Sai chegou sorrindo na cochia, o que despertou a curiosidade de todos. Okay, dessa vez ele havia caprichado demais no cenário. Era um cemitério, com o túmulo dos Capuletos, realmente assustador até para quem sabia que era falso. Entram Shikamaru e seu pajem, um dos corpos de Pein, levando flores brancas e uma tocha, o que só ajudou a aumentar o “terror” da cena. Hinata estava deitada no seu túmulo. Todos sabiam que essa era a cena mais esperada, a mais comprida, a mais dramática, a mais difícil e a mais blá blá blá... Sim, esta é a cena final.

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Shikamaru — Dá-me a tocha, rapaz, e fica à parte. Não, apaga-a; não quero que me vejam. Deita-te ali embaixo do cipreste e o ouvido encosta junto do oco solo. Assim, não pisará o cemitério nenhum pé, sendo o solo pouco firme, frouxo e escavado pelas sepulturas, sem que o percebas. Deves assobiar-me, em sinal de que vem chegando gente. Dá-me essas flores. Faze o que te disse.
Pein — Sinto um pouco de medo, por sozinho me ver no cemitério. Mas que seja.

O corpo de cabelos compridos de Pein, amarrados num rabo de cavalo, sai.


Shikamaru — Minha querida flor, espalho flores em teu leito – Oh! De pedras é o dossel*! – De água à noite trarei irrigadores ou o pranto amargo de meu fado cruel. Os funerais de nossa desventura flores far-te-ão nascer na sepultura. - (O pajem assobia.) - O menino me avisa que vem gente. Que pé maldito pisa estes caminhos durante a noite, para perturbar-me nos funerais e ritos do amor puro? Como! Traz uma tocha? Noite, esconde-me durante alguns instantes.

Shikamaru retira-se, “escondendo-se”. Entram Sasuke e Itachi, com uma tocha, um ferro e uma enxada.


Sasuke — Dá-me o ferro e o enxadão. Toma esta carta. Logo que amanhecer tens de entregá-la ao meu senhor e pai. Agora, a tocha. Por tua vida te exorto: embora vejas e ouças seja o que for, fica à parte, sem vires perturbar-me. Só vim até aqui para ver pela última vez o rosto de minha amada esposa. Por isso, parte logo. Mas se, acaso só por curiosidade retornares para espiar o que pretendo fazer: pelo céu! Quebrar-te-ei todas as juntas e encherei o faminto cemitério com partes de teu corpo. Meus intuitos a esta hora são selvagens, mais violentos e inexoráveis ainda do que o tigre faminto e o mar revolto.
Itachi — Que medinho. Vou-me embora, senhor, sem vos atrapalhar em nada.
Sasuke — Assim me provarás tua amizade. Toma isto para ti; vive e prospera. E agora, bom amigo, passa bem.
Itachi — Mas apesar de tudo, vou esconder-me por aqui mesmo. Não confio nele e temo seu olhar.

Retira-se, levando um saquinho verde que Sasuke o entregara, provavelmente cheio de moedas.


Sasuke — Matriz da morte. Detestável maxila, que estás cheia da mais cara partícula da terra: assim te forço os maxilares podres - (Abre a sepultura.)- e te obrigo a aceitar mais alimento.
Shikamaru, que aparece sabe-se Hokage Primeiro da onde — Este é o Montecchio altivo, que banido foi por ter morto o primo de Julieta, por cuja dor a morrer veio aquela criatura incomparável. Ei-lo agora que vem para fazer nesses cadáveres alguma vilania oprobriosa. Vou prendê-lo, seu necrófilo. - (Adianta-se.)- Interrompe teu maldito trabalho, vil Montecchio! Como! É crível que a vingança vá além da própria morte? Estás preso, banido desprezível. Obedece e me segue; deves morrer.
Sasuke — Devo morrer, é fato; foi para isso que vim aqui. Foge daqui e deixa-me; reflete nestes mortos e que eles te amedrontem. Suplico-te, não me faças arcar com o peso de mais um pecado, pois aqui vim contra mim próprio armado. Não fiques; vai-te e dize no porvir que foi um louco que te fez fugir.
Shikamaru — Não dou importância a teu pedido e prendo-te por seres criminoso.
Sasuke — Queres me provocar? Então defende-te.


Batem-se, acertando-se de verdade e Pein, que “brota” na cena, percebi e apenas exibe seu sorriso sádico.

