SEI LA

Ele tinha desmaiado, então tive que levá-lo até a cama, onde pude ver o quão ferido ele estava.

Ele ainda estava com as vestes de comensal, então eu tirei a maioria das peças por magia e transfigurei a calça e uma blusa que ele usava por baixo das vestes.

Ele tinha marcas profundas de... Chicotadas? Enquanto eu avaliava os ferimentos e tentava pensar onde estavam as poções, o corpo dele começou a tremer todo, ele começou a gritar de dor e eu desesperei, comecei a chorar e sussurrar pra ele se acalmar.

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Não durou muito, eu corri pro banheiro e tentei encontrar algo útil, só achei coisas trouxas e uma poção pra dor de cabeça.

Peguei tudo e corri pro quarto. Ele estava tendo outra vez aquela espécie de convulsão, eu sentei ao seu lado na cama e fiz carinho em seus cabelos enquanto dizia coisas como “vai ficar tudo bem” e “você vai melhorar”.

Quando ele se acalmou de novo, eu comecei a tratar dos ferimentos do modo trouxa, limpei os cortes e fiz os curativos, durante esse tempo que gastei pra fazer o curativo, ele teve mais duas “convulsões”.

Aquilo eu não sabia como curar, por isso resolvi chamar o professor Lupin pela lareira, já que aquilo parecia ser efeito de algum feitiço das trevas.

-PROFESSOR LUPIN! PROF...

-Hermione, o que foi?!

-Eu preciso da sua ajuda senhor, Severo acaba de chegar todo machucado de uma reunião de comensais e está tendo espasmos, não sei o que fazer!

-Calma. Eu já estou indo.

Eu sai da lareira e voltei pra perto dele, ele suava e tremia, imagino que de dor. Pouco tempo depois o professor Lupin chegou e foi examiná-lo.

-Como eu temia. Cruciatus.

-O que?

Senti a cor fugir do meu rosto e arregalei os olhos. Ele me expulsou do quarto e só saiu de lá duas horas depois.

Por não ter o que fazer as lembranças voltaram com tudo e eu recomecei a chorar. Pouco depois Tonks apareceu, ela não falou nada, só me abraçou.

-Ele já esta bem, mas sugiro que procure Alvo assim que o sol sair. -Disse Lupin ao entrar na cozinha.

-Obrigada, desculpa por te chamar tão tarde.

-Tudo bem, se eu não viesse ele ia ficar assim até amanhã e você não ia pregar o olho. Felizmente a maldição não o afetou mentalmente. Boa noite e se cuida.

-Boa noite - respondi e ele foi embora. – Boa noite Tonks.

Ela me deu um beijinho na testa e foi atrás do professor. Eu subi as escadas pronta pra deitar e dormir, mas me deparei com dois olhos negros me observando ao entrar no quarto.

-Como está se sentindo?

-Já estive pior - respondeu. – E você? Conseguiu dormir?

-É. Também já estive pior. Me deu um susto, não faça mais isso, por favor.

-Não precisa se preocupar comigo – o que?

-Claro que preciso. Você chega aqui todo machucado e não quer que eu me preocupe? – Ele fez uma careta de dor e eu percebi como devia estar sendo difícil pra ele manter uma conversa agora. –Vamos dormir, você precisa descansar e amanha é pra procurar o professor Dumbledore.

-Amanha, ou melhor, hoje – disse olhando o relógio na cabeceira da cama – vai ter reunião da ordem, lá eu converso com ele.

Eu apaguei a luz e deitei, pouco depois estávamos dormindo. Foi uma noite ótima, sem nenhum pesadelo e sem acordar a cada cinco minutos. Mentira. Eu levantava toda hora pra ver como ele estava. Foi uma longa noite.

De manha eu pude ouvir meus pais no andar de baixo e Gina com os meninos no corredor. Me levantei, me arrumei e já ia sair do quarto, mas vi que Severo estava acordado.

-Bom dia. Está melhor?

-Estou.

-Consegue descer pro café da manhã?

-Claro. Pode ir, deve estar com fome, afinal de contas faz tempo que comeu alguma coisa.

-Vou te esperar aqui. Não estou com muita fome.

Poucos minutos depois ele saiu, mancando, do banheiro, sentou-se na cama e calçou o sapato social. Ele estava com sua habitual roupa de professor.

-Vamos, acho que já tem gente lá em baixo. - eu disse quando ele terminou de se arrumar.

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Pude escutar risadas vindas da cozinha. Ao entrar no aposento, uma cena bem incomum: Ron, Harry e Gina sentados na mesa dando gargalhadas enquanto assistiam meu pai, tentando arrumar em uma bandeja, um café da manha. Parecia que ele estava arrumando o café de um exercito inteiro.

-O que esta acontecendo aqui?- perguntei chamando atenção pra mim e Severo parados a porta.

-Mi!- Gina sorriu ao me ver.

-Mione!- os garotos gritaram ao mesmo tempo.

-Filha!- havia alivio na voz do meu pai. - Preciso de ajuda.

-Notamos, Black. - Disse Severo levantando a sobrancelha .

-Snape, não se meta, isso é assunto de família.

-Eu sei que você está velho Black, mas não imaginava que esta nesse ponto. Vou refrescar sua memória: eu, infelizmente, faço parte da sua família, desde anteontem à noite. - Ele falou infelizmente por minha causa ou por causa do meu pai?

