Ato III

Tsunade entrou na cochia com várias sacolas do Mercadorama, trazendo um lanche para cada ator devorar nos cinco minutos de pausa entre um ato e outro, apenas para que parassem de aborrecê-la com isso. Os cinco minutos se passaram, todos estavam renovados para atuar. A cena seria comprida, mas valeria a pena o esforço - a coordenadora prometeu cookies no final da peça. O cenário agora era uma praça pública. Entram Gaara, Naruto e Pein.

Naruto — Peço-te, bom Mercúcio: retiremo-nos. O dia está quente; os Capuletos andam pela cidade. Caso os encontremos, não poderemos evitar disputas. O sangue ferve nestes dias quentes.
Gaara — Você parece um daqueles covardes que, mal entram numa taberna, batem com a kunai em cima da mesa e gritam: \"Queira Deus que eu não venha a ter necessidade de ti!\" e que após o efeito do segundo copo, caem duros no chão.
Naruto — Sou, por acaso, um tipo desse gênero?
Gaara — Ora, vamos; és tão esquentado quanto uma porção de ramem; muito raivoso para ser arrebatado.
Naruto — E a propósito de quê?
Gaara — Se houvesse mais outro tipo como você, dentro de pouco tempo não existiria nenhum, porque vocês se matariam. É capaz de brigar com um homem por que tem um fio a mais ou a menos na barba do que você. Tua cabeça é tão cheia de rixas como de alimento o ovo, se bem que, por causa de brigas, tenha sido batida tantas vezes como clara de ovo. Já brigaste com um homem que tossiu na rua e despertou o teu cão, que dormia ao sol, lembra? Aquilo foi engraçado. Ah, também teve o dia que tiveste uma rixa com um alfaiate, só por ter ele vestido um casaco novo, antes da Páscoa. E com outro, por ter amarrado os sapatos novos com cordões usados? Sendo, pois, o que és, pretendes dar-me lições de prudência?
Naruto — Se eu fosse tão briguento como você, ninguém compraria os bens alodiais de minha vida, simplesmente por uma hora e um quarto.
Gaara — Simplesmente? Que simplicidade!
Naruto — Por minha cabeça, ai vem vindo um Capuleto.
Gaara — Por meu fígado, a mim isso pouco importa.

Lee entra no palco.

Lee — Cavalheiros, bom dia; uma palavra com qualquer um de vós.
Gaara — Só uma palavra com um de nós? Acrescentai mais alguma coisa; que seja uma palavra e uma estocada.
Lee — Estarei disposto para isso, quando me fornecer uma oportunidade.
Gaara — Não achai oportunidades sem que te ofereçam?
Lee — Mercúcio, tu estás concertado com Romeu...
Gaara — Concertado? Como! Tomas-nos por músicos? Se nos tomares por músicos, prepara-te para ouvir só desarmonias.
Naruto — Estamos conversando numa praça bastante frequentada. Retiremo-nos para algum ponto à parte ou ide embora, porque as pessoas estão olhando para nós.
Gaara — Para ver é que os olhos foram feitos. Que nos vejam. Daqui não dou um passo.

Entra Sasuke.

Lee — Façam o que quiserem, o meu homem chegou.
Gaara — Isso foi tão homossexual. Vá para o campo de batalha que ele irá junto. Nesse sentido, é certo: ele é vosso homem.
Lee — O ódio, Romeu, que me despertas, sabe dizer apenas isto: és um vilão.
Sasuke — Não sou o que dizes. Adeus; vejo que não me conheces bem.
Lee — Isso, rapaz, não basta como escusa para quantas injúrias me tens feito. Faça meia-volta e saque a espada.
Sasuke — Protesto que jamais te fiz injúria. Assim, bom Capuleto, fique contente.
Gaara — Oh calma submissão, vil e insultuosa! Decidamos logo. - Saca a espada.
Lee — Que desejas?
Gaara — Nada mais, meu bom rei dos gatos, além de uma das vossas nove vidas, que tomarei a liberdade de tirar, deixando as outras oito para malhar depois, conforme o tratamento que me der. Não vos resolveis a puxar vossa espada pela orelha e tirá-la da bainha?
Lee (sacando da espada) — Estou ao vosso dispor. - Pisca.
Sasuke — Gentil Mercúcio, guarda a espada.
Gaara — Me obrigue, maricas!

Gaara parte para cima de Lee, que se defende, conforme a coreografia de luta ensaiada.

Sasuke — Benvólio, saca a espada; vamos desarma-los. Oh Mercúcio! Tebaldo! O príncipe proibiu expressamente essas brigas nas ruas de Verona. Tebaldo! Bom Mercúcio!

Lee sai do palco.

Gaara — Estou ferido. E ele não teve nada? Foi embora?
Naruto — Como!? Foste ferido!? Você!?
Gaara — Você realmente é um surdo. Um arranhão, um arranhão somente; mas já chega.E o pajem, cade você, ruivo desgraçado? Patife, vai buscar um cirurgião.

Sai Pein - sim, ele estava no palco - fingindo ir atrás de um cirurgião.

