POV Autoras

- Finalmente! – exclamou a mulher entediada esperando o seu convidado.

- Eu tive uns imprevistos. – disse a pessoa se aborrecendo pela mulher estar se intrometendo.

- Sei... – murmurou a mulher. Ela mergulhou no lago e se aproximou da pessoa que estava na borda. – Os deuses estão esperando impacientes. Temos que ser rápidos. – disse ela.

- Eu... Eu não sei... – começava a pessoa hesitante. Qual dos dois lados escolhia?

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- Você precisa escolher um lado! – exigiu a mulher puxando a gola da capa.

- Não manda em mim! – exclamou a pessoa afastando o braço da mulher.

- Os deuses mandam! – disse a mulher furiosa. Queria acabar com aquela agonia. – Erramos em não tirar a cabeça daquele... Nojento. – murmurou a mulher fazendo cara de nojo.

- Vocês foram burros. – disse a pessoa.

- E você será também se não vir para o nosso lado. – disse a mulher séria. A pessoa se mexeu desconfortável.

Um vento passou pelo lago, pelas árvores, como um aviso. As nuvens carregadas se aproximavam da escola. A mulher no lago engoliu em seco, parece que a cena do sacrifício estava voltando.

- Tem que ser rápido. – disse a mulher. – Eu digo e repito: Escolha de que lado está. Dos vencedores ou dos perdedores? – perguntou a mulher colocando um ponto final na conversa. Ela sentiu as gotas fortes da chuva e, engolindo em seco novamente, mergulhou para o fundo do lago.

A pessoa respirou fundo e sentiu as gotas grossas e infinitas molharem seu corpo e fazerem o cabelo grudar no rosto ofegante e preocupado com o destino, tanto seu quanto dos outros. Voltava para a escola quando sentiu um choque com outra pessoa.

POV Dóris

Senti minha bunda bater no chão molhado, olhei para frente e vi Erick... O aluno novo caído no chão. Levantei. Não queria as desculpas dele e nem ia pedir.

- O que faz aqui? – perguntei preocupada. Será que ele tinha visto algo?

- Pergunto o mesmo da senhora. – disse ele preocupado também. Havia aprontado alguma.

- O senhor aprontou alguma coisa? – perguntei olhando de lado para ele. Que pergunta estúpida, nunca que ele...

- Aprontei sim. – disse ele sério. Fiquei estática.

- Mas nada que seja da sua conta professora. – disse ele virando e saindo dali. Suspirei... Respire fundo Dóris. Você tem outros problemas... Uma outra trovoada. Olhei para o céu nublado e fechado. As gotas ainda caiam forte.

- Que os deuses me ajudam.

***

POV Scorpius

Alvo entrou no quarto e parou me olhando. Eu sabia que deveria estar fazendo papel de idiota parado no meio do quarto com um pedaço de papel na mão. Até eu me acharia idiota. Mas aquilo não podia ser verdade. Aquele bilhete só podia ser uma brincadeira, e uma brincadeira de muito mau gosto por sinal.

- Aconteceu alguma coisa? – Alvo perguntou sério

Eu abri a boca para contar, mas acabei fechando-a novamente. Eu não conseguia simplesmente não me importar, não conseguia fingir que meu coração não queria que aquilo fosse verdade.

- Nada! – eu disse o encarando e peguei a capa – Vou sair e só volto amanhã!

- Você vai para onde? – Alvo segurou meu braço quando tentei passar por ele

Eu mordi o lábio inferior. Eu teria de mentir e muito bem para que ele não descobrisse, afinal, Al me conhecia bem demais.

- Vou afogar as mágoas em outra garota! – eu não o encarei, mas sabia que ele acreditaria nisso

Eu seria bem capaz de fazer isso antes, se a garota não fosse Rose Weasley e se eu não a amasse tanto.

Saí do dormitório e coloquei a capa para que ninguém me reconhecesse se me visse por aí. Andei apressado até o sétimo andar e parei em frente à parede de pedra. Suspirei pegando novamente o bilhete e lendo-o. Era a letra dela. Tinha de ser ela. Passei três vezes pela parede e vi a porta se materializar na minha frente. Entrei.

