Running With You

I won't lose this game


AMERICA POV

Nós corríamos freneticamente um atrás do outro, aos risos. Então ele parou e começou a olhar malicioso em minha direção.
– Qual o problema com a foto? - Ele questionava.
– O problema é que é minha!
– Minha querida, eu mesmo tirei!
– Mas eu não estava pronta! E além do mais, eu sei muito bem aonde "vossa Alteza" vai colocar isso aí...
- Realmente ficaria incrível no mural, bem na frente...
– Não senhor! Devolve!
– Creio que há muito mais significado para mim do que para você.
– Não, não! Se quer uma foto minha, tudo bem, mas...não essa. Eu não estava pronta. Pode tirar outra.
Ele rapidamente posicionou a câmera e eu dei um sorriso meio pequeno. Eu não ia ficar posando pra ele tirar fotos. A câmera logo imprimiu a imagem.
– Com certeza essa vai pro mural... - Ele sorria, animado. - Mas nenhuma foto no mundo pode ofuscar o brilho da original... - Ele disse, olhando para a primeira.
– Maxon, chega! - Fingi raiva.
Logo em seguida, corri até o canto onde ele estava. Por ser um pouco mais alto, ele ergueu a foto bem para cima, enquanto eu pulava para alcançá-la. Então eu alcancei. Ele segurou meu braço e o puxou para trás de seu corpo, fazendo com que eu repentinamente o "abrasasse", colando nossos corpos e fazendo com que minha respiração ficasse bem perto de seu rosto, narizes quase se tocando. Bastou uma leve inclinadinha para que nossos lábios se tocassem.
Não foi um grande beijo, foi um rápido selinho roubado. Fiquei com muita vontade de pedir mais. Ele ficou olhando para minha boca, com desejo, e logo depois direcionou para os meus olhos, olhando profundamente, mas nem se deu ao trabalho de continuar o que tinha começado. Aquele maldito toque de desafio no olhar....!
Quando eu estava me aproximando para continuar a "brincadeira", desisti. Eu não ia ceder. Se ele quisesse, ele que faça. Como se lesse meus pensamentos, ele logo se prontificou:
– Eu não vou te beijar, America... Se você quer, venha. Ou me peça...me peça, que eu faço. - O brilho apenas aumentava no seu olhar.
Agora nossos corpos estavam extremamente mais colados ainda, e nossa respiração, ofegante. Ah, droga! Eu queria muito, muito, muito, muito, MUITÍSSIMO beijá-lo, mas ele queria que eu cedesse. Não vou ceder.
Relutante e cheia de raiva de mim mesma, virei o rosto e me afastei dele, ainda olhando em seus olhos. Virei as costas e continuei a andar. Ouvi ele bufar de frustração e raiva, ainda mantendo a calma para não demonstrar. Maxon, Maxon. Eu também sei provocar. Vamos ver quem ganha o jogo.
Ele voltou a caminhar do meu lado, ainda quieto. Só pela sua expressão, eu sabia que ele faria algo. O que ele estava tramando?!
Ao chegar na varanda da frente da casa, ele foi na direção do cavalo, que estava um pouquinho distante da casa. Desde que chegamos, só havíamos dado um pouco de água, e ele se prontificou em levar a comida e pegar o que havia ficado nas costas do animal, nossa "bagagem".
Antes que pensasse mais ainda naquele momento difícil, resolvi entrar. Era engraçado...sabe? Só eu, ele e um cavalo. Sem os servos dos palácio e as interrupções. Sem selecionadas, confusões e afazeres, obrigações. Não era incrível???
Abri a grande porta pesada de madeira e fui correndo direto para a cozinha, com a minha recente ideia de atacar Maxon com farinha. Esse lado infantil estava acabando comigo...
Peguei o saco e despejei um pouco do pó em uma tigela grande. Andei de fininho até a porta da cozinha, indo em direção à sala. Quando olhei finalmente para o cômodo, para ver se havia voltado, ouvi uma voz grossa e assustadora vindo da poltrona, que não estava visível por causa das paredes. Não só me parecia, como era, com certeza, familiar.
– Se divertindo?
Não era Maxon. Ai céus. Com o meu coração batendo a mil e uma grande falta de ar, saí de trás da parede da cozinha e olhei.
Realmente. Não era Maxon. Era o pai. Dele. Que por acaso, era o rei. Palavras, cadê vocês? Não haviam. Não haviam palavras. Mas elas também não eram necessárias, porque para quebrar o silêncio de uma maneira rápida, ele...como posso explicar? Agarrou meu pescoço? Me empurrou na parede? Tipo isso. O ar começou a me faltar, enquanto eu tentava gritar, sem sucesso.
– Durma com os anjos, minha querida. - Era a mesmo voz de quando ele tinha ameaçado minha família e descrito aquele horrível filme de terror sangrento, no dia que Maxon o enfrentou. Só que ao mesmo tempo era a voz terna de Maxon, como quando ele disse a mesma frase sobre anjos para mim, quando dormi no sofá. Sim, eu havia fingido que estava dormindo, e me lembro dele dizendo essa frase e me beijando em vários lugares.
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Senti duas mãos me abraçarem e tentei me desvencilhar, assustada, com o coração palpitando e a respiração pesadíssima. Comecei a abrir os olhos o mais rápido que pude, e ouvi uma voz bem perto do meu ouvido, tentando me tranquilizar:
– America, fique calma! Tudo bem? O que foi? Respire, por favor! - Reconheceria essa voz de longe. Era Maxon. Nunca me senti mais aliviada na vida.
Tentei controlar a respiração e me acalmar um pouco. Abri os olhos definitivamente e o vi, parado na minha frente, com os olhos arregalados e a expressão cheia de preocupação. Ele estava quase em pânico. Nunca o vi sem estar controlado e incrivelmente calmo.
Reconheci a casa em minha volta. Foi só um pesadelo.
– Você está pálida... - Ele acendeu a luz do abajur, ainda sem tirar um dos braços de mim.
– Eu não tenho muitos pesadelos... Faz tempo que não tenho um, acho...
– Eu tinha muitos quando era criança. Não tenho mais. - Ele estava mais calmo.
– Eu já estou melhor. É sério. Já pode voltar pro seu quarto, desculpa te acordar.
– Você tem certeza? Não quer mesmo que eu fique?
– Não, está tudo bem. - Mentira. Por favor, insista pra ficar...por favor...
– Tudo bem então. Se precisar de algo, me chame. - Relutante, ele se levantou e saiu, vendo que eu estava completamente intacta. Droga!
Fiquei deitada olhando para o teto. Ah, se ele tivesse insistido para ficar...mas não. Eu já disse que não
Ia ceder!

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