Safe and Sound

Capítulo 22 - Enzzo


Enzzo havia construído um cativeiro de primeira para os seus objetivos, ao olhar seu local via-se que ele tinha orgulho de sua obra prima. Vários mapas da Cidade 12, fotos das principais vítimas e seu novo plano de governo. A sala era extensa, escura, úmida e fria, possuía apenas duas cadeiras e uma mesa, mas o local era enorme.

Johanna estava amarrada na cadeira e encontrava-se praticamente nua, não porque Enzzo ou seus rapazes a despiram, mas após o efeito da morfina ter passado, ela não se entregou fácil e lutou incessantemente até seus capangas injetarem novamente o líquido transparente.

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Ele admirava esse tipo de mulher, e quem não a admiraria? Uma mulher linda, de cabelos castanhos, olhos marcantes e corpo escultural. Se Enzzo não tivesse princípios, com certeza ele iria fazer de tudo pra aproveita-la. Acontece que até para ele que era um mostro, isso parecia completamente inescrupuloso, seus objetivos eram outros.

– Johanna. – Sua voz era rouca, grave e completamente manipuladora. Quando ela o avistou fez uma cara de nojo e repulsa o que fez Enzzo rir. – Ah Johanna, não me olhe assim. Vai dizer que não gosta do que vê? – disse apontando para seu corpo. Enzzo estava com uma calça jeans preta e uma camiseta branca social com alguns botões abertos na parte de cima, as mangas estavam dobradas até seus cotovelos.

– Sei que tenho nojo do que vejo. – cuspiu Johanna.

– Ah como você é difícil, Johanna. – disse se aproximando. – Eu que havia pensado que na festa de aniversário do meu pai há três anos tinha rolado um clima entre a gente.

– Nunca na vida, Enzzo. Conheço seu tipo. – disse irritada.

– Meu tipo? Eu sou um tipo? – riu.

– Claro, você é aquele cara mimado pelo papai que faz tudo o que deseja e tem todas as mulheres que quer na cama. Ou você acha que eu não sei que você transou com a Cashmere umas quinhentas vezes?

Enzzo não aguentou e gargalhou.

– Você tem uma língua afiada, Johanna Mason. – seu rosto estava colado ao dela. – Eu adoraria senti-la, mas vamos deixar para uma outra oportunidade. – sorriu.

– É verdade, Enzzo. Tenta encostar essa boca na minha que eu vou arrancar teus lábios fora. – riu.

Enzzo se afastou lentamente.

– Nossa, eu estou te tratando tão bem. – disse com os braços teatralmente abertos. – Você não está gostando da minha hospitalidade?

– Não, eu estou amarrada. – piscou.

– Ah, vai dizer que está com saudade do seu namoradinho Major? – sorriu. – A cama dele era quente, Johanna?

– Gale é como um irmão pra mim, Enzzo. Acabou se tornando isso. Nunca que me deitaria com ele. – fitou-o seriamente.

– Isso é o que você diz, mas garanto que se eu o trouxer aqui...- Enzzo se aproximou novamente mas dessa vez com uma faca em mãos -... e tirar cada dedo de suas mãos, você gritaria por ele, não?

– Você não ousa trazer mais ninguém aqui, Enzzo. Você já me tem. Faça o que quiser comigo. – disse nervosa.

– E acabar com toda a diversão? Ah não Johanna, assim não tem a mínima graça.

– Quem te olha com esses dentes brancos, olhos azuis e cabelo loiro acha que você é um anjo.

– Tá apaixonada já? Achei que você ia demorar mais tempo. – sorriu.

– Nunca vou me interessar por você, Enzzo.

– Nunca diga nunca. – disse vitorioso – Mas agora vamos ao que interessa, você vai me dar toda a informação que preciso e eu não vou ter que machucar você. Estamos entendidos?

– Eu não tenho nada pra te falar, Enzzo. – cuspiu.

– Claro que tem, primeiramente o fato de você não se surpreender quando me viu. Isso significa que você e o majorzinho já tem uma ideia de que eu estou por trás disso.

– Nós não sabemos nada sobre você. - mentiu. - O fato deu não ter me surpreendido é porque esperávamos que isso fosse por vingança. E você, bom, é filho do Snow.

– Nada sobre mim? Tem certeza? – disse brincando com a ponta da faca. – Acho que vou ter que perguntar de novo.

– Não sabíamos nada, Enzzo. Eu juro. – disse angustiada.

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– Eu vou fingir que acreditei em você, só por hora. – sorriu. – Me conte mais, como a Paylor reagiu ao meu vídeo?

– Ela ficou surpresa e atenta. – suspirou. – Enzzo, você pode fugir disso, ainda dá tempo. Não faça isso com a sua vida, você é um cara novo, tem um futuro pela frente.

– Eu não preciso de lição de moral, Johanna. Sei o que faço e o que quero.

– Tudo isso por causa de uma vingança idiota? Matar a Katniss não vai trazer Snow de volta.

– Não importa, Johanna. Eu preciso fazer o governo voltar a ser o que era antes.

– Você realmente era feliz com o modelo antigo de governo? Porra! Não é possível! As pessoas eram bizarras e ditadoras. – disse debochada.

– Tínhamos controle da população, Johanna! Agora está uma bagunça! Você não vê? – gritou irritado.

