Verona, num cenário de praça pública. Entram Haku e Konan, armados de agulhas e uma espada de origami.

Haku — Por minha palavra, Gregório: não devemos levar desaforo para casa!
Konan — Fato.
Haku — O que quero dizer é que quando me irritam, puxo logo a espada... Agulhas.
Konan — Sim, mas se quiser viver, tome cuidado para não ficar no meu caminho.
Haku — Quando me irritam, eu ataco.
Konan — Mas não se irrita prontamente para atacar, né?
Haku — Até um cachorro da casa dos Montecchios me deixa irritado.
Konan — Você está me ignorando? Ficar irritado é pôr-se em movimento, e ser valente é estacar. Logo, se ficar sempre irritadinho, pôr-te-ás a correr.
Haku — Não estou ignorando, só lendo o roteiro.
Konan — Ah, sim. Isso prova que não passa de um escravo fraco.
Haku — É certo, é por isso que as mulheres, como vasilhas mais fracas, são sempre encostadas à parede.
Konan — A pendência é entre nossos amos e nós, seus servidores, mas se falar mais alguma coisa, corto sua lingua com papel!
Haku — Cai dentro, velha!
Konan — Como é que é!?

Entram Ino e Itachi para parar com a briga. \"Sigam a droga do roteiro!\", cochichou o Uchiha, fazendo com que todos concordassem com a cabeça e continuassem a cena.

Haku — Minhas armas nuas já estão fora; brigue que eu defenderei suas costas.
Konan — Como assim? Vai virar as costas e correr? Vamos acabar com eles!
Ino — Vocês pulam o roteiro e agora não sabem quem somos.
Haku — Eu franzi o rosto quando passei por vocês, e vocês interpretaram como entenderam! Vou morder o polegar, o que para eles será desonroso, no caso de não retrucarem.
Ino — É para nós que mordeis o polegar, senhor? - Procurando as falas num discreto papel.
Haku – Se eu disser que sim, ficaremos com a lei de nosso lado?
Konan – Não.
Haku — Não, senhor, só estou mordendo por morder.
Konan — Está querendo brigar, senhor?
Ino – Eu, senhor, querendo brigar? Não, senhor.
Haku — Porque, se quiser, senhor, estou às suas ordens; sirvo a um senhor tão bom quanto o seu.
Ino — Porém não melhor.
Haku — Perfeitamente, senhor.
Konan – Esses \"senhores\" está me matando.
Ino — Então resumiremos... O meu senhor é melhor e fim de papo.
Haku — Cansei de vocês.

Caso esteja perdido, caro leitor, é apenas uma discussão de como Sansão se irrita fácil e acha que o senhor a quem ele serve é o melhor. Enfim, agora Haku, Ino, Itachi e Konan entram numa briga, atacando uns aos outros em plena praça pública - por favor, não fazer isso em casa.
Entra Naruto, tremendo com seu nervosismo, seguido de Lee, que entra brilhando, com seu sorriso radiante.

Naruto — Loucos, parem com isso! Guardem as armas! Um ninja de verdade vai no mano a mano!
Lee — Essa não era sua fala... Mas eu \'tô irado! Vou bater em todos!
Naruto — Procurava separar esta gente. Abaixa os punhos e me ajude a acalmá-los, sobrancelhudo.
Lee — Como!? Não há paz sem briga! Tão grande o ódio que tenho a esse apelido... Defende-te, covarde!
Naruto - Covarde? Morra, desgraçado!

Eis que o pacificador entra numa disputa com o sobrinho da senhora Capuleto. Entram, então, Neji, de pijama, e sua esposa, TenTen.

Neji — Que barulho é esse? Minha espada! Vá buscá-la!
TenTen — Muletas, isso sim: muletas! Por que pedir espada?
Neji — A espada! Vou parar com essas brigas de rua agora!

Antes que TenTen desse mais uma \"patada\"em Neji, entram Kiba e Sakura.

Kiba — Capuleto!... Deixa! Somo rivais. Vamos lutar!
Sakura — Homens... Desde que a peça começou vocês só querem lutar. Não dará um único passo para o inimigo, entendeu, mocinho?

Trombetas começam a soar, eis que entra nosso grande príncipe: Kankurou.

Kankurou — Súditos revoltadinhos, inimigos da paz, que profanais vossas espadas no sangue dos vizinhos... Quê?! Que formal! Não ouvem? Que tal assim: Olá, senhores, animais selvagens que as chamas apaguem sua fúria perniciosa na fonte purpurina de suas próprias veias. Sob ameaça de tortura, blá blá blá, parem. Três vezes essas lutas civis, nascidas de palavras ásperas, por sua causa, velho Capuleto, por você, Montecchio, a paz de nossas ruas três vezes foram perturbadas, por um velho ódio enferrujado. Se de novo perturbarem nossa cidade, pela quebrada paz dareis as vidas. Por agora, que todos se retirem, eu quero voltar a dormir!