-Chega! Parecem crianças!- cortei a briga verbal dos dois antes que partisse para a física. Pude ouvir mais risinhos muito mal segurados vindos daqueles três expectadores, depois de um breve olhar fulminante eles se calaram. - Qual a dificuldade, pai?

-Não sei o que sua mãe gosta e...

-Minha mãe? Ela esta aqui?

-É, ela teve alta de madrugada, tive que tirá-la a força do hospital pra trazê-la pra cá. Ela queria ficar lá, não quis ir pra casa, então eu passei meia hora a convencendo de que não seria um incomodo aqui, eu quase usei Imperius.

-Foi amarrado, Black?- Perguntou Severo.

-Olha aqui seboso...

-Pai, não completa a frase, eu mandei os dois pararem não mandei? - eu vi que Severo ia rebater - Quer que eu chame a Eileen? Ela disse que qualquer problema não demoraria a chegar aqui!

A perspectiva de ter a mãe lhe dando um puxão de orelha na frente de tanta gente deve ter sido o bastante para fazê-lo calar. Agora eu tenho um meio de controlá-lo, beleza!

Eu arrumei a bandeja enquanto discutíamos, a entreguei ao meu pai que agradeceu e foi correndo levar o café da manha pra minha mãe.

Nós dois, eu e Severo, nos sentamos e tomamos o nosso café da manha. Eu tentei puxar uma conversa amigável com todos quatro a mesa, mas a única que tentou me ajudar na difícil tarefa foi a Gina, por fim desistimos de conversar e ficamos em silencio ate o fim da refeição.

-Vou procurar o Alvo, - começou Severo logo após a refeição- não sai de casa, nem acompanhada muito menos sozinho, é muito perigoso.

-OK. Cuidado. -respondi e ele foi em direção a biblioteca.

Quando ele saiu, eu pude sentir o peso dos olhares incrédulos na minha direção.

-Eu vi isso de verdade?-perguntou Ron.

-Severo Snape estava dando satisfações a Hermione Snape e mandando ela se cuidar. Se for isso que você viu então é, é verdade. - Respondeu Gina e os dois fizeram caretas com meu novo sobrenome.- Vem Mione! Temos que por as novidades em dia.

-Fofocar, você quer dizer, né amor?-Perguntou Harry. Amor?

-Não, mas interprete como quiser. - A ruiva saiu me arrastando com ela escada a cima. Nós fomos pro meu novo quarto, onde nos sentamos na cama logo depois de trancar a porta, que ativou o feitiço silenciador.

-Quero saber de tudo, senhora Hermione Granger Black Snape!

-Tudo o que?- me fiz de boba.

-Como era o lugar, o que vocês fizeram, sua primeira vez...

-Bom o hotel era lindo, muito chique. Dava de frente pra um lago, do outro lado do lago tinha uma vilazinha, muito bonitinha. Fomos lá ontem, passamos o dia todo lá, é aconchegante e calma, nem parecia que estávamos em guerra. Não deu tempo de fazer mais nada, porque mandaram uma carta avisando do atentado contra meus pais ai nos voltamos ontem à noite. Quanto a minha primeira vez, bem... Foi mágico, ele foi super cuidadoso e doeu, mas ele me acalmou e foi incrível, é muito bom. - eu estava constrangida por estar contando aquilo tudo pra ela, então resolvi mudar de assunto.- E que história foi aquela de “amor” lá em baixo?

-Bem, eu e Harry estamos namorando. Ontem, ele foi me chamar pra almoçar e tivemos uma pequena conversa, eu me irritei com ele e acabei falando que o amo. - Ela corou.- Ele me pediu em namoro pros meus pais, coisa séria. O Ron só faltou azará-lo, mas mamãe o controlou e a Luna o convenceu de que isso não era ruim, que Harry era amigo dele e que não faria mal a minha honra. Acho que tá rolando um clima entre o Ron e a Luna.

-Que legal!-Ficamos a manha toda conversando, até Severo vir nos chamar pro almoço.

Passar aquele tempo com Gina, conversando como uma adolescente normal, me fez esquecer por pouco tempo que meu pai morreu recentemente, mas ao ver minha mãe na mesa, sendo claramente amparada por meu pai, que estava sentado ao seu lado, me deu vontade de chorar, correr e me esconder em baixo da cama, como eu fazia quando era pequena.

Eu apertei a mão de Severo, a pessoa mais próxima de mim. Ele apertou minha mão de volta, o que me fez ter forças para sentar ao lado dos meus pais e não cair aos pedaços ali mesmo. O almoço foi bem difícil.

Na parte da tarde, não tinha nada pra fazer, então eu, os garotos e Gina ficamos conversando na sala e jogando xadrez bruxo. Resolvemos os lugares onde iríamos passar quando fossemos comprar o material no beco diagonal, como reativaríamos a A.D. e outras coisas. Quem visse até diria que éramos adolescentes normais e não pessoas marcadas pela guerra.

Pouco antes do jantar, a Sra.Weasley apareceu no quarto e disse que era para descermos e esperarmos sentados na mesa da cozinha. Ela nos disse que Dumbledore pediu para que participássemos da reunião da ordem.

To com um mau pressentimento. Acho que fiquei traumatizada, afinal da ultima vez que Dumbledore quis falar comigo, ele pediu para que eu me casasse, mas é só uma coisa boba, afinal, o que ele poderia pedir, além disso, que eu tivesse um filho? Se bem que pelo andar da carruagem... Melhor não dar idéias.