– É você que não vê, Enzzo! As pessoas estão felizes, seguras e seguindo duas vidas. Aquele antigo modelo era patético.

– Você e esse seu pensamento pequeno. Não faça eu me arrepender por ter te tratado bem até agora, Johanna. – a olhou furiosamente.

– Você me tratou bem? – riu.

– Acredite quando eu digo que posso fazer pior, muito pior. – sorriu. – Eu ainda não tirei nem um dedo seu, agradeça por eu ser bonzinho.

– Se encostar em mim, Enzzo. Eu juro que te mato. - disse furiosa.

– Ah Johanna, você realmente quer me fazer ameaças quando é você que está presa na cadeira? – Enzzo se aproximou com a faca. – Você quer brincar de quem manda?

– Não Enzzo, chega de seu sadismo. – disse apreensiva.

– Então vamos ao que interessa, começa a falar.

– Enzzo, já disse que não sabemos de nada.

– Ótimo, então você não vai se importar se eu ligar para o Gale e confirmar né? Eu soube que ele está fazendo uma visitinha pra Katniss. – sorriu.

Johanna apresentou surpresa em seu rosto, o que fez Enzzo se deliciar.

– Imagino que você não sabe disso, claro, eu te sequestrei antes. Gale está lá ao lado de sua amada e você aqui, amarrada e sozinha.

– Fico feliz que estejam todos bem, Enzzo.

– Fica? Ou será que está triste por Gale ter corrido para os braços de Katniss.

– Você fala do relacionamento complicado deles como se fosse uma novidade. - debochou. - Gale vai fazer o que for possível pra te pegar.

– Mas ele não vai conseguir.

– Você acha mesmo que é imune a tudo né?

– Tenho certeza. – sorriu.

Enzzo se encaminhou para o fundo da sala para pegar seu telefone celular, Johanna não conseguia o ver o que a fez ficar inquieta.

– Calma, não vou fazer nada. – disse retornando. – Só vou fazer uma ligação.

Ao pegar o celular, Enzzo discou o número da casa da Katniss, demorou alguns instantes mas uma voz o atendeu.

– Alô?

– Você deve ser o Peeta. – disse sarcasticamente.

– Sim, quem fala?

– Você não me conhece, mas eu o conheço bem. – sorriu. – O amante desafortunado do Distrito 12, o garoto apaixonado platonicamente pela Katniss Everdeen.

– Você está com a Johanna? – perguntou firme.

Me diga uma coisa, Peeta. - disse Enzzo o ignorando. - Como é a Katniss na cama? É quente e gostosa? – provocou.

– SEU MERDA! – gritou. – Por que você não vem aqui pra gente resolver isso?

– Por que você ficou tão irritado, Peeta? – disse debochado. - Ela ainda não abriu as pernas pra você? De certo ela é virgem e tá com medinho. – gargalhou.

– VOCÊ É UM BOSTA, FILHO DA... – Gale tirou o telefone das mãos do Peeta. – Escuta aqui seu desgraçado, você vai me falar aonde está a Johanna.

– Olá Major, como vai? – disse instigando.

– Olha, não tenho tempo pro seu joguinho. O que você quer? – questionou Gale.

– Johanna em troca de Katniss, claro. Tenho certeza que ela não vai se opor.

– Isso não vai acontecer. – disse Gale. – Me peça outra coisa.

– Mate Paylor e me de a presidência. – disse Enzzo.

– Você só pode estar brincando, né? Você não pode ter a presidência, mesmo que você fosse um político importante. - mentiu como se não soubesse que era Enzzo do outro lado da linha. - Se algo acontecesse com a Presidente Paylor pela hierarquia da presidência eu seria o seu substituto. Eu não queria que isso fosse dessa forma mas Paylor confiou muito em mim e me fez assinar o seu documento de testamento.

– Exatamente, Gale. Consequentemente você assinará um documento me passando a presidência. - explicou. - E vamos parar com esse joguinho de eu-não-sei-quem-é-você porque já está me cansando.

– Eu não estou te entendendo, Enzzo. - disse firme.

– Assim está melhor, me chamando pelo nome. - riu.- Você não só vai matar a Paylor como também assinará o seu testamento me passando a presidência e em seguida se renderá para mim. A população estará tão arrasada com a morte de Paylor e do Major das Forças Armadas que não resistirá ao me ver no poder. A estrutura política estará fragilizada e aos poucos o antigo modelo voltará a ser exercido.

– Você é um louco! Completamente insano!

– Respeito sua opinião, Gale. - riu. - Tenta compreender o escopo da situação. Katniss ficará viva, Johanna ficará viva. O único prejudicado nisso será você.

– E TODA A PANEM! - gritou.

– Você realmente não quer medir forças comigo, não é Gale? - disse Enzzo apertando a faca contra o braço de Johanna a fazendo gritar.

– AAAAAAH! GALE, POR FAVOR! NÃO FAÇA O QUE ELE ESTÁ TE PEDINDO! ME DEIXA MORRER QUE NINGUÉM MAIS TERÁ PROBLEMAS! ELE NÃO TERÁ NADA...

– CALA A BOCA JOHANNA. - gritou Enzzo ao dar um soco em seu rosto fazendo-a desmaiar.

Gale ficou uns instantes mudo no telefone, provavelmente repensando a proposta.

– Me diz o que tenho que fazer. - disse o Major.