Ruquinha!

Mão boa, infelizmente


— Lily, acorda. A aula já vai começar — escutei uma voz sussurrar, e assim que abri os meus olhos, deparei-me com Luca ao meu lado, mexendo nas pontas do meu cabelo.

— Hum... — bocejei, colocando a mão na frente da boca. Tentei não parecer envergonhada. — Obrigada por me acordar.

Sentei na maca.

— De nada — ele sorriu. — Vamos?

Ele estendeu uma mão e eu a segurei.

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— Claro — retribui o sorriso.

Assim que íamos saindo da enfermaria, a diretora velha e a Carlinha azedinha chegaram. As duas me encararam e eu revirei os olhos. Por que todos me olham com um “O que você vai aprontar agora?” escrito nos olhos? Soltei a mão do Luca e cruzei os braços, fiz um biquinho e falei:

— O que foi?

— Não estava sentindo dor? — perguntou a diretora.

— Sim, mas já estou bem melhor.

— Qual é a sua aula agora? — perguntou Carla.

— Err... — Vixi, qual é mesmo a aula?...

— É química — respondeu Luca, me salvando novamente.

— Senhorita Carla, você poderia avisar ao professor de Química que esses dois vão me ajudar, e, por isso, não poderão comparecer a aula dele hoje?

Carla assentiu e logo em seguida saiu da enfermaria.

— Te ajudar em quê? — levantei uma sobrancelha. — E por que eu e o Luca temos que te ajudar? Chama outras pessoas — reclamei, ainda de braços cruzados.

— Pare de reclamar, e venha comigo, os dois — ela mandou.

— Para onde? — perguntei. Descruzei os braços, e o Luca me empurrou para fora da enfermaria.

— Venha comigo que você saberá.

Revirei os olhos e bufei. Não dá para essa mulher esquecer que eu existo não é?

Eu e o Luca seguimos a diretora. Queria saber o que essa velha quer com a gente. Será que a Carla me dedurou? Ela não é louca de fazer isso, não mesmo. Ela sempre me deixou tirar um cochilo na enfermaria quando eu burlava aula. Ela é legal, mesmo sendo mandona.

— Vocês dois podem ir para o ginásio, daqui a pouco eu estarei lá para orientá-los.

Quando eu ia reclamar, o Luca tampou a minha boca e me “arrastou” para a quadra. Assim que chegamos, ele tirou a mão da minha boca, e eu o encarei.

Revirei os olhos e comecei a andar pelo ginásio. Reparei que haviam algumas pichações nas paredes. Desenhos insinuando sexo, outros com bonequinhos segurando armas. Só falta a diretora falar para a gente limpar tudo isso, faço um barraco nessa escola.

— Vai fazer o quê depois da escola? — Luca perguntou.

— Ir para casa, provavelmente — caminhei em sua direção. — Por quê?

— Quer ir na sorveteria comigo?

Parei de andar, e o encarei. Ele está mesmo me chamando para um encontro? Eu estou ficando mais louca ainda e acabei de imaginar ele me chamando para tomar um sorvete, ou ele realmente me chamou?

— Han?

— Quer tomar um sorvete comigo depois da escola? — repetiu.

— Ahãm — foi à única coisa que consegui falar.

— Ei, foguinho, sabe o que vamos fazer aqui? — perguntou Fernando, assim que adentrou no ginásio, acompanhado do Alan, da vaca loira que eu bati mais cedo, da Miranda e mais alguns outros meninos de séries diferentes que eu nem conheço.

— Sei não — respondi, encostando-me na parede.

— O que você estava fazendo aqui sozinha com ele? — questionou Nando, dando uma pequena crise de ciúmes.

— Estava fazendo a mesma coisa que você está fazendo agora: esperando a diretora — revirei os olhos.

— Lily, o que aconteceu com você? Por que desmaiou? — Miranda perguntou, enquanto corria em minha direção.

Os outros alunos sentaram-se na arquibancada. Assim que Miranda chegou perto de mim, sussurrei em seu ouvido:

— Foi por causa do Luca.

— Ah... — murmurou e eu ri.

— Ele me chamou para tomar um sorvete depois da escola — contei, e seus olhos brilharam.

— Você vai?

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— Lógico! Você acha que eu perderia essa chance?

— Aposto que você ficou mais vermelha que pimentão! — riu.

— Eu fiquei normal — menti.

— Aham, sei — disse.

Continuei conversando com a Miranda por um tempo, e logo que vi a “amiguinha” do Alan passar por mim, não consegui me segurar, e perguntei:

— Gostou da surra, cadela?

— Você ainda vai pagar pelo o que me fez, feiosa — retrucou, e pude ver Alan revirar os olhos.

— Por favor, não comecem a brigar de novo — ele pediu.

— Quem começou não foi eu — se defendeu, a oxigenada.

— Tá bom, santinha do pau oco — provoquei, com uma voz fina.

— Lily, fica quieta, por favor? — Alan pediu, e eu bufei de raiva.

— Por que você sempre fica do lado dessa vaca?

— Não estou do lado de ninguém, Lily. Quero somente um momento de paz.

— Está querendo dizer o quê com isso?

— Ele está querendo dizer que você só sabe atrapalhar — intrometeu-se, a vaca.

— A conversa ainda não chegou ao prostíbulo, vadia — retruquei.

— Olha a boca — reclamou um garoto do terceiro ano.

— A conversa também não chegou ao lixão — pude vê-lo ficar vermelho de raiva.

— Garota, com quem você acha que está falando? — ele ficou de pé, da arquibancada.

— Com um idiota intrometido.

— Eu só não vou aí e te dou uma surra porque você é mulher — avisou, se achando o fortão.

— Aí que medo eu tenho de você — zombei, revirando os olhos.

— Garota, você se acha de mais. Eu tô com uma vontade enorme de enfiar a mão na sua cara — afirmou a piranha de plantão.

— Pode vir, querida. Não tenho medo de você, cabritinha de merda!

— Meninas, parem! Já chega! — exclamou Alan.

— Chega nada, da outra vez eu deixei barato, mas agora eu cansei. Vou acabar com essa ruiva — e então, a loira aguada veio correndo em minha direção.

O Luca puxou ela pela cintura para que ela não encostasse em mim, mas aproveitei e puxei os cabelo dela. A loira aguada puxou o meu também. Arranhei o rosto dela, puxei ela pra frente e isso fez com que o Luca a saltasse. Ela caiu no chão e eu subi em cima, arranquei um bolo de cabelo. Sorri vitoriosa e dei um soco no olho dela e a garota gritou de dor. Dei um outro soco no nariz dela e ela gritou novamente. A loira se irritou, me empurrou e eu cai de bunda no chão. Ela me empurrou novamente e eu cai de costa, ela subiu em cima de mim e começou a distribui tapas e socos em mim. Confesso que essa piranha tem uma mão boa para bater.