Nos bastidores, Sai se controla muito para não rolar de tanto rir nos furos do roteiro enquanto Tsunade espera cada ator-mirim voltar para sura-los. Voltando a peça: Saem todos, com exceção de Montecchio, a senhora Montecchio e Benvólio.

Kiba — Quem renasceu com essa rivalidade antiga? Sobrinho, me diga: onde você estava na hora?
Naruto — Erh... Por ai. Mas eu apenas tentei separar a briga, juro!
Sakura — Oh! E onde está Romeu? Alegra-me não vê-lo neste caso.
Naruto — Uma hora antes de haver o sol sagrado cortado as franjas de ouro do nascente, senhora, me levou o inquieto espírito a fazer um passeio lá por fora, onde à sombra de um bosque de sicômoros que se estende para oeste da cidade vi vosso filho a andar, que madrugara. Resumindo, ele está por aí.
Kiba — Muitas manhãs tem ele sido visto nesse bosque, a aumentar com suas lágrimas o orvalho matutino e acrescentando com seus suspiros fundos novas nuvens às nuvens existentes. Emo. Mas quando o sol se recolhe ele volta para casa, onde se fecha em seu quarto, cerra as janelas, a luz clara expulsa, e noite artificial prepara. Essa juventude de hoje...
Naruto — Meu nobre tio, conhece a causa?
Kiba — Não, nem consigo imaginar.
Naruto — Já tentou falar com ele?
Kiba — Oh! Quem dera que me ouvisse! Mas, já é tarde, vamos, madame, embora.

Assim Sakura e Kiba deixam o palco, desviando de Tsunade ao voltar à cochia. Entra Sasuke.

Naruto — Bom dia, primo.
Sasuke — Como assim! Já é dia?
Naruto — São nove horas.
Sasuke — Uhn... Que dor. Ah! Não foi meu pai que se afastou com pressa?
Naruto — Pois é, você perdeu a maior briga, mas que dor é essa, Romeu?
Sasuke — Não ter aquilo que quero.
Naruto — No amor?
Sasuke — Fora...
Naruto — Do amor?
Sasuke — Você é chato, hein? Fora do amor de quem me traz cativo.
Naruto — Ah! Que aparência tenha amor tão branda, mas, de fato, seja áspero e tirano
Sasuke — Ah! que, apesar da venda, amor consiga descobrir seus caminhos sem fadiga. Oh! E a briga? Eu já soube de tudo. O ódio dá muito trabalho por aqui; mas mais, o amor. Então, amor brigão! Ó ódio amoroso! És tudo, sim; do nada fostes criado desde o princípio. Eis aí o amor que eu sinto e que me causa apenas dor. Não queres rir?
Naruto — Não, primo; quero chorar.
Sasuke — Por que, amigo?
Naruto — Por ver que tem opresso o coração.
Sasuke — Ora, já me perdi. Não sou Romeu. Esse está longe. Está não sei bem onde.
Naruto — Dizei-me seriamente a quem ama.
Sasuke — Como! Precisarei gemer o tempo todo que te falar?
Naruto — Gemer? Oh, não! Isso é só na cama, fora desse palco... Mas diga, de verdade, quem é ela?
Sasuke — Que idéia triste para o desalento! Primo, em verdade: adoro uma mulher.
Naruto — Acertei em cheio quando perguntei se estava apaixonado.
Sasuke — Ótimo atirador! E ela é formosa. Ah, primo, ela me jurou seu amor.
Naruto — Então jurou que sempre há de ser casta? Quem é?
Sasuke — É muito bela e sábia, sabiamente formosa para estar sempre contente com me fazer sofrer. Fez juramento de não amar jamais, um só momento. E nesse voto infausto eu vivo morto só de a todos contar meu desconforto.
Naruto — Olha, te darei um concelho: esquece-a
Sasuke — Não consigo.
Naruto — Dá liberdade aos olhos; examina outras belezas.
Sasuke — Tentarei. Mostrai-me uma mulher de inexcedível formosura.
Naruto — Sexy no justu!

Saem, dizendo que vão para um bar local. Nisso termina a primeira parte do ato I. Tsunade, cansada dos risos de Sai, quase faz todos comerem, literalmente, cada folha do roteiro. Esse era apena só começo daquele trágico - de falas difíceis - romance.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!