Sacrifício

Jóias de Família


Desde criança, o lugar preferido de Tommy era a cabana nas montanhas do seu tio. Ele amava correr pelo bosque, pescar no lago, as noites passadas em frente a fogueira ouvindo as histórias. Quando descobriu sobre seu irmão e suas origens indígenas, ele entendeu a sua paixão pela natureza.

Por tudo isso, ele se apaixonou pela casa de campo em Reefside tão parecida com a cabana da sua infância. A casa era grande, térrea com quatro quartos, dois banheiros, com cozinha e sala amplas. Para completar tinha um grande porão que ele usava como escritório e uma aconchegante varanda rodeando toda a propriedade. Verdadeiramente gigantesca para só uma pessoa, mas Tommy não conseguiu resistir à área externa do terreno. A casa não era nas montanhas, mas tinha um bosque repleto de árvores e um lago nos fundos.

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Conseguiu comprá-la com o dinheiro que ganhou nos seus anos de piloto de corrida. A sua casa no campo tinha o melhor dos dois mundos, ela ficava apenas meia hora da Universidade em Reefside e a duas horas da Alameda dos Anjos e era tudo que ele sempre sonhara. Imaginava construir uma família ali, ver seus filhos e até netos correndo pela casa.

Seu plano depois de terminar a Universidade era conseguir um emprego na escola local e morar ali. Gostava da ideia de unir as suas lembranças do passado com a possibilidade de um novo futuro. Perto o suficiente de sua família, mas independente em sua nova carreira como professor.

As coisas mudaram desde que Jason ofereceu a sociedade no ginásio, sua paixão pelas artes marciais renasceu e cada dia ficava mais dividido se devia ou não seguir com seu plano de dar aulas em Reefside.

Agora, com Kimberly de volta em sua vida, todos os seus planos antigos pararam de fazer sentido. Nos últimos meses, ele encarava a universidade como um peso, ainda amava a sua casa nas montanhas, mas raramente ficava nela. Ele praticamente se mudou para a casa da namorada na Alameda, só vinha para Reefside com ela nos finais de semana.

Sua casa das montanhas se transformou em um refúgio para os finais de semana, aos poucos Kim deixava suas marcas ali. Colocando vasos com flores, almofadas para os bancos da varanda e novos enfeites para a sala.

Kimberly mudará com o tempo, a adolescente por quem ele se apaixonou quando era o ranger verde era muito mais expansiva e alegre. A jovem ranger rosa já teria mudado toda a decoração da casa e não ficaria receosa toda vez que quisesse trocar um móvel de lugar. Já a Kimberly mulher era mais contida, séria, receosa e ele podia ver um fundo de tristeza em seus olhos às vezes. Porém, a paixão pela vida e o grande coração que o atraíram desde o início estavam ali e a cada dia ele a amava mais.

Para o aniversário de Kimberly, ele queria fazer uma grande festa no ginásio. Mas ela pediu por uma reunião pequena na Casa de Campo tendo como convidados apenas Jason e Trini.

Agora, ao entardecer, estavam todos sentados na varanda. As duas moças conversando em voz baixa, Jason saiu para fazer compras e ele estava sentado observando-as enquanto tentava ler.

Trini já estava com oito meses de gravidez, Jason a acomodou no sofá com Kimberly na cadeira ao lado. A moça estava radiante grávida, o casal esperava ansioso pelo grande dia e Tommy não conseguia evitar um olhar de inveja. Queria começar logo uma família como amigo, olhava para Kimberly e a imaginava com seu filho no ventre. Em alguns anos, não só os filhos dos seus amigos como os seus correriam em volta da casa.

— E aí irmão! - Absorto em seus pensamentos, Tommy não viu Jason se aproximar e se sentar ao seu lado.

— Nem te vi chegar - os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos. - Encontrou tudo?

— Encontrei sim… - vendo a expressão pensativa do amigo, ele seguiu o olhar de Tommy e mirou as garotas. - Elas estão lindas, não é?

— É… - sorriu Tommy. - Parece até um sonho, nós todos juntos aqui de novo.

— Como estão as coisas entre vocês?

— Perfeitas! - Tommy respondeu. - Engraçado, durante todos esses anos que estivemos separados, eu pensei que a tinha esquecido. Que no fundo ela estava certa em terminar o namoro e que era loucura querer passar o resto da minha vida com a minha primeira namorada.

