P.O.V. Lola.

Kyle vai tocar com a sua banda, algumas pessoas fizeram coisas incríveis, mas... o show de magica dela foi... absolutamente incrível!

—Senhoras e senhores, gostaria de trazer para suas vidas esta noite... um pouquinho de magia.

Haviam espelhos no palco. Muitos deles. E milhares de velas.

—Por favor, apague o holofote senhor!

O homem apagou o holofote e o ambiente ficou num breu total, mas de repente, um estalar de dedos e todas as velas, absolutamente todas acenderam.

—Meu Deus!

Então, uns malucos armados com bestas entraram. E começaram a atirar nela.

—Alguém chame a segurança!

As flechas não a feriram.

—Acho que é falso. É parte do show.

Então... cara ela não pisava mais no chão e os olhos estavam brancos, completamente brancos. E do nada... boom! As mãos dela estavam em chamas!

—O que diabos, cara?!

—Você não é uma bruxa. O que é você?

—Eu sou Hayley MacGyver!

E eles queimaram até não sobrar nada!

—Caramba mano!

Então, as luzes se reacenderam e todo mundo tava bem. Ela foi aplaudida de pé.

P.O.V. Hayley.

Eu não podia simplesmente matá-los em público. Os humanos tinham que crer que era tudo falso. Tudo um truque. Então, tive que ressuscitá-los.

—Vocês não me devem nada além destas suas vidinhas miseráveis.

Houve a apoteose e pronto.

—Aquilo foi... incrível! Como você fez aquilo?

—Ela é uma maldita bruxa.

—Cabos de aço, luzes apagadas e alguns truques com fogo.

P.O.V. Lola.

Convidei ela pra sentar com a gente. Estávamos falando sobre o que fizemos no fim de semana passado.

—Eu fiquei em casa com minha mãe.

—E eu fui numa festa e estou com uma ressaca horrível. E você Hayley?

—Assisti a trilogia do cinquenta tons de cinza, transei com um cara ai, me alimentei e dai eu dormi.

O Kyle que estava tomando suco se afogou.

—O que foi? Você está bem?

Dei uns tapinhas nas costas dele.

—E você fala isso assim?! Como se fosse a coisa mais normal do mundo?

—Oh, certo. Falha minha, eu esqueci que vocês são todos cheios de dedos pra falar de sexo. É, realmente... somos de mundos diferentes. Á propósito, um conselho. Suas vidas são curtas demais, se você o ama e é óbvio que ele te ama também, parem de enrolar e vão nessa.

—O que?

—Eu estava falando sobre você e o Kyle. Ele está apaixonado por você e você por ele. Então, pelo amor de Deus fiquem juntos logo. Você é mortal e ele também. E humanas tem a menopausa. Então, se está planejando ter filhos com ele... sugiro que se apresse.

Todo mundo ficou tipo... O que?!

—Cara, você é muito doida.

—E eu acho que você é uma Doppelgganger. Da minha tia Alice. Acho que estamos quites.

Notei que ela estava carregando um guarda-chuva preto.

—Pra que esse guarda chuva?

—Porque vai chover, bobinha.

—A previsão do tempo diz que o céu vai ficar nublado.

—A previsão do tempo tá errada. Vai dar um puta temporal.

—E como é que você sabe disso?

—Uma das vantagens de se ser uma serva da natureza.

—Uma serva da natureza?

—Sim. Pobres de vocês... vão tomar chuva. E com a sua frágil constituição, metade desta escola vai estar gripada na semana que vem. Maldita previsão do tempo!

As aulas se seguiram e nada de chover. Dava trovões, raios, mas nada de chuva.

—Parece que a previsão do tempo estava...

—Três...

Ela abriu o guarda-chuva.

—Dois...

Colocou-o sob a cabeça e então...

—Um.

Começou a cair o mundo mano!

—Tchau.

A galera começou a correr cada um para o seu carro e ela caminhou até a sua BMW e foi embora. Kyle foi ficar comigo na minha casa, já que minha mãe saiu pra trabalhar.

—O que foi Lol?

—Eu não sei. Tem coisas sobre ela que eu não entendo. O que ela fez hoje no show de talentos... como ela previu que iria chover.

—Eram truques e ela deu sorte.

—Não. Não, Kyle tem algo de estranho nela. Eu notei desde o primeiro dia. Quando ela se apresentou e eu segurei a mão dela... era tão fria quanto a de um morto.

—E? Pode ser algum problema de saúde.

—Foi o que ela disse. Um problema de saúde genético.

—Viu?

—Não. Não Kyle. O jeito que ela fala, as palavras que usa. Ela é tão pálida é quase translúcida. Ela nunca come, nunca vi ela comer.

—As garotas fazem estas dietas doidas.

—Não assim. Ela nunca come e não emagrece.

—Vamos viajar para Paris na semana que vem de férias.

—E eu quero convidá-la.

—O que?!

—Sério. E não sou a única. A Ashley quer convidá-la também. Já que a Hayley a salvou de ser espancada pelo ex-namorado. Pense á respeito Kyle. Com uma bolada ela derrubou o Jonathan, o maior cara da escola, o Quarter-back da escola, nunca come, nunca bebe nada além do que quer que esteja naquela garrafa vermelha e ainda assim nunca emagrece. Tem algo errado.

P.O.V. Kyle.

A Lola e as suas paranoia. Uma vez ela ficou convencida que o vizinho dela era um assassino em série e no fim o cara só... gostava de caçar. O que... não é crime ou ilegal.

—Você quer ir na viagem com a gente?

—Se eu não for... um inconveniente para os seus planos.

—Não. Vamos dar um jeito.

—Bem, sendo assim... seria uma honra.

—Você pode comprar as passagens, mas seria mais caro.

—Não se preocupe. Eu darei um jeito. Na verdade, da próxima vez que decidirem viajar... antes de gastar o seu dinheiro em passagens, posso lhes dar carona.

—Nos dar carona? Você pode voar?!

—O que? Não! Minha família tem dois jatos particulares e um helicóptero. Posso voar? Mas, que pergunta tola. O que esperava? Que eu começasse a bater os braços e virasse um morcego?

Todo mundo riu. Porque Hayley começou a bater os braços e fez uma careta.

—O que é isso?

Perguntou Lol pegando no colar que Hayley carregava no pescoço.

—Os brasões das famílias da minha mãe.

—Famílias?

—Sim. Ela tem um pai e uma mãe. Duas famílias de manda-chuvas, na verdade eu venho de uma enorme linhagem de pessoas importantes com... habilidades bastante diferentes.

—Que tipo de habilidades?

—Talvez algum dia eu mostre. Mas, ainda não. Eu sei como as coisas funcionam com vocês. Meu avô me contou. O que eles não compreendem... eles temem e o que eles temem... eles tentam destruir. Ele e a irmã dele quase não sobreviveram. A mãe deles não sobreviveu, ela foi assassinada porque... como eles, ela era diferente.

Disse com pesar, como se aquilo lhe doesse na alma.

—Nem consigo imaginar o que eles passaram, o medo que sentiram. Felizmente eles não se lembram de nada, infelizmente eles não se lembram da mãe deles.