- Você veio! – ela se levantou da cama de forma surpresa, mas estava apreensiva também

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- O que está fazendo aqui? – eu fui seco, joguei o bilhete para um canto e vi o olhar dela seguir o bilhete até ele parar no chão

- Eu...nós precisamos conversar! – ela torceu as mãos uma na outra, típico sinal de quando está nervosa

- Não temos mais nada para conversar! – eu fui seco

- Eu tenho algo para lhe dizer! – ela deu um passo à frente

- Não Weasley! – eu me afastei, vi seus olhos marejarem quando eu falei assim – Eu avisei que não teria mais volta!

Eu voltei às costas para ela e segui até a porta. Não queria olhar para trás, se olhasse me arrependeria e voltaria correndo. Mas eu olhei. Olhei quando ouvi o soluço ecoando pelo quarto. E a cena que vi, jamais pensei que Rose a protagonizaria. Ela estava sentada no chão encostada aos pés da cama, parecia ter caído ali e do jeito que caiu ficou. Os soluços eram altos e o rosto banhado em lágrimas, ela chorava desesperada. Eu nunca pensei vê-la assim por um garoto. Por mim.

Fechei os olhos tentando lutar contra meu coração e deixá-la ali, mas uma voz parecida com a do meu pai me fazia pensar ao contrário. Sempre siga seu coração! Quando eu não segui o meu, escolhi o lado errado! Era isso que ele dizia, sempre! E tenho certeza que foi por isso que ele não brigou muito quando descobriu meu namoro. Seguir meu coração. Mas o que fazer quando ele está quebrado?

Andei até ela e me abaixei pegando ela no colo para que sentasse na cama, imediatamente ela enlaçou meu pescoço me impedindo de afastar-me dela. Suspirei e tomei seu rosto nas mãos. Seus olhos transbordavam dor.

- Eu menti! – ela disse por entre a cortina de lágrimas

- O que você mentiu? – perguntei de forma contida, eu queria chorar com ela, mas eu precisava ouvi-la dizer

- Eu menti quando disse que não te amava! – ela estremeceu por causa de um soluço

Ela ficou me encarando por um tempo em busca de uma reação, mas quando viu que não viria nenhuma, ela simplesmente desabou em meus braços. Nunca a vi tão desesperada. Então eu me condenei. De novo.

Tudo o que fiz foi beijá-la e puxá-la de encontro a mim. Ah como senti falta dela. Muita falta. Então não havia empecilho nenhum, não havia dúvida, não havia rancor ou raiva. Havia somente nós dois ali naquele quarto, que era intitulado como “nosso” e nos amando. Tornando aquela noite única e a melhor de nossas vidas.

***

POV Rose

Eu acordei com o sol entrando pelas cortinas, não me lembro de ter imaginado uma janela, mas assim que abri os olhos vi que havia uma ali. Sorri olhando para os raios de sol e me sentindo imensamente feliz.

Foi só então que senti falta dele na cama. Voltei-me assustada para o outro lado e vi a cama vazia, nem suas roupas estavam jogadas por ali. Ele não podia ter se arrependido, podia? Não me deixaria sozinha depois de fazermos amor, não é? Fechei os olhos e deixei uma lágrima escorrer. Ele voltaria. Eu sei que voltaria.

E como se meus pensamentos tomassem forma, a porta abriu e eu o vi entrar ainda com a mesma roupa de ontem, mas com uma mochila nas costas agora.

- Scorpius! – pulei da cama enrolada no lençol e o enlacei pelo pescoço, ele se surpreendeu me afastando pelos braços

- O que foi? – ele jogou a mochila sobre a cama e colocou uma mexa de cabelo meu para trás

- Eu achei que você...

- Que eu tinha me arrependido? – ele sorriu de lado – Eu deveria, mas não consigo! Só fui buscar algo para comermos! – ele indicou a mochila e ficou alguns segundos em silêncio – Por que você terminou comigo, Rose?

Suspirei. Ele precisava da verdade e eu precisava que ele soubesse.

- Quando eu estava em coma eu ouvia as pessoas ao meu redor e ouvi meu pai, o quanto ele se sentia culpado e ele confessou que chegou a pensar que eu não era mais filha dele! Aquilo doeu, Scorpius! Eu me senti a pior filha do mundo naquela hora e então quando voltei à consciência, eu o vi tão feliz e percebi que não podia me afastar da minha família, por mais forte que nosso amor seja!

- Eu jamais pediria que se afastasse! – ele largou meus braços e eu me senti solitária sem aquele toque – Mas seu pai tinha aceitado nosso namoro!

