasmim teriam inveja de nós e do nosso baile.
— Também acho.
Yan cruzou nossos dedos e eu sorri, feliz e ansiosa pelo que viria.
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