— Mesmo ela sendo sua alma gêmea? - perguntou Jason. - Você sempre dizia isso quando éramos adolescentes.

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— Eu deixei de acreditar nisso quanto ela me mandou a carta. Achei até que minha alma gêmea era a Kat… - vendo a expressão confusa do amigo continuou: - Nós somos muito parecidos, meu relacionamento com a Katherine sempre foi mais fácil do que com a Kimberly, nós somos melhores amigos. Mas eu nunca estive apaixonado de verdade por ela. Com a Kim é tudo diferente, eu sinto meu coração bater mais forte toda vez que a vejo, parece que o sol só brilha quando ela sorri. Sem contar o sexo claro…

— Hey, sem detalhes! - reclamou Jason.

Tommy riu chamando a atenção das garotas. Kimberly olhou para eles sorrindo e Trini chamou o marido com um gesto. Jason imediatamente foi até ela.

— Como está se sentindo? - ele perguntou colocando a mão na barriga da esposa.

— Faminta - Trini respondeu sorrindo.

— Sério? Quer comer alguma coisa antes do jantar?

Trini trocou um olhar com Kimberly e as duas riram:

— Ela acabou de comer um sanduíche - respondeu Kim ao ver a expressão preocupada de Jason.

— Ah… - o ex-ranger vermelho suspirou aliviado.

Trini riu novamente seguida pelos amigos.

— Só estava brincando - ela apertou a mão do marido que estava apoiada em sua barriga.

Kimberly e Tommy trocaram olhares e sorriram vendo o casal.

— Vamos começar o jantar beautiful! - chamou Tommy?

Kimberly levantou e entrou na casa ao lado de Tommy, deixando os amigos sozinhos na varanda. Parando na frente dele, ela reclamou:

— Não é justo ter que cozinhar no meu aniversário?

— Por isso comprei comida chinesa - respondeu Tommy pegando a namorada pela cintura.

Kimberly passou os braços em volta do pescoço do namorado e ficando na ponta dos pés o beijou.. Tommy apertou-a nos braços e aprofundou o beijo. Alguns minutos depois, eles se separaram para respirar e Kimberly murmurou:

— Um aniversário perfeito!

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Depois que perdeu o marido, Miranda Mason dedicou toda a sua vida à Casa Verde. Por isso, não era uma novidade para os funcionários a verem no sábado trancada no escritório. Neste em especial, enquanto Kimberly passava o seu aniversário com os amigos na Casa de Reefside, ela passou o dia inteiro estudando o caso de Melissa.

Na última semana, um novo casal apareceu interessado em adotar uma criança. O Sr. e a Sra. Hamilton já tinha adotado dois irmãos no passado e agora que os filhos foram para a faculdade sentiram a casa vazia e entraram em contato com o orfanato. O casal estava entrando nos cinquenta e tinha muita experiência com crianças. Não procuravam por bebês, ou estavam sedentos pelo primeiro filho, só queriam dar um lar feliz para uma criança órfã. Eram uma boa opção para Melissa, mas a menina a cada dia estava mais irredutível em não deixar o orfanato.

Miranda sabia que essa era a última chance da garota, ela poderia até se resignar em não encontrar um lar para Mel se a menina estivesse verdadeiramente feliz na Casa Verde. Mas isso não era verdade, ela estava cada dia mais triste, perdia peso e passava os dias calada pelos cantos do orfanato. Ela precisava fazer alguma coisa.

Por isso, ela tirou a pasta da menina do cofre e passou a tarde inteira examinando. Colocou a foto da mãe e da filha lado a lado, impressionada com a semelhança. Miranda sabia muito pouco sobre Kimberly Hart e foi com espanto que a viu nas olimpíadas, ganhando ouro para o país poucos meses depois de ter tido uma filha. Como a adoção era fechada, não podia revelar nada dos arquivos, mas os presentes que a mãe deixou não eram sigilosos.

Abriu o envelope e deixou a carta e o medalhão caírem sobre a mesa. Eles não tinham valor material, mesmo assim os mantinha no cofre. Para uma criança abandonada a carta da mãe e uma jóia de família eram o mundo inteiro. Melissa era muito pequena, pelas regras ela não poderia entregar os presentes para ela. Só que nenhuma das regras era mais importante do que devolver a autoconfiança e alegria para uma criança.