- Mas eu não sabia...

- E não me deixou falar! – ele balançou a cabeça negativamente – Você sempre continuará sendo a sabe tudo irritante e precipitada que eu conheci no primeiro ano! Sempre será aquela garota que eu implicava o tempo todo!

Eu me encolhi diante das palavras dele. Ditas daquela forma pareciam abrir um abismo diante de nós. Senti ele se aproximar e passar os braços pela minha cintura.

- E é por isso que eu amo você! – sua voz estava mais calma

Eu o encarei e vi uma única lágrima descer pelo seu rosto e eu nunca me senti tão feliz na minha vida. Eu o tinha de volta. Eu o tinha. Vi ele remexer no bolso da calça e tirar de lá o meu anel, eu sorri estendendo a mão para que ele o colocasse.

- Por favor, Rose! Nunca mais o tire! – ele beijou minha mão

- Eu amo você! – eu selei uma promessa beijando-o

***

POV Isabelle

Eu sentei na cadeira que ficava na ponta da mesa. Senti Alvo colocar as mãos sobre meus ombros levemente. Ele tentava me apoiar quando eu teria de me lembrar daquelas cenas horríveis que eu vi na minha mente. Suspirei e abri a boca para falar.

- Scorpius! – Luke acenou com a cabeça, eu me voltei para trás e vi o loiro adentrando a biblioteca

Ele andava de forma gingada até e sorria muito. Algo acontecera. Voltei a olhar para Luke, mas ele continuava sério, assim como Alvo. Lylian deu de ombros demonstrando que também não entendia.

- O que aconteceu? – Scorpius pulou sobre a mesa para sentar em cima dela e encarou os amigos

- Onde esteve até agora? – Alvo falava de maneira seca

- Eu... – então Scorpius olhou de Alvo para Luke e sorriu de forma marota – E o que importa para vocês?

- Você não dormiu no nosso quarto! – Luke acusou – E o Alvo me contou o que disse a ele!

- O que está acontecendo? – Lylian tentou intervir, mas os garotos nem se importaram

- Tem de contar a ela! – Alvo disse sério, parecia mais conformado

- Contar o quê a quem? – eu perguntei erguendo as sobrancelhas de forma confusa

- O Scorpius não dormiu no nosso quarto e me disse que iria descontar em alguma outra garota! – Alvo respondeu sério

- Você dormiu com uma garota? – Lylian arregalou os olhos – A Rose vai ficar arrasada!

- Mas eu... – Scorpius tentou falar, mas Alvo mandou ele ficar em silêncio

O loiro me encarou desesperado, mas eu dei de ombros rindo muito da situação.

- Oi gente! – Rose apareceu sorrindo e colocou a bolsa sobre a mesa

- Oi Weasley! – Scorpius sorriu para ela

- Weasley? – ela ergueu as sobrancelhas de forma séria

- Você só será Malfoy quando se casar comigo! – ele mordeu o lábio

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- Idiota! – Rose bateu de leve no braço dele, mas sorriu e se aproximou ficando entre as pernas dele e lhe beijando os lábios

- Espera aí! – Alvo exclamou – Isso quer dizer que...

- Que nós voltamos? – Scorpius interrompeu o beijo e sorriu para o outro

- O que aconteceu? – Rose encarava todo mundo, aturdida

- Eles acham que o Scorpius dormiu com uma garota hoje! – eu respondi de forma séria, mas não agüentei e acabei rindo – Mas eles não me deram tempo de contar que você também não dormiu no nosso quarto!

- Você podia ter contado! Nós ficamos preocupados! – Alvo reclamou

- Acha mesmo que eu dormiria com outra logo depois de ter terminado com a Rose? – Scorpius desceu da mesa e abraçou a ruiva pela cintura – Nem vou comentar isso Alvo Potter e Luke Zabine!

Eu parei de rir de repente. Eu tinha de contar. Agora. Alvo apertou meus ombros e beijou minha cabeça. Ele estava comigo. Tudo ficaria bem.

Então eu comecei a falar, contar cada detalhe do meu sonho. Como ele era, como ele morreu, como arrancaram sua cabeça e todo o resto. Nenhum deles ali conseguia imaginar o que aconteceu de verdade, só Rose, porque ela já virá alguém morrer em uma visão. Ela me encarava como se me apoiasse a prosseguir. Com um último suspiro eu terminei e então limpei as lágrimas do meu rosto.

