Cap 11

~Clary

Resolvi me entregar então, todo mundo quer me ver morta. Então vão ter o que querem.

–Me mate logo, por favor

–Implorando para morrer? Não deveria ser ao contrário? Você devia estar implorando por sua vida. – Aldertree parecia incomodado com isso.

–Eu não quero mais sofrer, me mate logo. Já terminou sua vingança. Agora chega. Me dê uma adaga então, se não tem coragem de me matar. – ele retirou a adaga do bolso, a levantou e eu fechei meus olhos, não queria ver isso.

–Se não largar esta adaga agora, eu te faço de churrasco. – Abri meus olhos, e na porta estavam Percy, Nico e Bê. Mas Bê tinha fogo nas mãos? Como assim? Aldertree largou a adaga, e se afastou de mim. Nico veio correndo até mim, e desamarrou as cordas. No lugar que elas estavam, tinha uma marca roxa, enorme.

–Ai meu Zeus, o que fizeram contigo quatro olhos? – Nico estava se referindo as minhas pernas, meus braços e barriga cortadas. Os cortes não eram mais superficiais, eram fundos. E doíam, cada um deles. O sangue das pernas e dos braços estava fresco, pois Aldertree havia me cortado a pouco tempo. Na minha barriga ele cortou superficialmente, uma espécie de mutilação. Eu realmente estou acabada.

– Uma estela, eu preciso de uma estela. Em cima da mesa tem uma, pegue ela. – ele foi até a mesa e me trouxe a estela. Ela brilhava, como nunca, iluminando a sala toda. Percy e Bê estavam na porta somente observando. Desenhei uma iratze em meu braço e senti a dor começar a passar. Em minutos, já estava aparentemente bem.

–Está bem? – Bê, e Percy se aproximavam.

– Sim Bernardo, estou ótima. 2 semanas pra vocês sentirem falta de mim? Nossa, obrigado.

Saí e notei o poder voltando e resolvi viajar pelas sombras até uma praia próxima, eu não ia para a praia do acampamento porque se quem eu pensava que se importava comigo demorou semanas para sentir minha falta imagina o pessoal do acampamento! Cheguei na praia e entrei no mar, me sentando no fundo, boa parte dos curativos foram curados pelo iratze mas agora uns mais profundos estavam sendo curados pela agua, benção do Tio Poseidon...Depois de um tempo voltei para a areia e sentei e fiquei limpando minha mente, pensando em como eu devo ser forte agora, eu sou filha de Zeus, o Deus dos Deuses...Não deixei de pensar no Bê, ele era um dos meus pensamentos constantes e o que mais me fazia pensar que as parcas me odiavam! De repente senti uma pessoa se sentar ao meu lado, me virei e me deparei com o Bernardo olhando para o horizonte.

–Oi.-Falei ríspida

–Oi Blue. Eu...

–Não Bernardo agora quem fala sou eu! -Me levantei e ele também -Eu cansei! Cansei de ficar aqui feito uma idiota esperando enquanto você faz as coisas mas não toma uma atitude decente. Então vamos fazer assim: Enquanto você não decidir o que você quer eu vou me afastar de você, ainda vamos continuar nos falando mas nada de abraços e coisas do tipo. Estamos entendidos?

Não ouvi sua resposta, me virei e viajei até o acampamento onde a única coisa que eu consegui fazer foi ir para o meu chalé e deitar. Fiquei imaginando diversos finais felizes,todos eles tinham o Be mas o que eu falei era sério. Eu quero uma atitude dele, porque eu abaixei todas as minhas guardas por ele e ele não fez nada!

Depois de um tempo fui jantar, fiz as oferendas e voltei ao meu dormitório, mas antes de dormir eu me lembrei de algo e me virei para os céus.

–Sabia Afrodite...Acho que pela primeira vez você está errada.- Soltei um riso e dormi, mas ouvi um sussurro, algo como "nunca erro"...

~No Olimpo, por Afrodite

Todos viram Clary se revoltar, Zeus estava sério, apenas observando os movimentos da filha...Quando ela estava indo deitar notamos ela se virar em nossa direção e falar algo que fez muitos deuses rirem e me olharem. Ela havia dito que eu estava errada. Mas eu nunca erro. Falei algo que ela deve ter ouvido como um sussurro.

–Sabe pequena blue, eu nunca erro quando é amor...

~Bernardo

Eu realmente não entendi o que a Clary quis falar com uma atitude decente, eu não consigo entender o que se passa na cabeça dela. A coisa mais difícil agora, está sendo vê-la e não poder lhe dar um abraço, não poder ficar o tempo todo perto dela, e eu nem mesmo sei porque disso!

–Ai Zeus, você podia me ajudar nessas horas né, me ajudar a entender a cabeça da sua filha, porque tá difícil. – me viro e vejo uma fumaça rosa pairando ao meu lado, e então Afrodite sai dela.

–Bernardo querido, percebo que precisa de ajuda – Ela tem um sorriso acolhedor em seu rosto, sempre tem.

–A Clary tia Afrodite, eu não entendo ela. – Minha voz está triste, mas eu não me permito chorar.

–Bernardo, você é mais lerdo que o Poseidon. Clary está perdidamente apaixonada por você, mas você não tem a mínima capacidade de perceber isso – Apaixonada? Clary está apaixonada por mim? Será que é verdade?