Pegou o telefone e chamou Jenny, a moça estava de plantão naquele sábado:

— Pode vir um minuto até a minha sala.

— Claro, estarei aí em um minuto. - respondeu a moça com a voz sonolenta.

Pouco depois, a porta foi aberta e a jovem assistente social entrou na sala da chefe:

— Em que posso ajudá-la Sra. Mason?

— Sente-se aqui um minuto, Jenny - respondeu a velha senhora, assim que a moça se sentou, ela continuou. - Precisamos resolver o problema de Melissa, hoje, eu tirei os arquivos dela no cofre, quero que você os examine.

Jenny arregalou os olhos e pegou rapidamente as fichas que estavam em sua frente. Por anos, ela ansiava pela oportunidade de conhecer os detalhes da adoção de sua pupila. Leu rapidamente as primeiras informações, a mãe de Melissa era adolescente e a avó assinou como responsável e não havia nenhuma informação do pai. O arquivo era igual a quase todos os processos de adoções do país. A única coisa que lhe chamou a atenção foi a foto da mãe. Não conseguiu se conter e comentou:

— Elas são muito parecidas… - devolvendo os papéis para a Miranda, ela continuou. - Ela entrou em contato perguntando pela filha?

— Infelizmente não… - respondeu a Sra. Mason. - Mas uma nova família apareceu interessada por ela.

— Não vai dar certo, ela está irredutível.

— Eu sei, ela está triste e inconsolável. Porém, acho que isso pode ajudá-la. - A Sra. Mason mostrou o envelope cor de rosa para a moça. - A mãe lhe deixou uma carta e um medalhão de presente.

— Ajudaria… - ponderou a assistente social. - Uma palavra da mãe é um presente inestimável para qualquer órfão. Mas ela é só uma criança, podemos mostrar esse objetos para ela?

— Uma criança muito especial! - murmurou Miranda olhando fixamente para a assistente social. As duas trocaram olhares significativos e ambas concordaram que as regras poderiam ser quebradas naquela noite.

— Vou buscá-la - Jenny saiu animada da sala. A Sra. Mason levantou-se e guardou a ficha inicial da adoção, deixando sobre a mesa apenas o arquivo e o envelope com os objetos pessoais da menina.

Pouco depois, Jenny chegou com Melissa ao seu lado, ela já estava de pijama e estava com os olhos um pouco sonolentos, porém bastante curiosa com o chamado.

— Boa noite senhora. - cumprimentou educadamente.

— Boa noite querida, espero que não a tenha acordado.

— Ainda não tinha deitado - respondeu a menina sentando-se na cadeira que a diretora indicava. - Eu fiz alguma coisa errada?

Miranda se levantou e dando volta em torno da mesa, ela se abaixou ficando na altura dos olhos da menina.

— Não, seu comportamento é sempre irrepreensível Melissa. Porém, a tenho visto muito triste nos últimos meses e isso está me preocupando.

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— Eu estou bem… - murmurou hesitante.

— Jenny me contou sobre a conversa de vocês no outro dia. - Melissa ergueu os olhos surpresa, ela confiava muito na assistente social. - Ela me disse que você não quer novos pais adotivos.

— Não… eu não quero! - a voz da garota era decidida. - Eu quero ficar aqui.

— Eu entendo que você goste da Casa Verde Melissa. - respondeu a Sra. Mason. - Porém, antes de você nascer a sua mãe me pediu que encontrasse bons pais adotivos para você. Ela não queria que você ficasse em um orfanato.

A menina ergueu os olhos surpresa:

— Ela pediu?

— Pediu sim, ela queria que você tivesse um lar seguro com um pai e uma mãe.

— Você viu o meu pai?

— Não… eu só conheci a sua mãe. - a menina ergueu os olhos cheios de perguntas, Miranda continuou: - Mas eu não posso falar sobre ela, você sabe que é contra as regras.

— Eu sei…

— Porém, eu tenho uma coisa para te mostrar. Quando você ainda era um bebê, ela deixou isso aqui para você- Miranda entregou o envelope para a menina. - Se os seus pais adotivos não tivessem morrido, você só veria esse envelope quando fosse maior de idade. Mas como está aqui, achei que era hora de entregá-lo a você.