- Tudo bem! – Alvo se curvou e me abraçou pelos ombros – Vai ficar tudo bem!

- Precisamos descobrir quem ele é! – Rose suspirou – Assim como precisamos descobrir quem é o homem que eu vi morrer!

- Bom, ele já sabemos Rose! – eu sorri para ela – Você estava em coma, decidimos não contar e então esquecemos!

- Quem ele é? – a ruiva pediu, preocupada

- Está num jornal! – eu entreguei a ela um jornal que eu havia trazido, ela leu a reportagem de forma nervosa – O que vamos fazer?

- Pesquisar é claro! – Lylian aproximou-se da mesa com um maço de jornais e Luke com alguns livros, eu nem vi os dois saindo – Esses jornais são todos que aparece algo sobre Hogwarts, pelo menos dos últimos anos!

- E os livros falam do passado da escola, desde antes dos fundadores! – Luke sorriu meio tenso – É só ler! Sinceramente, acho que não vamos conseguir descobrir algo sem ler, não temos pista nenhuma sobre o que está acontecendo! Só esses sonhos!

- Ok! – eu puxei um jornal – Vamos começar então!

***

POV Luke

- Amor, achou alguma coisa? – Lylian perguntou segurando meu braço de leve, eu engoli em seco

Reli a notícia três vezes antes de me atrever a pensar em alguma coisa, antes de entender ou tentar compreender aquilo. Não era verdade, não podia ser verdade. Simplesmente era irreal demais para ser real.

Olhei a loira sentada na ponta da mesa atulhada de jornais. Alvo se debruçava por cima dos ombros dela enquanto os dois procuravam sobre o misterioso crânio com a rachadura na testa. Notei seu rosto delicado, seus olhos verdes, seus cabelos loiros e cacheados. Merlin, éramos completamente diferentes, como isso podia ser verdade?

- Luke você está me assustando! – Lylian deu uma sacudida em meu braço

- Isabelle? – chamei, minha voz muito mais baixo do que o normal

Ela levantou a cabeça para mim e no momento em que olhou em meus olhos eu senti que aquilo era completamente verdade. Ela esperou pela minha fala, mas eu não conseguia dizer nada. Então todos ficaram preocupados e me encaram de forma estranha.

- Nós nascemos no mesmo dia... – eu comecei dizendo baixinho

- E o que tem demais Luke? – ela sorriu – Sempre soubemos disso! Sempre fizemos festas juntos, só a última que você não quis comemorar!

- Nascemos no mesmo hospital e na mesma hora! – eu suspirei

- Por que está lembrando isso? – o sorriso dela sumiu – Sempre rimos dessas coincidências, porque está falando delas agora?

- Porque elas não são coincidências! – eu continuava a encarando, como diria a ela a verdade?

- Você está me assustando Luke! – ela se encolheu, Alvo passou as mãos pelos seus braços confortando-a

Eu engoli em seco. Era o momento mais difícil da minha vida. Como dizer a ela? Como explicar o que nem eu entendia, mas que aquele jornal mostrava? Como?

- Luke! – Lylian apertou meu braço de novo – O que aconteceu?

- Nossos pais já foram casados! – eu abaixei o olhar, mas senti a tensão formada com aquelas palavras – Somos irmãos Isabelle!

Todos ficaram em silêncio, mal respiravam. Provavelmente pensavam que eu estava louco.

- Isso é impossível! – Isabelle disse baixinho

- Não é! – eu joguei o jornal sobre a mesa – Aí diz que nossos pais se separaram por causa de um escândalo, mas essa separação só aconteceu três meses depois que nascemos Belle! É uma reportagem sensacionalista, chega a mencionar que eles dividiram tudo, inclusive a gente!

Ela pegou o jornal correndo os olhos pelas linhas da reportagem. A compreensão passando pelo seu rosto assim como passara pelo meu, minutos atrás. Mas só havia uma pergunta a ser feita. E agora?

Eu não suportei a tensão e saí da biblioteca, senti os olhares me seguindo, mas nenhum veio atrás de mim. Todos estavam abalados demais com a noticia. Mas nenhum estava mais do que eu ou Isabelle.

