Runaway

Cacatua loira


POV Chris

Eu não sabia o que sentir o que fazer, então apenas sai correndo para longe dali. Mas.eu.estava.irritado.

Sério, eu poderia esfregar toda a cara do Charlie no asfalto. – Não seria má ideia – Depois de ver Lucy ser engolida por aquele cara, eu voltei pra casa – Especificamente para o meu quarto - e não sai de lá por nada.

Mentira, eu sai quando o cara da pizza chegou, apenas paguei e voltei para a minha caverna.

Enfim, Bryan me contou que depois que eu fui embora Lucy desmaiou. Aquilo me preocupou demais, por um momento pensei em sair correndo daquela caverna e ir atrás da garota, mas aí eu lembrei que eu estava com raiva.

Eu não merecia ver a minha‘’maninha’’ ficando com aquele babaca. Eu fiz aquela festa pra ela, ela devia ficar do MEU lado. Meus dias sem ela se tornaram monótonos, porque;

1 – Ela é sarcástica e fria e eu sentia falta disso – E eu amo isso nela

2 – Ela me zoa

3 – Eu parecia um zumbi, eu tinha outros amigos, mas eu gostava muito de irritar ela

E 4 – Eu não aturava as outras garotas da escola se jogando pra cima de mim, sério.Irrita, e o bom era que Lucy espantava elas

Como Lucy sempre diz ‘’Só falta elas escrevem na testa um ‘’Chris, me come!’’ ‘’.

Sorrio

Ela não era assim, ela sempre dizia que eu não era bonito, nem legal, nem gostoso – É porque eu SOU gostoso, ela não aceita isso – e elas deviam ter algum problema mental pra gostar de mim. Viram como ela é legal?

Deixa sua autoestima lá no teto – Porém não.

Depois de pegar um hambúrguer e suco de sabe lá Deus o quê, eu olhei em volta do refeitório procurando algum lugar para sentar, achei um bom lugar ao lado de alguns garotos da minha sala e andei em direção deles.

– E aí brothers? – Pergunto sem nenhuma animação.

– Qual é Christopher! – Um deles respondeu e logo em seguida recebi alguns outros ‘’ e aí cara?!’’ de outros garotos da mesa.

Aquilo estava um tédio.

Não, eu que estava com tédio.

Depois de me despedir do pessoal, apenas levantei e segui pra fora do refeitório. Eu andava devagar – Praticamente me arrastando de tanto sono – Até ouvir uma voz conhecida.

O que esse filho de um capeta fazia aqui? Ele não estudava mais aqui há dois anos.

– É cara, eu fiquei sim com ela, estávamos ótimos, ela estava totalmente na minha – Oi? Iludido. Lucy o odeia, Ash me contou que ela só ficou por pena, mas ela sentia repulsa por ele. – Até o idiota do Christopher chegar.

– Ficou com a marrentinha? Uau! – Ele sorriu - Ah, cara que azar, Christopher é um estraga prazeres mesmo - E agora ele respondeu sem animo.

Os dois filhotes de hiena ainda não tinham me visto ali.

Estúpidos

– Eu sei, eu sei – Ele disse fazendo um gesto patético com as mãos – Mas na próxima ela não me escapa, não será apenas um beijo – Ele sorriu malicioso.

Filho da puta, filho da puta, filho da ...FODA-SE!

– O QUE VOCÊ DISSE? – Perguntei irritado. Eu estava falando alto demais.

– O quê? Ah, a Lucy estava na minha e na próxima ela não escapa. – Ele respondeu calmamente debochado.

– O que você faz aqui? – Eu estava me controlando, ou pelo menos tentando, eu ia socar aquele oxigenado.

– Vim ver minha princesa.

– Ela te odeia

– Ela vai me amar novamente. – Ele deu um sorriso meio que ‘’eu vou tirar ela de você’’

Sorri ironicamente e parti para cima da cacatua loira dos infernos.

Eu estava falando igual Lucy, meu Deus.

Soquei seu rosto o máximo que pude e quando me dei conta estávamos brigando no pátio da escola. PUTA QUE PARIU COMO EU VIM PARAR AQUI?

Uma multidão nos rodeava. Eles gritavam incentivando a briga, um bando de desocupados mesmo.