Melissa concordou balançando e a diretora entregou para ela o envelope branco com as duas mãos. Receosa a menina perguntou:

— Posso?

— Pode abrir querida.

Melissa abriu o envelope com as mãos pequenas e pegou uma carta e o medalhão. Devolveu o envelope vazio para a Sra Mason e ficou olhando para os objetos em suas mãos. Estava visivelmente emocionada, seu coração batia acelerado, não sabia o que fazia primeiro, olhou para Jenny que sorriu confortando-a:

Ela deixou o medalhão sobre o colo e examinou o envelope rosa comprido, atrás estava escrito: “Para a minha amada filha”.

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Minha querida menina

Essa é a carta mais difícil que já escrevi na vida. Ainda ontem, você estava nos meus braços, mal te conheci e já preciso me despedir. Você é tão linda minha pequena e a mamãe te ama tanto.

Se tudo der certo, quando estiver lendo essa carta, você já será uma moça e não o pequeno passarinho que voava em meu ventre. Desejo do fundo do meu coração que tenha tido uma infância feliz. Que os seus pais adotivos a amem tanto quanto eu a amo.

Eu sei, que não há perdão por deixá-la na Casa Verde. Eu escolhi o melhor orfanato do país, mas isso não muda o seu abandono. Se eu pudesse escolher, não passaria um dia longe de você. Infelizmente, você está mais segura longe de mim e do seu pai.

Ele não sabe que você existe, mas se soubesse a amaria tanto quanto eu a amo. O medalhão que deixei para você foi o último presente que ele me deu, quero que tenha um pedacinho de nós dois para protegê-la.

Algum dia vamos nos encontrar, minha pequena garça, quando isso acontecer, eu desejo do fundo do meu coração que não me odeie.

Que o poder te proteja.

Com amor

Mamãe

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Melissa terminou a leitura visivelmente emocionada e ficou parada olhando a carta em suas mãos. Jenny e a Sra. Mason permaneceram caladas, dando espaço para a menina digerir a informação. Respirando fundo, ela releu a carta e erguendo os olhos perguntou:

— Eu posso ficar com a carta?

Jenny abriu a boca, mas a Sra. Mason falou primeiro:

— Você pode ficar com ela essa noite, mas depois precisa trazê-la de volta para que eu a guarde no cofre. Infelizmente, você não pode assinar como responsável. - vendo a carinha triste da menina ela continuou: - Mas você pode ficar com o medalhão, você cuidou tão bem da sua pelúcia que não acredito que irá perdê-lo.

Melissa desviou a atenção da carta e lembrou-se do medalhão sobre o seu colo. Pegou-o novamente e o observou de perto. Era suficientemente delicado para que uma menina de sua idade o usasse e não parecia tão valioso, era de prata com uma rosa emoldurada e com duas pérolas pequenas nas extremidades.

— Ele abre?

— Não… - respondeu Miranda rapidamente. - Pelo menos foi o que a sua mãe disse, eu tentei algumas vezes, mas não consegui.

Melissa juntou as sobrancelhas intrigada e o examinou atentamente, passou os dedos em volta do medalhão, Mesmo se não pudesse abri-lo,ainda assim era uma bela joia. Sua única jóia de família.

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Jason e Tommy acenderam uma grande fogueira no quintal depois do jantar, os quatro amigos sentaram juntos olhando para a beleza das chamas e relembrando os antigos tempos.

— Esse lugar é incrível - comentou Trini sorrindo. - É como se estivéssemos em um acampamento. Mas sem as coisas desagradáveis.

— Coisas desagradáveis? - perguntou Tommy intrigado comendo um pedaço de marshmallow.

— Mosquitos e barracas - respondeu Kimberly dando um beijo no rosto do namorado. - Lá dentro temos camas confortáveis e não temos visitas desagradáveis de bichos a noite.

— Os animais são nossos amigos - murmurou Tommy. - Eles estão sempre por perto, o falcão, o tigre e o dragão.

— Eles estão todos aqui - completou Jason. - O tigre dente de sabre, pterodáctilo e o Tiranossauro.

— Qual deles está protegendo o bebê? - perguntou Kimberly séria para Trini.

A antiga ranger amarela olhou a amiga um pouco assustada, ela colocou a mão sobre a barriga e um brilho tão vermelho quanto o fogo a envolveu surpreendendo a todos.