Sasuke — Coragem, homem! O ferimento não deve ser profundo.
Gaara — Não; não é tão fundo quanto um poço, nem tão largo quanto porta de igreja, mas é o suficiente. Perguntai por mim amanhã, que haveis de encontrar-me bem quieto. Para este mundo já estou salgado, posso afiançar-vos! Por que diabo vos metestes entre nós? Fui ferido por baixo de vosso braço.
Sasuke — Eu estava bem-intencionado, não queria que se ferisse.
Gaara — Conduze-me, Benvólio, a alguma casa; senão, desmaio. De mim fizeram pasto para os vermes.

Naruto sai carregando Gaara nos braços.

Sasuke — Oh não, sincero amigo meu, por mim, foi ferido de morte. Minha reputação está manchada com o insulto de Tebaldo, esse Tebaldo que meu parente foi durante uma hora. Doce Julieta! Tua formosura fez de mim um maricas; a coragem do aço se abranda e verga no meu peito.

Naruto volta correndo.

Naruto — Romeu! Romeu! O bom Mercúcio está morto! Foi para as nuvens esse bravo espírito que desprezou tão cedo o pó terreno.

Lee volta.

Naruto — O furioso Tebaldo está de volta. Assassino sobrancelhudo de uma figa!
Sasuke — Vivo! Em triunfo! E morto, o bom Mercúcio? Vai para o céu, espero! Tebaldo, ora recebe de retorno o \"vilão\" que me deste não faz muito, pois a alma de Mercúcio ainda se encontra perto de nossas fontes, aguardando que a tua vá fazer-lhe companhia. Um de nós dois terá, pois, de ir com ele.
Lee — Pobre rapaz, o que está dizendo? Quer brigar? És tu que vais partir.
Sasuke — Veremos.
Lee - Não vais sacar sua espada?
Sasuke - Não preciso... Hadoukeeeeen*!! - Lee cai, fingindo-se de morto.
Naruto — Romeu, foge depressa! Os cidadãos se amotinaram. Tebaldo faleceu. Não fique assistindo, pois o príncipe vai condenar-te à morte, se for encontrado aqui. Despacha-te depressa!
Sasuke — Sou o bobo da fortuna.
Naruto — Bobo de quê? Ah, que se dane! Foge!

Sasuke sai correndo do palco.

Um corpo qualquer de Pein (Cidadão) — Para onde foi aquele que matou Mercúcio? O assassino, Tebaldo, onde se encontra?
Naruto — Tebaldo? Aqui.
Um corpo qualquer de Pein — Isso é uma ironia, certo?

Entra Kankurou, seguido de Neji, TenTen, Sakura e Kiba.

Kankurou — Quem desafiou o meu castigo?
Naruto — Posso até te dizer, ó príncipe, por que teve começo esta cegueira. O jovem Romeu matou o homem que matou nosso bravo Mercúcio.
TenTen — Que repetitivo, mas vamos lá. Como! O primo Tebaldo? O filho do meu caro irmão? Primo, marido, príncipe, no chão vejo o sangue de um parente meu. Se veraz fores, príncipe, realmente, sangue desses Montecchios há de, agora, ser também derramado, sem demora. Oh primo! primo!
Kankurou — Cala-te, \"muié\"! Quem deu começo à luta dolorida?
Naruto — Tebaldo, que Romeu deixou sem vida. Foi assim: Tebaldo veio puto para cima de Romeu, que não quis lutar... Maricas, eu sei. Mercúrcio, meu bravo amigo, lutou em seu lugar. Em altas vozes Romeu gritava: \"Amigos, separai-vos!\", mas Tebaldo, o bruto, atingiu em cheio o valente Mercúcio. Então Tentou fugir, covarde, mas voltou logo, então Romeu, cego pela vingança, fez o que fez. Foi lindo.
TenTen — É parente dos Montecchios; aposto que está mesntindo para safar seu primo. Justiça, príncipe! e que seja breve: Romeu matou Tebaldo; deve morrer.
Kankurou — Matou quem a Mercúcio antes matara. Quem paga o preço dessa vida cara?
Kiba — Príncipe, Romeu não; ele era amigo de Mercúcio; só deu o castigo que a própria lei impunha: olho por olho.
Kankurou — Darei uma de surdo a escusas e pedidos; nem lágrimas nem preces os ouvidos poderão me abalar. Assim, com pressa, fazei Romeu partir; ordem é expressa. Levai o corpo. O excesso de demência causa mortes também, por imprudência.

Saem, finalizando a primeira cena, mas se deparando com uma cena de comédia: Gaara, aos pés de Tsunade, implorando por biscoitos. \"Mas... Eu morri... Teoricamente a peça acabou para mim... Eu quero cookies!\", dizia enquanto a loira o arrastava para lá e para cá. Todos riam, mas concordavam: era um ótimo argumento.


* Street Fighter - Game (1987)
O game acompanhava Ryu ou Ken Masters , duelando com 10 lutadores de 5 países. O game introduziu os golpes especiais da Bola Flamejante (Hadouken, 波動拳), Soco do Dragão (Dragon Punch, Shouryuken, 昇(845;拳), e Chute Furacão (Hurricane Kick, Tatsumaki Senpukyaku, 竜巻旋風脚), que ficariam com Ryu e Ken pelo resto da série.