– O QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Uma voz irritada berrou

Eu estava prontinho para acertar mais um soco na cara do ser humano – Que não havia me acertado nenhum – Até ouvir a voz do diretor.

Toda a multidão sumiu em um segundo. Eu ignorei e soquei novamente a cacatua.

– Christopher pare ou você será expulso, Charlie você não estuda mais aqui, saia! – O diretor falou.

Eu parei de socar o garoto e me levantei olhando para o diretor.

Vi Ashley conversando com o velho e logo depois falando bem alto;

– Diretor Stuart, posso? – Ela perguntou inocente.

Ele assentiu com a cabeça e ela andou em minha direção.

– CHRISTOPHER FOREMAN, SEU DOENTE MENTAL. PARA COM ISSO! O QUE VOCÊ ACHA QUE TÁ FAZENDO? QUER SER EXPULSO CARALHO? – Ashley berrou. Meu Jesus amado baixou a Lucy no corpo dela?

Apenas sorri para irritar ainda mais a loira.

Eu voltei a socar o garoto, ignorando Ashley totalmente.

– O.k, foda-se! Connor, Taylor. – Ouvi Ashley falar com desânimo.

Senti dois armários me puxarem de cima de Charlie, que agora tinha sangue escorrendo de seu nariz.

Tentei me soltar, mas fui impedido por uma Ashley histérica.

– Nem pense nisso – Ela falou autoritária

Então eu parei de tentar me soltar dos armários.

Charlie não estava mais ali, ele morreu e virou um fantasma?

**

Eu andava em direção ao corredor com Ashley do meu lado.

– Está mais calmo? – Ashley falou com um tom de voz materno.

Mas no fundo ela queria me comer que eu sei.

Brincadeira

– Sim – respondi sem vontade

– Tudo bem rapazes, soltem o Foreman.

Eu nem lembrava que ainda estava com os braços pra trás por conta dos armários.

E então eles me soltaram

Aí Charlie apareceu novamente ao meu lado.

– Garotão, se não tivessem acabado com a briga, eu juro que acabava com você – Ele falou provocativo.

– Falou a cacatua que está jorrando sangue do nariz – Respondi sorridente.

Ele tentou me bater, mas o armário numero um – Cujo nome era Taylor – o segurou e o jogou contra a parede.

Ele bateu a cabeça com força na parede

Duas surras em um único dia? Charlie é muito amado, nossa.

Ele ficou me encarando irritado.

– Vai embora, coisa mal amada. – Ashley ordenou irritada - Taylor ensina o caminho pra ele. – É claro que ele sabia muito bem o caminho, mas ela o queria bem longe dali.

E eu também.

E então lá se foi o oxigenado sendo levado por um armário.

– Obrigada meninos – Ela sorriu para o armário numero dois e voltou a prestar atenção em mim.

– Eu quero que dê esses seguranças para a... – Eu ia falar Lucy, IA, mas aí lembrei que estava puto da vida com a Mcclair.

– Entendi, agora me diz o motivo da briga.

– Desde quando você tem seguranças mulher? – Perguntei destraido

– Por causa da Lu, o papai os contratou pra mim. COMO SE EU AINDA TIVESSE CINCO ANOS. E o pior é que eles só me largam quando eu chego em casa. O papai nem mora mais aqui, mas mesmo assim faz loucura;

– Por causa da Lucy?

– Para proteger a nanica também.

Soltei um ‘’ah’’

– Me diz logo porquê da briga! – Ela indagou ansiosa

Expliquei toda a história para a garota e por fim ela falou;

– Mas que vadio! Mal ele sabe que Lucy o odeia, ela quer matar ele e enfim, ela sente sua falta. Você é o melhor amigo dela. – Ela falou calmamente.

– Eu sei

E então eu notei uma Lucy atônita andando em nossa direção.

– O que aconteceu aqui? - Ela perguntou nervosa.

– Ainda bem que você chegou! Toma – Ashley respondeu me empurrando para cima da Lucy.

Eu a esmagaria se eu fosse alto, mas eu não sou. Eu e Lucy somos baixinhos, Bryan e Ashley são enormes perto da gente.

Todo mundo achava isso fofo, mas não era.

– Como assim? – Lucy perguntou totalmente confusa e perdida.

Ela parecia cansada, não cansada daquela conversa, mas sim terrivelmente cansada.