— O Tiranossauro ganhou a batalha e reclamou o ovo.

— Como assim? - perguntou Jason espantado.

— Eu sonhei com eles antes de descobrir que estava grávida. Sobre uma campina estava o ninho com o ovo, o tigre dente de sabre estava se preparando para sentar no ninho, mas o tiranossauro o jogou longe.

— Ele é o protetor do seu bebê - respondeu Kimberly calmamente.

— É… e o ovo ficou vermelho e eu descobri que eu teria um menino.

— Você nunca me contou isso - comentou Jason intrigado.

— Bom - sorriu Trini. - Eu achei que estava ficando louca, então fiquei quieta.

Os quatro amigos riram juntos.

— Quando tivermos uma menina, o tigre pode ficar com ela - sorriu Trini acariciando a barriga.

Jason beijou a testa da esposa, Trini se aconchegou nos braços do marido e bocejou.

— Hora de dormir! - ele sorriu.

— Com certeza - concordou Trini e Jason ajudou-a a levantar. Tommy passou os braços em volta de Kimberly e respondeu:

— Vamos ficar mais um pouco.

— Boa noite pessoal! - disse Jason e Trini.

— Boa noite - respondeu Kimberly vendo os dois amigos entrando dentro da casa. Ela se aconchegou nos braços de Tommy sentindo-se completamente confortável em frente a fogueira.

— Finalmente a sós… - ele murmurou com os lábios em sua orelha, Kimberly sentiu um arrepio e fechou os olhos sentindo os lábios de Tommy pousando beijos em seu pescoço.

Ela gemeu baixinho e Tommy sorriu com a sua reação e pousou um último beijo em seu queixo, ignorando os seus lábios. Ela abriu os olhos intrigada e o viu sorrindo para ela.

— Hey, não vale só provocar. - ela reclamou e colocou a mão em seu pescoço puxando-o para um beijo intenso, as línguas entrelaçadas em uma batalha pela liderança. Kimberly colocou as mãos em volta dos cabelos dele e deslizou os dedos arranhando sua nuca. Fazendo-o gemer, ela sorriu no beijo e se afastou.

— E eu que provoco? - ele murmurou.

Ela o beijou novamente e falou:

— Vamos para dentro Tigre.

— Em um minuto… - ele murmurou e se afastou um pouco. Ela o olhou curiosa e ele continuou: - Primeiro, eu preciso entregar o seu presente de aniversário.

— Não - reclamou Kimberly. - Nós combinamos que esse dia seria o meu presente.

— Combinamos. Mas hoje também é Dia dos Namorados e o meu presente é para nós dois.

— Tommy! - censurou Kimberly.

— Shiu! - Tommy, a calou colocando o dedo em seus lábios. - Eu sei que estarmos juntos aqui é o melhor presente do mundo. Só que eu quero mais beautiful.

Tommy tirou uma caixinha do bolso e abriu-a. Kimberly sentiu os olhos marejados de lágrimas.

— Eu quero não só essa noite, mas todas as noites das nossas vidas - vendo-a calada ele continuou: - Eu te amo Kimberly e quero que seja minha esposa.

Instintivamente, ela estendeu as mãos para o anel. Era perfeito, um diamante rosa e no canto do anel dois brilhantes. Fechou as mãos antes de tocá-lo e mais lágrimas escorreram dos seus olhos.

— Kim? - Tommy perguntou preocupado, ela estava demorando para responder.

— Tem certeza? - ela perguntou. - Mesmo depois de tudo que eu fiz?

— Você me ama, Kimberly? - perguntou Tommy.

— Mais do que a mim mesma - ela respondeu imediatamente.

Tommy sorriu aliviado e perguntou novamente.

— Quer se casar comigo?

— Sim, eu quero - ela respondeu entre lágrimas. Tommy colocou o anel em seu dedo e a beijou. Kimberly correspondeu ao beijo e o abraçou, as lágrimas não paravam de escorrer dos seus olhos.

— Está tudo bem, não precisa chorar.

Kimberly ergueu a cabeça e fitou Tommy sorrindo. Viu em seus olhos um amor tão profundo e o beijou. Esse devia ser o dia mais feliz da sua vida, mas só conseguia pensar que logo teria que contar seu segredo e que todo esse amor viraria ódio e depois estaria sozinha novamente.