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Pein — Batem-se, oh Deus! Vou já chamar a guarda - (Sai.)
Shikamaru — Estou morto! Se fores compassivo, abre a tumba e me deita com Julieta.

Shikamaru caí, “morto”, sobre Hinata, quase encostando os lábios com os dela, mas Sasuke o empurra ao chão.


Sasuke — Em verdade o farei. Porém vejamos estas feições: o nobre conde Páris, parente de Mercúcio! O que meu criado disse, quando caminhávamos juntos para cá e minha alma atormentada não escutava nada? Não me disse que Páris e Julieta iam casar-se? Ou terá sido sonho? Ou então, por estar louco, pensei nisso, quando ele me falava de Julieta? Dá-me essa mão, ó tu que estás inscrito, como eu também, no livro do infortúnio. Vou depor-te num túmulo glorioso. Túmulo? Não, mancebo assassinado; não o deixarei perto de minha Julieta. Repousa, morto, por um morto enterrado. - (Coloca num túmulo qualquer o corpo de Páris.)- Ó meu amor! Querida esposa! A morte que sugou todo o mel de teu doce hálito poder não teve em tua formosura. Não; conquistada ainda não foste; a insígnia da beleza em teus lábios e nas faces ainda está carmesim, não tendo feito progresso o pálido pendão da morte. Tebaldo, jazes num lençol de sangue? Oh! Que maior favor fazer-te posso do que com esta mesma mão que teu primo cortou, destruir, agora, também, a do que foi teu inimigo? Primo, perdoa-me. Ah! querida esposa, por que ainda és tão formosa? Teria a Morte se apaixonado por sua beleza e, egoísta, te levado com ela? Com medo disso, ficarei contigo, sem nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite; aqui desejo permanecer, com os vermes, teus serventes. Olhos, vejam-na mais uma vez; é a última. Eis para meu amor. - (Bebe o veneno.)- Ó boticário veraz e honesto! Tua droga é rápida. Deste modo, com um beijo, deixo a vida.

Encosta seus lábios nos da garota e cai no chão, “morto”. Entra, pelo outro lado do palco, Shino, com uma lanterna, alavanca e uma pá.


Shino — São Francisco me ajude! Quantas vezes esta noite meus pés enfraquecidos tropeçaram em túmulos? Quem vive?
Itachi — É um amigo, que muito vos conhece.
Shino — Deus te abençoe. Querido amigo, dize-me que tocha é aquela ali que embalde a sua luz aos vermes empresta e aos crânios cegos? Ao que parece, está no monumento dos Capuletos.
Itachi — Sim, é lá, santo homem. Lá se acha meu senhor, de quem gostais.
Shino — Quem é ele?
Itachi — Romeu.
Shino — Há quanto tempo está ele lá?
Itachi — Há cerca de meia hora.
Shino — Vem comigo até o túmulo.
Itachi — Não ouso fazer isso, senhor; meu amo pensa que eu fui embora e me ameaçou de morte se eu ficasse a espreitá-lo.
Shino — Então espera; irei só; já começo a sentir medo. Oh! Receio algum caso desastrado.
Itachi — Tendo dormido, vi em sonhos que meu amo se batia com outro, tendo-o morto.
Shino (adiantando-se) — Romeu! Romeu! Oh dor! Que sangue é este que mancha a entrada pétrea do sepulcro? Que quererão dizer estas espadas sem dono, a estilar sangue e descoradas, neste lugar de paz? - (Entra no túmulo.)- Romeu! Oh, pálido! Quem mais? Quê! Também Páris? E encharcado de sangue? Oh! Que hora dura teve culpa deste acontecimento lamentável? A senhora se mexe.

Hinata desperta, se espreguiça, boceja e olha para o frei, ainda sonolenta.

Hinata — Ó meu bom padre, onde está meu senhor? Sei muito bem onde eu devia estar, onde me encontro. Mas onde está Romeu?
Shino — Saí, senhora, desse ninho de morte, de contágio e sono contrário à natureza. Uma potência por demais forte para que a vençamos frustrou nossos intentos. Vem, bem logo! Teu marido em teu seio se acha morto; Páris também. Vem logo; vou levar-te para um convento de piedosas freiras. Não percas tempo com perguntas; vamos; a guarda está chegando. Vem, bondosa Julieta; não me atrevo a esperar mais.
Hinata — Vai, que eu daqui não sairei jamais. - (Sai frei Lourenço.)- Que vejo aqui? Um vidro bem fechado na mão de meu amor? Certo: veneno foi seu fim prematuro. Oh! Que injusto! Bebeste tudo, sem que me deixasses uma só gota amiga, para alivio. Vou beijar esses lábios; é possível que algum veneno ainda se ache neles, para me dar alento e dar a morte.