Parecia que ela ia desabar a qualquer momento.

– Pede para o brigão aí te explicar – Ashley deu de ombros e foi embora.

– E então? – Lucy perguntou ainda confusa.

Ela parecia tão... Triste.

– Esquece não te interessa – Respondi do jeito mais frio que eu pude.

Normalmente a fria e desalmada era ela, não eu.

Ela abaixou a cabeça e murmurou um “foda-se’’ irritada.

**

Eu estava observando atentamente o nome de Lucy escrito por todo o meu caderno. Sim, eu e ela escrevemos juntos – E é claro que pichei o dela também.

Sorri com a lembrança

Eu realmente não estava mais irritado com a Lucy, eu sentia falta dela. E se for por ela, eu sei que ela nunca virá falar comigo, ela é MUITO orgulhosa.

Em todas as outras brigas que tivemos eu que tive que ir atrás dela, porque ela não falava comigo.

Eu estava sentado em um banco que ficava perto do portão da escola. Eu precisava dormir.

É, dormir.

Até ser interrompido por um panaca qualquer, me viro com raiva e bufo quando vejo quem era.

– Cacatua loira...Ainda aqui? Quer mais sangue escorrendo do seu nariz? – Pergunto calmo

– Se você não quiser que a Lucy se machuque – Machuque? – Não desse jeito que você está pensando, idiota. Se você não quiser que a Lucy se magoe, se foda e NUNCA mais olhe na sua cara, você vai ficar de bico fechado sobre o motivo da nossa briga. Eu ainda quero ter momentos de prazer com aquela garota... – Ele concluiu com um sorriso sínico.

– Vai.se.foder – Eu só consegui responder aquilo. O que ele faria afinal?

– Pretendo fazer isso com Lucy – O.k, isso foi baixo demais.

Só percebi o que estava fazendo quando senti algo cortar meu braço.

Filho da puta mil vezes.

Eu estava brigando novamente com Charlie, só que agora ele estava com uma faca e ele havia cortado meu braço. Por estar distraído olhando para o corte, ele me deu uns três socos, até eu voltar à vida e o espancar novamente.

Ele era mais novo que eu. E mais magro também.

Ele era fraco

Puxei a faca das mãos de Charlie e a joguei para longe. Ele estava fodido, machucado pra cacete.

Eu não me arrependia de nada.

– CHRISTOPHER! QUE MERDA VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – Ouvi Lucy gritar, ela estava nervosa. Ela se jogou entre nós dois, ela estava no meio impedido qualquer ato nosso afinal podíamos machucar ela.

E ela falou comigo, eu não precisei ir atrás dela! Se bem que era eu que estava irritado com ela.

– Caçando borboletas não viu?- Respondi irritado

Todos nos encaravam perplexos e chocados com o que viam.

– Vai se foder. – Ela respondeu segurando a minha mão, estranhei seu ato, mas depois relaxei. – Porra Charlie, e você? O que faz aqui? Eu falo com você depois. VAI EMBORA.

Gargalhei com o fora que o garoto havia levado.

Coitadinho

Ele apenas encarou Lucy e a ignorou. Lucy estava vermelha, ele iria apanhar dela agora.

– AGORA. – Ele foi embora de cabeça baixa. – Chris...Ai droga! Vem comigo

Ela respondeu preocupada fitando o corte em meu braço. Ela andava de mãos dadas comigo enquanto Ash e Bryan me ajudavam a andar.

Ela não podia me soltar.

O diretor havia nos liberado. Como ele sabe que eu e Lucy somos grudados um ao outro – Somos melhores amigos – Ele a deixou ir comigo, eu estava na casa dela.

Os pais de Lucy estavam trabalhando, então estávamos livres de questionamentos sobre o porquê de eu estar todo machucado. Duas briga em um único dia, o motivo? Lucy Mcclair. Ela me deixa louco!

Eu choramingava toda vez que ela passava o remédio de cor branca em meus machucados. E aliás, eu estava no colo da garota. Eu sou folgado mesmo.

– Ai meu Deus, Christopher! Fica quieto cacete. – Ela me repreendeu irritada.

– É tudo culpa sua. – Respondi maroto.

– Minha? Por quê? – Ela estava com mais raiva ainda.

