Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles

Capítulo 17 - O coração humano de Setsuna


Junior e Messura estavam num canto, recuperando o fôlego. A luta fora terrível e isso podia ser notado em como suas armaduras estavam danificadas e no estado do cadáver de Valento no outro canto.

–Os cosmos estão tensos...

Messura olhou para cima, mas ouviu o comentário do cavaleiro de Capricórnio. Soltou um longo suspiro.
–Setsuna de Shiva, o homem que definiram como um cosmo tremendo... - comentou o ariano. - Eis um grande desafio.

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–Parece que a luta teve uma pausa...
Ficaram apreensivos. Se ergueram com dificuldade e, mais devagar do que normalmente fariam, se dirigiram ao próximo ponto, onde ocorria a temerosa luta contra o mais alto homem do exército deva.

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Setsuna encarava Atena com um ar de quem o ofendera muito.
–Do que está falando, deusa helena?

–Sinto um certo tanto de hesitação, realmente deseja destruir o mundo? Deseja ver o mundo que Parvati Kaur sumir? Ela não é verdadeiramente Kali como você é Shiva, certo?
O deva fechou a cara.

–Em que isso interessa? - indagou. - Que diferença faz se o mundo será destruído?
–Que os métodos estão tão injustos quanto os que tiraram o poder que tinham em seu domínio. Setsuna, realmente é justo tirar de Parvati Kaur sua vida, sua existência normal? Envolver um humano comum e expô-lo ao perigo sem sua permissão?

Recuou. De fato, ele próprio que tanto vigiou a vida da garota e se afeiçoou a ela nunca aceitou aquilo. A morte da família dela foi horrível, a traição que houve...

De fato, ele aceitava fazerem amor por ordem? Por criar cosmo mais potente com auxilio da magia de Ragaraja? A verdade que se escondia em seu coração, amor que criou pela menina Parvati Kaur.

–Parvati Kaur está morta. - disse aquilo mais para convencer a si proprio do que os outros. - PARVATI KAUR ESTÁ MORTA!

O cosmo explodiu a ponto de jogar todos longe. Steph se levantou com dificuldades, sentindo o coração se apiedar. Setsuna tinha uma expressão revolta, dolorosa.

–Atena! - Os cavaleiros de ouro se posicionaram em frente da deusa, a protegendo.

–Parvati Kaur morreu no instante que Kali-sama tomou seu corpo... Ela jamais voltará...

–Elys! Rêgo!

Os dois cavaleiros voltaram sua atenção para Junior e Messura que chegavam. Messura logo criou uma Muralha de Cristal para proteger sua deusa e deixar os outros quatro lutarem com tranquilidade.

A luta recomeçou em Setsuna lutava de igual para igual contra os quatro. Junior estava com mais dificuldades em acompanhar a luta, visto que ainda estava desgastado com a luta contra Valento. Logo foi o primeiro a ser jogado longe.

Com um chute pontencializado por um giro, Rêgo foi o segundo, rachando uma coluna.

–ROZAN.... HYAKURYU HA!

O cosmo de Elys preencheu o local, invocando as 100 feras que avançam famintas contra Setsuna, que olhava o golpe como se não fosse nada.

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Inglaterra, meses antes...

Vestia roupas ocidentais, podia facilmente ser confundido por um imigrante ou descendente japonês. Observava o jogo-treino de futebol do time feminino, em especial, uma garota de traços indianos.

Era bem rápida, conseguia roubar as bolas com eficiência e passar para as atacantes. Pausa para mais noventa minutos, a garota Parvati foi para o canto tomar sua água e retomar o fôlego.

Aquela era a garota destinada a guardar a alma de sua senhora? Que injusto seria ver aquela beleza matizada em sangue, sofrendo com batalhas terríveis.

Em todos os anos que vivera, jamais sentira o coração bater daquela forma. E então os olhos cor de mel, quase dourados da garota, encontraram os de Setsuna. Então sentiu-se cativo por aquela adolescente vívida, que lhe deu um sorriso gentil.

O que fazer...?

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Setsuna se deixou ser atingido pelo golpe, que causou rachaduras em sua shakti azulada. O elmo também caiu no chão e o oriental sentiu o corpo deslizar até uma parede.

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–Finalmente! - sorriu Rodrigo ao ver o golpe da irmã de armas ter funcionado.

Setsuna se levantou, elevando o cosmo.

–Não posso... permitir que firam-na...

Ele mais falava consigo que para os outros. Rodrigo tomou a frente, também elevando seu próprio cosmo.

–Não por esse mundo... Mas por ela... Eles a matarão...

Chamas tomaram todo o local, fazendo a temperatura aumentar no local.

–Por um mínimo de esperança...

–Mazév̱ontas ta chrysá véli̱! * - bradou Rodrigo, fazendo seu cosmo explodir em primeiro estágio. Inúmeras setas luminosas surgiram, de todos os cantos, todas apontadas para Setsuna.

–Svargīya nr̥tya navīkaraṇa! ** - foi a vez do cosmo de Setsuna explodir.

As setas de Sagitário avançaram, ávidas por perfurar o deva. As chamas em turbilhão de Setsuna também avançavam contra o grupo. Os golpes se chocaram violentamente, criando um cabo de guerra.

–Parvati...

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–Você não é daqui né?

Depois do jogo, Parvati fez questão de procurá-lo. Não entendia o porque, mas não recusou conversar. O jeito sério e fechado do homem de expressões andróginas havia atraído a garota.

–Sou do Japão. - respondeu seco.

Parvati sorriu, comprando chocolates na cantina perto dali e deu um deles para o deva.

–Também não sou daqui. Meus pais acharam que aqui seria melhor para viver, a Índia não gosta muito de ver seus sistemas questionados.

O homem a olhou, mas então era isso que os pais dela disseram? Seria mesmo melhor ser um passarinho inocente e nada saber da verdade.

–Venha assistir o próximo jogo. Gostaria de poder conversar mais contigo. Como se chama?

–Setsuna.

–Eu sou Parvati. É um prazer conhecê-lo. - ela se levantou e antes de sair de vez, juntou as mãos e o saudou. - Namastê!

–Namastê...

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O choque continuava e nenhum dos lados cediam. Se aquilo continuasse, as consequências seriam desastrosas e todos ali pereceriam.

Stephanie olhava para a luta aflita. Quando sentiu um cosmo lhe tocar.

"Eu quero acreditar no contrário do que meus olhos vêem..."

–Setsuna...?

Atena olhou para o rapaz que continuava a luta. Um pressentimento a tomou.

"Quero acreditar que em algum canto, Parvati está dormindo, sem forças contra Kali-sama... Quero acreditar que Kali-sama tenha seu próprio corpo certo e não um receptáculo. Atena, se puder, realize meu desejo, salve Parvati Kaur..."

–Rodrigo! Detenha seu ataque! - a deusa gritou

–Atena? - indagou os demais cavaleiros.

E antes de qualquer tentativa por parte dos cavaleiros de ouro, Setsuna anulou seu ataque e cosmo, permitindo que o golpe do cavaleiro de Sagitário o atingisse em cheio. Atena correu até o deva, ao que Elys tentou deter em vão.

–Setsuna...

–Salve... Parvati... Kaur... -e fechou os olhos. - Deusa Atena...

Os cavaleiros olharam para o homem derrotado, a shakti praticamente desapareceu de tão destroçada.

–Temos que ir, Atena... - disse Rêgo. - Falta Kali... Precisamos detê-la.

Seguiram em frente, sem antes não olhar para trás, velando por poucos segundos e silenciosamente o deva que apenas queria proteger uma pessoa.