Beija-o, sem pressa. Um minuto se passa, e nada, dois, .... Os Hyugas da platéia e até os colegas na cochia começam a olhar os relógios. Hinata, após algumas tossidelas da platéia, se lembra que está no palco e separa os lábios, corada.

Hinata - Teus lábios estão quentes.
Ino (representando um guarda, fora do túmulo dos Capuletos) — Vamos, guia-me, rapaz; qual é o caminho?
Hinata — Ouço barulho. Preciso andar depressa. Oh! Seja bem-vindo, punhal! - (Apodera-se do punhal de Romeu.)- Tua bainha é aqui. Repousa ai bem quieto e deixa-me morrer.

Hinata cai sobre Sasuke e morre. Entram no túmulo Capuleto Ino e Pein, seguidos de alguns bonecos de Sasori (guardas também).

Pein — É ali o ponto, onde está acesa a tocha.
Ino — Há sangue pelo chão. Passai revista em todo o cemitério, e se encontrardes alguém, prendei-o. - (Saem alguns guardas.) - Oh vista dolorosa! Aqui se encontra, assassinado, o conde, e Julieta a sangrar de novo e morta recentemente, que há dois dias fora posta neste sepulcro. Ide depressa chamar os Capuletos e os Montecchios. Na busca prossegui vós outros. - (Saem outros guardas.) - Vemos o terreno de tantas desventuras; mas o terreno verdadeiro destas desgraças lastimáveis, só podemos ficar sabendo após maior estudo.

Alguns guardas voltam, com Itachi.

Gaara (representando um guarda) — É o criado de Romeu; fomos achá-lo dentro do cemitério.
Ino — Segurai-o com bem cautela, até que chegue o príncipe.


Volta outro guarda, com Shino.

Lee (representando outro guarda) — Aqui está um padre que suspira e chora, sem parar de tremer. Nas mãos trazia uma pá e este ferro, e deste lado vinha do cemitério.
Ino — São indícios suspeitos; segurai-o também.

Entra Kankurou, Neji, Tenten e outros da casa dos Capuletos.

Kankurou — Que desgraça se deu aqui tão cedo, para me tirar assim de meu sono habitual?
Neji — Por que esses gritos por toda parte? O que houve?
Tenten — Pelas praças o nome de Romeu o povo grita; outros, o de Julieta; outros, de Páris, correndo com clamores toda a gente para o lado do nosso monumento.
Kankurou — Que horror é esse que nos fere a vista?
Ino — Príncipe, aqui está, morto o conde Páris; morto, Romeu; e a que antes falecera, Julieta, quente está e outra vez morta.
Kankurou — Investigai por outra parte como se deu este horroroso morticínio.
Ino — Aqui está um padre e aqui, também, o criado de Romeu; instrumentos carregavam para arrombar o túmulo dos mortos.
Neji — Oh céus! Mulher, vê nossa filha: sangra! Enganou-se o punhal; sua bainha se acha vazia ao lado de Montecchio. Está mal colocado em nossa filha.
Tenten — Ai de mim! Este quadro só de mortes é como um toque fúnebre que a minha velhice chama para a sepultura.

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Entram Kiba e os demais Montecchios, sem Sakura.