Cheguei à beirada do lago tentando me lembrar do meu passado, da minha infância, de algum momento em que eu pudesse saber sobre ela, mas deixei escapar. Nada me veio à mente. Nada. A não ser a família Malfoy. Os numerosos jantares na casa do Scorpius remeteram-me a lembranças de quando nem sabíamos andar direito ainda. Nós três corríamos pela mansão, juntos, rindo o tempo todo. Nossos pais mal se falavam, mas os pais do Scorpius eram amigos de ambos. Eles nos uniram, do jeito deles, mas uniram.

E isso fez com que me lembrasse de outra coisa. De uma brincadeira estúpida no jardim da minha casa, nós três sentados em roda e eu tinha de beijar a Belle, mas eu não consegui, nem ela. Era minha irmã, o tempo todo era minha irmã. Mas não havia como perceber, nem uma palavra, nem um documento, nada. Só aquele jornal agora, depois de anos, quase dezesseis anos.

- Não quero entender, por favor, não procure entender também!

Suspirei ao ouvir sua voz e a vi sentar ao meu lado. Os joelhos encolhidos, os braços em volta das pernas e os cachos voando por causa do vento. Seus olhos verdes brilhavam de lágrimas.

- Somos tão diferentes! – ela sussurrou

- Eu sei, também notei isso! Provavelmente somos gêmeos dizigóticos! É como falam no mundo dos trouxas! – eu dei de ombros – Mas isso não me importa!

- A mim também não! A única coisa que me importa agora é que você aceite! – ela não olhou para mim, continuou olhando o lago

- Que eu aceite? – encarei-a franzindo o cenho

- Crescemos juntos desde quando éramos muito pequenos, sempre nos consideramos como irmãos. Só porque agora o laço é verdadeiro não vai mudar alguma coisa, vai?

Eu sorri e segurei o queixo dela virando seu rosto para mim. Uma lágrima desceu pela bochecha dela e eu a limpei prontamente.

- Não estou assim por você ser minha irmã, Isabelle! Pelo contrário, eu estou assim porque separaram a gente por todo esse tempo!

Ela sorriu deixando mais algumas lágrimas descerem pelo rosto e me abraçou pelo pescoço.

- Você sempre foi minha irmã e sempre será! A diferença é que agora eu posso quebrar a cara do Alvo! – eu brinquei

- Bobo! – ela me deu um tapa no peito, mas não se afastou – Prometa que se acontecer qualquer coisa, se eles mentirem ou se provarem que não somos irmãos, não vai mudar nada entre nós!

- Nada vai mudar! Nunca, minha loira! – eu sorri para ela e lhe beijei a testa

***

- Silêncio! – exclamou Minerva. Os murmurinhos ainda continuavam. Minerva olhou desesperada para Dóris, que era co-autora do plano. Se Minerva ia fazer e falar aquilo, Dóris deveria ajuda. – SILÊNCIO! – gritou Minerva de vez. Os alunos ficaram quietos e esperaram a professora falar. – Am... – começou Minerva. Como falar aquilo para eles? Os alunos começaram a ficar preocupados, a diretora sempre soube o que falar.

- Alunos! – disse Dóris falando. Minerva suspirou mais aliviada. – Temos um comunicado importante. Devido à atuais circunstâncias... – começou a professora olhando, discretamente, para Rose e Isabelle. – O grupo docente da escola, resolveu e concluiu que para a segurança...

- Segurança? – perguntou um aluno.

- Estamos correndo perigo? – perguntou um segundo.

- DE VOCÊS... – gritou Dóris retomando a atenção dos alunos e professores. – E da escola, acrescentamos uma matéria nas disciplinas escolares.

- Como assim?

- Outra matéria?

- Oh não! Já basta ter todas estas...

­ - SILÊNCIO! – ordenou Dóris brava. – Uma matéria em que eu serei a professora...

- E QUE MATÉRIA É AFINAL? – gritou Luke curioso.

- Calado Zabine. – disse Dóris. – A matéria extra é obrigatória... Especialmente aos alunos do 5º ano. A nova matéria chamada...

- Fala logo! – exclamou Alvo desesperado para saber.

- Calado Potter. – pediu a professora. – A matéria é a aula de DAC. Defesa e Ataque em Combate. – disse ela ouvindo o murmurinho entre os alunos aumentar e invadir o salão como uma onda de água. Desta vez, ela não pediu para pararem. Recolheu-se até seus aposentos, após ver um sinal de confirmação de Minerva.