– Eu tenho vontade de quebrar a cara dele desde o ano passado quando ele inventou essa história de ainda amar você e você ainda fica com ele – Não que seja ciúmes, é claro que não.

– Nossa! Isso tudo é ciúmes, Foreman? – Ela sorri provocativa

– Eu? Claro que não. Mas é que você é minha– Respondi dando ênfase no “minha’’ - E não pode me trair.

Ela gargalhou, eu sentia falta das risadas debochadas dela.

– Amor, eu não sou SUA e eu não te namoro pra poder te trair, não é? – Ela sorriu

– Você que não sabe das coisas – Sorri de volta

Estávamos calados há alguns segundos, notei que Lucy balançou a cabeça e fechou os olhos. Normalmente se faz isso quando se pensa algo inapropriado.

Lucy safada.

– Pensando bobagem Lucy? – Sorri maliciosamente

– Não sou você. Eu preciso te explicar tudo o que aconteceu. – Ela respondeu nervosa Eu ia abrir a boca pra responder que aquilo não me interessava, mas ela me repreendeu - E antes que me interrompa, faz o favor de calar a boca!

Ela já havia me explicado tudo, mas mesmo assim estávamos calados a quase cinco minutos.

– Você não é o tipo de pessoa que parece ter pena de alguém Lucy. – Respondi suspirando – E eu sei que você não sente guria.

– É isso ai, colega. Era o efeito da bebida – Ela respondeu terminando o curativo. - E nunca mais entre em uma briga com ele, idiota. Tá pensando o quê? Na próxima eu que vou socar você. – E me socou.

– Ai sua doida. Ele saiu mais machucado que eu, eu te garanto. Ah, adoraria ver você me batendo. – Sorri

– É sério.

Eu não queria mais falar, eu apenas queria abraçar aquele ser marrento.

– Me desculpa. – Respondi triste

– Me desculpa também. – Ela respondeu correspondendo meu abraço.

Só que ela me apertava como se estivesse com muito medo.

**

– Por que a Ash disse que vocês haviam brigado mais cedo? – Lucy respondeu afundando a cabeça em meu peito.

Estávamos em um parque, não havia ninguém nele. Ela estava sentada em meu colo, provavelmente porque estava com sono. Ela só fica assim quando quer muito dormir.

– Eu briguei com ele, mas dois armários me impediram de socar ainda mais o garoto. – Respondi afagando seus cabelos.

– Ah, os seguranças dela. Eles são um saco, me perturbam pra cacete também. Não pude socar um garoto hoje porque eles o assustaram. – Ela fez um biquinho e depois sorrimos juntos – Por que vocês brigaram?

– Esquece. – Respondi cabisbaixo. Eu não podia contar, sabe-se lá Deus o que o Charlie iria fazer, não? Eu adorava ter ela do meu lado, não iria arriscar isso.

– O.k

E então ela levantou e sorriu, olhou em volta e falou;

– Tomara que o Slender te pegue. – Ela e sua fissura por seres de creepys – E o The Rake apareça para tomar chazinho com você. E, aliás, eu vou pra casa, estou com sono.

Sorrio com a loucura da garota

– O.k, vou ficar esperando os dois com biscoitos e leite. Quer que eu te leve? – Perguntei olhando em volta.

– Ah, não. Não é longe daqui, sabe... A minha casa, você sabe disso. Então, tchau Foreman. – Ela respondeu e saiu andando. Ela nem ao menos me deu chance de eu me despedir dela.

Ela está mal

– TCHAU AMOR! NÃO SE ESQUEÇA DO NOSSO CASAMENTO AMANHÃ. – Gritei e fiz a garota parar de andar, Lucy agora andava em minha direção. Ela estava sorrindo.

Hoje eu vou morrer.

Socorro

– Oi amor, me promete uma coisa? – Ela perguntou sorrindo de um jeito sarcástico

– Ah, claro amor. Prometer o quê? – Indaguei sorrindo ironicamente.

– Que não vai mais brigar com o capivara do Charlie.

– Mas...

– PROMETA – Ela berrou de um jeito calmo se é que isso é possível.

– O.k o.k, eu prometo não bater mais na cacatua loura – Respondi

Lucy sorriu e deu um tchau novamente.

Apenas fiquei parado assistindo a garota se afastar cada vez mais de mim.