Kankurou — Vem cá, Montecchio; cedo te levantas para mais cedo ver baixar teu filho.
Kiba — O meu senhor! Durante a noite a minha senhora faleceu; cortou-lhe o fôlego a tristeza do exílio de meu filho. Que mais conspira contra minha idade?
Kankurou — Olha e verás.
Kiba — Que costume é esse de, antes do pai, entrar na sepultura?
Kankurou — Sela a boca do ultraje por um pouco, até que este mistério esclareçamos e fiquemos sabendo sua origem e verdadeiro curso. Depois disso, comandante serei de vossas dores e conduzir-vos-ei à própria morte. Até lá sossegai e que a desgraça se submeta à paciência. Apresentai-nos as pessoas suspeitas.
Shino — Dos presentes sou eu o mais suspeito, muito embora seja o que menos pode fazer algo, visto acusarem-me o lugar e a hora. Eis-me a acusar-me, a um tempo, e a defender-me, num só momento condenado e absolto.
Kankurou — Dize logo o que sabe sobre isto.
Shino — Serei breve, porque meu curto fôlego não é mais longo do que história insípida. Romeu, aqui sem vida, era marido de Julieta, assim como ela, morta também aqui, era a fiel consorte deste Romeu. Fui eu que os desposei. O dia dessas núpcias clandestinas foi o do final juízo de Tebaldo, cuja morte baniu de nosso burgo o recente marido. Era por causa dele, não por Tebaldo, que Julieta se vinha definhando. Vós, com o fito de expulsar-lhe do peito essa tristeza, ao conde a prometestes, tencionando casá-la a contragosto. Julieta procurou-me desvairada e pediu-me que inventasse qualquer recurso que a livrasse desse segundo casamento, ou então lá mesmo, sem vacilar, daria adeus à vida. Dei-lhe então um estupefaciente que aparência era igual da morte. A Romeu escrevi nesse entrementes, para que ele aqui viesse nesta noite de horrores ajudar-me a retirá-la de seu falso sepulcro, pois o efeito do veneno nessa hora cessaria. Mas a pessoa que levou a carta, Frei João, detido foi por acidente, tendo-na devolvido ontem à noite. Então, sozinho, na hora prefixada para ela despertar, vim retirá-la do túmulo, com a idéia de escondê-la na minha pobre cela, até chamar Romeu. Aqui chegando, porém – alguns minutos antes da hora de Julieta acordar – encontrei mortos antes de tempo o nobre conde Páris e o fiel Romeu. Julieta despertou. Roguei-lhe que fugisse e que aceitasse com paciência o que o céu lhe destinara. Nisso, um barulho me afastou do túmulo, sem que, em seu desespero, ela comigo se retirasse, tendo, ao que parece, posto termo à existência. Sei só isso. A ama se achava a par do casamento. Se algo nisto falhou por minha culpa, que minha velha vida, algumas horas antes do tempo, o expie em sacrifício, sob o rigor da mais severa pena.
Kankurou — Por um santo homem sempre te tivemos. E o criado de Romeu, que nos informa?
Itachi — Fui portador a meu senhor da nova da morte de Julieta. Ele, apressado, veio de Mântua para cá, para este mesmo túmulo, tendo-me ordenado que esta carta a seu pai desse bem cedo. Ao penetrar no túmulo, ameaçou-me de morte se eu não fosse logo embora e não o deixasse aqui.
Kankurou — Dá-me essa carta; quero ver o que diz. E onde está o pajem do conde Páris, que chamou a guarda? Que fazia teu amo aqui, pequeno?
Pein — Veio com flores para a sepultura de sua noiva, tendo-me ordenado que ficasse a parte. Obedeci-lhe. Depois, com luz, chegou um homem, para violar a sepultura, tendo logo sacado contra meu senhor sua espada. Saí correndo e fui chamar a guarda.
Kankurou — Confirma a carta o que nos disse o monge: como o amor decorreu, a falsa nova da morte dela. Aqui ele nos conta que veneno comprou de um boticário e que vinha morrer neste sepulcro, para ficar ao lado de Julieta. Onde se encontram esses inimigos? Capuleto! Montecchio! Vejam como sobre vosso ódio a maldição caiu e como o céu vos mata as alegrias valendo-se do amor. Por minha parte, por ter condescendido com vós todos, dois parentes perdi. Fomos punidos.
Neji — Dá-me tua mão, irmão Montecchio; é o dote de minha filha. Mais, pedir desculpas não posso.
Kiba — Mas eu posso dar mais, pois hei de a estátua dela mandar fazer do mais puro ouro. Enquanto for Verona conhecida, nenhuma imagem terá tanto preço como a da fiel e muito bela Julieta.
Neji — Romeu fama também dará à cidade; vítimas são de nossa inimizade.
Kankurou — Esta manhã nos trouxe paz sombria: esconde o sol, o rosto. Ide; falai dos fatos deste dia; serei clemente a contragosto, que há de viver de todos na memória de Romeu e Julieta a triste história.


As cortinas se fecham e se abrem, com todos os atores, incluindo a coordenadora, em pé, de mãos dadas, agradecendo a todos os presentes com enormes sorrisos – isso até Tsunade perceber que o diretor, Jiraya, estava dormindo na primeira fileira. As cortinas se fecharam antes que a coordenadora pulasse no pescoço de seu superior. As risadas foram abafadas pelas cortinas grossas e vermelhas enquanto a platéia ia saindo do teatro.

*Dossel é aquelas camas antigas, altas com cortinas em volta.